Análise I - Leonardo de Carvalho Storti

Fonte: Wikiversidade

O Fim do Esquecimento[editar | editar código-fonte]

O filme procura personagens que participaram do Tribunal de Tiradentes e outros que se destacaram na luta pelos Direitos Humanos, para retomar a questão da Doutrina de Segurança Nacional, depois de três décadas. Investiga os resquícios daquela doutrina nos dias de hoje, aborda a tentativa das classes dominantes de, depois que os militares saíram do poder, promover o esquecimento dos graves fatos ocorridos durante a ditadura e constata que, finalmente, o esquecimento está sendo combatido por diversas instituições e pessoas, sobretudo pelos jovens.

Ficha Técnica[editar | editar código-fonte]

Título do Filme: O fim do Esquecimento

Ano: 2013                

País: Brasil

Gênero: Documentário.  

Duração: 54 min.

Direção: Renato Tapajós.

Assistente de direção: Marema Valadão

Produtor de Campo: Fabio Agostini Orsi

Pesquisa Iconográfica: Taís Freire

Fotografia: Coraci Ruiz

Som Direto, Desenho de Som e Mixagem: Ricardo Zollner

Música Original: Marcelo Onofri

Entrevistados: Alípio Freire, Daniel Iliescu, Edison El Junior Rocha, Ivan Seixas, João Pedro Stédile, Lira Alli, Márcio Thomaz Bastos, Marlon Weichert, Padre Antônio Naves, Paulo Vanucchi, Rosalina Santa Cruz, Sérgio Sister,

Idioma original: Português.

Dinâmica da narrativa[editar | editar código-fonte]

A. Ideia Inicial - História:[editar | editar código-fonte]

1 - O filme conta uma história. Sobre quem?[editar | editar código-fonte]

O filme não conta a história de um personagem em específico, mas resgata através do depoimento de entrevistados memórias da ditadura militar no Brasil. Além disso, levanta questões importantes sobre o assunto e seus desdobramentos nos dias atuais.

2 - Quais são as personagens principais?[editar | editar código-fonte]

Não há um personagem principal, porém, os que mais se destacaram foram: Daniel Iliescu, Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Rosalina Santa Cruz e Ivan Seixas, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e Marlon Weichert, Procurador Regional da República.

3 - Qual delas mereceu a sua atenção?[editar | editar código-fonte]

Ivan Seixas, membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.

4 - Como termina o filme? O que você achou sobre ele e por quê?[editar | editar código-fonte]

O documentário termina reafirmando as análises realizadas durante o decorrer das entrevistas e reiterando a necessidade de não permitir que essas memórias sejam esquecidas para que possamos superá-las nos dias de hoje. Deixa claro a importância de movimentos sociais na busca pela verdade do período e escancara como muitas formas de violência provenientes da ditadura ainda estão presentes, mas de outras maneiras.

É um ótimo documentário para entender como foi a ditadura e como ela afeta a sociedade nos tempos modernos. A análise sobre como algumas instituições ainda possuem traços provenientes daquela época foi uma das coisas que mais me chamou atenção, pois são temas que não são muito discutidos.

B. Tema de Fundo – Tese[editar | editar código-fonte]

5 - Quais são os temas tratados no filme?[editar | editar código-fonte]

O filme trata sobre a ditadura militar, o apagamento de informações do período, a forma como a ditadura foi superada e os traços da época que existem ainda nos dias de hoje.

6 - Em que cena compreendeu o tema de fundo do filme?[editar | editar código-fonte]

O documentário se inicia com gritos e “flashes” de uma sala de tortura e com a fala de que não existiam muitos porões para que as torturas fossem realizadas, diferente do que se é dito no senso comum, com essas informações já é possível perceber a respeito dos assuntos que serão tratados.

7 - Qual o problema ou questão que foi tratada mais demoradamente?[editar | editar código-fonte]

A questão tratada mais demoradamente é a análise sobre as heranças da ditadura e como algumas ações da época ainda se encontram presentes nos dias de hoje.

8 - Os realizadores descreveram bem os protagonistas?[editar | editar código-fonte]

Como se trata de um documentário a respeito de um período histórico e seus acontecimentos, não são apresentados protagonistas dessa história, além de que não há uma descrição detalhada a respeito dos entrevistados. Porém, conseguimos entender em que momento os entrevistados estavam quando foram vítimas da ditadura.

C. Ritmo e Montagem – Edição[editar | editar código-fonte]

9 - Qual a cena ou seqüência que mais chamou sua atenção ou lhe impactou? Por quê?[editar | editar código-fonte]

A cena de maior impacto, para mim, foi o momento em que Ivan Seixas conta seu relato do dia em que foi preso junto com seu pai por serem militantes de esquerda. Essa memória trazida por ele demonstra a crueldade existente no período da ditadura, onde até mesmo adolescente, como o próprio Ivan que possuía 16 anos quando foi preso, eram presos e torturados. Além disso, com essa memória, podemos identificar outras formas de tortura, como a que a mãe e irmã de Ivan passaram ao serem obrigadas a ouvir os gritos dele e de seu pai enquanto eram torturados.

10 - Houve algo no filme que te aborreceu? Em que parte do filme? Eram cenas de diálogo ou de ação?[editar | editar código-fonte]

O que me aborreceu no documentário foi uma fala do advogado Márcio Thomaz Bastos que diz acreditar que a anistia foi uma questão necessária ao período para que pudéssemos sair da ditadura. Acredito que as anistias foram uma forma de não responsabilizar os culpados dos acontecimentos e contribuir para o esquecimento do mesmo, uma forma de não manchar ainda mais a história das classes dominantes.

11 - Qual a cena/seqüência que não foi bem compreendida por você? Por quê?[editar | editar código-fonte]

Acredito que nenhuma.  

D. Mensagem[editar | editar código-fonte]

12 - O que é proposto pelo filme é aceitável ou não? Por quê?[editar | editar código-fonte]

Sim. O documentário traz informações necessárias para compreendermos a crueldade da ditadura e que muitas vezes não são comentados, além de trazer análises relevantes a respeito dos movimentos sociais e as heranças do período que persistem nos dias atuais.

13 - A quem se dirige, em sua opinião, o filme?  [editar | editar código-fonte]

Acredito que o documentário não seja dirigido a um público em específico, mas traz reflexões que se encontram mais presentes nos debates realizados por movimentos sociais, historiadores e estudantes.

E. Relação com a disciplina de História do Brasil[editar | editar código-fonte]

14 - Qual a contribuição do filme para sua compreensão da disciplina e do período estudado?[editar | editar código-fonte]

O filme contribui muito para a compreensão da disciplina e do período estudado principalmente pelas análises e questões levantadas a respeito de como algumas ações da ditadura ainda estão presentes em nossa sociedade e nas instituições, como a polícia militar por exemplo. Também deixa claro a crueldade do período que muitas vezes não é tão transparente.

15 - Relacione as contribuições desse trabalho para sua formação.[editar | editar código-fonte]

Este trabalho contribui na formação de um olhar crítico a respeito de obras e acontecimentos históricos. Através da análise sobre o período militar é possível encontrar, atualmente, diversas heranças e como esses fatos não são tratados com a seriedade que deveriam. Deixa claro a necessidade constante de buscar os fatos e dados para combater o apagamento ideológico de certos períodos, além de demonstrar que certos assuntos devem ser mais comentados e estudados a fim de evitar que possamos esquecer de nossa própria história e contribuir para que não seja permitido que isso ocorra novamente.