Práticas Corporais 2014/Aula 13
Grupo: Felipe de Avila Morais e Júlio César Tomasi
I - Tema e Objetivo da Aula
Tema: Pedagogia do Tai Chi Chuan
Objetivo: Através da aula prática aproximar os alunos da pedagogia e vivência do Tai Chi Chuan, tendo foco nesta aula ena percepção dos efeitos de nossos gestos sobre nosso corpo. Através da aula teórica fazer os alunos entenderem da filosofia do Tai Chi Chuan, da harmonia entre os elementos, a energia do Yin e Yang, e o Chi.
II- Materiais e Espaço Utilizado
Espaço Utilizado: Espaço aberto e arborizado do Clube de Regatas Saldanha da Gama e sala de aula da Unidade Ponta da Praia da Unifesp.
Materiais: Para a aula prática foi utilizado apenas um aparelho de som. Para a aula teórica foi utilizada uma lousa.
III- Método Didático Aula teórica e prática ministrada pelo professor Alex Costa
1- Aula teórica
2- Explicação e preparação para a aula
3- Realização de exercícios para soltar a musculatura e aumentar a concentração no corpo
4- Exercícios para cabeça e ombros
5 - Realização de exercícios para o quadril
6- Realização de séries de exercícios variados
7- Realização de atividades em dupla
IV- Fotos
V- Descrição das Atividades
Aula Teórica
O professor questiona a sala sobre seu conhecimento de Tai Chi Chuan e surgem as seguintes falas:
1- Respiração, fluidez do movimento
2- Sequência de movimentos, acessórios, espadas
3- Harmonia da energia corporal
4- Origem chinesa
Então, o professor explica que o Tai Chi é fundamentado em 3 pilares: . Filosofia Taoísta (A China é fundamentada nas filosofias Taoísta, Confucionista e Budista Chan)
- No Taoísmo é observado os aspectos da natureza com relação à tudo, relação entre o homem e o meio. - Yin e Yang, os opostos que geram movimento.
. Medicina de Equilíbrio .
. Cultura corporal - Cultura vem de Costumes.
- Nas relações da natureza, tudo se dava em ciclos, nunca havia envelhecimento, sempre há renovação.
Origem do Tai Chi (se originou como arte marcial) se deve ao monge chinês Chan San Fan, na montanha Wu Than.
- Existem as escolas internas, que trabalham forças internas.
- Existem escolas externas, que trabalham as forças externas, brutas.
O nome Tai Chi Chuan – Tai Chi = Eixo Central e/ou Suprema unidade, Chuan = Punho e/ou Movimento Taijiquan significa em português, na arte marcial, o boxe do punho supremo.
Taijiquan em seu significado de origem é o movimento da natureza em harmonia.
Abordou também os estados da água e suas relações para melhor elucidar como se dá as transformações do Yin em Yang e vice-versa.
O Yin caracteriza aquilo que é mais contido, receptivo, rígido. Enquanto o Yang é mais expansivo, dominante, cheio de calor.
A água, em seus mais variados estados pode demonstrar como um indivíduo pode ser Yin ou Yang em diferentes momentos.
Quando a água é líquida, ela é Yang em relação ao gelo, que é mais sólido, contido, com menos movimento. Porém a água se torna Yin quando comparada ao vapor.
Por fim, o professor Alex nos deu uma explicação sobre a força que comanda nossa existência, aquilo que nos torna mais que simples matéria e impulsos elétricos, a Energia Vital que se escreve Chi e em japonês fala-se Ki. Esta energia preza a união da tríade (Céu, terra e homem).
Parte Prática
A parte prática se deu em um espaço aberto e arborizado do Clube de Regatas Saldanha da Gama, onde o professor dividiu todos pelo espaço e orientou que afastassem as pernas com distância de um palmo entre os pés.
Os joelhos deviam estar em semi-flexão, quadril encaixado.
