Cidades Inteligentes: Tratamento preventivo

Fonte: Wikiversidade

Resumo[editar | editar código-fonte]

Esta página tem por objetivo documentar o processo de entrevistas realizado pelo grupo de pesquisa que se propõe a entender um problema enfrentado pela população de Brasília/DF - A falta de tratamentos preventivos. Ao final, é proposta uma hipótese de solução de tal forma que não só resolva o problema de fato, mas também tenha o efeito de tornar a cidade mais sustentável e inteligente. Será explicado mais em detalhes como isso é possível.

Introdução[editar | editar código-fonte]

Entre os dias 25 a 27 de setembro de 2015 os altos representantes de Estado e de Governo se reuniram na sede das Nações Unidas em Nova York para estabelecer os principais objetivos e metas a serem atingidas até 2030 para se alcançar o desenvolvimento sustentável[1]. Dentre os 17 objetivos e 169 metas apresentadas, foi escolhido o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 (ODS3) para a execução do projeto a ser descrito.

Dada a importância para a saúde e bem-estar para as pessoas, realizou-se uma pesquisa de campo com 15 pessoas de diferentes áreas de conhecimento a fim de se obter uma visão geral do problema da saúde no Brasil. Os dados coletados, provenientes das entrevistas com a população, foram minuciosamente analisadas com o auxílio de ferramentas geradoras de estatística a fim de se obter uma visão mais detalhada do problema levantado. O resultado disto é transformado em pontos de vistas para facilitar a elaboração de uma solução específica a um grupo de pessoas. Por fim, um roteiro para elaboração da solução encontrada é apresentada nesta primeira fase do projeto.

Procedimento Adotado[editar | editar código-fonte]

Conforme o orientado, utilizamos o Design Thinking como guia para identificar o problema e elaborar uma solução de uma forma que não fiquemos dependentes apenas de dados históricos (estatísticas) e apostas de produtos que irão atender o público alvo. Os riscos são diminuídos porque nós, projetistas, identificamos o que um certo grupo de pessoas realmente precisa, estabelecendo um grau de empatia e experimentação que não se têm ao somente analisar números[2]. Números por si só não reportam a causa do fenômeno identificado. Compreende-la via imersão no contexto dessas pessoas nos provêm recursos para descrevê-la precisamente utilizando a dedução, e não abdução - onde nesta uma causa é construida a partir de evidências, portanto podendo estar completamente errada.

As etapas para cumprimento com o objetivo, seguindo o modelo citado acima, da 1ª entrega estão descriminadas a seguir:

  1. Brainstorm para escolha de um tema tendo como base os problemas enfrentados na cidade de Brasília, tão quanto citadas pela UNSDA 2015
  2. Imersão no tema escolhido tendo como plano piloto elaborar uma solução que torne a cidade mais sustentável e inteligente
  3. Elaboração de um roteiro de entrevista para aproximação dos integrantes do grupo com o contexto das pessoas que vivem tal problema apontado pela equipe. Isto é um importante componente do Design Thinking: ser centrado no ser humano.
  4. Realização das entrevistas, recolhimento dos resultados e transcrição de fenômenos recorrentes em unidades de informação (post-its)
  5. Compartilhamento dessas unidades com o restante do grupo para confeccionar blocos que possuem potencial de formar tipos de público alvo (personas)
  6. Análise dessas informações para gerar os Point of Views (PoV)
  7. Escolha de 1 (um) ou 2 (dois) PoV para de fato propor soluções
  8. Escolher uma solução para cada PoV e elaborar roteiro de prototipação (estágio1) e implementação de um protótipo funcional (estágio2)

As etapas para cumprimento dos objetivos para 2ª tarefa estão descritas a seguir:

  1. Aprimorar sessão de introdução e proposta tendo em vista que foi escolhido um contexto mais específico com relação ao problema
  2. Atualizar sessão de entrevistas junto com os pontos de vista no formato especificado
  3. Definição do roteiro para elaboração dos protótipos a partir das ideias levantadas pelo grupo
  4. Descrição das 3 (três) iterações do protótipo junto com as melhorias identificadas e implementadas

Ganhando Empatia[editar | editar código-fonte]

O processo de ganho de empatia é de fundamental importância para se obter dados mais confiáveis durante o processo de entrevista, pois as chances das respostas dos entrevistados serem fiéis à realidade é mais alta, visto que na busca de empatia com o entrevistado, o entrevistador busca se identificar o máximo possível com a situação que está sendo relatada.

