Wikinativa/Vivência na aldeia Guarani Rio Silveiras 2022/Relatório do Grupo de Alinentaçãote (2022)

Fonte: Wikiversidade

Apresentação

O presente relatório refere-se à descrição das atividades desenvolvidas pela viagem de campo na aldeia Rio Silveira promovida pela disciplina Seminário de Políticas Públicas Setoriais II. Essas atividades foram executadas no período de 04 a 06 de Novembro de 2022 no Parque Estadual da Serra do Mar em Bertioga, São Paulo. Os estudantes e o professor responsável pela disciplina, Jorge Machado, o professor convidado, André Simões, da Universidade de São Paulo(USP), além de dois monitores, João Pedro Mathias e Yure Alves e dois tutores Gabriela Rosa Medeiros e Rocio de Pilar,vivenciaram experiências em parceria com os líderes políticos, religiosos e a população em geral da Aldeia. O relatório buscou analisar as percepções da viagem, relacionado com os conceitos vistos em aula e abordar o aspecto alimentar e nutricional.

O relatório foi elaborado pelo grupo responsável pela atividade Alimentação Saudável, composto por:


Bianca Ramalho de Oliveira (14218408)

Isabella Oricolli da Silva (11770077)

Júlia Mota Silva (10722407)

Leandro de Andrade Teis (10816516)

Lucas Araujo Brasileiro(10782590)

Marcos Vinicius Rossi(11206618)

Tayna Suemy Vitor (11366274)

Victória Helena Craveiro Marcondes (11172862)


Introdução

A aldeia fica localizada na divisa dos municípios de Bertioga e São Sebastião, as terras indígenas da aldeia demarcadas ocupam cerca de 948 hectares em área adjacente ao Parque Estadual da Serra do Mar. O território abriga cerca de 130 famílias, ou aproximadamente 700 indígenas da etnia tupi-guarani. O local encontra-se em equilíbrio com a natureza e está repleto de cultura e história. O objetivo da disciplina é analisar a história e reconhecimento do estabelecimento dos direitos dos povos indígenas e suas práticas tradicionais, o que permitirá o aprofundamento nos conceitos de diversidade e multiculturalismo. Os participantes da viagem incluíam os alunos da disciplina ACH3707 - Seminários de Políticas Públicas Setoriais II e convidados externos. Constatou-se que o público envolvido eram em sua maioria alunos do curso de Gestão de Políticas Públicas, entretanto, contou com a participação de alunos de outros cursos.


Atividades

Além do cronograma de atividades da viagem que visa vivenciar determinadas práticas tradicionais indígenas, como cerimônias espirituais e passeios em meio a natureza, o projeto teve também a organização interna realizada pelos próprios alunos da disciplina que se dividiram em grupos responsáveis por determinadas atividades internas da viagem, esses Grupos de Trabalho (GTs) tinham como temas: alimentação saudável, recreação, registro e infraestrutura. O grupo referente a brincadeiras e esportes, ficou responsável pela idealização de atividades de lazer, responsável também pela integração entre os moradores da aldeia e os integrantes da disciplina. Ficaram também responsáveis por levar os materiais necessários para a execução de tais atividades. Já o GT de registro esteve a cargo de tomar fotos e realizar vídeos das atividades realizadas, a fim de registrar os momentos mais importantes da vivência da equipe. O grupo responsável pela infraestrutura teve como função garantir que todos tivessem um bom local de acomodação, buscando barracas para aqueles que não possuíam, assim como auxiliando na montagem e desmontagem das mesmas.

Esse relatório é referente ao grupo da alimentação saudável, que ficou responsável pelas refeições na viagem. Como se verá ao decorrer deste trabalho, as atividades desempenhadas pela equipe não se limitaram apenas ao preparo das refeições, uma vez que, para um bom preparo das refeições, foram necessárias reuniões de planejamento, realização de planilhas, checagem de equipamentos de cozinha necessários, entre outras ações que garantiram um bom trabalho da equipe.


