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Wikinativa/Morro Seco

Fonte: Wikiversidade
Morro Seco
Integrantes/Artesanato da comunidade Morro Seco
População total

75 pessoas (Até 2008)

Regiões com população significativa
Vale do Ribeira (ao sul do estado de São Paulo)
Línguas
Português
Religiões
Catolicismo


Morro Seco é uma comunidade quilombola localizada no município de Iguape, que está localizado no Vale do Ribeira, interior do estado de São Paulo. Na atualidade, cerca de 22 famílias vivem na comunidade Morro Seco. Os contatos dos moradores com as ideias acerca dos direitos dos quilombolas surgiram inicialmente com a participação na Igreja Católica que agragava e dialogava com diversos movimentos sociais em meados do século XX. Desde então, os moradores do local se engajaram nas lutas por visibilidade, efetividade de direitos e legalização do território em que vivem ao longo de gerações. Os moradores do Morro Seco tornaram-se cada vez mais participativos e organizados enquanto comunidade quilombola – inclusive para dialogar com as pessoas de fora da comunidade e também com órgãos do poder público. A comunidade se auto-reconheceu como quilombola e, em 1999, iniciaram-se discussões internas sobre a criação de uma associação local. Data de 2006 o reconhecimento da comunidade pelo Itesp. A comunidade Morro Seco conta com suas especifidades, como festas, dança do fandango, lendas, culinária, comemorações, crenças e conhecimentos de ervas medicinais.[1]

Localização

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A comunidade Morro Seco está localizada no Vale do Ribeira, interior de São Paulo, dentro do município de Iguapé. O acesso é pela rodovia BR-116, na altura do Km 419, sentido Curitiba/São Paulo, nesse ponto entra-se numa estrada de terra localizada à direita da rodovia, no município de Juquiá, ao percorrer 5 km já é possível visualizar as primeiras casas da comunidade.

Coordenadas -24.773643,-47.657318.

VIZUALIZAR[2]

A área em que hoje se encontra a comunidade quilombola Morro Seco foi de propriedade da família Modesto Pereira e entre os séculos XVI e XVII, os primeiros escravos chegaram na região devido a forte atividade mineradora, e também, semelhante ao que ocorreu na maioria das comunidades quilombolas do Vale do Ribeira, é resultado do assentamento de escravos fugidos e famílias expulsas de suas terras. A região do Vale do Ribeira serviu de refúgio para estas famílias e escravos por ser uma área isolada, longe do rio e de difícil acesso. Apesar de não ter sido um dos principais destinos, a comunidade Morro Seco em seu período de formação também recebeu famílias de descendentes de escravos e de portugueses que ocupavam uma área próxima, conhecida como Fazenda Furquim, que por estarem sobre terras que interessavam uma empresa de mineração de chumbo tiveram que deixar suas, inicialmente assinando um acordo que davam-lhes características de agregados e posteriormente sendo expulsos, restando apenas procurarem outras regiões para permanecer com suas famílias e trabalharem.[1][3][4]



Atividades econômicas

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As primeiras famílias que compunham a comunidade quilombola Morro Seco sobreviviam das atividades rurais, com o cultivo do milho, arroz, mandioca, batata, horta, cana, cará de espinho, junto as atividades de caça e coleta. Os únicos produtos que necessitavam buscar na cidade era o sal e o tecido, que utilizavam para fabricar suas roupas, que seguiam um padrão simples, com exceção para as roupas confeccionadas para casamentos. Com instrumentos também confeccionados à mão (monjolos e moendas) as famílias pilavam o arroz e socavam o milho para fazer A farinha de milho e para moer a cana e fazer rapadura. Posteriormente começaram a criação de galinhas, porcos, cabritos para consumo da carne e cavalos para o trabalho e transporte. Os benefícios e auxílios de governo são as fontes de renda mais presentes no orçamento das famílias de Morro Seco. Alguns moradores produzem lichia nos quintais e vendem a produção no fim de ano (período da safra da fruta). O artesanato tradicional quilombola é para os artesãos da comunidade uma fonte complementar de renda, com caráter sazonal. Além do cultivo de frutas, hortaliças e ervas medicinais, recentemente, um grupo de mulheres da comunidade se organizou para produzir e vender pães caseiros na comunidade.[1]

