Laboratório de Jornalismo Multimídia/Apresentação/Grupo 9

Fonte: Wikiversidade

1- Identificar a matéria

Áreas mineradas: um passivo em recuperação.

A matéria foi produzida por meio do site “Atavist”.

Escrito por Bruna Borges e Marciano Bortolin.

A matéria é composta por 4 vídeos que, somados, totalizam 10 minutos e 28 segundos de material audiovisual. Já para ler o texto completo, se leva em torno de 35 minutos para consumir todo conteúdo.

Os personagens presentes na matéria são: Inês Neves da Silva, Valdemar Szlachta, Moacir de March, Filipe Barchinski, Anderson Lodetti de Oliveira, Roberto Romano Neto, Renato de March e João Marcos Oliveira Anelli.

2- Resumo da pauta

A pauta tem como objetivo mostrar a dificuldade em reestruturar áreas naturais depois de exploradas sem nenhum cuidado ou precaução, comprometendo tanto o meio ambiente quanto os custos para as empresas mineradoras, causando assim uma recuperação sem data estimada e sofrida pela incerteza de que as terras voltem a ser como já foram antes de devastadas.

3- Apuração

A apuração é feita com base tanto em entrevistas com fontes primárias quanto com pesquisas profundas com base em fontes secundárias, como históricos, documentos, entre outros.

   Como fontes primárias, a reportagem mostra entrevistas com testemunhas que vivenciaram a extração de carvão no município, como Moacir de March, agricultor que foi diretamente afetado pela mineração, ou que moram atualmente no local, como Inês Neves da Silva, dona de casa que, apesar de não ter sido diretamente afetada pelo ocorrido, mora no local e convive com algumas das consequências. Além disso, apresentam relatos e respostas de representantes das empresas e instituições ligadas ao acontecimento, como João Marcos Anelli (presidente da Associação de Desenvolvimento da Microbacia do Rio Morosini e Volta Redonda, criada em razão ao processo de restabelecimento da comunidade) e Filipe Barchinski, gerente de Desenvolvimento Ambiental da FATMA (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina).  

Como fontes secundárias, a reportagem apresenta uma pesquisa aprofundada, mostrando, por exemplo, o histórico da Ação Civil Pública (ACP) do Carvão em um gráfico que vai de 1993 a 2009, com todo o processo escrito detalhadamente. Também apresenta, através de infográficos, ações movidas por empresas carboníferas com o objetivo de diminuir os impactos ambientais causadas por suas ações, como um maior controle nos depósitos de rejeitos e introdução de Sistemas de Gestão Ambiental, que resultou na certificação ISSO-14.001, além de apresentar os fatores resultantes de tais ações no mesmo infográfico.

A reportagem complementa sua apuração com diversos documentos e comunicados providos de empresas que lidam com impactos ambientais e processos de mineração e mostra também como anda as recuperações em áreas que sofreram impactos similares com o município apresentado no começo da matéria, com fotos dos locais, dados fornecidos e entrevistas com múltiplas fontes primárias.

4- Descrever formatos usados na reportagem

Após realizada a leitura da reportagem Áreas Mineradas: um Passivo em Recuperação e de sua análise, foi possível identificar, além do próprio texto, seis diferentes formatos usados para complementar o conteúdo da matéria: o vídeo, a fotografia, o infográfico e outros recursos gráficos - sendo eles um mapa da região, tabelas de dados e gráficos de barras.

A reportagem conta com quatro vídeos diferentes: três deles são de entrevistas com fontes que comentaram, por exemplo, sobre o cotidiano enquanto moradores da região afetada e a legislação que envolve as explorações minerais; enquanto o quarto é um material cedido pelo Centro Tecnológico da SATC, com o intuito de mostrar a situação do território e as áreas em processo recuperação ambiental.

As fotografias da matéria fazem jus aos conceitos fotojornalísticos, não sendo retratos posados das fontes, e contendo legenda e crédito ao fotógrafo. A reportagem também contém uma sessão de slides de fotos, que retratam a comunidade de Rio Morosini após o processo de recuperação ambiental.

Além disso, pode-se contar com quatro diferentes infográficos ao longo da matéria: o primeiro explica o que é a máquina Marion, utilizada no processo de exploração de carvão; o segundo, ilustra o histórico da Ação Pública (ACP) do carvão, de 1993 até 2006; o terceiro se refere às empresas carboníferas; e, por fim, o quarto retrata a mineração de carvão em Santa Catarina.

A reportagem também apresenta um mapa da região para ilustrar as quatro diferentes Bacias Hidrográficas, servindo como apoio para o conteúdo do texto, e um gráfico de barras sobre o processo de recuperação ambiental à medida do tempo. Por fim, três tabelas complementam o texto: a primeira diz respeito ao monitoramento da cobertura do solo de 2005 até 2015; a segunda é sobre o tratamento dos efluentes das minas realizado em Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs); e, por último, a terceira traz uma análise dos resultados de tratamento das águas ao longo de 13 anos.