Planejamento das atividades

O planejamento das atividades a serem executadas pela equipe se deu em momento anterior à realização da viagem, por meio de reuniões, que ocorreram de maneira presencial, em sala de aula, e também online, por meio do Google Meets. Ao todo, foram três reuniões, duas em sala de aula, e uma de maneira remota. Para além das reuniões, outra importante etapa do planejamento foi a realização de planilha contendo quais refeições seriam realizadas, quais alimentos seriam necessários para sua execução, assim como quem participaria de cada etapa, e em qual horário. A divisão de horários se deu visando evitar que um mesmo integrante do grupo estivesse em mais de um dia responsável pela mesma refeição. Procurou-se, dessa forma, fazer com que os participantes pudessem estar empenhados em outras atividades, fora da cozinha, no horário da manhã, tarde e noite em ao menos um dos dias da viagem de campo.

Durante o período de planejamento da viagem, foi possível contar com algumas estudantes de nutrição como voluntárias, que elaboraram o cardápio. Foram elas as responsáveis por estimar a quantidade de comida e pela compra dos alimentos. Além disso, essas voluntárias estiveram presentes na vivência ajudando nas refeições e no preparo da comida.


Figura 1 - Lista de Compras


A figura acima mostra como a planilha da lista de Compras foi organizada, que pode ser visualizada com mais detalhes aqui. Na primeira tabela é possível visualizar a lista com os alimentos de todas as refeições, bem como a quantidade e o preço, além da legenda que mostra onde o item foi comprado: Zona Cerealista, Assaí e Feira. Nessa mesma aba da planilha, encontra-se o custo por cada refeição e o que foi comprado em cada local.

Essa planilha, como mostra a figura 2, possui abas dedicadas a cada uma das refeições planejadas: Jantar 1, Desjejum 1, almoço 1, lanche da tarde, jantar 2, ceia, desjejum 2, almoço 2, lanches da trilha e ônibus. Essa aba possui um detalhamento maior das refeições, contendo os ingredientes, quantidade estimada por pessoa, quantidade total em gramas e kilos, uma margem de segurança de 10%, o valor unitário e o valor aproximado daquele item. Além disso, a aba de cada refeição possui o horário estimado de que deveria começar a ser preparada aquela refeição e o horário de servir. Por fim, essa aba apresenta o cardápio da refeição e a porção individual (figura 3).


Figura 2 - Refeição Detalhada

Figura 3 - Cardápio e porção individual do almoço 2


Em relação à organização do preparo dos alimentos, foi feita uma divisão entre as pessoas da equipe de “alimentação” e também pessoas de outros grupos ajudaram na etapa de lavar as louças. Para essa divisão entre o grupo da alimentação, foi criada uma aba na planilha “divisão de tarefas, materiais e utensílios" (Figura 4) onde cada pessoa colocou seu nome em ao menos duas refeições.


Figura 4 - Divisão das Tarefas


Essa aba possui uma tabela geral falando da quantidade de pessoas necessárias em cada preparo dos alimentos, tabelas de cada refeição que resumia o cardápio e espaços onde as pessoas colocam seu nome no preparo que estavam responsáveis. Além dessas tabelas, a aba possui mais duas: uma que mostra os utensílios necessários para a preparação e as pessoas responsáveis que levaram esses materiais e uma outra de um cronograma de preparo e momento das refeições. Por fim, foi disponibilizado dias antes da viagem um documento com o cardápio e receitas de cada uma das refeições de maneira mais visual possível para que ficasse mais fácil na hora do preparo dos alimentos na aldeia.

Conforme citado acima, também contamos com a ajuda de algumas pessoas de outras equipes para auxiliar nas louças dos utensílios. Foi enviada uma mensagem no grupo geral da vivência no WhatsApp com uma lista pedindo que as pessoas coloquem o nome no turno que gostariam de ajudar, como mostra a figura abaixo.


Figura 5 - Diálogo pelo grupo de WhatsApp com todos os integrantes da viagem de campo


Atividades realizadas

Foto da cozinha da aldeia
Foto da cozinha da aldeia

Apesar do planejamento realizado, ao longo do processo de execução das refeições alguns ajustes foram feitos, frente a imprevistos que surgiram no decorrer das tarefas. O Grupo de Trabalho (GT) de alimentação estava ciente de que imprevistos poderiam ocorrer e, por conta disso, adianta-se, os imprevistos foram contornados sem grande dificuldade.

