Educação na Web/Origens do Zika vírus
Conversando com os professores
[editar | editar código-fonte]Trouxemos aqui uma sugestão de sequência didática para a utilização do material disponibilizado acerca das origens do Zika vírus, baseado na aplicação de painel integrado e um jogo como recursos didáticos. É importante ressaltar que os professores têm total liberdade para fazer uso desse material da maneira como desejarem, bem como criar diversas adaptações para as sugestões aqui trazidas, da maneira como julgarem ser adequada para sua turma de alunos, até mesmo abordando outros temas. Disponibilizamos alguns materiais que possibilitam a execução na íntegra desta sequência, mas que podem ser complementados e atualizados.
Contexto
[editar | editar código-fonte]A partir do surgimento recente do vírus Zika no Brasil e a quantidade de casos cada vez maior no país, as doenças por ele causadas têm se tornado um assunto cada vez mais recorrente na mídia, em especial a microcefalia em fetos, de forma a tomar dimensões cada vez mais significativas e imprevisíveis. Dentro desse cenário, surgem também muitos boatos, passados de maneira informal, muitas vezes através da Internet, acerca de diferentes aspectos tanto do vírus quanto da doença. Um grupo de boatos gira em torno da origem dos casos de Zika no Brasil.
Nesse contexto, é importante que os alunos desenvolvam a habilidade de leitura crítica e discernimento de informações. Além disso, é importante que o conhecimento obtido seja flexível a ponto de levar a investigações sobre a realidade que o cerca, sendo aplicável para situações do cotidiano. A partir disso, espera-se que o estímulo dessa atitude perdure pela vida do aluno, aguçando seu senso crítico e atitudes cidadãs.
Boatos
[editar | editar código-fonte]Os boatos mais frequentes relacionado à origem do Zika vírus no Brasil são:
- Médicos cubanos são os responsáveis pela origem do Zika vírus;
- Imigrantes africanos trouxeram o Zika vírus para o Brasil;
- Vírus zika criando em laboratório e liberado por meio de mosquitos modificados como teste;
- Imigrantes haitianos trouxeram o Zika vírus para o Brasil;
- Origem do vírus no Brasil em eventos esportivos mundiais.
Argumentos usados pelos boatos
[editar | editar código-fonte]- Muitos médicos cubanos foram trazidos pelo governo brasileiro pelo programa do Governo Federal "Mais Médicos";
- Africanos serem portadores de várias doenças e fluxo de imigrantes africanos para o Brasil sem um controle por parte do governo;
- Laboratórios buscando o desenvolvimento de arma biológica;
- Muitos haitianos entraram no Brasil sem controle do governo brasileiro trazendo o Zika vírus;
- Muitos turistas e imigrantes entraram no país durante eventos esportivos, sendo esta a origem do Zika Vírus no Brasil.
Evidências e fontes usadas pelos boatos
[editar | editar código-fonte]As evidências utilizadas pelos boatos aqui assinalados estão relacionadas a entrada de estrangeiros no Brasil em eventos esportivos e imigrações, além do programa do governo federal "Mais Médicos" que trouxe médicos cubanos para atuarem no Brasil. Nenhum destes boatos apresentaram fontes relacionadas às evidências e nem aos argumentos.
Motivações
[editar | editar código-fonte]Dos boatos selecionados, como os relacionados ao programa "Mais médico", imigração de africanos e haitianos, as possíveis motivações seriam políticas (com relação ao Governo), sociais (xenofobia, preconceito contra imigrantes) e econômicas (a partir da ideia de que os médicos cubanos e outros imigrantes tirariam empregos de brasileiros).
Contra-argumentos aos boatos
[editar | editar código-fonte]Explicação
[editar | editar código-fonte]Não se tem fontes com evidências que rebatam diretamente tais boatos. No entanto, pesquisas relacionadas à distribuição e à cronologia da dispersão do Zika vírus pelo mundo auxiliam na análise dos boatos. Tais referências estão listadas a baixo e mostram que o Zika vírus não está restrito ao Brasil e que este não foi o primeiro País do continente Sul Americano a ser afetado.