5- Analisar os formatos usados na reportagem

As imagens na reportagem ilustram informações e fatos mencionados anteriormente, dando uma noção maior do que está sendo descrito, como a família De March, as placas indicativas nas propriedades, a degradação em consequência da exploração de carvão, as áreas de recuperação ambiental. As imagens são essenciais para entender a real situação da região, como nas fotos antes e depois utilizadas para maior compreensão de como a restauração das terras está sendo feita. Três fotos apresentam entrevistados e possuem junto alguma citação que já está no texto, ou seja, reafirmando aquela fala dita por eles.

Outra mídia bastante utilizada são os vídeos com entrevistas. Três vídeos trazem quatro entrevistados, mostrando todos os lados da história: dois moradores da região, um procurador da república e um gerente de Desenvolvimento Ambiental. As informações ditas complementam e reforçam ideias apresentadas nos parágrafos que antecedem e sucedem. Também há um quarto vídeo de autoria do Centro Tecnológico da Satc que mostra imagens aéreas das áreas impactadas, as em processo de recuperação e as em processo de monitoramento. Esse vídeo além de ilustrar tudo o que foi dito durante toda a reportagem, funciona também como uma forma de comprovação das informações expostas tanto pelas entrevistas nos vídeos, quanto pelos fatos no texto.

Além de vídeos e fotos, há certos “cartazes” ao lado do texto que apresentam informações extras que complementam o que está sendo dito, como uma imagem da máquina Marion com uma breve explicação de sua história e de como ela funcionava. Há também uma linha do tempo que complementa informações nos anos citados no texto. Esses “banners” são informações adicionais que complementam, mas não são essenciais.

Gráficos, mapas e tabelas trazem informações extras também, o que traz maior autoridade para os fatos anteriores e dá uma noção ampla sobre a extensão da revitalização da região.

6- Descrever a conexão com as redes sociais

A repercussão que o conteúdo tem pelas redes sociais não é tão grande quando comparado com a importância do assunto em si, uma das áreas onde as pessoas mais têm interesse sobre esse tema é no Sul do país, justamente onde existem várias áreas que são mineradas e afetadas pela exploração humana. Embora no Instagram não exista uma discussão sobre o assunto ou até mesmo um perfil do portal de notícias da matéria, já no Facebook a visão é outra. A página do portal em que o conteúdo foi postado possui mais de 40 mil pessoas engajadas e discutindo sobre o assunto. Também é possível perceber que no Twitter não se perde seu destaque, quando várias empresas, pessoas indignadas com mineradoras e portais de notícias postam e discutem bastante o assunto, sendo assim, é possível observar que o assunto para discussão possui uma maior aceitação no Twitter e Facebook.

7- A partir de três fontes de "O que se deve aprender em Jornalismo Multimídia?", avaliar a reportagem, em até 2.000 toques

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, Bianca Santana argumenta que a dedicação em escrever bons textos jornalísticos, apesar de essencial, não é o suficiente para formar um bom profissional da área. Para que isso ocorra, é necessário saber manipular bem as ferramentas e formatos multimídia para que "se tenha autonomia para trabalhar em instituições, grupo ou individualmente, em projetos variados". Partindo de tal pressuposto, pode-se julgar a reportagem escrita por Bruna Borges e Marciano Bortolin como um ótimo material, já que a dupla foi capaz de explorar diversos formatos aqui já citados, como as entrevistas em vídeo e os infográficos criados para complementar o conteúdo discutido ao longo do texto. Santana também comenta que é preciso saber "códigos de programação, algoritmos, estatística e dados", o que Áreas Mineradas: um Passivo em Recuperação cumpre, considerando as tabelas estatísticas e de dados presentes no final do trabalho.

Já de acordo com Edson Capoano, é preciso aprender a criar narrativas com sentido através de diferentes suportes. A reportagem analisada consegue fazer isso, combinando e selecionando informações em diferentes formatos e plataformas, criando sentido e mantendo a função social, dessa vez mais abrangente por manipular diversas mídias.

Conforme Carlos d’Andréa, a principal competência que se espera no uso profissional na comunicação digital é o trabalho com dados, datificação, etc. Relacionando essa informação com o extenso trabalho de coleção de dados apresentado na reportagem analisada e seu uso como fonte e conteúdo para infográficos, nota-se que o meio digital foi utilizado habilmente como meio de comunicação por parte dos jornalistas, seguindo o ideal de acordo com a fonte.

8- Expor o que cada estudante fez

Dividimos o trabalho em 4 partes. Marina, Mariana e Nathalia ficaram responsáveis por falar sobre as 3 reportagens “O que se deve aprender em Jornalismo Multimídia.” Matheus ficou responsável por identificar a matéria, resumir a pauta e descrever a conexão com as redes sociais. Nathalia também descreveu a apuração, enquanto Marina descreveu os formatos da reportagem e Mariana os analisou.