Temperaturas Paulistanas/Planejamento/Moema/Turma A
REPORTAGEM
[editar | editar código-fonte]Realidades da Zona Sul
[editar | editar código-fonte]O trajeto era curto: a média de 20 minutos separava a grande Avenida Paulista do distrito de maior IDH da Zona Sul: Moema, que tem quase 71.500 habitantes. Pela dificuldade que tivemos de encontrá-los, seus moradores nos parecem estar reclusos em carros, em casas nobres vigiadas por câmeras e cercadas de grandes muros que os impede de observar o que há do lado de fora. E o que há do lado de fora?
Clínicas estéticas, restaurantes caros, o frescor do Parque Ibirapuera, a monotonia dos prédios acinzentados. No distrito, estávamos a procura de pessoas, mas vimos carros. Buscávamos por moradores, vimos trabalhadores. Mal sabíamos nós que o que aquele lindo distrito nos reservava era um mundo de peculiaridades e desigualdades sociais. Um mundo dividido por várias realidades distintas que ao mesmo tempo se entrelaçavam pelo afeto, mas não se encontravam em seus repertórios acerca do que é a realidade.
Voltando ao trajeto: foi lá que tudo começou. Dentro daquele ônibus vermelho que ia rumo ao Terminal Santo Amaro. Foram seis paradas e na sexta, descemos. Próximo ao nosso destino, já nos arredores de Moema, fomos surpreendidos por uma conversa ao fundo do ônibus:
– Sabe fia, eu trabalhei por aqui uns anos atrás... – disse a senhora com um sorriso no rosto.
Alguns segundos de silêncio separaram a sentença da memória seguinte:
– Fui morar lá quando eu tinha 13 anos pra cuidar de uma menina que tinha uns 3 meses na época. Eu gostava, sabe? Sempre gostei de criança. Eu tinha jeito com isso. A mãe dela quase não ficava em casa. Então sobrava tudo pra mim mesmo. Sabe fia, eu lembro que a primeira palavra que ela disse foi “mamãe”, só que não foi pra mãe dela não, foi pra mim. Pois é, ela era tão branquinha coitada, parecia cor de leite, a família inteira era assim. Desde pequena a Kely me chamava de mãe preta. No fundo, eu sabia que ela sempre gostou mais de mim. Hoje ela tá com 28 anos e mesmo assim eu vou visitar ela quase toda semana. Não consigo ficar longe. Eu me sinto um pouco mãe dela, ainda mais porque ela nunca conseguiu gostar muito da mãe. Agora elas estão mais próximas, mas eu ainda sou a preferida.
Essa história nos intrigou. Quando olhamos para trás, a senhora estava pronta para descer do ônibus. Ela se foi, mas a história pairou no ar e ficou por dias visitando nossas mentes curiosas.
A primeira visita nos causou estranheza. Moema estava vazia, o que para nós foi como olhar uma obra de arte que retrata uma paisagem incrível, mas sem pessoas. Um quadro frustrante: no lugar das árvores, carros e asfalto. No lugar das flores coloridas de Monet, o tom de cinza escuro devido à chuva que estava por vir. Mas, em seus nove quilômetros de extensão, o distrito nos pareceu belo. Os prédios são geralmente residenciais, o que gera uma impressão de lar – dando-nos, ao mesmo tempo, o sentimento de quem é estrangeiro. Não pertencemos àquela realidade, comentamos.
Moema tem dentro dela um pedaço de verde cheio de gente, o contraste com seu resto. O Parque Ibirapuera. Dentro do parque, várias vidas. Dentre elas, uma muito sorridente: Eli, a vendedora de coco. Olhamos para aquela senhora de meia idade em seu carrinho verde. Sem clientes. Era uma quarta-feira úmida e não muito bonita, e esse poderia ser um dos motivos para o pouco movimento. Compramos dela uma garrafinha de água de coco, daquelas que a gente toma de um gole quando está com sede. Tínhamos 500 ml e três jornalistas sedentos para fazer uma série de perguntas. Limitamo-nos a conversar sobre o questionário que tínhamos em mãos e fazer algumas perguntas complementares. Voltamos semanas depois para entrevistá-la realmente e matar nossa curiosidade sobre outras perguntas que surgiram.