O processo de entrevista deste grupo de pesquisa se divide em 3 (três) tópicos principais, tanto para facilitar o entendimento do entrevistado, como investigar mais a fundo 2 problemas identificados nas pesquisas. Segue abaixo estes dois principais tópicos:

  • Contexto e Experiências do Usuário em Relação ao Sistema de Saúde;
    • Incluímos este tópico porque identificamos que o Sistema de Saúde da rede pública do Brasil (SUS) possui certas deficiências que desestimula a procura por exames de rotina
  • Hábitos Relacionados aos cuidados com a Saúde.
    • Os hábitos que uma pessoa adota são decisivos para desenvolvimento de doenças ao longo do tempo. Procuramos confirmar nossa hipótese estas práticas estão de fato ocorrendo.

Ao final da coleta e análise de dados poderemos agrupar pessoas que possuem casos semelhantes a fim de compreender melhor o problema vivenciado por elas e ao final disso elaborar um quadro de necessidades. O seguinte molde de entrevista foi usado pelos integrantes do grupo para colher os dados para análise.

Molde para Entrevistas[editar | editar código-fonte]

  • Apresentação
Atributo Resposta
Nome
Idade
Profissão
Local de residência
  • Contexto e experiências do usuário em relação ao sistema de saúde
Atributo Resposta
Você possui plano de saúde?

Qual é sua percepção em relação atendimento prestado pelo serviço de saúde, de acordo com os seguintes eixos:

  • Tempo ( se demorou )
  • Custo ( se foi barato/justo/caro ou, no caso de atendimento público, se os imposto estão sendo bem aplicados )
  • Qualidade (se foi bem atendido/ nivel de atenção no atendimento)
  • Efetividade ( se o diagnostico/tratamento resolveram o problema)
  • Acessibilidade ( se foi difícil acesso/deslocamento para o local do atendimento)

Conte-nos uma situação específica

  • Hábitos relacionados aos cuidados com a saúde
Atributo Resposta
Qual foi a ultima vez que consultou? Em qual situação?
Você costuma fazer consultas de acompanhamento preventiva? Com que frequência?
Em quais as situações procura o seviços de saúde?
Automedicação?

Alimentação:

  • frequência ( quantas refeições diárias )
  • intervalos ( tempo entre cada refeição )
  • regularidade ( se tem rotida/hábito )
  • Qualidade: equilíbrio/exageiros
  • Conhecimento sobre a composição
  • Fuma
  • Bebe
Como voce classificaria sua alimentação?

Exercícios físicos:

  • frequência?
  • intensidade?
Como você classificaria sua pratica de exercício?
Quais são suas fontes de informação sobre saúde?

Resultados[editar | editar código-fonte]

É importante mencionar que nenhuma informação pessoal foi solicitada durante as entrevistas e portanto, serão preservadas as identidades dos envolvidos no decorrer deste projeto.

Segue abaixo as gravações realizadas na data de 26/10/2017 por volta das 20:00 horas no campus Darcy Ribeiro da UnB:

Entrevista 1 (Duração: 05m:14s): Download do Áudio
Entrevista 2 (Duração: 08m:09s): Download do Áudio
Entrevista 3 (Duração: 52m:56s): Download do Áudio
Entrevista 4-9 (Duração: 44m:53s): Página de Transcrição

Partindo das transcrições, podemos reunir os seguintes relatos comuns:

  • Os entrevistados só procuram o médico quando estão sentido algo fora do comum
  • Há dois tipos de público: aqueles que se dizem bastante saudáveis e outros totalmente ao contrário
  • Algumas dessas pessoas se dizem pouco saudáveis e possuem diversos hábitos de saúde, o que indica que estas não possuem o conhecimento necessário para poderem realizar uma autoavaliação neste tema.
  • Os hospitais dificultam bastante o atendimento em casos de emergência, até para os que estão com sintomas onde o tratamento exige menos recursos do hospital. Isto faz com que haja diminuição na confiança das pessoas neste setor, consequentemente fazendo com que o interesse do público por rotinas preventivas diminuam
  • A maioria dos entrevistados, principalmente pessoas economicamente ativas (PEA), não realizam as atividades como refeição em horários regulares.

