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Análise II - Ana Luiza Marineli

Fonte: Wikiversidade

FICHA TÉCNICA[editar | editar código-fonte]

Título do Filme: Rio, 40 Graus[editar | editar código-fonte]

Ano: 1955;

País: Brasil;

Gênero: Drama;

Duração: 1h 40m;

Direção: Nelson Pereira dos Santos;

Roteiro: Nelson Pereira dos Santos;

Fotografia: Hélio Silva;

Trilha Sonora: Zé Keti, Radamés Gnattali, Claudio Santoro, Alexandre Gnattali;

Elenco Original: Modesto de Souza, Ana Beatriz, Glauce Rocha, Roberto Batalin, Jece Valadão, Claudia Moreno, Zé Keti;

Produção: Nelson Pereira dos Santos, Mário Barroso, Ciro Freire Cúri, Pedro Kosinski, Mario Barros, Louis-Henri Guitton;

Idioma Original: Português (Brasil).

DINÂMICA DA NARRATIVA[editar | editar código-fonte]

IDÉIA INICIAL - HISTÓRIA[editar | editar código-fonte]

O filme conta uma história. Sobre quem?[editar | editar código-fonte]

O filme acompanha a história de cinco garotos negros e pobres que vivem no Rio de Janeiro na década de 50, no morro do Cabuçu, que ganhavam a vida vendendo jornais e amendoins.

Quais são as personagens principais?[editar | editar código-fonte]

As personagens principais são os meninos que moram no morro de Rio de Janeiro, vendendo amendoins e jornais, porém, além destes, o filme também acompanha diversas personagens durante a narrativa, sendo estes Rosa, Pedro, Miro, Neguinho, Alice, Maria Helena.

Qual delas mereceu a sua atenção?[editar | editar código-fonte]

As personagens que mais me chamaram a atenção foram os meninos vendedores de jornais, que são as personagens principais, acompanhar a história deles é acompanhar a história da população marginalizada do Rio de Janeiro na década de 50.

Como termina o filme? O que você achou sobre ele e porquê?[editar | editar código-fonte]

O filme termina com os moradores do morro do Cabuçu fazendo uma festa de carnaval, com a escola de samba portela coroando Alice a rainha da escola, e com Dona Elvira mãe de Jorge, esperando ele pela janela de sua casa, sem imaginar que o menino havia sido atropelado em Copacabana e que não voltaria para casa. Acredito que o fim do filme demonstra as diversas facetas da sociedade de 1950 no Brasil, encerrando a narrativa de forma dramática e intensa.

O filme nos traz a visão da sociedade daquele período, uma sociedade racista estruturalmente, marginalizadora que ignorava as situações ao seu redor. Acredito que o fim da narrativa serve para que cheguemos a conclusão que dentro de uma mesma história existem diversas outras, nos fazendo analisar a dificuldade da população negra do período em se sustentar, e a ignorância da parcela rica sobre a realidade existente além de Copacabana.

TEMA DE FUNDO - TESE[editar | editar código-fonte]

Quais são os temas tratados no filme?[editar | editar código-fonte]

Os temas tratados no filme são a pobreza, racismo estrutural, e desigualdade social.

Em que cena compreendeu o tema de fundo do filme?[editar | editar código-fonte]

Nas primeiras cenas já é possível compreender o tema de fundo do filme, quando os meninos saem do morro para irem para as diversas áreas “centrais” do Rio de Janeiro para venderem jornais e amendoins, com a tentativa de conseguirem alguns trocados para seu sustento.

Qual o problema ou questão que foi tratada mais demoradamente?[editar | editar código-fonte]

O tema de fundo do filme foi tratado mais demoradamente, ou seja, as questões sobre o racismo e a desigualdade social, uma vez que a narrativa gira em torno dessas temáticas.

Os realizadores descreveram bem os protagonistas?[editar | editar código-fonte]

Sim, os protagonistas foram bem desenvolvidos, mas desempenham um papel de retratar uma classe social, uma parcela da população, não trazendo consigo profundidades particulares e individuais, mas sim características para a narrativa e seu desenvolvimento como um todo.