Sequência Didática
[editar | editar código-fonte]Público alvo
[editar | editar código-fonte]Acreditamos que a sequência por nós sugerida seja mais adequada para alunos de 8°e 9° anos e Ensino Médio.
Objetivos
[editar | editar código-fonte]Com a aplicação desta sequência didática espera-se que os alunos:
(i) entrem em contato com os boatos acerca da origem do Zika vírus no Brasil;
(ii) se motivem à uma leitura crítica e discussão em grupo;
(iii) compreendam a estrutura e as características gerais de um boato;
(iv) desenvolvam a capacidade e habilidade de realizar buscas de informações na internet e em outras fontes;
(v) sejam capazes de discernir a pertinência e embasamento destas.
Materiais recomendado
[editar | editar código-fonte]Painel integrado:
[editar | editar código-fonte]1- Boatos impressos, pdf*, ou os links** da internet (indicados ao final);
2- Textos (Jornais online, revistas online, blogs…) impressos, pdf* ou links** (indicados ao final) com referências e bem embasados quanto ao assunto;
3- Roteiro para guiar a leitura impresso ou em pdf*;
4- Mapa Mundi impresso ou arquivo vetorizado*.
Jogo dos boatos:
[editar | editar código-fonte]1- Perfis no Fakebook**.
*Caso computadores, tablet ou similares estejam disponíveis.
**Caso acesso à internet seja possível.
Para tal, os seguintes materiais serão disponibilizados aos professores pela nossa equipe:
Material disponibilizado:
[editar | editar código-fonte]1- Alguns boatos selecionados na internet;
2- Artigos científicos e notas técnicas com informações precisas → listadas nas "Referências indicadas para os professores" ao final desta página;
3-Guia de leitura para os professores (como material de preparação prévia) → vá para a seção "Guia de Leitura" presente no link da página indicada;
4- Guia de leitura para os alunos (para a etapa de discussão de boatos e textos científicos) → vá para a seção "Guia de Leitura" presente no link da página indicada;
5- Mapas Mundi, um para os professores (com as respostas) e outro para os alunos, com espaço para colorir;
6- Tutorial sobre o Fakebook para auxílio ao professor;
Dinâmica de aplicação
[editar | editar código-fonte]A dinâmica consiste em uma discussão inicial sobre Zika vírus, sendo a participação dos alunos o ponto principal desta discussão, apresentando seus conhecimentos prévios sobre o tema. Espera-se que o desenvolvimento da discussão auxilie os professores a darem enfoque à dinâmica tendo em vista os objetivos da sequência didática proposta. Em seguida é proposto a aplicação de painel integrado e um jogo como recursos didáticos, como detalhado a seguir. Vale lembrar que trazemos aqui uma sugestão de sequência didática, que pode ser adaptada da maneira que for desejada pelos professores.
Parte 1
[editar | editar código-fonte]Discussão inicial:
[editar | editar código-fonte]Objetivo: Espera-se que os alunos atentem para o tema “Zika vírus” e para a presença de boatos sobre ele, de forma a contextualizar a dinâmica que será feita.
Propõe-se que os professores abordem sobre a epidemia de Zika vírus no Brasil, analisando o que os alunos conhecem sobre o tema. Além disso, é importante abordar a importância dos boatos que surgem neste contexto, de forma que os alunos entrem em contato tanto com boatos quanto textos científicos e os comparem com base no guia de leitura.
Painel Integrado:
[editar | editar código-fonte]Objetivo: Espera-se que os alunos compreendam as diferentes estruturas e argumentos presentes em boatos (citação de autoridade, apelação, caráter emergencial etc.) e textos científicos, por meio do uso do guia de leitura.