Esta posição traz grande estabilidade e torna a base do praticante fixa. A partir daí iniciam-se os movimentos:
. Fechar os olhos, relaxar os braços, concentração em si próprio;
. Imaginar um foco de energia passando por seu corpo, visualizando cada parte por onde esta energia passa, guiando esta atenção até o umbigo;
. Colocar a mão esquerda sobre umbigo e a direita por cima da esquerda;
. Observar a respiração, o movimento do seu abdome sob suas mãos;
. Por 5 vezes, faz-se uma flexão do corpo para frente expirando pela boca, e então sobe lentamente inspirando pelo nariz e absorvendo a energia do ar;
. Vibrar o corpo para eliminar a energia ruim, dando saltitos soltando os braços;
. Sacoleja o corpo, soltando os ombros com leves rotações do tronco;
. Respira olhando para cima e para baixo;
. Rotação do pescoço, circulando com a cabeça;
. Semi agachamento, com rotação de ombros para trás e depois para frente;
. Afastamento das pernas, mão na cintura, estica o braço lateralmente e estica-se todo o tronco para o lado e volta;
. Rotação do quadril com a mão na lombar;
. Palmadas no sacro, massageia o sacro;
. Massageia os rins;
. Palmadas nos joelhos, massageia os joelhos;
. Flexão de joelhos e rotação, para os dois lados;
. Massageia os joelhos e dá palmadas nos joelhos;
. Rotação dos pés;
. Afasta-se mais as pernas, com flexão de quadril para frente, faz-se rotação de troco com soltura dos braços, dando palmadas nas costas;
. Volta-se para base inicial, abre os braços, fecha em cima da cabeça e desce em frente ao corpo;
. Faz tibum (movimento de chacoalhar e soltura do corpo);
. Volta-se com as mãos no umbigo.
Partimos para o Tai Chi propriamente dito:
. Desce as mãos em em frente ao corpo e sobe com os braços esticados à frente;
. Esticamos os braços;
. Desce as mãos em em frente ao corpo e sobe com os braços esticados à frente;
. Voltamos com a mão no umbigo;
. Apoia-se o peso sobre a perna de trás, flexionando os joelhos;
. Damos um impulso com a perna de trás, elevamos o braço, uma expansão do peitoral e inverte-se o movimento;
. Solta-se o joelho e relaxa o tronco;
. Expande, empurra para baixo e para o lado;
. Sequência gravada em vídeo de mais ou menos 1 minuto;
. Mentalização do movimento e de sua energia, cultivar a serenidade que gera a transformação;
. Movimentos em dupla, sentindo a força do outro sobre seu corpo e a transformação desta energia em seu favor.
VI- Fichamento do texto
Durante as aulas teórica e prática foi possível fazermos relação com diversos aspectos das práticas corporais chinesas, principalmente o Lian Gong, que vem como uma prática de ginástica chinesa a qual se fundamentou em uma base teórica posteriormente.
Apesar de atualmente haver um preconceito com relação a essas práticas, que são vistas como de serventia apenas para pessoas idosas, o objetivo delas está relacionado com um aspecto que diz respeito à todas as faixas etárias: A promoção da saúde.
Pela metodologia chinesa de medicina, a promoção da saúde não se dá apenas pelo aspecto fisiológico onde evitamos a saúde do corpo, mas também pela harmonização de energias corporais, como o nosso Chi.
No Dao De Jing, onde Maria Lúcia Lee relata toda a sua percepção e aprendizado sobre as práticas corporais e os fundamentos do Lian Gong, o Chi é um tema de extrema importância. Este, que é considerado nossa energia vital, é a energia responsável pela vida propriamente dita, a razão de nossas personalidades, nossa força interna, nosso equilíbrio entre Yin e Yang.
A harmonização de nosso Chi reflete por todo nosso corpo, trazendo o melhor funcionamento de nossos órgãos e por fim uma saúde plena.
No entanto, cabe ao praticante visualizar esta energia e seu potencial em seu dia a dia. Durante a prática, é possível de se perceber o efeito de um gesto ou posição sobre cada parte do corpo, como aquela ação pode gerar calor em determinada região ou como pode anestesiar uma dor. Mas além de simples percepções corporais, é importante que o praticante perceba como toda a prática influencia em sua energia absorvida e enviada.
O Dao das Artes Corporais
Capítulo I
O Silêncio do Caminho
Relacionar o caminho do aprendizado do Dao de Jing com o silêncio e absorver a informação de que este se baseia em virtudes e caminhos que não podem ser descritos com palavras se torna um pouco contraditório vindo de um texto que possui 80 capítulos falando sobre isto.
Porém, o silêncio se refere à uma percepção muito maior do que simplesmente a ausência de palavras, trata-se de nos esvaziarmos, pararmos de buscar significados concretos para tudo. Isto é um pouco difícil de se realizar com estas palavras aqui expostas, mas dentro da Medicina Tradicional Chinesa é mais fácil de se compreender quando buscamos o idioma original onde o Dao foi escrito, pois e língua chinesa clássica e seus ideogramas possuem grande sonoridade, a qual não consegue ser captada pela língua ocidental.