Com a criação do PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira)com decreto de 1958, não só a comunidade do Morro seco mas todas comunidades do Vale do Ribeira foram prejudicadas, em 1983 o governo do estado delimitou o parque, e implementou as restrições que impediam diversas atividades das comunidades e inviabilizavam a criação de animais e o plantio. Devido a criação do PETAR as comunidades até hoje são impedidas de exercerem algumas atividades que auxiliariam suas economias, além de perderem parte de suas terras e viver com incerteza continuar na área, o que fez muitas das famílias irem para as cidades.[1]


Reconhecimento como Remanescentes da Comunidade de Quilombo de Morro Seco

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Em função da luta que diversas comunidades quilombolas vem enfrentando para garantir o direito de se manterem em suas terras e continuarem suas atividades sem restrições que os prejudiquem o governo do Estado cria comunidades negras rurais como uma categoria social com necessidades a serem trabalhadas e supridas (principalmente identidade e território) com a denominação de Comunidades remanescentes de quilombolas. É atendendo a estas características dentro desta denominação que a comunidade quilombola Morro Seco foi reconhecida como Remanescente de Quilombo em 2006.[1][4]


Morro Seco atualmente

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Hoje 85 pessoas compõe 22 famílias que formam a comunidade do Morro Seco, destas 85 pessoas -50, 6% são do sexo feminino e 49,4 % do sexo masculino, mais da metade tem entre 19 e 60 anos. São 16 crianças com até 12 anos e 14 idosos com mais de 60 anos. A maior parcela da população da comunidade possui o ensino fundamental incompleto (até a 4ª série/5º ano). Ainda das 85 pessoas que compõem a comunidade, 6 não são alfabetizadas e apenas 1 teve acesso ao ensino superior. Os moradores da comunidade praticam a agricultura com técnicas manuais somente para subsistência. A principal fonte de renda na comunidade é a produção agrícola. A maior parte da produção de arroz, feijão e hortaliças é para o consumo das famílias. A produção de farinha de mandioca e banana, então em boa parte, destinadas a comercialização. Embora a produção agrícola seja uma presença marcante na comunidade, as poucas alternativas de renda fazem com que grande parte dos pais de família e jovens tenha que sair da comunidade ou trabalhar fora dela como assalariado, diarista ou empreiteiro para garantia de seu sustento, enquanto outros realizam atividades informais mesmo dentro da comunidade.[1][3]


A sociabilidade

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Os moradores da comunidade Morro Seco compartilham vínculos de solidariedade como o trabalho coletivo e a participação dos membros da comunidades em eventos religiosos. Uma das principais características do trabalho em conjunto dos componentes da comunidade são os mutirões, que é quando os moradores se organizam em grupos e cada um dos grupos fica responsável por desenvolver alguma tarefa como a derrubada, roçada, plantio, limpa, colheita, construção de casa, etc. Os mutirões são uma solução para as limitações de mão-de-obra presentes na atividade individual ou familiar. Uma das tradições dos mutirões é que por, não apresentarem nenhum tipo de vinculo financeiro (que trabalha no mutirão não recebe em dinheiro), o morador que convocou o mutirão, como forma de agradecer os participantes, realiza pequenas festas oferecendo a seus vizinhos pequenas festas e até mesmo um baile ao final do trabalho.[1][3]