O primeiro deles se deu no dia 04, logo após a chegada à aldeia, dado que não esperávamos ter que preparar o jantar no dia da chegada, para que todos pudessem focar em atividades que necessitavam ser realizadas no primeiro dia com mais urgência (principalmente a montagem de barracas). Com isso, a equipe se dividiu durante o momento da reza, no período da noite, para realização das tarefas na cozinha, conseguindo dessa forma preparar o jantar do primeiro dia.

Outro imprevisto com o qual tivemos que lidar se deu no café da manhã da manhã seguinte (dia 05), o que se deu tanto pela ausência de um alimento com o qual estávamos contando (no caso, o pão), como também pela falta de liquidificador que funcionasse na tensão elétrica da aldeia, dado que o que levamos era 110v, mas a aldeia tinha tomadas 220v. Apesar disso, esses conflitos foram resolvidos sem grande dificuldade. O pão foi substituído pelo tipá, produzido pelos indígenas, o leite que seria realizado com auxílio do liquidificador ficou fora do cardápio, e o patê salgado foi feito sem o uso do liquidificador.

Ainda no dia 05, outro imprevisto foi o atraso que tivemos na realização do almoço e, com isso, a não realização do lanche da tarde naquele mesmo dia, já que, com  o horário de término do almoço mais tarde, não pareceu viável a realização de uma refeição entre almoço e janta. O atraso do almoço se deu com a realização da trilha para a cachoeira naquele mesmo dia, fazendo com que um número menor de pessoas estivesse disponível para cozinhar.  

Além desses, um último imprevisto que tivemos foi com o bolo de laranja, que assou de maneira errada, ficando cru por dentro, mas duro por fora. Voltamos o bolo ao forno na tentativa de aproveitá-lo, e o servimos com cobertura de chocolate, porém não no horário previsto inicialmente. Considera-se ainda que não foi necessário realizar a ceia (que seria pipoca) no dia 05, único dia em que estava prevista, dado que no horário em que poderia ser realizada as pessoas já se encontravam em suas respectivas barracas. Além disso, cabe dizer que a equipe conseguiu um liquidificador emprestado após constatar que o que havia levado não poderia ser utilizado devido a voltagem, conforme explicado anteriormente.

Visando uma alimentação saudável e inclusiva, o cardápio foi inteiramente vegano, ou seja, composto apenas de alimentos de origem vegetal. Abaixo, temos as refeições realizadas e a quantidade individual:


JANTAR 1 - 20h

Macarrão integral com molho bolonhesa de lentilha (2 pegadores)

Batata doce com abóbora (2 colheres de servir)

Salada de alface (3 folhas médias - 2 pegadores) com tomate (5 colheres de sopa (picado) ou 2 fatias G e 1 fatia P)

Uva

CAFÉ-DA-MANHÃ 1  - 8h00

Leite vegetal (100 mL) - O PREPARO DO LEITE NÃO DEU CERTO POR FALTA DO LIQUIDIFICADOR

Chá (erva-cidreira) - (200 mL);

Café (100 mL)

Cacau e açúcar mascavo (1 colher de sopa)

Granola (2 colheres de sopa)

Pão francês (1 unidade) - FOI SUBSTITUÍDO PELO TIPÁ

Torrada (6 torradas)

Patês/Pastinhas (salgados: tofu com ervas, patê de beterraba com tofu; doces: pasta de amendoim com cacau) (2 colheres de sopa)

Banana (2 unidades) e Manga (1 espada)

LANCHE DA TRILHA:

Banana (1 unidade)

Maça (1 unidade)

Castanhas (1 saquinho)

ALMOÇO 1 - 14h00 - SERVIDO COM ATRASO

Arroz integral com cenoura (2 colheres de servir)

Feijão carioca (2 colheres de servir)

Escondidinho de legumes (1 pedaço)

Salada de Alface, repolho e tomate (3 pegadores)

LANCHE DA TARDE - 16h00 REFEIÇÃO PLANEJADA E NÃO REALIZADA POIS O ALMOÇO FICOU PRONTO MAIS TARDE QUE O PLANEJADO

Bolo de cacau com raspas de laranja e Bolo de coco com limão (1 fatia média por\ pessoa de cada)

Chá de erva-cidreira (200 ml - 1 xícara de chá)

Abacaxi (1 fatia média)

JANTAR 2 - 21h00

Arroz com ervilha (2 colheres de servir)

Feijão preto (2 colheres de servir)

