Laboratório de Jornalismo Multimídia/Apresentação/Grupo 10

Fonte: Wikiversidade

IDENTIFICAR A MATÉRIA

A matéria que foi escolhida para ser avaliada pelo grupo 10 foi “Educação contra o abuso sexual”. Essa matéria foi escrita por Marília Banholzer, jornalista do portal NE10 (onde a reportagem foi publicada). A matéria conta com várias imagens ilustrativas, e algumas de acervo pessoal de algumas entrevistadas (Luana Jordão Emerenciano, Caroline Arcari e Joselâine Conceição Veras). Também temos a presença de dois vídeos com especialistas no assunto (Jaidenize Azevedo e Julieta Jacob) que são curtos (entre 2 e 3 minutos) e deixam a entrevista mais dinâmica. Sobre o tempo para ler a matéria, é importante ter em mente que não é uma reportagem curta e rápida, é necessário dedicar um tempo para essa leitura, de aproximadamente 20 minutos (texto + vídeos). É uma matéria atemporal, por mais que seja um assunto quente e que tem sido debatido atualmente, falar sobre educação sexual terá sempre relevância enquanto for um tema tabu.


RESUMO DA PAUTA

Para resumir a pauta dessa matéria cheia de fontes entrevistadas e boa apuração, a escolha por falar de educação sexual foi bem delicada e esclarecida. A pauta não é sobre ensinar sexo para crianças e sim sobre educar as crianças para que elas saibam reconhecer um abuso e possam falar abertamente sobre isso com seus pais.


DESCRIÇÃO DA APURAÇÃO

O processo de apuração da matéria “Educação contra o abuso sexual”, de Marília Banholzer, foi baseado na fala de diversos especialistas e conta com dados numéricos e experiências que pais já tiveram com seus filhos ao educá-los. Os especialistas adicionam diferentes contribuições à reportagem de acordo com a sua área de atuação: Joel de Carvalho (especialista em educação e diretor pedagógico) consegue contar melhor como é a vivência no ambiente escolar, Jaidenize Azevedo (psicopedagoga) explica com mais propriedade a questão das descobertas sexuais na fase da infância e Inês Dias (assessora técnica da Secretaria Executiva de Políticas para a Criança e Juventude de Pernambuco) traz uma visão dos casos que chegam até órgãos governamentais. Julieta Jacob, por sua vez, aparece na matéria em formato de vídeo e, como educadora sexual, é capaz de orientar adequadamente os pais e responsáveis das crianças. Caroline Arcari, pedagoga, tem sua entrevista compartilhada de forma mais direta e dinâmica — perguntas e respostas transcritas — e esclarece dúvidas gerais sobre o tema. Além disso, a matéria é sustentada por alguns relatos de pais contando como é a sua relação com os filhos nesse aspecto da educação sexual, o que é importante para que o leitor crie uma certa conexão e se identifique com o assunto abordado na reportagem. Foram coletados para a reportagem os relatos de Luana Jordão Emerenciano, Joselâine Conceição Veras e Alessandra Oliveira — as duas primeiras tratam sobre sexo de forma mais natural e leve, enquanto a última confessa que possui dificuldade e quase nunca conversa com a filha sobre tópicos como esse. Há também como base, o caso de um garoto de 9 anos que foi estuprado por cinco colegas na escola. É o primeiro caso do cotidiano utilizado como exemplo e ele surge na matéria por meio do hiperlink. Quanto aos dados numéricos, estes vêm do Disque-Denúncia Nacional e servem para ampliar o panorama e dar uma noção real da gravidade do abuso sexual no Brasil.


DESCRIÇÃO DOS FORMATOS USADOS NA REPORTAGEM

A reportagem “Educação contra o abuso sexual” busca, como parte intrínseca deste gênero textual, informar. Neste caso, sobre a importância de se discutir sexualidade no ambiente escolar e familiar, entender como ocorrem os casos de violência infantil e encontrar soluções para este problema. Todos os pontos acima direcionados ao leitor deste material. Tal meta pode ser considerada atingida, tendo em vista a estruturação deste pedaço jornalístico. Marília Banholzer, detentora da reportagem, introduz de forma simples e sucinta o tema que será abordado, com um questionamento pontual e reflexivo ao leitor “Agora, quando uma criança violenta outra criança, de mesma idade, por exemplo, essa reação inicial passa por uma espécie de busca para encontrar o “culpado” nessa situação. A pergunta “de quem é a culpa?”. Em seguida, ela apresenta a pedagoga e educadora sexual, Caroline Arcari, figura de certa relevância na área da educação sexual, que servirá de fio condutor para o andamento da matéria, tendo em vista a entrevista que ela concedeu para Marília. A aparição de Caroline, outras profissionais da área, educadores, mães e filhas ressalta o trabalho pela busca de fontes confiáveis, contribuindo para a legitimidade e credibilidade da matéria, características fundamentais para a elaboração de uma reportagem de sucesso e respeito entre aqueles que buscam informação sobre o assunto. No quesito da estética, o material é elaborado de forma ortodoxa. Imagens, ilustrações e vídeos posicionados estrategicamente perto do assunto abordado colabora para uma melhor coesão é apenas um dos aspectos explorados, além de facilidade de leitura e entendimento desta reportagem.


