Ambientes Virtuais de Aprendizagem/Web 2.0

Fonte: Wikiversidade

Definição

Web 2.0 é um termo criado em 2004 pela empresa americana O'Reilly Media[1] para designar uma segunda geração de comunidades e serviços, tendo como conceito a "Web como plataforma", envolvendo wikis, aplicativos baseados em folksonomia, redes sociais e Tecnologia da Informação. Embora o termo tenha uma conotação de uma nova versão para a Web, ele não se refere à atualização nas suas especificações técnicas, mas a uma mudança na forma como ela é encarada por usuários e desenvolvedores, ou seja, o ambiente de interação e participação que hoje engloba inúmeras linguagens e motivações.
Alguns especialistas em tecnologia, como Tim Berners-Lee, o inventor da World Wide Web (WWW), alegam que o termo carece de sentido, pois a Web 2.0 utiliza muitos componentes tecnológicos criados antes mesmo do surgimento da Web.[2] Alguns críticos do termo afirmam também que este é apenas uma jogada de marketing (buzzword).[3] A web 2.0 é alvo de discussão entre alguns entusiastas, tecnófilos e tecnófobos. George Gilder, em seu livro "Life after television",traz afirmações acerca dos benefícios da tecnologia, além de apostar que a televisão não irá sobreviver,uma vez que não há espaço para competir com a internet.Segundo ele, a informática da comunicação tem um sentido libertador para o indivíduo, vivemos uma nova era, em que não haverá mais lugar para a tirania da comunicação de cima para baixo, uma época ,menos padronizada e mais democrática. Para ele, a revolução da microinformática liquidou com o problema da falta de informação. Em contraponto, Andrew Keen, através de seu livro "Culto do amador", fala da questão do jornalismo colaborativo, que é capaz de prejudicar a atividade profissional do jornalista.


Conceitualização

A conceitualização dada neste artigo segue os princípios ditados por Tim O'Reilly, sabidamente o precursor do uso do termo em seu artigo de conceitualização (e também de defesa) do termo Web 2.0. Tim [4] define que:
"Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva".
As regras a que se refere O'Reilly já foram discutidas antes do surgimento do termo, sob outros nomes como infoware[5], the internet operating system[6]e the open source paradigm shift[7]e são produto de um consenso entre empresas como Google, Amazon, Yahoo e Microsoft e estudiosos da Web (como Tim O'Reilly, Vinton Cerf[8] e Tim Berners-Lee [9]) e da consolidação do que realmente traz resultado na Internet. Segundo Tim O'Reilly, a regra mais importante seria desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos da rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva.

Regras

O'Reilly sugere algumas regras[10] que ajudam a definir sucintamente a Web 2.0:
  • O beta perpétuo - não trate o software como um artefato, mas como um processo de comprometimento com seus usuários.
  • Pequenas peças frouxamente unidas - abra seus dados e serviços para que sejam reutilizados por outros. Reutilize dados e serviços de outros sempre que possível.
  • Software acima do nível de um único dispositivo - não pense em aplicativos que estão no cliente ou servidor, mas desenvolva aplicativos que estão no espaço entre eles.
  • Lei da Conservação de Lucros, de Clayton Christensen - lembre-se de que em um ambiente de rede, APIs abertas e protocolos padrões vencem, mas isso não significa que a idéia de vantagem competitiva vá embora.
  • Dados são o novo “Intel inside” - a mais importante entre as futuras fontes de fechamento e vantagem competitiva serão os dados, seja através do aumento do retorno sobre dados gerados pelo usuário, sendo dono de um nome ou através de formatos de arquivo proprietários.


Web 2.0 e Ambientes Virtuais de Aprendizagem

O desenvolvimento tecnológico e mais recentemente através da Web 2.0 tem possibilitado a junção desses ambientes,tornando-os espaços de aprendizagem cada vez mais ricos e funcionais, nos quais alunos, tutores e professores se redefinem,compartilham e reconstroem conteúdos, com base na colaboração e na interação dinâmica. Como parte desse contexto, os ambientes utilizam dispositivos variados de interface gráfica e recursos multimídia, possibilitando a formação de um espaço para a reflexão coletiva, contribuindo para a criação de novos conhecimentos.
Tais ambientes, a partir de sua capacidade de interação e colaboração vieram preencher uma lacuna existente na comunicação interpessoal entre os atores que participam do processo de ensino e aprendizagem: professor, tutor e aluno. Contrapondo o conceito de uma via de mão única, onde as informações são propagadas apenas em um sentido (um para um ou um para muitos), a Web 2.0 determina um novo conceito, estabelecendo a comunicação de muitos para muitos.