Eli é negra, tem olhos grandes e pacíficos, e está sempre usando a camisa azul da cooperativa de vendedoras de coco de que faz parte. “É o uniforme. A gente tem que sempre usar sapato fechado, cabelo preso. Só hoje eu vim de chinelo, que tá muito calor.” Ela mora no Jardim Miriam, na Zona Sul de São Paulo. A zona é a mesma de Moema, mas os extremos são diferentes. São por volta de 10 quilômetros que separam a casa de Eli de seu trabalho diário, mas ela diz não achar ruim. Ao longo da entrevista, fez questão de ressaltar o quanto gosta do bairro onde mora e de sua localização. “Só vou sair de lá quando Deus quiser. Por mim, eu morria ali”. Ela comentou, então, que o transporte público melhorou nos últimos anos, atribuindo a esse fato a implantação da faixa exclusiva de ônibus e o ar condicionado que muitos deles têm.
A vendedora é visivelmente apegada aos ensinamentos da igreja que frequenta e a uma ideia cristã de Deus. Antes de se casar, gostava de um forró romântico ou de sertanejo de vez em quando, citando Chitãozinho e Xororó como uma de suas duplas favoritas. Agora, ela deixou de os ouvir por considerá-los cantores mundanos. Eli diz estar no caminho certo, porque toda música que ouve é gospel. E o único livro que lê é a bíblia.
Nesse dia quente, a trabalhadora de 44 anos estava acompanhada de seu esposo, João, que rondava o perímetro para assegurar que ela estivesse respondendo tudo certo. Eventualmente, ele fazia interrupções e falava sobre o que a mulher deveria responder. Em certo momento, eles nos explicaram que frequentavam a mesma igreja, mas que nem sempre foi assim. Quando ainda namoravam, João e Eli assistiam ao culto em locais distintos. “Mas quando a mulher casa, ela acompanha o marido, né?”, justificou Eli por sua mudança religiosa. “Homem nenhum vai acompanhar a mulher. O homem é a cabeça da casa e Cristo é a cabeça da Igreja. A gente tem que obedecer o marido.”
Eli conta ainda que começou a trabalhar aos sete anos, cuidando de seu sobrinho. Conforme crescia, foi encontrando trabalhos como doméstica. Segundo o IBGE, empregada doméstica é a “pessoa que trabalha prestando serviço doméstico remunerado em dinheiro ou em benefícios, em uma ou mais unidades domiciliares.” As mulheres representavam 94,5% dos trabalhadores domésticos em 2009. No mesmo ano, 62% desses trabalhadores eram pretos ou pardos.
– Antes trabalhava na Avenida Sabiá, em Moema. Fazia tudo: cozinheira, faxineira e babá. Fazia almoço para marido da patroa e até sopinha para menina. Ainda levava ela para a escola. Era só uma criança pequenininha, tinha três meses. Quando saí, a menina já estava grande, com três anos. Eu sinto falta do meu serviço, eu gostava, fazia com amor. Tem gente que faz o serviço de qualquer jeito, mas eu amava mesmo.
Despedimo-nos de Dona Eli ainda tentando entender a realidade de Moema, buscando também os moradores da região. Ao percorrer aquele pedaço nobre da cidade, observando as poucas pessoas que por ali passavam, decidimos agir. Mas ninguém que abordávamos se dizia morador de Moema. “Estou só passando por aqui”, ou “eu trabalho no quarteirão seguinte” foram algumas das várias frases que ouvimos em nossa busca. Passamos então a descobrir moradores de Moema pelas redes sociais, encontrando grupos de Facebook feitos exclusivamente para quem mora no distrito.