Infraestrutura e forma de organização

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A comunidade se organiza em torno da Associação dos Remanescentes de Quilombo do Bairro de Morro Seco, fundada em 2002 e legalmente instituída em 2003. As organizações não-governamentais apontadas com atuantes na comunidade foram: o ISA, o Moab (MOVIMENTO DOS AMEAÇADOS POR BARRAGENS - VALE DO RIBEIRA∕SP) e o Eaacone, as Pastorais da Igreja Católica e o Itesp como organização governamental. As casas da comunidade são de alvenaria, sendo que, em muitas delas a cozinha se mantém com uma estrutura inicial constituída por madeira, bambu e barro, os quintais e terrenos com tamanho médio de 1000m2 possuem cultivo de frutíferas(jaca, laranja, abacate e limão), hortaliças (principalmente alface, couve), palmito, e plantas de uso medicinal (princialmente o poejo e a anador). A criação de galinhas, patos e porcos para o consumo das famílias também é comum na comunidade. A comunidade conta com um agrupamento central onde localiza-se a igreja católica, um galpão, um telefone público, a escola municipal (pré-escola até a 4ª série do ensino fundamental) e várias casas. Exitem outras casa que se localizam ao longo das estradas que cortam a comunidade, sendo que mais da metade das casas possui fossas sépticas e menos da metade delas despeja as águas de pias e da cozinha cursos d´água próximos. A água que abastece as comunidades é oriunda de minas existentes (com exceção de duas casas que utilizam água de poço) na comunidade e não recebe nenhum tratamento, esta água é armazenada em caixas d'água e escoada até as casa por mangueiras. A parte do lixo reciclável é, em parte, recolhida e vendida por alguns moradores, o lixo orgânico serve como adubo e para a alimentar as criações domésticas e alguns moradores tem o hábito de queimar o lixo. Eletrodomésticos a Televisão e o Rádio estão presentes em metáde das famílias da comunidade e mais da metade possui fogão e geladeira. Os moradores utilizam o ônibus escolar que circula em quatro horários semanalmente, já que não há linha de transporte público presente na comunidade.A cidade mais freqüentada por certa parcela de moradores é Juquiá. Estima-se que mensalmente, 20 pessoas da comunidade se desloquem até Juquiá, e 5 pessoas até Iguape e Registro,para uso dos serviços de saúde, bancários, aquisição de gêneros alimentícios e outros. A infraestrutura na comunidade e deficiente em diversas funções e aspectos, um trator de pequeno porte e dois galpões comunitários são de uso coletivo da comunidades, e é por isso que a Agenda das prioridades e recomendações foi elaborada, nela demandas para suprir necessidades das comunidades de remanescentes quilombolas do Vale do Ribeira (Incluindo o Morro Seco, em grande parcela da demandas) foram solicitadas.[1][3]

Agenda das Prioridades e Recomendações

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A agenda das Prioridades e recomendações são solicitações (demandas) feitas por comunidades quilombolas do Vale do Ribeira, dentre estas solicitações a comunidade Morro Seco se manifestou em nove categorias, que são elas: Atividades produtivas, Extra-Agroflorestal e Extra-Criação, Comunicação/Eletricidade/Transporte e Moradia, Meio Ambiente e Fundiário, Manejo e Extrativismo, Saúde, Saneamento básico, Cultura e Lazer e Educação. Algumas categorias especificas estão citadas abaixo e outras citadas dentro de tópicos mais abaixo.[1]


Comunicação, Eletricidade, Transporte e Moradia
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Estão entre as demandas da comunidade morro seco a diminuição do valor da taxa de energia elétrica rural,mais estrutura nas estradas que se encontram em péssimas condições, dificultando o acesso, principalmente para os alunos até a escola, a instalação de internet, já que principalmente os jovens da comunidade querem, e devem, participar da inclusão digital e social e a obtenção de transporte coletivo para atender a comunidade porque as comunidades têm difícil acesso a transporte.[1][3]


Com apenas uma escola de ensino fundamental (1º a 4º série), as crianças e jovens se deslocam até o município de Juquiá para cursar o restante do ensino fundamental e o ensino médio. Devido a essa necessidade de deslocamento e a outros fortes problemas relatados em relação a educação a comunidade atualmente solicita em demandas na Agenda das Prioridades e Recomendações o ensino escolar para adultos devido a carência da comunidade em não ter acesso a escola e aos altos índices de analfabetismo a melhoria no ensino fundamental existente na comunidade e ensino diferenciado com o objetivo de trabalhar com temas quilombolas devido a falta de conhecimento das comunidades, ter um educador ambiental para a conscientização sobre a preservação dos rios, matas, coleta de lixo e o trabalho do lixo nas comunidades um Ensino médio na comunidade já que a escola que oferece o Ensino Médio fica longe da comunidade, tornando difícil o acesso para os alunos e um curso de formação para cidadania devido à necessidade de conhecimento sobre este assunto.[1][3]

