Educação Aberta/Ciência cidadã

Fonte: Wikiversidade

A ciência não é somente feita em universidades e laboratórios por cientistas (e não precisa ser). É a participação pública na investigação científica e tomada de decisões. Diversas pessoas detêm conhecimento valioso e podem auxiliar na geração de conhecimento científico. Não se trata somente da extensão universitária em seu sentido tradicional, ou de levar projetos para a 'sociedade'. Trata-se de uma ciência que serve os interesses dos cidadãos.

A ciência cidadã é uma investigação científica feita por um grupo de colaboradores que muitas vezes não são cientistas profissionais, no qual pessoas com diversos níveis e áreas de conhecimento podem estar envolvidas no processo de fazer ciência.

Modelos de ciência cidadã[editar | editar código-fonte]

A ciência cidadã pode ser entendida de formas variadas. Na mais tradicional, a ciência cidadã é aquela onde voluntários do público em geral participam do processo de coleta e análise de dados; outra mais ampla inclui a população em geral no processo de elaboração das perguntas, hipóteses e interpretação dos resultados.

Atualmente os debates em torno da ciência cidadã não focam apenas no escopo das atividades científicas, mas também sobre quem é esse "voluntário" e como a esquipe de ciência cidadã pode ser composta.

Não há uma definição totalmente aceita por todos, mas entende-se por ciência cidadã aquela que engaja o público em geral em suas atividades, sejam intelectuais ou estruturais a população se envolve no desenvolvimento científico em uma proposta mais democrática de ciência.

  • Modelo A — inserem-se as experiências de colaboração entre os próprios cientistas e suas instituições.
  • Modelo B - o público está presente como produtor ou coletor de dados.
  • Modelo C - é o público que analisa os dados produzidos ou disponibilizados por cientistas profissionais, instituições científicas ou órgãos governamentais.
  • Modelo D, os cidadãos participam de todas as etapas do processo de produção, sistematização e difusão de novos conhecimentos[1].

Numa perspectiva mais tradicional, a abordagem a qual envolve voluntários para a coleta e análise de dados em investigações cientificas representa uma das maneiras de participação da comunidade. Contudo, podemos verificar formas mais abrangentes, como, por exemplo, uma participação mais ampla da comunidade, não somente como fonte de dados, mas incluir seus cidadãos no processo de elaboração de hipóteses e mesmo a interpretação dos dados coletados.

Há também um estreitamento das relações entre cientista e voluntário (que representa o cidadão), o qual pode também contribuir com esforço intelectual, ferramentas e mesmo instalações. Existem diferentes níveis de participação, que parte desde a abertura dos sistemas de produção cientifica à participação dos voluntários na produção do resultados dos estudos (apresentando não somente dados e hipóteses, mas contribuindo para as conclusões e fornecendo interpretações para o trabalho produzido).

Vantagens[editar | editar código-fonte]

  • Democratização;
  • Novas formas de produção da ciência;
  • Diálogo e articulação entre diferentes tipos de conhecimento e de saberes;
  • Reconhecimento e mobilização da diversidade de atores sociais que são produtores de conhecimento e de experiências de aprendizado altamente relevantes, mas são desconsiderados pelos espaços institucionais tradicionais onde se produz e ensina ciência.

Desafios[editar | editar código-fonte]

  • Modificar mecanismos institucionais existentes;
  • O diálogo com o "outro";
  • Na vertente instrumental da ciência cidadã, arrisca-se a não democratização do processo.

O acesso aberto ao conhecimento científico (publicações abertas) permite a construção de um documento coletivo em que várias pessoas podem editar ao mesmo tempo.

O foco do acesso aberto é que o público deve estar bem informado e bem instruído, e que para além de garantir o acesso, é preciso também que o documento seja de fácil compreensão[2].

Exemplos de ciência cidadã[editar | editar código-fonte]

SIBBr[editar | editar código-fonte]

Sistemas de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira, é uma plataforma online que contêm dados sobre a biodiversidade e ecossistemas do Brasil e do exterior, foi criada em 2011 com ajuda do Governo Federal cujo objetivo é facilitar e estimular a publicação e a integração, subsidiar pesquisas e facilitar na criação de políticas públicas, é gerida de forma colaborativa. Conta com 106 instituições participantes, 197 coletas e 375 conjunto de dados.

