Curso Livre de Redes de Computadores I/Caderno 9: A Camada de Aplicação

Fonte: Wikiversidade

A camada de aplicação é a camada que se comunica com o usuário e utiliza os serviços das camadas inferiores para um transporte confiável das informações. É nessa camada onde se encontram todas as aplicações. Mesmo nessa camada, é preciso alguns protocolos para que as aplicações funcionem.[1]

DNS - Domain Name System[editar | editar código-fonte]

Um dos protocolos da camada de aplicação é o DNS, seu principal objetivo é alterar a forma de acessar uma pagina web ou outros recursos que usam endereço de rede do servidor. Em vez de acessar pelo endereço IP por exemplo, que é algo variável e difícil de memorizar, é bem mais fácil acessar por um nome de domínio independentemente do endereço IP. O sistema funciona da seguinte maneira, a aplicação faz uma requisição enviando o nome por meio de um resolvedor ao servidor DNS local, retornando uma resposta contendo o endereço IP.[1]

Ambiente de nomes do DNS.[editar | editar código-fonte]

Na internet, o topo da hierarquia de nomes é controlado por uma organização chamada ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers) que foi criada justamente para este fim. Existem mais de 250 domínios de nível superior e cada domínio é responsável por abranger diversos hosts, estes domínios ainda podem ser divididos em subdomínios e esses subdomínios ainda podem ser divididos em outros. [1] 

Os domínios superiores estão divididos em genéricos e de países. Os domínios genéricos são compostos por domínios originários da década de 80 e também domínios que foram introduzidos devido a solicitações feitas para a ICANN. Os domínios de países são domínios como por exemplo, .uk (United Kingdom), .br (Brasil), .jp (Japan) entre outros .[1]

Como por exemplo, a universidade de Washington com os domínios whasington.edu, onde o .edu seria o domínio de nível superior (1º nível) e o washington seria de nível inferior (2º nível) ou então, eng.whasington.edu onde o eng (abreviação de english) poderia indicar que o endereço é utilizado pelo departamento de inglês daquela universidade.  [1]

Para melhor compreensão, alguns domínios e suas utilizações podem ser citados como exemplo: [1] 

  • .com: De uso comercial;  
  • .gov: De uso governamental;  
  • .org: Utilizado por organizações sem fins lucrativos;  
  • .museum: Utilizado por museus;  
  • .aero: Utilizado por empresas da área de transporte aéreo;  
  • .edu: Utilizados por instituições educacionais;
  • .xxx: Indústria do sexo;

Sabe-se que não é uma difícil tarefa registrar um domínio de segundo nível (seu-site.com ou nome-da-empresa.com) basta ir até um registrador da ICANN e verificar se está disponível, se estiver, o solicitante pagará apenas uma taxa anual para a utilização.  [1]

Já o domínio .xxx foi um domínio que gerou diversos problemas e foram necessários diversos anos e casos nos tribunais para que fosse resolvido. Algumas pessoas não queriam que conteúdos adultos estivessem sendo disponibilizados na internet, já outras queriam que este domínio fosse registrado para facilitar a localização e impedir que crianças utilizassem serviços com este domínio.   [1]

Correio Eletrônico[editar | editar código-fonte]

O Correio Eletrônico, popularmente conhecido como e-mail, é a forma de comunicação mais forte da internet e já vem sendo utilizado há décadas. Nos primórdios da internet, ele já era usufruído no meio acadêmico e se mostrou tão útil que conseguiu o feito de ultrapassar em quantidade o número de mensagens trocadas por papel (correio convencional). Incrivelmente, mesmo com o surgimento de comunicações síncronas, ele ainda exerce um papel fundamental no dia a dia de empresas, projetos e pessoas.[1]

Essa forma de comunicação evolui como todas as outras, desenvolvendo seus próprios estilos. Sendo uma ferramenta informal e com quase inexistentes limitações de usabilidade, pois é acessível a todos que possuem conexão à internet, muitos jargões e formas alternativas de se comunicar foram criadas, como por exemplo os smileys (símbolos ASCII que reproduzem uma face com um estado de humor específico, o primeiro a ser utilizado foi o “:-)” ) que auxiliam comunicação através da expressão de sentimentos nas cartas eletrônicas.[1]

Evolução dos protocolos[editar | editar código-fonte]

Os primeiros protocolos do correio eletrônico serviam basicamente para enviar e receber arquivos, convencionando que a primeira linha deveria conter o endereço do destinatário. O próximo passo foi a implementação de protocolos que permitiram transferir textos, e agora o envio não era apenas limitado a um destinatário, podendo ser acrescentado uma lista se fosse o caso. [1]

Uma grande evolução foi dada a partir do desenvolvimento da multimídia na década 90, tornando possível transmitir conteúdo não textual como imagens e vídeos. Pouco tempo depois se fez necessário que os protocolos soubessem lidar com um problema iminente, o spam, que segundo McAfee no ano de 2010: nove em cada dez e-mails são lixo ou spam.[1]

Arquitetura e serviços do correio eletrônico[editar | editar código-fonte]

O correio eletrônico constitui-se de dois sub sistemas: o Agente de Usuário e o Agente de transferência.[1]

Agentes de usuário[editar | editar código-fonte]

O Agente de Usuário é o subsistema que permite às pessoas receberem, lerem e enviarem e-mails. Ele é um software com uma interface gráfica bem definida e amigável que torna possível a interação do usuário com o sistema. Os requisitos mínimos necessários para um agente de usuário são: a presença de uma forma de escrever (submissão de e-mail) e responder mensagens, e uma maneira de organizar mensagens através de arquivamento, pesquisa e deleção.[1]

Agente de transferência[editar | editar código-fonte]

O Agente de transferências de mensagens é o subsistema responsável por transmitir as mensagens da origem até seu destino. Além disso, existem servidores de correio que também podem ser chamados pelo nome desse subsistema.[1]

  1. 1,00 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10 1,11 1,12 1,13 1,14 TANENBAUM, A. WETHERALL, D. Redes de Computadores. 5 ed.