Por meio desses grupos conhecemos Manuela, moradora de Moema desde sua infância. Na entrevista, ela falou sobre a mulher que trabalha em sua casa e sobre como Matilde foi contratada pela sua mãe:
– Minha mãe atendeu ela no consultório e ela comentou que estava precisando de emprego, aí acabou vindo trabalhar com a gente. Ela limpa a casa e faz comida. A gente costuma conversar bastante, ela conta muito sobre a vida dela. Nós temos um bom relacionamento. Uma história engraçada, é que abriu uma doceria perto de casa chamada Matilde, e ela fica falando para mim: “Você viu, Manu? Abriu uma doceria com o meu nome!”. Ela acha super legal.
Entrevistamos também Camila, estudante e moradora de Moema. Ela nos contou que nunca tinha pego um ônibus sozinha antes de começar a frequentar a faculdade e que, embora tenha sentido o choque da adaptação, gostou de sair e ver as diversas faces da cidade.
– Eu tive uma infância muito protegida, meus pais eram superprotetores. Eu só fui conhecer São Paulo quando entrei na faculdade, antes disso, eu ficava muito na bolha de Moema, achava que São Paulo se resumia àquilo. Na época da escola eu só andava de carro: meus pais me levavam ou eu ia de carona com os meus amigos, já que todo mundo morava perto. Quando eu entrei na faculdade comecei a pegar ônibus, comecei a descobrir como me locomover pela cidade e querer descobrir outras cidades depois disso. Moema não é muito bom de transportes públicos, quase não passa ônibus por aqui e o metrô está sendo construído há não sei quanto tempo.
Camila, quando soube que foi aprovada no vestibular, começou a treinar os caminhos que diferentes ônibus faziam de Moema ao seu local de estudo. Assim, quando as aulas começaram, ela já estava acostumada à rotina do transporte público.
Quando perguntamos sobre sua rotina em casa e sobre sua infância, Camila logo lembrou de Zete, que trabalha em sua casa desde que a entrevistada tinha 1 ano de idade:
– Ela que ficava comigo durante o dia, enquanto os meus pais não estavam em casa. Agora eu quase não a vejo mais, por conta da faculdade e do estágio, mas quando eu estou em casa, nós temos uma relação muito próxima. Eu conheço ela há minha vida inteira, nem consigo imaginar a minha vida sem ela. Eu sei que isso é problemático, mas é o que eu sinto.
Camila problematiza seu próprio comentário por se aproximar do pensamento de esquerda que descobriu também na faculdade. Mas seus pais não sabem muito sobre isso -- ela não discute política com eles, dado o conservadorismo que defendem.
Saímos de Moema sabendo que um bairro nobre é movido também por trabalhadores que passam mais da metade de suas vidas cuidando de outras vidas. Algumas realidades habitam na mesma casa, mesmo tão distintas. Sentimos o cheiro do coco, do couro do carro, do banco do ônibus e percebemos que o que se vê em Moema é lindo, mas não é simples. Que vidas sustentam o luxo da Zona Sul?
Reportagem: As ruas de Moema
Reportagem: Os hábitos de quem corre no Parque Ibirapuera
https://www.youtube.com/watch?v=W7SfR6sDORc&feature=youtu.be
Entrevistas em profundidade
Camila Pereira, 19 anos:
Eli Santos Farias, 44 anos:
Manuela Borchardt, 18 anos:
A REGIÃO
[editar | editar código-fonte]O nome Moema, de origem tupi, faz referência à heroína do poema "Caramuru", de Santa Rita Durão. A personagem se lançou ao mar para alcançar a nau em que partia o homem que amava, nadando até a exaustão e morte. Até 1987, quando a mudança foi oficializada por Jânio Quadros, o distrito se chamava Indianápolis.
É interessante notar que as ruas entre as avenidas Santo Amaro e Ibirapuera têm nomes de pássaros (Canário, Rouxinol, Bem-te-vi etc.). Já do outro lado da avenida Ibirapuera, os nomes são indígenas (Miruna, Iraí e Jurema, etc.).