Mas vale a reflexão exposta:
"Na medicina tradicional chinesa (MTC), o Coração é um ser que controla a mente e os pensamentos. É o Coração que pensa. Para escutar o Dao com o Coração, ele deve estar sereno e vazio, protegido nas profundezas do nosso baixo ventre. Na MTC, essa é a região do Rim, do elemento água, cuja função é a escuta, pois ele tem abertura nos ouvidos."
Capítulo II
As duas faces do caminho
É impossível olhar para algo sem trazer consigo a comparação daquilo que lhe é contrário, para julgarmos algo bom, temos que conhecer o que é mal, para julgar algo belo, temos que conhecer o que é feio. Estes são os opostos que se complementam, Yin e Yang, e o verdadeiro sábio traz consigo o conhecimento sobre o dito, mas principalmente sobre o não dito.
Enxergar o modo como as energias opostas estão sempre presentes em tudo é o caminho para o equilíbrio da energia de cada pessoa, é permitir que o sopro vital vá da cabeça ao baixo ventre e volte fluidamente.
Capítulo III
Encher barriga e esvaziar intenções
Quando enchemos a barriga, o que para Laozi trata-se de se fortalecer, absorver a energia positiva e nutritiva, esvaziamos nossos corações, lugar onde encontram-se os desejos, que nem sempre refletem nossas reais necessidades.
"A MTC diz que é no ventre que o Estômago digere os alimentos e que o Baço refina e assimila a sua essência. Essa essência nutritiva, além de fortalecer o corpo, dá a energia necessária para o Coração ver as coisas de forma clara. Encher o ventre significa um bom funcionamento do Estômago e do Baço, o que possibilita um Coração puro e confortado, evitando que seja tomado por desejos. Além disso, o ventre preenchido e o Coração puro fortalecem a nossa essência vital e o Rim na região do baixo ventre. Na MTC o Rim fortalece os ossos. Com ossos fortes, temos estabilidade e enraizamento."
Capítulo IV
O caminho inesgotável
O caminho é algo infinito e invisível, onde adentramos ao nosso nascer e o deixamos ao morrer, mas ele permanece, sempre vazio e cheio de possibilidades.
Para o Dao, o caminho é capaz de, de maneira sutil, unir os extremos, harmonizar as energias, ter brilho e ao mesmo tempo estar junto à poeira. O caminho traz consigo a capacidade de encontrarmos o equilíbrio em nossas vidas, conciliando sempre o Yin e o Yang.
Quando vamos para o caminho errado, estas energias entram em conflito, obstáculos surgem, ficamos doentes, sentimos uma energia negativa sobre nós, então é hora de analisar tudo ao nosso redor e perceber o que pode nos levar de volta para o caminho correto.
O Dao sugere que nossos caminhos já estão escritos, sendo capaz de serem previstos até, e que cabe à nós apenas encontrar a melhor maneira de seguí-lo em harmonia.
Capítulo V
O caminho não é complacente
A complacência remete à capacidade ser passivo à diferentes estímulos e permanecer com sua integridade. Porém, o verdadeiro caminho não é complacente.
O caminho deve ser trilhado, experimentado. Deve haver ação e mudança e a partir daí tornar o seu trabalho uma obra de arte.
Como a ostra, que a partir de um grão de areia ou uma bactéria passa a gerar camadas e mais camadas de madrepérola, o que após anos vai se tornar uma pérola valiosa.
O caminho também funciona assim, não deve-se simplesmente receber os estímulos e ser complacente aos obstáculos, é preciso trabalhar, e adquirir a maestria em suas ações.
Capítulo VI
Perguntas sobre a leitura
1 - Qual a relação que podemos fazer com o Caminho e o nosso dia a dia?
2 - Por que o Dao relaciona os órgãos do baixo ventre com a absorção de energias?
3 - Segundo o Capítulo V, apenas com a meditação é possível atingirmos a harmonia da Energia Vital?
VII- Discussão e Dúvidas dos Alunos
Não houveram dificuldades para os alunos durante a realização das práticas, porém houve dificuldade de compreensão sobre a transformação do Yin em Yang e vice-versa, além do modo como os dois se complementam, onde um sempre está presente no outro.
VIII- Temas Interdisciplinares
A prática do Tai Chi Chuan tem relação com muitas matérias que formam o curso de Educação Física podendo citar os módulos de: Cinesiologia, Biomecânica, Módulo do Aparelho Locomotor (MAL), Doenças Crônicas e Módulo dos Tecidos aos Sistemas (MTS) além do eixo de Trabalho em Saúde (TS).
