DC-UFRPE/Licenciatura Plena em Computação/AspectosHumanose Soc. naComputaçãoDC (60) EAD/Inclusão Digital

Fonte: Wikiversidade


EFEITOS DO CORONAVÍRUS NO COMÉRCIO ELETRÔNICO CHINÊS[editar | editar código-fonte]

POR: EDILSON ALVES


Em consequência de um aumento expressivo do mercado digital, atrelado a mudanças significativas de comportamento e amadurecimento dos consumidores, o comércio eletrônico se torna cada vez mais acessível e atraente. Gigantes do varejo como Amazon e Carrefour tiveram seus modelos de negócios replicados na China, o país depositou todos seus esforços para entender o perfil de consumo local com ênfase no público jovem, que gasta grande parte do tempo na grande rede de computadores. Como resultado, grandes empresas como Meituan Dianping e Alibaba se consolidaram no mercado online chinês.

Para a sobrevivência dos negócios, várias empresas chinesas de comércio off-line não tiveram alternativa a não ser migrar para as plataformas de comércio eletrônico. Tudo na China é superlativo, muito em decorrência da grande população que possui (1,4 bilhão de pessoas em 2020), os dados do comércio eletrônico do país são exorbitantes (crescimento pairando os 40% ano a ano e mais de US$ 1 trilhão em transações), principalmente das compras realizadas utilizando dispositivos móveis.

A mesma população que impulsiona o comércio eletrônico no gigante asiático passa por dificuldades inerentes ao alastre do coronavírus, a pandemia gera grande preocupação pois o número de vítimas fatais é alarmante. O surto alterou o perfil de compra dos consumidores chineses, diminuindo os gastos com setores em que há a necessidade de contato físico ou viagens. Muitos especialistas em marketing digital cogitaram que as compras online de mercadorias na China, por pessoas presas em casa, diminuiriam o problema acarretando na criação de benefícios para o comércio eletrônico, no entanto, alguns dados iniciais trazem à tona uma realidade com algumas adversidades. Devido à dificuldade de logística, problemas na cadeia de suprimentos e escassez de produtos básicos e hospitalares, os itens dificilmente chegarão a tempo aos consumidores, podendo estancar o crescimento do comércio eletrônico.

Em pesquisa realizada com mais de 300 varejistas pelo Digital Commerce 360 (organização líder em mídia e pesquisa que fornece notícias objetivas e dados competitivos em varejo eletrônico, comércio eletrônico B2B e assistência médica digital) foi diagnosticada bastante incerteza quanto às perspectivas de crescimento do comércio eletrônico devido ao coronavírus. Apenas 38% dos entrevistados esperam que as vendas subam por causa da pandemia, a grande maioria antecipa que suas vendas não mudarão ou até mesmo diminuirão. A preocupação dos varejistas decorre de problemas na cadeia de suprimentos e na demanda dos consumidores. Questionados sobre ações e medidas tomadas em resposta ao coronavírus, 20% disseram que estão “tomando uma ação agressiva”, 44% disseram que estão “tomando alguma ação” com o que há por vir e 36% estão “aguardando” para uma melhor tomada de decisão.

A gigante Alibaba lançou uma plataforma online de fornecimento business to business para agilizar o envio de suprimentos médicos e itens básicos às áreas afetadas, na China, pelo coronavírus. Batizada de Alibaba Global Direct Sourcing Platform, a plataforma funciona como uma intermediadora de informações, alinhando vendedores de suprimentos e seus respectivos produtos com as necessidades dos hospitais e autoridades governamentais dos locais afetados. A empresa definirá as especificações corretas dos suprimentos que estão sendo procurados, incluindo tipos, modelos e quantidades de produtos, e iniciará o processo de aquisição assim que os vendedores e seus produtos forem verificados. Os itens adquiridos através da plataforma irão para os hospitais respeitando níveis de urgência, prioridade e criticidade, onde são estabelecidas medidas, pela unidade de logística da Alibaba em conjunto com alguns parceiros do setor, com objetivo de agilizar o transporte, burocracias aduaneiras e entrega aos consumidores.

Embora seja necessário esperar e ver quanto choque o coronavírus causará ao comércio eletrônico e consequentemente à economia, este não é um momento de tomada de decisões reativas. Os varejistas online precisam alavancar todos os seus recursos e ativos para estimular e sustentar a demanda dos consumidores em um momento tão delicado.

Referências:[editar | editar código-fonte]

  • [1] GOIS, Amy. Tanta gente! Esses são os 20 países mais populosos do mundo em 2020. Maiores e Melhores. Disponível em: <https://www.maioresemelhores.com/paises-mais-populosos-do-mundo>. Acesso em: 18 de mar. de 2020.
  • [2] CARNEVALLI, Érica. Como a China digitalizou o seu varejo – e se tornou o maior ecommerce do mundo. Época Negócios. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2019/08/como-china-digitalizou-o-seu-varejo-e-se-tornou-o-maior-ecommerce-do-mundo.html>. Acesso em: 18 de mar. de 2020.
  • [3] Coronavírus e e-commerce: realidade complicada. E-Commerce Brasil. Disponível em: <https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/coronavirus-e-e-commerce-realidade-complicada>. Acesso em: 18 de mar. de 2020.
  • [4] NAJBERG, Adam. Alibaba launches supplies-sourcing platform to support virus-hit areas in China. Alizila. Disponível em: <https://www.alizila.com/alibaba-global-direct-sourcing-platform-coronavirus-china>. Acesso em: 18 de mar. de 2020.