O distrito de Moema, localizado na subprefeitura da Vila Mariana, zona sul da cidade de São Paulo, lidera o ranking do índice de desenvolvimento humano (IDH) no município (0,961). Do total de 26.309 domicílios, 354 não têm esgoto, situação que corresponde a 1,34% das moradias. Não existem favelas em Moema, que apresenta a segunda maior renda média mensal domiciliar da cidade, sendo superado apenas pelo bairro do Morumbi.
Em Moema, encontramos o Parque Ibirapuera, os bairros Indianópolis, Jardim Lusitânia, parte do Paraíso e Vila Nova Conceição – que possui, atualmente, o metro quadrado mais caro da cidade. Por ser uma das regiões mais consolidadas da cidade, de ocupação populacional antiga, nota-se a forte presença de famílias idosas. Isso não impede o desenvolvimento de uma expressiva vida noturna e é também um distrito relevante nos assuntos que tangem o erotismo. Moema abrigava seis das nove casas de suingue da cidade em 2014. Além disso, nota-se um perfil misto, já que prédios residências e comércios se distribuem pela rua.
PRÉ-ROTEIRO
Com base nas nossas primeiras pesquisas, averiguamos que a região de Moema apresenta uma alta taxa de idosos, que lá vivem em meio a outras gerações. Além disso, é uma área de IDH e renda quase homogêneos. Outro fator a ser considerado é que ambos são mais elevados de que a média da cidade São Paulo. Assim, nosso trabalho buscará abordar os conflitos, diferenças e proximidades entre as formas de pensar das gerações que a região de Moema acolhe. Além disso, em um aspecto ainda mais geral, abordaremos quais são os produtos culturais mais consumidos pelo grupo de pessoas que podem ser consideradas parte da elite paulistana. Para isso, os aspectos culturais e as visões de mundo dos entrevistados serão nossos principais objetivos.
Ainda nesse aspecto do consumo da indústria cultural é preciso esclarecer que tentaremos abranger os gostos musicais (algo entre o erudito e o popular), frequência em shows e peças de teatro, leituras, consumo diário de televisão (especificando os canais e os programas) e das redes sociais (Facebook, Whatsapp, Instagram, Snapchat, Youtube). Outro fator de expressiva relevância para o grupo será de que forma esse público consome notícias, sejam elas por meio de produtos impressos, tais como jornais e revistas, ou por meio da internet.
PONTOS ONDE SERÃO APLICADOS OS QUESTIONÁRIOS
Pelo fato de buscarmos os moradores da região como público a partir de temas que beiram a informalidade, pensamos em aplicar os questionários em ambientes de lazer e descontração. Escolhemos como pontos o Parque Ibirapuera durante períodos de menor fluxo de pessoas, como o período da tarde e da noite, e o shopping Ibirapuera, por ser considerado uma das referências em consumo para uma parcela dos moradores. O bairro de Vila Nova Conceição desperta uma certa curiosidade em nós para descobrirmos os modos de vida locais, visto que é o metro quadrado mais caro da cidade.
O grupo se dividirá para aplicar os questionários em diferentes horários e dias de semana. Beatriz, Fidel e Letícia serão responsáveis pela aplicação de segunda a sexta e Anna e Lívia aos finais de semana.
QUESTIONÁRIOS
1) Nome: ________________________________________________
2) Idade:
( ) Até 20 anos ( ) De 21 a 30 anos ( ) De 31 a 40 ( ) De 41 a 50
( ) De 51 a 60 ( ) De 61 a 70 ( ) Acima de 71
3) Como você se identifica?
( ) Homem ( ) Mulher
4) Quantas pessoas moram na sua residência, contando com você?
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ou mais.
5) Em que bairro você reside?