Cinesiologia, Biomecânica e MAL realizam o estudo das estruturas do aparelho locomotor humano e os mecanismos que o fazem entrar em movimento, sendo essenciais para o entendimento e aplicação de qualquer prática de exercício físico, inclusive o Tai Chi Chuan. Desta maneira os alunos podem ter maior compreensão do objetivo de cada movimento e de sua melhor execução possível.
O módulo de Doenças Crônicas estuda os princípios das doenças crônicas mais recorrentes e também maneiras de como o exercício físico pode auxiliar no tratamento, sendo que práticas alternativas como o Tai Chi Chuan são recomendadas para algumas doenças crônicas como diabetes e artrose. Além do mais, os princípios de harmonização do corpo como um todo, pela filosofia do Tai Chi, trazem a possibilidade de ação sobre inúmeras outras patologias, as quais inúmeras vezes podem ser geradas por somatização de experiências e energias ruins.
O módulo de MTS estuda a anatomia e fisiologia dos principais sistemas do corpo humano e considerando as teorias da medicina chinesa que envolvem a necessidade de equilíbrio entre os órgãos, como coração, fígado, rins, estômago e baço é interessante saber de como funcionam e se relacionam tais órgãos.
O eixo de TS traz aos alunos questionamentos sobre o conceito de saúde, sua aplicação e maneiras de humanizar esse processo. O Tai Chi é um exercício que por ser fácil de executar e barato também é uma excelente ferramenta a ser trabalhada na promoção e prevenção de saúde, com aplicação para os mais diversos segmentos da população.
IX- Material Relacionado'
https://www.youtube.com/watch?v=iyYjyEkmUko
https://www.youtube.com/watch?v=Hs88R_X5x74
X- Conclusão
O Tai Chi Chuan é uma arte marcial antiga e que observa os movimentos da natureza, esta arte traz o conceito da não violência, de utilizar a força do inimigo contra ele mesmo e desta maneira evitar a força bruta. Antes de se aprender o Tai Chi como arte marcial, é impreterível que o praticante aprenda sua filosofia, seus preceitos e a utilizá-lo como um exercício para o corpo e para a mente, desta maneira o Tai Chi Chuan é capaz de trazer a saúde física e mental, harmonizando a energia vital do praticante, prevenindo e tratando doenças. Para o contexto em que nos encontramos, o Tai Chi vem como uma ótima opção de promoção da saúde, uma vez que traz consigo a filosofia da não violência para consigo mesmo, respeitando assim os limites do corpo e da mente, proporcionando ao praticante um equilíbrio entre a tensão e o relaxamento, trazendo a transformação do seu corpo através da serenidade.
XI - Comentários sobre a última aula
O grupo composto pelo André, pelo Jader e pela Camila foi competente ao trazer de forma simples, clara e completa toda a descrição da aula, trazendo imagens com a descrição dos movimentos, fundamentando toda sua discussão na literatura e abordando de forma coesa os princípios do Lian Gong.
Além do mais o grupo fez uma ótima análise da literatura, trazendo para a aula descritiva um maior gama de informações à respeito do tema.
XII - Referências Bibliográficas
http://daodasartescorporais.com/author/mlucialee/
As propostas de práticas corporais para pessoas na maturidade: uma possibilidade de re-significação / Antunes & Schneider http://www.cedes.ufsc.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/234/praticasCorporaisReSignificadasVol1.pdf?sequence=1#page=53
Avaliação do Professor do Caderno Colaborativo Aula 3
[editar | editar código-fonte]NOTA 6,75
A avaliação do caderno será feita conforme os seguintes critérios e valores:
1) realizar a leitura obrigatória de modo aprofundado (0,5)
2) apresentar a leitura no começo da aula conforme roteiro de orientação enviado (1,0)
3) apresentar perguntas sobre a leitura para a turma (0,5)
4) registrar sua leitura/apresentação/perguntas na plataforma colaborativa wikiversidade (1,0)
5) registrar a aula daquele dia (relatório multimídia) (1,0)
6) publicar a aula daquele dia na plataforma colaborativa wikiversidade em forma de texto + imagens e inserir links para publicações de slides, áudio e vídeo em sites de compartilhamento (como youtube) (1,5)
7) revisar a aula publicada pelo grupo anterior ao seu e fazer comentários (0,25)
8) cumprir o prazo de uma semana para realizar todas as etapas, ou seja, publicar tudo até a aula seguinte (1,0)