Quibe de abóbora com quinoa (2 ½ colheres de servir)

Salada de Rúcula (2 pegadores)  com molho lambão (1 colher de servir cheia)

Melão (1 fatia média)

CEIA - 22h00 - NÃO FOI REALIZADA

Pipoca

CAFÉ-DA-MANHÃ 2  - 8h00

Leite vegetal (100 mL)

Chá capim-santo) - (200 mL);

Café (100 mL)

Cacau e açúcar mascavo (1 colher de sopa)

Granola (2 colheres de sopa)

Pão integral (2 fatias médias)

Torrada (6 torradas)

Bolo de cenoura (1 pedaço médio) - NÃO FOI POSSÍVEL DESENFORMAR DEVIDO À ALTA TEMPERATURA DO FORNO DISPONÍVEL

Patês/Pastinhas (salgados: tofu com ervas, patê de beterraba com tofu; doces: pasta de amendoim com cacau) (2 colheres de sopa)

Manteiga (1 colher de sopa - 10 g)

Mamão (1 fatia média) e Laranja (1 unidade)

ALMOÇO - 12h30

Arroz com cenoura (2 colheres de servir)

Strogonoff de grão de bico com palmito (2 ½ de servir) - FOI REALIZADO SEM O PALMITO

Brócolis (1 ½ colher de servir)

Batata palha (1 colher de servir)

Salada de alface americana, beterraba ralada e pepino - 3 pegadores - FOI REALIZADO SEM BETERRABA E PEPINO

Melancia (1 fatia média)


Relacionamento do grupo

No que tange a relação interna do grupo de alimentação saudável, podemos comentar que foi bem fluída e colaborativa, todos os membros se colocaram à disposição das atividades e das reuniões de planejamento.

Para a parte de planejamento realizamos três reuniões, uma presencial para discutirmos alguns pontos iniciais sobre a vivência, e duas online, sendo uma para a definição final e organização dos pontos pendentes da viagem e outra para a construção deste relatório.

Foto de integrantes do grupo na cozinha da aldeia
Foto de integrantes do grupo na cozinha da aldeia

Além disso, organizamos as tarefas para que todos pudessem aproveitar os momentos mais relevantes da vivência, priorizando as atividades da cozinha que ocorriam em momentos de mais atividades externas de outros grupos para aqueles que já haviam participado da viagem de campo e deixando turnos com menos atividades simultâneas de outros grupos para aqueles que estavam vivenciando a viagem de campo pela primeira vez.

Para além da organização de turnos, também nos comunicamos via WhatsApp para solicitar apoios pontuais quando necessário, uma vez que algumas refeições acabavam sendo mais demandantes. Também olhamos para as habilidades individuais de cada um para organizar os turnos, deixando atividades menos complexas, como corte de alimentos e a louça,  para aqueles que tinham menos familiaridade com o preparo de refeições.

Também é válido ressaltar que tivemos o apoio de mais duas mulheres residentes da aldeia, boa parte do que foi produzido foi feito por elas, mas sempre com algum apoio da nossa equipe. Embora não tenha ocorrido muita interação, talvez por conta das diferentes línguas e também pelo distanciamento que foi possível notar de forma geral dos membros adultos da aldeia, não tivemos divergências e nem problemas na elaboração das refeições.

Portanto, em relação ao relacionamento do grupo não temos ponderações negativas relevantes, tudo foi feito de forma mútua com princípios da comunicação e da solidariedade


Considerações finais e percepções sobre a vivência

Na aldeia Rio Silveiras, o preparo e as refeições foram muito diferentes do modo como estamos acostumados. Compartilhar o processo de preparo do alimento destoa da maneira que nos alimentamos enquanto indivíduos que moram na cidade, que costumam comer de maneira despreocupada com os nutrientes, rápida e sem nenhuma atenção ao que se come. Foi muito interessante que todas as nossas refeições foram compartilhadas, e em todos os momentos havia um partilhar generoso do alimento. Além do fato de os nutrientes estarem balanceados e com grande fartura. Durante todo processo, as tarefas foram bem dívidas e as limitações de infraestrutura não foram grandes problemas para cozinhar e lavar a louça, no entanto a quantidade de comida feita passou do necessário, talvez uma recomendação para os próximos alunos, monitores e professores que forem a aldeia é balizar a quantidade de alimento


Conclusão e recomendações

Considerando as realizações de diversas reuniões — presenciais e online — antes da ida à aldeia, assim como o fundamental apoio obtido de estudantes de nutrição como voluntárias durante o período de vivência na aldeia, e observando, ainda, a realização de um cronograma com as refeições que seriam produzidas e as receitas necessárias para tal, considera-se que o Grupo de Trabalho de alimentação foi preparado para a viagem de campo na aldeia Rio Silveira, podendo contribuir com o grupo ao realizar tarefas fundamentais para a o bom desempenho das demais atividades.