( ) Moema ( ) Ibirapuera ( ) Indianópolis ( ) Jardim Luzitânia
( ) Jardim Novo Mundo ( ) Vila Nova Conceição ( ) Vila Uberabinha
( ) Outro. Qual? _____________________
6) A casa onde você mora é? (Marque apenas uma resposta)
( ) Própria ( ) Alugada ( ) Cedida ( ) Outro
7) Quantas horas semanais você trabalha? (Marque apenas uma resposta)
( ) Sem jornada fixa, até 10 horas semanais.
( ) De 11 a 20 horas semanais
( ) De 21 a 30 horas semanais
( ) De 31 a 40 horas semanais
( ) Mais de 40 horas semanais
8) Grau de escolaridade
( ) Sem escolaridade ( ) Ensino Fundamental Incompleto
( ) Ensino Fundamental Completo ( ) Ensino Médio Incompleto
( ) Ensino Médio Completo ( ) Superior Incompleto
( ) Superior Completo ( ) Mestrado
( ) Doutorado
9) Você possui domínio de alguma língua estrangeira? Qual?
( ) Inglês
( ) Espanhol
( ) Francês
( ) Italiano
( ) Mandarim
( ) Outra. Qual? ______________________
( ) Não possuo
10) Estado civil
( ) Solteiro
( ) Casado
( ) Divorciado
( ) Viúvo
( ) Outro
11) Quais são os temas do seu interesse? (Selecione os cinco principais e distribua os números em ordem de importância)
( ) Política
( ) Economia
( ) Cotidiano
( ) Entretenimento
( ) Comportamento
( ) Esporte
( ) Moda
( ) Outro. Qual? ______________________
12) Qual é a sua maior fonte de informações?
( ) Jornal impresso
( ) Revista
( ) Televisão
( ) Rádio
( ) Redes Sociais
( ) Portais da Internet
13) Com que frequência você vai a peças de teatro?
( ) Sempre
( ) Frequentemente
( ) Esporadicamente
( ) Raramente
( ) Nunca
14) Aproximadamente, quantos livros você lê por ano?
( ) Nenhum ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ou mais
15) Quantas horas por dia você assiste televisão?
( ) Menos de 1 hora ( ) 1 hora ( ) 2 horas ( ) 3 horas
( ) 4 horas ou mais ( ) Eu não assisto
16) Quais programas você consome?
( ) Jornais
( ) Novelas
( ) Documentários
( ) Séries
( ) Reality Shows
( ) Outros
17) Como você consome filmes/séries?
( ) Televisão Aberta
( ) Televisão Fechada
( ) Plataformas de Streaming (Netflix, NetNow, etc)
( ) Cinema
( ) Download da Internet
( ) DVDs
( ) Não consumo filmes/séries
18) Como você consome música?
( ) Rádio
( ) Vinil
( ) CDs
( ) Downloads da Internet
( ) Plataformas de Streaming (ex.: Spotify)
( ) Não consumo música
19) Renda familiar
( ) Nenhuma renda.
( ) Até 1 salário mínimo (até R$ 880,00)
( ) De 1 a 3 salários mínimos (de R$ 880,01 até R$ 2.640,00)
( ) De 3 a 6 salários mínimos (de R$ 2.640,01 até R$ 5.280,00)
( ) De 6 a 9 salários mínimos (de R$ 5.280,01 até R$ 7.920,00)
( ) De 9 a 12 salários mínimos (de R$ 7.920,01 até R$ 10.560,00)
( ) De 12 a 15 salários mínimos (de R$ 10.560,01 até R$ 13.200,00)
( ) Mais de 15 salários mínimos (mais de R$ 13.200,01)
GRÁFICOS
PERGUNTAS/ALTERNATIVAS | RESPOSTAS |
Qual é sua Idade? | |
Até 20 | 8 |
De 21 a 30 | 6 |
De 31 a 40 | 7 |
De 41 a 50 | 7 |
De 51 a 60 | 5 |
De 61 a 70 | 4 |
Acima de 71 | 1 |
Como você se identifica? | |
Homem | 14 |
Mulher | 24 |
Quantas pessoas moram na sua residência, contando com você? | |