RITMO E MONTAGEM - EDIÇÃO[editar | editar código-fonte]

Qual a cena ou seqüência que mais chamou sua atenção ou lhe impactou? Porquê?[editar | editar código-fonte]

A cena que mais me impactou foi a que o menino Jorge é atropelado e são deixadas velas em volta do seu corpo, e apenas nesse momento ele recebe algum tipo de “atenção” das pessoas ricas do Rio de Janeiro.

Antes do acidente ele é apenas mais um garoto pobre, sem qualquer importância, mas quando é morto, serve como um “mártir” para eles. Isso retrata o descaso da sociedade da época, que de fato não se importava com as pessoas pobres e negras, na cena eles fingem se importarem com aquela criança que para eles minutos antes era invisível.

Em uma cena final, a mãe de Jorge aguarda na janela, esperando ele voltar de Copacabana, sem saber onde o menino está. Se o mesmo acidente ocorresse com um menino branco, o corpo já estaria com a sua família e todos estariam sensibilizados, mas como foi um garoto negro, é a mãe que lida com a solidão sem notícias do filho.

Houve algo no filme que te aborreceu? Em que parte do filme? Eram cenas de diálogo ou de ação?[editar | editar código-fonte]

Não houve nada no filme que me aborreceu, as cenas foram bem desenvolvidas e a narrativa fluida, os únicos pontos que me geraram algum incomodo foram os que o tema de fundo é abordado mais profundamente, me fazendo ter um incomodo ao analisar a sociedade do Rio de Janeiro e suas diversas camadas retratadas, já que exigem uma analise mais profunda de seus aspectos sociais.

Qual cena/sequência que não foi bem compreendida por você? Porquê?[editar | editar código-fonte]

Durante o filme não teve nenhuma cena que não foi compreendida por mim.

MENSAGEM[editar | editar código-fonte]

O que é proposto pelo filme é aceitável ou não? Porquê?[editar | editar código-fonte]

Sim, o que é proposto pelo filme é aceitável, uma vez que o principal objetivo do filme é trazer reflexão através das histórias abordadas na narrativa. Os diversos temas relacionados no filme são para questionamento tanto da sociedade da época, quanto para uma releitura do presente, para que analisemos o racismo e a desigualdade presentes na sociedade, pensando em como dar voz aos indivíduos marginalizados e excluídos, que muitas vezes se tornam invisíveis devido a esta estrutura social e sua perpetuação através do tempo.

A quem se dirige, em sua opinião, o filme?[editar | editar código-fonte]

Na minha opinião o filme se dirige a todos como uma forma de crítica e forma de chamar a atenção para os temas abordados. Acredito que o filme possui densidade crítica, servindo como uma mensagem às pessoas que ignoram a vulnerabilidade social de outros a sua volta, e para todos em geral, para que passem a analisar os aspectos narrados no filme, repensando as questões do racismo estrutural e da desigualdade social.

RELAÇÃO COM A DISCIPLINA DE HISTÓRIA DO BRASIL[editar | editar código-fonte]

Qual a contribuição do filme para sua compreensão da disciplina e do período estudado?[editar | editar código-fonte]

O filme possui grande contribuição para a minha compreensão da disciplina, já que aprofundou minha visão e conhecimento sobre o período analisado, trazendo uma nova perspectiva da sociedade do Brasil na década de 50.

Rio, 40 graus me fez questionar a constituição da sociedade brasileira e a herança deixada para o presente, já que diversas características negativas e preconceituosas da sociedade de mais de 50 anos atrás ainda persistem no presente. Desse modo, o filme foi imprescindível não apenas para a compreensão do período histórico, mas para um análise crítica da história do passado e do presente.

Relacione as contribuições desse trabalho para sua formação.[editar | editar código-fonte]

O filme contribuiu muito para a minha formação, trazendo uma profundidade maior sobre o período em que está relacionado, aos acontecimentos narrados, e também na perspectiva de possível relação com outros fatos históricos da história do país, tanto no passado quanto no presente. O filme também contribuiu para a construção de uma visão sobre a sociedade da época, e das características das relações sociais atuais, consequências do passado.