Introdução ao Judaísmo/Introdução

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Seja bem vindo ao curso de Introdução ao Judaísmo da Wikiversidade. Nos próximos módulos estudaremos os príncipios básicos da religião judaica, de sua história, preceitos e tradições, e de como está atualmente inserida na sociedade humana. Este curso busca ser imparcial no tratamento das informações ensinadas, e pretende fornecer informações básicas que sirvam ao aluno como base para qualquer estudo futuro sobre o tema. Caso queira aprofundar-se mais em seus estudos não hesite em ver os outros cursos sobre Judaísmo da Wikiversidade.

Judeus rezando no Yom Kipur, de Maurycy Gottlieb

O que é Judaísmo ?[editar | editar código-fonte]

Judaísmo (do hebraico יהדות, vindo do termo יהודה Yehudá ) é o nome dado à religião originária do povo judeu, e é a mais antiga das três principais religiões monoteistas, ao lado do cristianismo e do islamismo.

A Grande Sinagoga (Velká synagoga) Plzeň, República Checa

Surgido da religião mosaica, o judaísmo, apesar de suas ramificações, defende um conjunto de doutrinas que o distingue de outras religiões: a crença monoteísta em YHWH como Criador e D-us e a eleição de Israel como povo escolhido para receber a revelação da Torá que seriam os mandamentos deste D-us. Dentro da visão judaica do mundo, D-us é um Criador ativo no universo e que influencia a sociedade humana, na qual o judeu é aquele que pertence à uma linhagem com um pacto eterno com este D-us.

Há diversas tradições e doutrinas dentro do judaísmo, criadas e desenvolvidas conforme o tempo e os eventos históricos sobre a comunidade judaica, os quais são seguidos em maior ou em menor grau pelas diversas ramificações judaicas conforme sua interpretação do judaísmo .Entre as mais conhecidas encontra-se o uso de objetos religiosos como a kipá, costumes alimentares e culturais como cashrut e peiot ou o uso do hebraico como língua litúrgica.

Uma das primeiras distinções que devemos fazer ao se estudar o Judaísmo é saber distinguir entre o Judaísmo enquanto religião, e o Judeu enquanto indivíduo da comunidade judaica. Ao contrário do que possa parecer um judeu não precisa seguir necessariamente o judaísmo, ainda que judaísmo só possa ser necessariamente praticado por judeus. Hoje o judaísmo é praticado por cerca de quinze milhões de pessoas em todo o mundo (2006). Da mesma forma, o judaísmo não é uma religião de conversão, e atualmente respeita a pluralidade religiosa desde que tal não venha à ferir os mandamentos do judaísmo. Alguns ramos do judaísmo defendem que no período messiânico todos os povos reconhecerão YHWH como único D-us e submeter-se-ão à Torá.

O que é um Judeu ?[editar | editar código-fonte]

Judeu ( do hebraico: יהודי - iehudi; plural יהודים - iehudim - de Yehudá)é o nome étnico-religioso-cultural dado aos seguidores dos preceitos do Judaísmo ou mais amplamente aos membros de uma comunidade judaica e seus descendentes.

O Muro Ocidental em Jerusalém é o que resta do Segundo Templo.

A pergunta "quem é judeu?" gera um debate político, social e religioso entre os diversos grupos judaicos sobre quem pode ser considerado como tal.

O povo judeu, não pode atualmente ser reduzido a sendo somente religião, raça ou cultura, porque ultrapassa seus limites conceituais aceitos. Reduzi-lo a qualquer um desses pontos seria mero reducionismo, pois ele é na verdade uma miscelânea das três, dando espaço a várias interpretações do que é ser judeu e, especialmente, quem é judeu. Interpretações essas que dependem muitíssimo de qual a sua tradição religiosa (ortodoxa, conservadora,reformista, caraíta) e do espaço geográfico onde se encontram (sefaradita, asquenazitas, persas, norte-africanos, indianos etc.

