Wikinativa/Bela Aurora

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Bela Aurora é uma comunidade quilombola localizada no Estado de Pará, no município de Cachoeira Piriá.

Em 2004, quando foi realizada a emissão da titulação da comunidade, pelo Incra, o quilombo possuía 32 famílias.

O povoado foi fundado por Agostinho Caldas inicialmente com o nome de Tira Couro. Posteriormente, ficou sob o jugo de Guilherme Linde que rebatizou a comunidade de Bela Aurora.Segundo informação obtida junto ao Incra, foram identificadas 76 famílias ao todo como ocupantes no território da comunidade , perfazendo 315 pessoas.

Localização[editar | editar código-fonte]

Localizada no Estado de Pará, no município de Cachoeira Piriá.

Veja no mapa

História[editar | editar código-fonte]

No período entre os séculos XVIII e XIX, foi formada a maior parte dos quilombos do atual Estado do Pará. Ao fugir para esses aldeamentos, conhecidos também por mucambos, o escravo conquistava a autonomia e a liberdade de ação e de movimento. Entretanto, era uma decisão arriscada, pois esses escravos não possuíam conhecimento do local onde se encontravam e nem das rotas possíveis para a fuga "segura", igual a um nativo.

Ao longo do tempo, a fuga passou a ser uma estratégia coletiva de resistência ao regime escravista. Surgiram personagens como, por exemplo, os acoutadores, que guiavam os grupos de escravos fugitivos para os quilombos, de modo mais seguro e incentivando assim novas fugas. Esses acoutadores tornaram-se muito rapidamente os principais inimigos dos proprietários de escravos.

A organização permitiu que o número de fugas e escravos aumentassem, assim, os quilombos cresceram rapidamente, pois eram o principal foco dos escravos que escapavam das cidades e das fazendas. A fuga de escravos tornou-se um processo contínuo e rotineiro a partir da segunda metade do século XVIII e início do XIX, quando também aumentaram as notícias sobre os quilombos na imprensa local.

A desestabilização político-econômica ajudou nesse processo. A decadência dos engenhos de cana-de-açúcar, por exemplo, facilitou a fuga dos escravos. Além disso, após a independência do Brasil, as crises políticas em Belém, capital da província, possibilitaram a fuga em massa dos escravos que viviam na área urbana.

Os mucambos passaram a ser tão numerosos que, não raro, a imprensa alegava que havia mais negros morando em quilombos do que em cativeiros.

A destruição dos quilombos, portanto, passou a ser uma prioridade do governo. Diversas expedições foram organizadas com o objetivo de capturar os negros fugidos. Em 1841, uma corporação especial de capitães-do-mato foi criada para dar maior cobertura às ações.

Na divisa do Pará com o atual estado do Maranhão, havia dois rios denominados Gurupi e Turiaçu, onde entre eles se localizava um porto que servia ao comércio negreiro. A região era uma importante zona de migração de escravos das províncias do Grão-Pará e do Maranhão. Os escravos desta região fugiram para as florestas próximas.

Há comunidades remanescentes nessa região, como Camiranga e Bela Aurora, que já estão com suas terras tituladas e delimitadas.

Cosmologia e Religiosidade[editar | editar código-fonte]

São Católicos Apostólicos Romanos

Aspectos Culturais[editar | editar código-fonte]

Preto Velho é a figura central na construção da ancestralidade e de uma linha na história da escravidão. A genealogia dos atuais moradores remete à escravidão e aos escravos que fugiram do estado do Maranhão para o estado do Pará, e estas fugas estão relacionadas às tentativas de busca de ouro em garimpos na região do Pará.

A comunidade Bela Aurora é caracterizada por um povoado de agricultores, mas também têm a pesca como atividade, apenas para consumo interno. Possuem pequenos pastos para criação de gado e animais de pequeno porte e também têm outras atividades como as Casas de Farinha e o cultivo de diversas frutas, incluindo o açaí, que por assumir uma grande importância para a comunidade como complemento da renda familiar deu origem à festa do açaí.

Conhecimento tradicional[editar | editar código-fonte]

Não há informações

Situação territorial[editar | editar código-fonte]

"A Identificação e Delimitação das terras ocupadas pelos remanescentes das comunidades de quilombo de Bela Aurora, segundo informações obtidas junto ao Órgão em Belém , nos termos do artigo 9◦ e 10◦ da Instrução Normativa 16 de 24/03/04, c/c com artigo 3◦ do Decreto 4.887 de 20/11/03 foi feita em 16 de novembro de 2004. A assinatura da titulação da área pelo Presidente do INCRA ocorreu em 14/12/04."

A entrega dos documentos de posse marcou a cerimônia realizada pela Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).

"Com esse título, agora a gente pode se considerar dono do nosso território. O titulo é o documento que prova: o território é nosso. Ninguém pode tomar. Além disso, o título aumenta a nossa chance de conseguir crédito e financiamento em qualquer banco." palavras de Carlos Ferreira, do quilombo Bela Aurora.

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]