Nesta nova visão, a interatividade e a colaboração representam um grande trunfo no processo de ensino e aprendizagem possibilitando que todos os envolvidos no processo troquem idéias e experiências coletivamente.
Acerca dessa nova abordagem, podem-se apontar os ambientes virtuais de aprendizagem como espaços interativos dotados de ferramentas que os tornam com as seguintes características:
  • a) Igualitários e centrados no usuário (aluno, professor e tutor);
  • b) Ricos em recursos textuais e multimídia (animações);
  • c) Fazem uso da comunicação multi-sensitiva;
  • d) Representam uma matriz de diálogos e não uma coleção de monólogos;
  • e) Permitem a extinção do receptor passivo;
  • f) Possibilitam o consumo e criação de conteúdo dinâmico com a participação de todos os envolvidos.


web 2.0. e AVA : Tornando a EaD mais Dinâmica

A EaD possibilita a manipulação do espaço e do tempo em favor da Educação. O aluno estuda onde e quando quer e quando pode. Ele pode, por exemplo, passar algumas semanas sem se dedicar muito aos estudos, por diversos motivos, e durante uma ou duas semanas, dedicar-se com mais energia. Ou seja, o aluno se autoprograma para estudar, de acordo com o seu tempo e a sua disponibilidade.
A possibilidade de diferentes formas de comunicação e interação propiciadas pelo desenvolvimento tecnológico, a qual caracteriza a sociedade em rede, propiciou que a educação online participasse deste contexto evolutivo utilizando as tecnologias emergentes.
Percebendo-se claramente que, hoje, como ferramenta fundamental de pesquisa, a Internet nos propicia condições de criar os nossos próprios materiais de ensino e aprendizagem.
Os AVA's encontram-se em grande expansão nas mais diversas instituições, como: acadêmicas, empresariais e tecnológicas, com objetivo de ser uma ferramenta de E-learning, possibilitando a capacitação de profissionais e estudantes.
Estes ambientes permitem integrar múltiplas mídias e recursos, apresentam informações de maneira organizada, proporcionam interações entre pessoas e objetos de conhecimento, visando atingir determinados objetivos.
Os AVAs podem ser empregados como suporte para sistemas de educação a distância, bem como servir de apoio às atividades presenciais de sala de aula e/ou diferentes ambientes por meio da internet ou intranet.
Portanto, as ferramentas da Web 2.0 possibilitam a construção de inteligências coletivas, ainda em fase de construção, porém sua validação torna-se determinante para fomentar uma nova sociedade do conhecimento, alicerçada na interatividade e na comunicação multi-sensitiva entre os atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
Sendo assim neste contexto, evidenciamos a importância dos ambientes virtuais de aprendizagem para a educação à distância, sendo elementos determinantes para a construção e democratização do conhecimento em todos os segmentos da sociedade.


Referências
  • Rô Gatti < http://rogarcia08.blogspot.com.br/2011/05/web-20-e-ambientes-virtuais-de.html>
  • Adriano Carlos Ribeiro,Cláudio Henrique Schons <http://legacy.unifacef.com.br/quartocbs/artigos/G/G_140.pdf>
  • Wikipedia <http://pt.wikipedia.org/wiki/Web_2.0>
  • Brady Forrest. Controversy about our "Web 2.0" service mark (em inglês). Página visitada em 4 de junho de 2007.
  • Scott Laningham. developerWorks Interviews: Tim Berners-Lee (em inglês). Página visitada em 4 de junho de 2007.
  • Jon Brodkin. Web 2.0: Buzzword, or Internet revolution? (em inglês). Página visitada em 4 de junho de 2007.
  • Em 10 de dezembro de 2006, Tim O'Reilly conceituou o que é web 2.0 nesta postagem no seu blog. Desde então, esta se tornou a melhor e mais aceita definição concisa do termo. Uma definição mais completa e mais antiga se encontra no seu artigo: What Is Web 2.0?
  • Open Sources: Voices from the Open Source Revolution (em inglês). oreilly.com. Página visitada em 08 de Março de 2011.
  • What kind of internet operating system do we want? (em inglês). www.oreillynet.com. Página visitada em 08 de Março de 2011.
  • Open Source Paradigm Shift - O'Reilly Media (em inglês). tim.oreilly.com. Página visitada em 08 de Março de 2011.
  • Agência Estado. O pai da internet repensa a rede. Página visitada em 2 de junho de 2007.
  • Berners-Lee Disses Web 2.0. www.readwriteweb.com. Página visitada em 08 de Março de 2011.
  • Web 2.0 Compact Definition: Trying Again - O'Reilly Radar. radar.oreilly.com. Página visitada em 08 de Março de 2011.
  • Tim Berners-Lee on Web 2.0: "nobody even knows what it means"