Utilizador:Gnann/Microsoft, DRM, Azeredo

Fonte: Wikiversidade

Segunda-feira, 12 de setembro de 2011.

Wilson é o responsável por um projeto de gravação e divulgação de vídeos educacionais no instituto no qual estuda. Depois de uma árdua semana de gravações, ele retira o material da câmera e vai visualizar no computador: o Windows Media Player bloqueia a exibição do conteúdo alegando proteção de zona de exibição (tipo aquelas que os aparelhos de DVD têm).

Resultado: usar qualquer outro player de DVD, pois a restrição é feita por software e não por hardware.

Um computador, algo que deveria quebrar esse tipo de restrição babaca, foi responsável por restringir a liberdade do usuário em cima de um filme que ele mesmo gravou! É dessa forma que a Microsoft ajuda as pessoas a atingirem seu melhor potencial? São esses os softwares que potencializam a experiência de um usuário num computador?

A Microsoft coopera com um "crime" tecnlógico intitulado DRM. DRM significa Digital Rights Management (algo como gerencialmento de diretos digitais). Seu objetivo é ajudar na proteção do copyright - o que não é ruim. No entanto, não há evidência de que seu uso ajuda nesse combate.

Pior: a única coisa que o DRM conseguiu fazer com primazia foi dificultar a vida do usuário leigo igual ao Wilson da pequena narrativa. Ele proíbe o usuário de fazer coisas perfeitamente legais como fazer backup da mídia para não riscar o precioso CD, doar o material para instituições... Basicamente é um pacto com o diabo de uso pessoal e intransferível.

Simplificando: a indústria prefere gastar rios de dinheiro em pesquisa de tecnologia para dificultar as cópias e restringir a liberdade do consumidor em vez de procurar uma forma plausível de concorrer com a pirataria. Exemplo: é possível valorizar a obra original colocando conteúdo a mais no encarte - quem é fã gosta de comprar esse tipo de coisa. Além disso, se o material for divulgado, é plausível que mais fãs surjam e acabem comprando o CD. Isso é muito mais natural e justo que pagar rádios para exibirem músicas ou 'jabás' em programa de televisão.

Junto com essa ideia retrógrada está o projeto de lei do político Eduardo Brandão de Azeredo que, pago com o dinheiro público, é capaz de correr atrás de coisas que só piorarão a vida das pessoas. Com tal projeto de lei:

  • Você não poderá assistir YouTube ou será preso de 1 a 3 anos, já que o simples acesso a conteúdo protegido por copyright constituirá um crime;
  • Você não poderá pegar vírus de computador, pois ele se espalhará e isso constitui um crime;
  • Os provedores de Internet terão de guardar logs da atividade dos usuários: é como se todas as pessoas fossem grampeadas sem nenhum mandado e com a lei batendo palmas;
  • Os criminosos de verdade serão os primeiros a burlar esses esquemas de segurança enquanto os usuários comuns serão punidos;
  • As pessoas, no geral, não sabem que estão cometendo 'crimes' quando colocam como toque de celular sua música preferida ou quando digitalizam um CD para ouvirem em seus MP3 players.

Por fim, convém salientar que a cópia não subtrai o patrimônio de ninguém. Todo esse dinheiro que será gasto com infra-estrutura poderia, de fato, ajudar a diminuir a criminalidade como um todo... (ou você acha que será baratinho armazenar o log de milhões de usuários num provedor?)