Educação na Web/Material de apoio docente para Zika

Fonte: Wikiversidade

Este material foi produzido pelos alunos do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo, durante a Disciplina BIZ-0444 Internet no Ensino de Ciências e Biologia, em dezembro de 2015, criada e ministrada por Atila Iamarino e Sônia Lopes. Aqui deixamos disponível o material de apoio e propostas de atividades para que professoras e professores possam trabalhar com o zika vírus e a febre por zika em sala de aula, com uma abordagem voltada para como investigar e desmentir os boatos que surgem.

Caso queiram trabalhar com uma sequência didática, sugerirmos a atividade proposta pelo grupo 3, que prevê diferentes abordagens. Parte da atividade do grupo 3 está apresentada abaixo, incluindo um guia de leitura crítica. Dos objetivos da atividade: "Espera-se que os alunos compreendam as diferentes estruturas e argumentos presentes em boatos (citação de autoridade, apelação, caráter emergencial etc.) e textos científicos, por meio do uso do guia de leitura."

Para sugestões ou retorno quanto à aplicação do material aqui apresentados, deixe comentários no link "Discussão" no canto superior esquerdo desta página.

Boatos tratados[editar | editar código-fonte]

Mosquitos transgênicos/Zika[editar | editar código-fonte]

Feito pelo Grupo 1: Bárbara, Eunizinis, Karina, Marilia e Rejane.

Tratamentos alternativos para doença Zika[editar | editar código-fonte]

Feito pelo Grupo 2: Carolina, Diego, Kamila, Marcelo e Rafael

Origens do Zika vírus[editar | editar código-fonte]

Feito pelo Grupo 3: Alfredo, Andréa, Arthur, Beatriz e Tainá

Vacina vencida como causadora da Microcefalia[editar | editar código-fonte]

Feito pelo Grupo 4: Arthur, Eduardo, Giovane, Giovani, Vinicius

Sintomas neurológicos em crianças e idosos[editar | editar código-fonte]

Feito pelo Grupo 5: Eric, Fábio, Pedro, Ana e Vitor

Prevenções alternativas para o Zika[editar | editar código-fonte]

Feito pelo Grupo 6: Duílio Rodrigues de Oliveira, Raphael de Lucca, Leandro Antoniolli Mescyszyn, Ana Clara Corsi, Nathália Caldeira Dias

Agrotóxicos e Desnutrição como causa do surto de microcefalia[editar | editar código-fonte]

Feito pelo Grupo 7: Talitha, Vinicius, Lucas, Gabriel, Renan, Roberto, Francisco G. de S. Cabral

Zika como arma biológica[editar | editar código-fonte]

Feito pelo Grupo 8: Amanda Rossini, Felipe Leite Mantovani, Suzana Helena Luchesi

Zika criado pelos Rockfeller[editar | editar código-fonte]

Pyriproxyfen como causa do surto de microcefalia[editar | editar código-fonte]

Guia de Leitura*[editar | editar código-fonte]

Aos professores:

Trazemos aqui um conjunto de perguntas orientadoras, com o intuito de auxiliar tanto os próprios professores quanto os alunos a realizarem boa leitura de textos, estimulando a leitura crítica. Espera-se que os leitores tenham maior facilidade de entender os pontos principais de cada texto e, a partir disso, sejam capazes de realizar discussões enriquecedoras.

Vale lembrar que esse recurso didático pode ser utilizado em diversos contextos, a partir de qualquer texto desejado. Aqui, é trazido como complemento à sequência didática sobre a origem do Zika vírus.


Guia de Leitura para os Professores[editar | editar código-fonte]

  1. Quem é(são) o(s) autor(es) do texto?
  2. Quando esse texto foi publicado?
  3. Qual é o ponto principal defendido no texto, dentro do contexto avaliado (Exemplo: o que é defendido sobre a origem do vírus Zika?)
  4. Onde essa informação está disponível? (Exemplo: Revista científica? Site de notícia? Blog?)
  5. Quais o(s) argumento(s) presentes no texto?
  6. Quais as motivações desses argumentos? (exemplo: Econômicas? Emocionais? Racionais?)
  7. Quais as evidências que dão base a esses argumentos?
  8. Há contra-argumentos que desmintam as afirmações do texto?