O atendimento médico, mensal, ocorre no Centro Comunitário já que o posto de saúde existente na comunidade está desativado. Para que parte destas grandes deficiências sejam amenizadas a comunidades solicitou demandas como aquisição de uma ambulância já que não há ambulâncias que possam levar doentes das comunidades para a cidade. Com o aumento e regularidade na freqüência do atendimento médico e odontológico e melhoria na qualidade do serviço de saúde já que há necessidade de tratamento médico nas comunidades, a instalação de Posto de Saúde devido a necessidade do deslocamento até o centro comunitário para ter assistência à saúde. O Saneamento básico na comunidade também apresenta suas deficiências, dando condições a proliferações de determinadas doenças, por isso demandas referentes a este assunto também foram solicitadas e entre elas estão a instalação de rede de esgoto e tratamento, porque o tratamento é indispensável para a saúde da comunidade, a melhoria na captação de água e equipamentos de distribuição porque estas comunidades não têm água tratada e a reciclagem de lixo porque o lixo está afetando o meio ambiente da comunidade.[1][3]

Meio ambiente, Agricultura e Vegetação

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O terreno pertencente a comunidade é composto por cobertura vegetal natural, que é composta por vegetação rasteira, capoeiras em diversos estágios e mata, já o espaço utilizado pela comunidade está dividido em bananal - 16,22%, pastagem - 4,12%, horta - 0,24%, pomar - 0,5%, cultivo de mandioca - 2,03%, cultivo de palmito - 0,17%, cultivo de pupunha - 2,03%, vegetação rateira - 12,6%, capoeira/capoeirinha - 11,54%, mata/capoeirão - 49,29%, vila/estrada - 1,19%, corpo d'água - 0,04%, área de repovoamento de palmito - 3,09%. As plantas cultivadas estão divididas em Frutíferas, Hortaliças e Medicinais. Entre as Frutíferas estão presentes a Jaca, Laranja, Abacate, Limão, Goiaba, Lichia, Jabuticaba, Caqui, Mexerica-Poncã, Banana, Mamão, Seriguela, Ameixa, Caju, Cacau, Tangerina e a Maria Cabeluda. Entre as Hortaliças temos a Alface, Couve, Cebola, Cebolinha, Salsinha, Cenoura, Chicória, Almeirão, Hortelã Gordo, Tomate, Abóbora, Beterraba, Brócolis, Cebola Verde, Colorau, Manjerona, Milho, Pimenta, Quiabo, Repolho e a Rúcula. E entre as Medicinais temos a Poejo, Anador, Sabugueiro, Fedegoso, Hortelã-Preto, Hortelã, Erva-doce, Ampicilina, Boldo, Quebra-pedra, Alecrim, Novalgina, Erva Moira, Babosa, Doril, Espinheira Santa, Gerbão, Alfazema e a Saguassajá. O Reflorestamento de palmito e a produção de mudas para manejo já está acontecendo, mas necessita de apoio para continuar. Para que a comunidade melhore suas atividades Agroflorestais e de criação sem perder as tradições da comunidade cursos de capacitação como o curso de capacitação em artes (pintura de tecido, cerâmica e outras artes) estão sendo solicitados pela comunidade em demandas na Agenda das Prioridades e Recomendações que possam fornece-los, o que beneficiaria a comunidade com geração de renda, através do artesanato e a profissionalização de jovens da comunidade para gerenciar os projetos existentes e para implantação de novos projetos. Demandas relacionadas a tópicos para a melhoria da produção na comunidade também foram solicitadas na Agenda das Prioridades e Recomendações, entre elas estão a aquisição de um caminhão para que o escoamento da produção não passe por atravessadores, a aquisição de trator para escoar produtos da agricultura familiar e para entrar em variantes de difícil acesso, implantar culturas de banana, horta, pomar, pupunha/palmito para promover geração de renda e melhorar a comercialização da produção agrícola da comunidade eliminando a comercialização por atravessadores e viabilizar a sustentabilidade das famílias,o fortalecimento para manutenção das sementes tradicionais e aquisição das sementes que eles não têm para não perder as sementes e garantir alimentos saudáveis.[1][3]