1 | 2 |
2 | 10 |
3 | 10 |
4 | 13 |
5 ou mais | 3 |
Em que bairro você reside? | |
Moema | 23 |
Ibirapuera | 0 |
Indianópolis | 2 |
Jardim Luzitânia | 0 |
Jardim Novo Mundo | 0 |
Vila Nova Conceição | 0 |
Vila Uberabinha | 0 |
Outro | 13 |
A casa onde você mora é? | |
Própria | 29 |
Alugada | 9 |
Cedida | 0 |
Outro | 0 |
Quantas horas semanais você trabalha? | |
Sem jornada fixa, até 10 horas semanais. | 6 |
De 11 a 20 horas semanais | 1 |
De 21 a 30 horas semanais | 4 |
De 31 a 40 horas semanais | 7 |
Mais de 40 horas semanais | 17 |
Desempregado | 3 |
Aposentado | 1 |
Grau de escolaridade | |
Sem escolaridade | 0 |
Ensino Fundamental Incompleto | 0 |
Ensino Fundamental Completo | 0 |
Ensino Médio Incompleto | 1 |
Ensino Médio Completo | 8 |
Superior Incompleto | 7 |
Superior Completo | 18 |
Mestrado | 1 |
Doutorado | 1 |
Você possui domínio de alguma língua estrangeira? Qual? | |
Inglês | 26 |
Espanhol | 9 |
Francês | 4 |
Italiano | 1 |
Mandarim | 0 |
Outra | 0 |
Não possuo | 10 |
Estado civil | |
Solteiro | 15 |
Casado | 21 |
Divorciado | 2 |
Viúvo | 0 |
Outro | 0 |
Quais são os temas do seu interesse? | |
Política | 27 |
Economia | 22 |
Cotidiano | 20 |
Entretenimento | 28 |
Comportamento | 16 |
Esporte | 13 |
Moda | 16 |
Outro. | 4 |
Quais são suas maiores fontes de informação? | |
Jornal impresso | 3 |
Revista | 3 |
Televisão | 10 |
Rádio | 4 |
Redes Sociais | 17 |
Portais da Internet | 23 |
Com que frequência você vai a peças de teatro? | |
Sempre | 1 |
Frequentemente | 1 |
Esporadicamente | 8 |
Raramente | 19 |
Nunca | 9 |
Aproximadamente, quantos livros você lê por ano? | |
Nenhum | 2 |
1 | 4 |
2 | 3 |
3 | 6 |
4 | 5 |
5 ou mais | 18 |
Quantas horas por dia você assiste televisão? | |
Menos de 1 hora | 7 |
1 hora | 3 |
2 horas | 16 |
3 horas | 6 |
4 horas ou mais | 4 |
Eu não assisto | 2 |
Quais programas você consome? | |
Jornais | 25 |
Novelas | 13 |
Documentários | 13 |
Séries | 21 |
Reality Shows | 6 |
Outros | 2 |
Não assisto | 1 |
Como você consome filmes/séries? | |
Televisão Aberta | 6 |
Televisão Fechada | 20 |
Plataformas de Streaming | 25 |
Cinema | 14 |
Download da Internet | 8 |
DVDs | 6 |
Não consumo filmes/séries | 1 |
Como você consome música? | |
Rádio | 13 |
Vinil | 3 |
CDs | 6 |
Downloads da Internet | 15 |
Plataformas de Streaming | 14 |
Não consumo música | 3 |
Renda familiar | |
Nenhuma renda. | 1 |
Até 1 salário mínimo (até R$ 880,00) | 1 |
De 1 a 3 salários mínimos (de R$ 880,01 até R$ 2.640,00) | 3 |
De 3 a 6 salários mínimos (de R$ 2.640,01 até R$ 5.280,00) | 5 |
De 6 a 9 salários mínimos (de R$ 5.280,01 até R$ 7.920,00) | 4 |
De 9 a 12 salários mínimos (de R$ 7.920,01 até R$ 10.560,00) | 3 |
De 12 a 15 salários mínimos (de R$ 10.560,01 até R$ 13.200,00) | 3 |
Mais de 15 salários mínimos (mais de R$ 13.200,01) | 18 |
ENTREVISTAS EM PROFUNDIDADE E REPORTAGEM DE RÁDIO
As entrevistadas em profundidade foram
Eli Santos Farias, de 44 anos
Camila Pereira, de 19 anos
Manuela Borchardt, de 18 anos