Diferentes Pontos de Vista sobre o Problema[editar | editar código-fonte]

Conforme o projeto evoluiu, surgiu a necessidade de levantar quais são os principais fatores que levam as pessoas a não realizarem tratamentos preventivos. Estes fatores estão separados em duas grandes categorias no tópico que se segue: a visão do time de pesquisa e a visão do público entrevistado.

  • Visão Geral do Time de Pesquisa:

Obs: o quadro do Ideaboardz pode ser acessado neste link.

Identificamos os principais pontos de vista para partir para uma solução:

  • "Adultos economicamente ativos precisam controlar hábitos de alimentação, porque possuem rotinas irregulares de refeições, com exageros recorrentes."
  • "Adultos economicamente ativos precisam de informações quanto às rotinas preventivas de cuidados com a saúde, porque só buscam serviços de saúde em situações de emergência."

Definição do Problema[editar | editar código-fonte]

Falta de conscientização e informações acessíveis sobre a importância de bons hábitos alimentares, práticas de exercício e rotinas de prevenção

Proposta de solução[editar | editar código-fonte]

SuperSaúde[editar | editar código-fonte]

A solução consiste em um aplicativo mobile que servirá como assistente pessoal de planejamento de práticas voltadas à saúde.

Por que um aplicativo?

- Atualmente evidenciamos que a maioria da população possui um celular.

- O aparelho celular é carregado para todo lugar. Isso faz com que seja o aparelho ideal para que as pessoas tenham acesso à informação e possam receber o auxílio de uma ferramenta de planejamento por meio da tecnologia.

1º Protótipo - SuperSaúde in pápyros[editar | editar código-fonte]

Seguindo o roteiro de prototipação em 3 etapas, levando em conta os riscos agregados, apresentamos o resultado a seguir.

Desenvolvemos um protótipo de baixa fidelidade com o intuito de organizar a estrutura do aplicativo e verificar a aprovação das decisões da ideia com o público alvo: população economicamente ativa (adultos) nos perímetros do Distrito Federal.

O clico de vida consiste basicamente em...

  • Tarefas realizadas poucas vezes no aplicativo (em sequência)
    • realizar o login via usuário e senha
    • alimentar o sistema com dados básicos como peso, altura e idade
    • alimentar o sistema com a grade horária de suas refeições e exercícios, bem com o local delas
  • Tarefas realizadas com frequência moderada
    • ver notícias sobre o que sua cidade oferece de mais sustentável
    • comparar suas previsões de rotinas preventivas com o que efetivamente realizado
    • visualizar dicas como pode melhorar seus hábitos
    • fazer planejamento de alimentação e exercícios e rotinas preventivas

Nesta fase, como o protótipo é de baixa fidelidade, optamos por validar somente com alguns usuários para receber um feedback mais imediato por conta de questões do planejamento de 2 semanas. Em geral, obtivemos um resultado positivo quanto a ideia principal: incentivar a prática de rotinas preventivas e bons hábitos de saúde usando a tecnologia mobile.

2º protítipo - SuperSaúde Plus[editar | editar código-fonte]

Nesta fase, incorporamos ao aplicativo funcionalidades extras por conta de o grupo possuir mais conhecimento sobre a área, bem como um conjunto maior de possíveis soluções dentro das competências identificadas. Por exemplo, na competência de "auxiliar o usuário em gerenciar sua refeição" com possibilidade de discriminar cada tipo de alimento, bem como sua quantidade estimada. Isto faz com que o usuário possa tomar conhecimento do peso calórico de cada refeição, e assim identificar quais alimentos estão afetando sua dieta.

Com intuito de validar as funcionalidades acrescentadas e devidamente desenvolvidas, elaboramos um roteiro de entrevista otimizado para obtenção de feedbacks para os seguintes problemas identificados na fase de

Em seguida apresentamos o modelo de entrevista interativa para coleta de feedbacks do usuário com relação à nossa proposta de solução com relação os seguintes problemas:

  • "ausência de gerenciamento de hábitos alimentares" com intuito de incentivar a rotina preventiva de "seguir recomendações de hábitos alimentares saudáveis"
  • "asuência de geranciamento para práticas de exercícios físicos" com objetivo de "incetivar a práticas de exercícios físicos por meio de lembretes e metas a serem cumpridas"
  • "ausência de informações com respeito a rotinas preventivas" ao introduzir uma opção extra com sugestões de rotinas mais adequadas ao estilo de vida da pessoa com base em dados de localização geográfica e de suas características corporais como IMC.