Os imprevisto, ressaltados ao longo do trabalho, foram, além de pequenos, facilmente contornados pela equipe, que logrou realizar todas as refeições necessárias, deixando de realizar apenas a ceia após a janta no dia 05, dado que naquele horário todos — não apenas os integrantes do GT de alimentação, mas também dos demais grupos — já estavam em suas barracas, e com isso não haveria motivo para preparar essa refeição. O liquidificador a equipe levou ao, que era de outra voltagem, foi substituído por outro, emprestado pela aldeia.

Ressalta-se, ainda, a iniciativa do grupo de alimentação de realizar todas as refeições com base em alimentos não apenas saudáveis como também veganos, é dizer, sem procedência animal. Houve equilíbrio e variedade de alimentos utilizados nas refeições, buscando promover bons hábitos alimentares para todos os participantes da vivência na aldeia. Salienta-se também o apoio da aldeia no preparo dos alimentos, assim como no pré preparo de algumas refeições, como o café da manhã do segundo dia, e também o apoio ao disponibilizar o espaço da cozinha e de diversos equipamentos, como facas, tábuas, panelas, entre outros.

Dado que espera-se que novos grupos participem da viagem de campo nos próximos anos, algumas recomendações merecem ser feitas, a fim de otimizar os trabalhos dos grupos que serão responsáveis pela alimentação nas próximas vivências da disciplina. A primeira delas diz respeito à atenção que deve ser dada sobre a voltagem dos alimentos (110v/220v), considerando que na cidade de São Paulo os equipamentos eletrônicos — nos quais se inclui, evidentemente, os de cozinha — costumam ser 110v, mas no litoral do estado de São Paulo, incluindo aqui o local onde a aldeia Rio Silveira se encontra, a voltagem é 220v. Além disso, uma dificuldade encontrada pela equipe se deu frente à grande quantidade de louça que deve ser lavada constantemente para viabilizar o preparo dos alimentos. Por mais que cada participante estivesse responsável por lavar o próprio prato, copo e talheres, a lavagem da louça restante esteve sob responsabilidade da equipe de alimentação. Consideramos, dessa forma, que uma possibilidade de minimizar a sobrecarga do grupo responsável pela cozinha fosse dividida entre dois GTs: o de lavagem de louça, e o de preparo dos alimentos.

Consideramos também necessário que os próximos grupos se atentem ao fato de a janta do primeiro dia da viagem apresentar uma certa dificuldade maior na sua preparação, justamente por se tratar de um momento em que todos chegam cansados pela viagem e, ainda, pelo fato de a janta ocorrer de maneira concomitante ao da reza, que é um evento que muitas pessoas podem querer participar, diminuindo a quantidade de pessoas disponível para cozinhar. Recomenda-se que a janta seja uma refeição fácil e rápida de se realizar, e/ou que se consiga apoio da aldeia na sua execução.

Outros pontos que merecem ser recomendados para as próximas equipes de trabalho da alimentação dizem respeito a fatores positivos encontrados por este grupo, dentre os quais destaca-se a realização de reuniões de alinhamento prévias à viagem, a definição de um cardápio com a devida antecedência, a preocupação em não utilizar alimentos que causem alergia a algum participante da vivência, e a realização de refeições saudáveis, com utilização de alimentos sem origem animal.  


Referências

MENESES, Paulo. Etnocentrismo e relativismo cultural: algumas reflexões. Revista Symposium. Ano 3. Número Especial. 1999. Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/3152/3152.PDF>.  Acesso em 30 de novembro de 2022.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.

MACHADO, Jorge. Reflexões sobre o Tempo Social. Revista Temática Kairós Gerontologia. 2012.