O Painel integrado consiste em formar grupos na sala, sendo que cada grupo ficará responsável de ler sobre um boato. Os grupos de alunos deverão receber um ou mais textos que auxiliem a desmistificar tais boatos pelos quais são responsáveis, utilizando como material de apoio o guia de leitura destinado a alunos, além disso, um Mapa Mundi no qual os alunos devem marcar as ocorrências em ordem cronológica de Zika vírus e a data da primeira ocorrência, com base nos textos. Após a leitura e discussão dentro dos grupos, com o auxilio e possível participação dos professores, a sala deve ser reorganizada em novos grupos, sendo que cada novo grupo terá pelo menos um participante de cada grupo anterior, responsável por um dos boatos considerados na dinâmica. Nesses novos grupos, cada integrante deve repassar aos seus pares o conteúdo por ele lido e discutido na etapa anterior da dinâmica, de forma que todos os alunos se atualizem acerca da discussão em torno de cada boato. Ao final dessa etapa, seria interessante que os professores realizassem uma discussão com toda a turma, como uma forma de fechamento dessa dinâmica, a fim de sumarizar os tópicos principais que devem ser compreendidos pelos alunos.
Propomos a seguinte organização para os professores:
- Expor a atividade pretendida para a classe, com breve explicação do guia de leitura;
- Separar a turma em pequenos grupos;
- Disponibilizar material: um texto ou comentário relacionado ao boato e um texto com referências e embasado que possibilite desmistificar o boato;
- Observar a discussão nos grupos, tirando dúvidas e participando das discussões quando necessário;
- Reorganização da sala nos novos grupos, disponibilizar mapa mundi;
- Observar a discussão nos grupos, tirando dúvidas e participando das discussões quando necessário.
- Ao final do painel integrado é interessante uma discussão entre a sala toda, notando o que os alunos conseguiram retirar da atividade e utilizando o mapa produzido por eles.
Sugestão para trabalhar com mapas:
[editar | editar código-fonte]- Cada novo grupo de alunos receberá um mapa mundi (impresso em folhas de sulfite), junto com materiais para colorir, que serão utilizados para fazer marcações, em ordem cronológica, a partir dos dados que todos os alunos anotaram na primeira parte. Sugerimos que o professor padronize o formato das plotagens, pedindo aos alunos que utilizem cores e legenda (com o ano, mês ou mesmo o dia) para a confecção do mapa.
Parte 2
[editar | editar código-fonte]Vá para a seção "Atividade" presente no link da página indicada.
Avaliação
[editar | editar código-fonte]Avaliação diagnóstica
[editar | editar código-fonte]A avaliação diagnóstica pode ser feita através de uma conversa inicial, onde o(a) professor(a) faz perguntas sobre a origem do Zika Vírus e sobre a suposta rota de entrada do vírus no Brasil. Através dessa conversa o(a) professor(a) poderá saber em quais partes das atividades há maior necessidade de enfoque.
Avaliação formativa
[editar | editar código-fonte]Através das atividades propostas, é possível analisar e avaliar alunos de forma processual, ou seja, é possível realizar uma avaliação formativa. O principal objetivo desse processo é fornecer um feedback para o aluno sobre seu desempenho durante a aprendizagem de leitura crítica, e não fornecer uma nota de prova ao aluno.
Avaliação somativa
[editar | editar código-fonte]Seria interessante que cada aluno, depois do painel, jogo, discussão com colegas e professores, escreva brevemente sobre o tema “Origem do Zika vírus no Brasil”. Tal trabalho será o momento do aluno com ele mesmo organizar e expor suas ideias e compreensão da atividade, sendo possível uma avaliação somativa caso necessário.
Referências indicadas para os professores
[editar | editar código-fonte]Referências básicas
[editar | editar código-fonte]- Nota Técnica Nº 03/2015 - Governo do Estado da Bahia
- Atualização Técnica - Maio de 2015 - Sessões Clínicas em Rede
- Agência FAPESP: "Estudo indica que Zika vírus está cada vez mais eficiente para infectar humanos"
- BBC: "OMS emite alerta global sobre zika vírus e reconhece relação com microcefalia"