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Educação, Direitos Humanos e Tecnologias/Direito à educação e as relações entre educação e tecnologias

Fonte: Wikiversidade

Quais as relações entre direitos humanos e a educação? Como garantir o direito à educação? E as tecnologias nas escolas? Vão salvar a educação, certo? Muitas perguntas (e provocações) marcaram o primeiro sábado do curso “Direitos Humanos, Educação e Tecnologias”. Pela manhã, Ester Rizzi — advogada e assessora do programa Ação na Justiça da Ação Educativa —, e Michelle Prazeres — doutora em Educação pela Faculdade de Educação da USP —, partiram dessas perguntas para apresentar conceitos e reflexões estruturantes de todo o curso.

De início, Ester listou os direitos humanos e registrou qual é o papel do Estado: além de promover, precisa respeitar e proteger cada um deles. Especificamente em relação ao direito à educação escolar, é necessário que o Estado garanta a disponibilidade (de vagas para todas as pessoas), a acessibilidade (sem qualquer tipo de discriminação, com possibilidades materiais garantidas); a aceitabilidade (de qualidade aceitável para a comunidade escolar) e a adaptabilidade (ajustável às realidades imediatas das pessoas, respeitando culturas, costumes, religiões e diferenças regionais).

É possível assistir em vídeo toda a exposição da advogada e acompanhar os slides apresentados por ela no PDF ao lado.


Denise Carreira, coordenadora de educação da Ação Educativa, enumerou as relações que podemos estabelecer, como indivíduos e grupos, para a garantida dos direitos humanos: pelos marcos regulatórios, nas instituições de que participamos e nas construções do cotidiano. Como podemos participar da criação de leis e outros marcos legais relativos aos direitos humanos? Commo as instituições podem promover e respeitar direitos? E no nosso dia-a-dia, em casa, na escola, nos lugares onde passamos, como construir um ambiente de respeito e valorização dos direitos humanos?

A seguir, Michelle Prazeres apresentou a palestra “7 componentes para entender as relações entre tecnologias e educação” (slides ao lado) e toda disponível em vídeo.

Apresentação de Michelle Prazeres

A partir de uma leitura do contexto histórico em que estamos, Michelle nos oferece pontos a refletir, para não comprarmos discursos prontos acerca dos usos das tecnologias na educação de modo ingênuo. Há sempre conteúdos, valores e um universo mercadológico nos aparatos e estruturas tecnlógicos, além dos reflexos em nossos modelos mentais e modos de percepção da realidade. Ao final, ela mostrou como as escolhas relacionadas às tecnologias estão associadas a projetos de sociedades. E, de forma abrangente, estamos falando de um grande espaço de potência, a ser efetivado a serviço de uma educação emancipatória ou de uma educação bancária.

Diversos participantes do encontro relataram suas experiências nas escolas, registrando conflitos entre o que é público e o que é privado nas escolhas e práticas de usos das tecnologias; além da concentração e da dispersão de estudantes na sala-de-aula. O vídeo registra a conversa inteira.

No período da tarde, diversos participantes levantaram um ponto essencial à discussão: que educação queremos? Qual a nossa visão de educação? Ela está engessada por um currículo únicos? É conteudista? Foca nos rendimentos cobrados pelos diversos rankeamentos? Ao longo dos encontros, nos dedicaremos a ouvir experiências diversas e a debater a educação que estamos construindo. Ficou registrado o desejo por criar, no curso, um espaço de fortalecimento para professores que têm enfrentado tantos desafios no ambiente escolar.

Depois da conversa livre, foram formados seis grupos para mapear as espectativas de aprendizagem neste curso. O que parece essencial ver nestes oito encontros, para cada participante? Enquanto a discussão acontecia, cada um criou seu perfil de usuário na Wikiversidade e os grupos registraram o resultado das discussões na plataforma onde o curso tem sido organizado.

Este mapeamento de expectativas foi a base para que o programa geral fosse consolidado.