ANÁLISE DOS FORMATOS USADOS NA REPORTAGEM

As entrevistas com profissionais das áreas da educação e da pedagogia permeiam a reportagem, assinada por Marília Banholzer, do início ao fim veiculando a ela uma infindável credibilidade. Em uma, Caroline Arcari, especialista em pedagogia e educação sexual, foi a voz principal do segmento “Entrevista” onde respondeu cinco questionamentos acerca da sexualidade infantil de forma transparente não abdicando de uma tremenda simplicidade na linguagem, algo característico da reportagem, que busca elucidar um público alvo de pais e responsáveis despreparados. Dois hiperlinks são incorporados no corpo do texto. Essa dinâmica estimula o leitor a consumir outros conteúdos externos a reportagem, mas relacionados a ela . O primeiro, conduz o leitor chocado instantaneamente para uma notícia de um caso de estupro coletivo de crianças a um menino, 9, portador de necessidades especiais em uma escola. O segundo, nos guia até o site do livro “Pipo e Fifi: prevenção da violência sexual na infância”. Inserido dentro do bloco “Jogos Sexuais” encontramos um vídeo de Jaidenize Azevedo, que explana acontecimentos frequentes com relação ao conhecimento das crianças enquanto seus órgãos genitais e de maneira ponderada aconselha os responsáveis a agir de acordo com as situações. Juliana Jacob, no “Como e quando falar de sexo” explana em vídeo a importância dos responsáveis em “se conectar” com suas crianças quebrando o tabu ainda muito presente na sociedade brasileira de não falar de sexo com as crianças como mostra a enquete realizada no final da reportagem onde 38% das respostas apontam para um não para a seguinte pergunta: você já chamou seus filhos para uma conversa franca sobre sexo?


CONEXÃO COM REDES SOCIAIS

A matéria oferece duas formas de compartilhamento: no Facebook e Twitter. Todos os vídeos possuem o botão de compartilhamento, e dá ao leitor 3 opções: Facebook, Twitter ou “copiar link”. Além de ter um campo para comentários no final, onde o leitor pode se conectar via Facebook, Twitter, ou uma conta no Google ou na plataforma “Disqus”.


AVALIAÇÃO DA REPORTAGEM COM BASE NAS TRÊS FONTES DE “O QUE SE DEVE APRENDER EM JORNALISMO MULTIMÍDIA?”

A reportagem “Educação contra o abuso sexual”, de Marília Banholzer, aborda uma pauta polêmica e, ainda, pouco discutida de maneira eficiente pela sociedade. Ressaltando que trata-se de uma produção rica em fontes e estatísticas, no decorrer da matéria é possível interagir com a informação por meio da combinação de mídia estática e dinâmica, ou seja, é apresentado ao leitor uma leitura textual e visual, rica em imagens, vídeos, hiperlinks e até mesmo uma enquete. Por encaixar-se dentro do Jornalismo Multimídia, a reportagem traz consigo um vasto repertório informacional, que, segundo Milia Eidmouni, jornalista e co-fundadora da Syrian Female Journalists Network, “jornalistas precisam achar a pauta que importa, para uma comunidade, uma cidade, um país, um planeta, e daí o formato surge organicamente.” A partir disso, ao selecionar a pauta sobre abuso sexual e a educação contra esse problema, Banholzer acertou em cheio no tema que, literalmente, cutucaria uma das mais graves feridas do Brasil. Já para Edson Capoano, doutor em Comunicação e Cultura, o jornalista deve saber combinar as competências técnicas e informativas, isto é, coletar as informações necessárias e organizá-las de forma que, no final, haja uma função social presente no conteúdo produzido. Baseando-se no trabalho de Marília, é certo que ela soube encaixar e recombinar, com maestria, a estrutura do texto e da matéria. Ao longo dela é visto a transição textual a partir da introdução, depois o desenvolvimento e os depoimentos de especialistas, seguida de uma entrevista no estilo pingue-pongue, para, no final, apresentar mais texto e uma parte em tópicos. Segundo Raju Narisetti, professor na Columbia Journalism School, “o principal é ter repertório de mídias”, o que, avaliando significa saber exatamente como trabalhar no ambiente da comunicação multimidiática. Ou seja, pautar, apurar e convergir o conteúdo com a tecnologia à favor da informação. Com isso, Banholzer constrói a reportagem na mais minuciosa delicadeza (tendo em conta o tema), estruturando-a com o auxílio do melhor que os meios multimídia têm a oferecer ao universo jornalístico.


EXPOR O QUE CADA ESTUDANTE FEZ PARA A TAREFA

Para organizar melhor o fluxo do grupo, resolvemos distribuir os tópicos que foram pedidos pelo professor João Alexandre Peschanski da seguinte maneira: - Identificar a matéria (Victoria Martinelli)

- Resumir a pauta, em até 300 toques (Victoria Martinelli)

- Descrever a apuração, em até 2.000 toques (Tiemi Osato)

- Descrever formatos usados na reportagem, em até 2.000 toques (Rafael Marson)

- Analisar formatos usados na reportagem, em até 2.000 toques (Pedro Ferri)

- Descrever a conexão com redes sociais, em até 1.000 toques (Victoria Martinelli)

- A partir de três fontes de "O que se deve aprender em Jornalismo Multimídia?", avaliar a reportagem, em até 2.000 toques (Yasmin Altaras)

- Expor o que cada estudante fez para a tarefa (Victoria Martinelli)

Dessa forma, ninguém ficou sobrecarregado com maiores partes que os outros. Fizemos um trabalho conjunto para escolher a melhor maneira de organização e distribuição e chegamos nesse modelo.