Guia de Leitura para os Alunos[editar | editar código-fonte]

  1. Quem é(são) o(s) autor(es) do texto?
  2. Quando esse texto foi publicado?
  3. Qual é o ponto principal defendido no texto, dentro do contexto avaliado (Exemplo: o que é defendido sobre a origem do vírus Zika?)
  4. Onde essa informação está disponível? (Exemplo: Revista científica? Site de notícia? Blog?)
  5. Quais o(s) argumento(s) presentes no texto?
  6. Quais as motivações desses argumentos? (exemplo: Econômicas? Emocionais? Racionais?)
  7. Quais as evidências que dão base a esses argumentos?
  8. Organize os eventos citados no texto em ordem cronológica, quando possível. (Exemplo: organize a sequência cronológica de países que foram atingidos pelo vírus Zika.)

Atividade*[editar | editar código-fonte]

*Produzido por Alfredo Sousa, Andréa Grieco Nascimento, Arthur Santos Cavalcante, Beatriz Foganholi Fernandes, Tainá Figueiredo

Segue abaixo uma sugestão de dinâmica a ser feita com os alunos para abordar qualquer tema elencado acima, podendo também ser transposta para os mais variados exemplos do cotidiano.

 Dinâmica de aplicação[editar | editar código-fonte]

A dinâmica consiste em uma discussão inicial sobre Zika vírus, com a participação dos alunos como ponto principal da discussão, apresentando seus conhecimentos prévios sobre o tema. Espera-se que o desenvolvimento da discussão auxilie os professores a darem foco à dinâmica, tendo em vista os objetivos da sequência didática proposta. Em seguida é proposta a aplicação de um painel integrado e um jogo como recursos didáticos, como detalhado a seguir. Vale lembrar que trazemos aqui uma sugestão de sequência didática, que pode ser adaptada da maneira que for desejada pelos professores.

Parte 1[editar | editar código-fonte]

Discussão inicial:[editar | editar código-fonte]

Objetivo: Espera-se que os alunos atentem para o tema “Zika vírus” e para a presença de boatos sobre ele, de forma a contextualizar a dinâmica que será feita.

Propõe-se que os professores abordem sobre a epidemia de Zika vírus no Brasil, analisando o que os alunos conhecem sobre o tema. Além disso, é importante comentar que boatos surgem neste contexto, de forma a que os alunos entrem em contato tanto com boatos quanto textos científicos e os comparem com base no guia de leitura.  

Painel Integrado:[editar | editar código-fonte]

Objetivo: Espera-se que os alunos compreendam as diferentes estruturas e argumentos presentes em boatos (citação de autoridade, apelação, caráter emergencial etc.) e textos científicos, por meio do uso do guia de leitura.

O Painel integrado consiste em formar grupos na sala, sendo que cada grupo ficará responsável por ler sobre um boato. Os grupos de alunos deverão receber um ou mais textos que auxiliem a desmistificar tais boatos pelos quais são responsáveis, utilizando como material de apoio o guia de leitura destinado a alunos. Além disso, os alunos podem receber um Mapa Mundi no qual devem marcar as ocorrências em ordem cronológica de Zika vírus e a data da primeira ocorrência, com base nos textos. Após a leitura e discussão dentro dos grupos, com o auxílio e possível participação dos professores, a sala deve ser reorganizada em novos grupos, sendo que cada novo grupo terá pelo menos um participante de cada grupo anterior, responsável por um dos boatos considerados na dinâmica. Nesses novos grupos, cada integrante deve repassar aos seus pares o conteúdo por ele lido e discutido na etapa anterior da dinâmica, de forma que todos os alunos se atualizem acerca da discussão em torno de cada boato. Ao final dessa etapa, seria interessante que os professores realizassem uma discussão com toda a turma, como uma forma de fechamento dessa dinâmica, a fim de sumarizar os tópicos principais que devem ser compreendidos pelos alunos.  

Propomos a seguinte organização para os professores:

  • Expor a atividade pretendida para a classe, com breve explicação do guia de leitura;
  • Separar a turma em pequenos grupos;
  • Disponibilizar como material: um texto ou comentário relacionado ao boato e um texto com referências e embasado que possibilite desmistificar o boato;
  • Observar a discussão nos grupos, tirando dúvidas e participando das discussões quando necessário;
  • Reorganização da sala nos novos grupos, disponibilizar Mapa Mundi;
  • Observar a discussão nos grupos, tirando dúvidas e participando das discussões quando necessário.
  • Ao final do painel integrado é interessante uma discussão com os alunos da sala toda, notando o que eles conseguiram retirar da atividade e utilizando o mapa produzido por eles.
Sugestão para trabalhar com mapas:[editar | editar código-fonte]
  • Cada novo grupo de alunos receberá um Mapa Mundi (impresso em folhas sulfite), junto com materiais para colorir, que serão utilizados para fazer marcações, em ordem cronológica, a partir dos dados que todos os alunos anotaram na primeira parte. Sugerimos que o professor padronize o formato das plotagens, pedindo aos alunos que utilizem cores e legenda (com o ano, mês ou mesmo o dia) para a confecção do mapa.