O modelo de ciência cidadã é composto pela parceira de amadores e cientistas na coleta de dados, uma grande vantagem é poder submeter as informações de qualquer lugar do Brasil ou do mundo, com esse intuito foi criada a Rede Brasileira de Ciência Cidadã em Biodiversidade cujo objetivo é promover o intercâmbio entre as iniciativas brasileiras, com a gestão compartilhada de ferramentas de comunicação e engajamento da sociedade.

Link: https://sibbr.gov.br/ https://www.sibbr.gov.br/cienciacidada/#/about

Centro UnB Cerrado[editar | editar código-fonte]

O projeto Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros visa, integrar a comunidade acadêmica e comunidades locais na produção de conhecimentos relativos à realidade regional, e cuidar para que os novos conhecimentos beneficiem prioritariamente toda a região pesquisada, sua cede é na chapada dos Veadeiros, e possui cerca de 15 subprojetos em desenvolvimento contínuo com participação da comunidade local.

Link: https://unbcerrado.unb.br

Eu-Cidadão[editar | editar código-fonte]

Plenarinha da Educação Infantil”, que teve a intenção de incentivar os docentes a desenvolverem práticas pedagógicas para a escuta sensível e atenta às crianças, de forma a considerar a percepção delas acerca das situações que vivenciam na escola e na cidade, em interlocução com o Plano Distrital pela Primeira Infância – PDPI.

Link: final_cartilha ed. infantil 2.pdf

Projeto[editar | editar código-fonte]

Foi nessa linha de raciocínio que nós, Bruno Ferreira e Manuela Melo, pensamos em um projeto (rede social/ site/banco de dados/glossário) sobre gênero e sexualidade com foco nos professores recém formados de ciências e biologia para trabalharem em sala de aula. A ideia é permitir o acesso livre de compartilhamento e edição de cartilhas, uploads de vídeos autorais, artigos sobre o domínio do assunto, visto que o professor de ciências e biologia não sai capacitado da graduação para trabalha temas que envolvem gênero e sexualidade abordagem de gênero e sexualidade nas escolas, ainda que o interesse na produção acadêmica acerca desses temas seja crescente.

Trabalhar gênero e sexualidade nas escolas é um tabu e deve ser um papel não somente do professor como de toda a instituição, logo a construção de um material didático poderá auxiliar a prática pedagógica dos professores de ciências e biologia, como um meio de eliminar esses tabus e desmistificar os temas que envolvem o gênero e a sexualidade humana. O objetivo é a aproximação da universidade e escola por meio do uso da produção acadêmica na sala de aula.

Perguntas que originaram o texto[editar | editar código-fonte]

  1. O que é a ciência cidadã?
  2. De que maneiras cidadãos participam e podem participar em pesquisas científicas?
  3. Quais as possíveis vantagens e barreiras da participação cidadã na pesquisa científica? Pense na nossa realidade e contexto.
  4. Imagine um projeto de pesquisa envolvendo escolas. Como a participação de professores e alunos poderia ser feita na ótica da ciência cidadã? Para ajudar a pensar, veja esse vídeo sobre ciência na escola e contraste com esse exemplo (legendas em português). Agora pense na realidade de escolas do DF e descreva como poderíamos pensar em projetos de ciência cidadã na nossa cidade? Quem se envolveria? O que poderia acontecer? Como?
  5. Procure dois exemplos de projetos de ciência cidadã, sendo ao menos um envolvendo escolas (não vale os que estão acima). Para cada um: (1) escreva um parágrafo descrevendo o projeto e (2) coloque ao menos um link para o projeto.

Saiba mais![editar | editar código-fonte]

Participantes[editar | editar código-fonte]

Gabriela Maria, Nayara, Amanda, ThaynáManuela

Gabriela Maria, Nayara, Amanda, Thayná, Bruno, Brenda

  1. PARRA, H. Z. M. Ciência cidadã: modos de participação e ativismo informacional. In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A. H. (Eds.). . Ciência aberta, questões abertas. Brasília: IBICT, 2015. p. 121–143. Disponível em: http://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/1060/1/Ciencia%20aberta_questoes%20abertas_PORTUGUES_DIGITAL%20(5).pdf
  2. Acesso aberto. Disponível em: Educação Aberta/Acesso aberto