Na história recente ocidental, e consequentemente na história judaica, uma revolução conceitual levou o judaísmo e o povo judeu a um tempo de grandes mudanças estruturais. A essa revolução, a história deu o nome de Iluminismo ( השכלה; Haskalá). Nesse período histórico, os antigos grupos religiosos detentores de tradições milenares observaram o nascimento de uma geração que via na criação de grupos com novas formas de pensar a possibilidade de saída de seus getos milenares, não somente no plano físico, mas também mental e filosófico. Por vezes esses novos grupos distanciaram-se da velha ligação do judeu com a religião judaica-mãe, porém nunca sem perder a sua chama interna de identidade, sentimento esse que é o ponto de aproximação de todos os judeus e a mais importante linha para complexa continuação da nação que é, hoje, esse povo.

Assim, com a inserção de novas filosofias no seio do judaísmo, dispares concepções surgiram sobre as questões básicas da tradição judaica. E obviamente cada grupo desenvolveu suas discussões de como pode-se definir uma resposta sensata à pergunta constante: "Quem é judeu?". Essa definição de resposta se deu, em sua maioria, sob duas linhas gerais: Pessoa que tenha passado por um processo de conversão ao judaísmo ou pessoa que seja descendente de um membro da comunidade judaica.

Contudo, esses dois assuntos são repletos de divergências. Quanto às conversões, existe divergências principalmente sobre a formação dos tribunais judaicos responsáveis pelos atos. Isso faz com que pessoas conversas através de um tribunal judaico reformista ou conservador não sejam aceitas nos círculos ortodoxos e seus rabinos que exigem um tribunal formado somente por rabinos ortodoxos, pois entendem serem outros rabinos incapazes de fazer o converso entender a grandeza da lei que está tomando sobre si. Por outro lado, o judaísmo reformista e conservador, acusa os ortodoxos de fazerem exigências absurdas, não mais se preocupando com a essência do ser judeu e sim, com regras e rigidez desnecessária.

Já quanto a descendência judaica, a divergência aparece na definição de quem viria a linha judaica, se matrilinearmente, patrilinearmente ou ambas as hipóteses. A primeira é a majoritária, sendo apoiada pelo judaísmo rabínico ortodoxo e conservador. Essa tese têm força e raio de ação maiores por ser adotada pelo Estado de Israel, além de grande parte das comunidades ao redor do mundo. Porém, a patrilinealidade é defendida pelo judaísmo caraíta e os judeus Kaifeng da China, grupos separados dos grandes centros judaicos e que desenvolveram sob tradições diferentes com base em costumes que remontam a vários séculos passados. Por último, existe a tese que ambos os pais podem dar ao filho a condição de judeu que é defendida pelo judeus reformistas que em março de 1983 por três votos a um reconheceu a validade da descendência paterna mesmo que a mãe não seja judia desde que a criança seja criada como judeu e se identifique com a fé judaica.

Questões, como se os atos podem abalar a identidade judaica também entram na discussão, como por exemplo um judeu que faz tatuagens ou até mesmo nega seu próprio judaísmo pode continuar sendo considerado como tal? Apesar de um judeu necessariamente não ter que seguir o judaísmo, as autoridades religiosas geralmente enfatizam o risco da assimilação do povo judeu ao se abandonar os mandamentos e tradições do judaísmo. Porém defende-se que não importa a geração ou ações futuras de pai ou mãe, o judaísmo e o consequente "ser judeu" é um direito natural da criança.

Atualmente, estima-se que exista, ao redor do mundo, uma população judaica de aproximadamente 13 milhões de pessoas, concentradas principalmente nos Estados Unidos e em Israel.

Resumo[editar | editar código-fonte]

  • Judaísmo é o nome dado à religião originária do povo judeu, e é a mais antiga das três principais religiões monoteístas, ao lado do cristianismo e do islamismo. Entre suas principais doutrinas estão a crença monoteísta em YHWH como Criador e D-us e a eleição de Israel como povo escolhido para receber a revelação da Torá que seriam os mandamentos deste D-us.
  • Judeu é o nome étnico-religioso-cultural dado aos seguidores dos preceitos do Judaísmo ou mais amplamente aos membros de uma comunidade judaica e seus descendentes. Desta forma, um judeu não necessita necessariamente seguir o Judaísmo.