Cosmologia e Religiosidade

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Os integrantes da comunidade Morro Seco são praticantes do Catolicismo, o que mostra que os integrantes da comunidades Morro Seco passaram por processos, provavelmente restritivos impostos por terceiros, que os fizeram em algum ponto do decorrer da história da comunidade migrarem das religiões e cultos Africanos para o Catolicismo. Os membros da comunidades realizam frequentemente rezas caseiras, e festas promovidas em casa para cumprimento de promessas, onde a parte religiosa, como se sabe, é inseparável das danças, principalmente o fandango. Na maiorias da festas que ocorrem em casas, ocorrem quando é muito grande o número de inscritos para promover a festa mensal da capela, então um morador que tem promessa a cumprir pode trazer a imagem a sua casa, assim primeiramente ocorre a reza depois a distribuição de alimentos e, ao fim o fandango, sendo a primeira parte da festa durante o dia, a segunda, no período da noite. As festas também podem ser realizadas com o objetivo de arrecadar fundos para diretoria da Associação, estas são realizadas em certas épocas do ano em homenagem a santos como a Festa do Padroeiro, São Miguel Arcanjo, a Festa de Reis ou Epifania e também as festas juninas e a Dança do fandango.[1]

Aspectos Culturais

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A comunidade Morro Seco está ligada as técnicas manuais de plantio, e a produção de instrumentos também através de técnicas manuais. A divulgação das tradições da comunidade, para conservação da história e cultura, é essencial para a comunidade, pois as culturas estão se perdendo, e há necessidade de resgate cultura, como o fortalecimento do artesanato quilombola que compõe uma pequena fração da produção econômica e recupera as características do artesanato tradicional. Atualmente exitem pequenos programas para que os remanescentes culturais da comunidade Morro seco não se percam como o projeto de incentivo para integração de crianças e jovens na comunidade devido a falta de participação de jovens e o programa para que as comunidades tenham um planejamento sócio econômico e ambiental sustentável devido a necessidade de desenvolvimento cultural, social e ambiental das comunidades. Um dos aspectos culturais mais fortes da comunidade Morro Seco é uma dança, o fandango, praticado desde de que o atual carnaval, era denominado entruído. O fandango, que esta presente em todas festividades da comunidade, é originariamente espanhol similar a outras coreografias como as malaguenhas, granadinas, rondenhas e murcianas, passaou da Espanha para Portugal. Tanto a música quanto a letra são improvisadas pelos “tocadores” e “cantadores” numa atitude muito próxima dos repentistas nordestinos. Os instrumentos utilizados, geralmente, para se tocar o fandango são a viola e a rabeca, sendo esta última assemelhada a um violino rústico. Na comunidade Morro Seco, o fandango continua a ser dançado como dantes. São 10 casais que bailam o fandango em apresentações pela região do Vale do Ribeira e até mesmo em outros Estados. Muitos remanescentes da cultura caipira permanecem vivos para o grupo, principalmente culinários e agrícolas.[1][3][4]

Conhecimento tradicional

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O conhecimento tradicional da comunidade Morro Seco é grande, e abrange a produção de instrumentos manuais como monjolos e moendas, técnicas manuais de plantio de seus principais cultivo, que envolvem frutíferas(jaca, laranja, abacate e limão), hortaliças (principalmente alface, couve), palmito, e plantas de uso medicinal (princialmente o poejo e a anador),a fabricação de instrumentos (inclusive musicais) e produtos artesanais além do domínio do conhecimento de efeitos de plantas consideradas medicinais sobre determinadas doenças além do fandango que é uma tradicional dança dos componentes da comunidade Morro Seco herdado do contato com portugueses e espanhóis.[1][4]

Situação territorial

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A área total reconhecida de Morro Seco é de 164,6869 hectares (Itesp, 2006), com parte do espaço ocupado por não-quilombolas, o que reflete um dos problemas que a comunidade vem enfrentando (demora para retirada dos terceiros do território) além das lutas e restrições ligadas ao uso da terra,com o pouco espaço para trabalho e a escassez de mão de obra com a saída da juventude.[1][4]


Referências

  • Todas as imagens foram retiradas do documento "Agenda Socioambiental de Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira", elaborado pelo Instituto Sócio Ambiental e são de autoria de Felipe Leal/ISA.
  • Yolanda Maria Muniz Tuzino, uma das responsáveis pelo documento http://www.nilsonfraga.com.br/anais/TUZINO_Yolanda_Maria_Muniz.pdf forneceu auxilio na concretização de informações sobre a comunidade Morro Seco.
  • Raquel Pasinato, componente da organização Socioambiental, forneceu auxilio na concretização de informações sobre a comunidade Morro Seco.

Ligações externas

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