https://drive.google.com/drive/folders/0B69NZixhYNs-VVo2cHlwWERMV0U?usp=sharing
TEXTO SOBRE A ANÁLISE DOS DADOS
Os questionários foram realizados durante duas visitas ao distrito de Moema. A primeira delas ocorreu numa tarde de uma quinta-feira (25/08) no Parque Ibirapuera. Aqui cabe um fato curioso: quatro pessoas que abordamos eram estrangeiras, não sabendo falar português, e estavam de férias no Brasil. Já a segunda aconteceu num sábado de manhã (27/08) entre os bairros de Moema e Indianópolis, nos quais estivemos em supermercados, como o Oba, e outros comércios da região, como a padaria Bienal e a loja de produtos naturais Bendito Grão. Ao fim do processo, obtivemos 38 entrevistados.
Em nossa amostragem, vinte e três das pessoas entrevistadas eram moradores do próprio distrito, o que representa mais da metade da nossa pesquisa e se aproxima de uma realidade para o lugar. Oito das pessoas entrevistadas têm até 20 anos, enquanto 25 tem entre 21 e 60 anos. As mulheres foram a maioria dos participantes (24), enquanto os homens somaram 14.
Sendo assim, mesmo nas primeiras conversas já era notável o motivo do distrito ser considerado o melhor IDH do município de São Paulo. Por exemplo, vinte e nove dos participantes moram em casa própria, treze dos entrevistados moram com mais três pessoas na mesma residência e vinte têm ensino superior completo. Aliado a isso, vinte e seis considerem o inglês como sua segunda língua. Ainda mais sintomática é a renda familiar. Entre os entrevistados, dezoito possuem uma renda familiar superior a 15 salários mínimos, ou seja, ganham, por mês, mais de R$ 13.200,00.
Como nosso questionário seguiu a linha cultural, concluímos que 74% dos entrevistados têm preferência por temas ligados ao entretenimento, 71% por política, 58% por economia, 53% por temas ligados ao cotidiano, 42% por temas ligados ao comportamento, 42% por moda e 34% por esporte. Já no que se refere a forma de consumir essas temáticas, 8% dos entrevistados afirmaram ser jornais impressos ou revistas, 26% a televisão, 10% o rádio, 45% as redes sociais e 61% os portais da internet.
Notamos que o principal tema de interesse é, de fato, o entretenimento, mas de que forma? Por exemplo, peças de teatro não encontram grande reverberação entre os entrevistados. Sendo que 2,6% dos entrevistados dizem que vão sempre ou com frequência, 21% disseram ir esporadicamente, 50% afirmaram ir raramente e 24% nunca assistiram a uma peça de teatro.
Já a prática de leitura se faz muito mais presente entre os entrevistados do distrito. Entre eles, 5% dos entrevistados afirmaram que não leem nenhum livro por ano. No entanto, esse índice é contraposto a 10,5% deles leem pelo menos 1 livro por ano. Já 7,9% afirmaram ler pelo menos 2 livros por ano, 15,7% leem pelo menos 3 livros por ano, 13,5% leem pelo menos 4 livros por ano. Assim, o maior destaque é para os 47,4% que leem 5 ou mais livros por ano. Entre eles existiram relatos ainda maiores, como 30 livros por ano.