A seguir apresentamos as informações mais relevantes obtidas das entrevistas com 5 usuários possuidores de um perfil ideal (persona), isto é

  • Possuem um smartphone com conexão à internet;
  • Acreditam que saúde é um assunto importante;
  • Acreditam que a alimentação e a prática de esportes aumentam a qualidade de vida.;
  • Acreditam que rotinas preventivas podem prolongar a vida.
Direcionamento da entrevista[editar | editar código-fonte]
  1. Gostou da ideia?
  2. O que mais chamou atenção?
  3. Usaria essa solução?
  4. Criticas.
  5. Elogios.
Entrevistas[editar | editar código-fonte]
  • 1ª entrevista:

Gostou da ideia?

" Sim, é uma ideia muito interessante. Iria me ajudar muito para controlar o meu cotidiano!"

O que mais chamou atenção?

" Gostei muito do gráfico; Resultados concisos"

Usaria essa solução?

" Talvez; Há muita afazeres além do compromisso com esteapp."

Criticas.

" Achei feio, mas deve ser porque é desenhado no papel; Precisa criar uma conta"

Elogios.

" Parabéns pela iniciativa, irá ajudar muita gente! "

  • 2ª entrevista:

Gostou da ideia?

" Gostei sim, mas acho que deveria ser algo mais detalhado, os dados inseridos ficam muito vagos!"

O que mais chamou atenção?

" Esses dados estatísticos, porque ele dará uma visão geral da saúde da pessoa. "

Usaria essa solução?

" Sim "

Criticas.

" O desenho está ruim, mas quando isso virar um aplicativo de verdade será diferente. Poderia ter outro tipo de gráfico com mais informações. "

Elogios.

Sem resposta.

  • 3ª entrevista:

Gostou da ideia?

" Gostei, mas eu teria que ter muito tempo para aprender a usar, não me dou bem com tecnologia."

O que mais chamou atenção?

" A ideia que você propôs foi muito boa. "

Usaria essa solução?

" Até começaria a usar, mas acho que depois eu iria parar, porque não teria paciência para colocar tudo isso ai."

Criticas.

" Talvez pudesse ser algo mais simples. "

Elogios.

" Será muito bom para que se dá bem com tecnologia. "

  • 4ª entrevista:

Gostou da ideia?

" Achei o máximo!"

O que mais chamou atenção?

" A possibilidade de ter uma visão geral da minha saúde. Ultimamente tenho descuidado bastante."

Usaria essa solução?

" Usaria. "

Criticas.

" Talvez pudesse ter algumas informações sobre saúde, isso é importante para o cotidiano. "

Elogios.

Sem resposta.

  • 5ª entrevista:

Gostou da ideia?

" Sim!"

O que mais chamou atenção?

Sem resposta.

Usaria essa solução?

" Usaria. Apesar de não ter um acompanhamento frequente, me preocupo com a saúde."

Criticas.

" Importante ter algo para planejar o acompanhamento médico, algo como lembrete de consultas e exames check-up geral, porque na correria da vida quando vejo fiz exame anos atrás. "

Elogios.

Sem resposta.

SuperSaúde simplifiée[editar | editar código-fonte]

Com os feedbacks das entrevistas com relação ao segundo prótótipo, identificamos um problema que afetaria bastante a experiência do usuário: recursos excessivos na interface. Para tanto, decidimos reduzir os detalhes no preenchimento na proposta final.

Conclusão[editar | editar código-fonte]

Consideramos que o cumpriu com os caminhos estabelecidos pelo Design Thinking de forma satisfatória. Identificamos um problema de um grupo de pessoas no âmbito da saúde individual e traçamos um roteiro para implementar uma solução proposta, levantada democraticamente pelos integrantes do grupo.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  1. http://www.un.org/sustainabledevelopment/cities/#. Acesso em 06/11/2017
  2. https://www.ideou.com/pages/design-thinking A respeito do Design Thinking. Acesso em 06/11/2017