Parte 2 - Jogo: "Desvendando boatos"[editar | editar código-fonte]

Objetivo: Fixar e ver na prática como funcionam boatos e como procurar fontes seguras, transpondo o aprendizado para outros boatos sobre o Zika vírus, da escolha do professor. O mesmo pode ser aplicado para outros temas que envolvem informação conflitante e avaliação crítica por parte do leitor, como transgênicos, vacinas, etc.

Dinâmica: Nessa dinâmica, sugerimos que os alunos sejam separados em grupos de aproximadamente 5 alunos, em 3 categorias distintas: boateiros, cientistas e detetives/público. É importante que os professores atentem para manter uma proporção equilibrada de quantidade de alunos por categoria, mantendo-a o mais homogênea possível.

  • Grupo dos cientistas: Espalham informações científicas, disponíveis em artigos científicos (e as procuram). Ao final de todo o processo, mostram como fizeram para achar informações confiáveis e para distinguí-las. Aqui seria interessante que os professores instruíssem os alunos sobre como buscar artigos científicos na internet, pelo Google Acadêmico, por exemplo.
  • Grupo dos boateiros: Criam e espalham boatos. Ao final de todo o  processo, mostram para a turma como fizeram para criar os boatos. Também pode ser interessante que criem esses boatos com base em pesquisas realizadas pela internet.
  • Grupo detetive/público: Tentam distinguir boatos de não boatos, com base no que aprenderam com o uso de guias de leitura. Ao final mostram como fizeram e onde pesquisaram.
  • Os grupos que espalharão informações (boateiros e cientistas) sobre o Zika vírus podem utilizar, por exemplo, uma página do Fakebook (site que permite a criação de páginas de Facebook falsas, com todas as postagens podendo ser editadas da maneira desejada), criada pelos professores para ser usada e editada por toda a turma. Há um guia que traduzimos para o português de um vídeo que explica como fazer um Fakebook.
  • Os grupos podem fazer as postagens no Fakebook em tempo real na aula, enquanto os alunos detetives olham e discutem. Como as postagens serão concomitantes, é interessante haver, pelo menos, um computador por grupo.
    • Alternativa: caso não haja a disponibilidade de computadores, os boateiros e os cientistas podem trazer cartazes prontos, com as frases que postariam caso fossem utilizar o Fakebook. A discussão sobre o que é boato ou não pode ser feita pelo grupo detetive/público oralmente, com os cartazes pendurados. Se os professores acharem que seria apropriado e que a turma teria maturidade para lidar, os alunos dos outros grupos podem tentar confundir os alunos do grupo detetives/público com argumentos.
  • Sugerimos que os professores façam uso de algumas regras com seus alunos, para facilitar o uso dessa ferramenta e a avaliação por parte dos professores, como:
    • Os alunos devem escolher um nome para seu grupo e fazer posts sempre com esse nome;
    • Os nomes dos grupos não podem dar dicas sobre a atuação dos alunos (boateiros ou cientistas), tão pouco denunciar quais alunos fazem parte daquele grupo;
    • Os alunos não podem alterar ou apagar posts feitos por outros grupos;
    • Não podem alterar nem apagar cometários anteriores, feitos por colegas ou por si próprios.

Avaliação[editar | editar código-fonte]

Avaliação diagnóstica[editar | editar código-fonte]

A avaliação diagnóstica pode ser feita por meio de uma conversa inicial, onde o(a) professor(a) faz perguntas sobre a origem do Zika Vírus e sobre a suposta rota de entrada do vírus no Brasil. A partir dessa conversa o(a) professor(a) poderá saber em quais partes das atividades há maior necessidade de enfoque.

Avaliação formativa[editar | editar código-fonte]

Por meio das atividades propostas, é possível analisar e avaliar alunos de forma processual, ou seja, é possível realizar uma avaliação formativa. O principal objetivo desse processo é fornecer um retorno para o(a) aluno(a) sobre seu desempenho durante a aprendizagem de leitura crítica.

Avaliação somativa[editar | editar código-fonte]

Seria interessante que cada aluno, depois do painel, jogo, discussão com colegas e professores, escrevesse brevemente sobre o tema “Origem do Zika vírus no Brasil”. Tal trabalho será o momento do aluno com ele mesmo de modo a organizar e expor suas ideias e compreensão da atividade, sendo possível uma avaliação somativa caso necessário.