Quanto ao tempo que cada entrevistado passa assidtindo televisão por dia, 18,4% afirmaram assistir menos de 1 hora; 7,9% assistem por 1 hora; 42,1% assistem por 2 horas; 15,7% assistem por 3 horas; 10,5% assistem por 4 horas ou mais; e 5,4% afirmaram não assistir. Novamente, é interessante saber o que as pessoas procuram nos canais. Nisso, 67,8% assistem jornais; 34,2% assistem novelas; 34,2% assistem documentários; 55,3% assistem a seriados; 15,8% assistem a reality shows; 5,3% assistem a outros programas.
Nesse campo, entramos em mais alguns desdobramentos. Se considerarmos a TV uma importante fonte de notícias cotidianas e de alguns programas específicos, ela seria a única? Não, por exemplo, o consumo de filmes e séries é feito somente por 15,8% dos entrevistados na televisão aberta, o que nem é maioria. Já 52,6% em televisão fechada; 65,8% em plataformas de streaming; 38,9% nos cinemas; 21% através de downloads da internet; 15,8% através de DVDs.
A última das fontes de entretenimento que consideramos foi a música e quanto ao modo de consumo. Para eles, 34,2% afirmaram escutar no rádio, 7,9% em vinil; 15,8% em CDs, 39,5% através de downloads da internet; 36,8% através de plataformas de streaming; e 7,9% afirmaram não consumir música.
PAUTA DA REPORTAGEM
Ao investigarmos o distrito de Moema por meio da aplicação dos questionários, foi possível enxergar uma realidade além daquela que o mapa de vulnerabilidade social poderia mostrar. O mapa parecia homogêneo, explicitando um IDH muito elevado. No entanto, quando saímos às ruas, conhecemos a desigualdade social vista na relação entre moradores e trabalhadores do distrito.
O bairro parece perfeito. As ruas são limpas e arborizadas, as pessoas usam os bairros como se fossem uma pequena cidade e afirmam que não há violência por lá. Esses mesmos moradores constataram, em sua maioria, constataram que sua renda familiar é superior a 13 salários mínimos. Ao mesmo tempo, muitos trabalhadores que exercem suas profissões no distrito ganham por volta de 1 salário mínimo.
Partindo desses fatos, nossa pauta vai tratar dos diferentes estilos de vida das classes sociais. Pretendemos mostrar de que modo as pessoas com grandes disparidades de rendas vivem em Moema - tanto moradores como trabalhadores do local. Para isso, os aspectos culturais e as visões de mundo dos entrevistados serão nossos principais objetivos.
Quais são seus graus de escolaridade? De que modo essas pessoas consomem temas ligados à cultura? Quais são suas maiores fontes de informação? Quais são seus hábitos de leitura? Quais são seus hábitos de consumo de filmes, séries e música (se possuem)? Outro fator de expressiva relevância para o grupo será de que forma esse público consome notícias, sejam elas por meio de produtos impressos, tais como jornais e revistas, ou por meio da internet.
APURAÇÃO E DIVISÃO DE TAREFAS
Grupo: Anna Beatriz Oliveira, Beatriz Carvalho, Fidel Forato, Letícia Sé e Lívia Vitale
- Entrevistas:
Desenvolvimento: Todos.
Responsável: Letícia
- Criação/aplicação do questionário:
Desenvolvimento: Todos.
- Postagem no Wiki:
Responsáveis: Letícia e Lívia.
- Fotos:
Responsáveis: Anna Beatriz, Beatriz e Lívia.
- Texto:
Desenvolvimento: Todos.
Responsável: Beatriz
- Pesquisa de Dados:
Responsáveis: Anna Beatriz e Fidel
- Planilhas, tabelas e gráficos:
Responsáveis: Beatriz e Lívia.
- Vídeo:
Responsáveis: Beatriz, Fidel e Letícia.
- Áudio:
Responsável: Anna Beatriz
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,cinco-curiosidades-sobre-o-bairro-de-moema,1609251
http://vejasp.abril.com.br/materia/moema-balada-liberal-diversao-adulta-moradores-reclamam
http://www.filologia.org.br/vcnlf/anais%20v/civ5_09.htm
http://www.fflch.usp.br/centrodametropole/cemsas/1.3.12.VilaMariana.pdf