Análise II - Rio, 40 Graus

FICHA TÉCNICA

Título do Filme: Rio, 40 Graus

Ano: 1955

País: Brasil

Gênero: Drama

Duração: 100min

Direção: Nelson Pereira dos Santos

Roteiro: Arnaldo de Farias e Nelson Pereira dos Santos

Fotografia:

Trilha sonora: Zé Keti (tema: A voz do Morro)

Elenco original: Roberto Batalin - Pedro; Glauce Rocha - Rosa; Jece Valadão - Miro; Ana Beatriz - Maria Helena; Modesto de Souza - o proprietário da terra; Cláudia Moreno - Alice; Ivone Miranda; Antônio Novais; Jackson de Souza; Sady Cabral; Mauro Mendonça - turista italiano no Pão de Açúcar; Zé Keti - Neguinho

Produção: Mário Barroso; Ciro Freire Cúri; Louis-Henri Guitton; Pedro Kosinski; Nelson Pereira dos Santos

Idioma original: Português

Sinopse: O filme é um semidocumentário sobre pessoas do Rio de Janeiro e acompanha um dia na vida de cinco garotos de uma favela que, num domingo tipicamente carioca e de sol escaldante, vendem amendoim em Copacabana, no Pão de Açúcar e no Maracanã.

DINÂMICA DA NARRATIVA

1. Ideia Inicial – História
   1. O filme conta uma história. Sobre quem?

R: O filme retrata um domingo ensolarado no Rio de Janeiro acompanhando vários grupos e suas óticas a respeito da cidade, suas dificuldades, felicidades e etc.

1. Quais são as personagens principais?

R: A trama acompanha várias personagens ao decorrer do dia, como um grupo de crianças moradoras do morro Cabo Sul que vendem amendoim, um casal em busca de amparo para se casarem, um deputado vindo de Minas Gerais, um jogador de futebol que ganha destaque ao substituir o craque do time e algumas outras apresentadas ao longo do filme.

1. Qual delas mereceu a sua atenção?

R: Joaquim foi o personagem que com sua simplicidade e malandragem rouba a atenção desde os primeiros minutos de filme. Desde a cena em que compra um galo de briga (29:05) até quando relata os tempos em que tocava na marchinha, tocando Miracema (1:04:22)  

1. Como termina o filme? O que você achou sobre ele e porquê?

R: O filme termina com um ensaio de uma escola de samba durante a noite e fecha com uma fotografia da cidade do Rio de Janeiro vista sob as luzes da cidade, justamente o contrário do início do filme, que toma partida a partir de várias imagens feitas da cidade durante o dia.

1. Tema de Fundo – Tese
   1. Quais são os temas tratados no filme?

R: O filme mostra um dia de domingo na cidade do Rio de Janeiro, colocando a prova questões problemáticas desde a própria desigualdade social, descriminação racial, momentos de descontração e etc.

1. Em que cena compreendeu o tema de fundo do filme?

R: Na cena em que uma das crianças está perseguindo a lagartixa até entrar no zoológico, lá observado os outros animais ele é pego de surpresa pelo segurança que o expulsa de imediato.

1. Qual o problema ou questão que foi tratada mais demoradamente?

R: À primeira vista o filme não deixa claro que não irá se aprofundar tanto nas histórias de cada personagem, por conta disso, por exemplo, o enredo criado para os meninos fica em aberto e não contextualiza o senhor que os perseguia

1. Os realizadores descreveram bem os protagonistas?

R: Algumas histórias são bem mais aprofundadas como é o caso de Pedro e Judite, já que mostra a moça buscando o amparo familiar em seu irmão e o afastamento da mãe dela. A trama gerada pela partida de futebol do Pengo com o jogador Foguinho e etc.

1. Ritmo e Montagem – Edição
   1. Qual a cena ou sequência que mais chamou sua atenção ou lhe impactou? Porquê?

R: As cenas gravadas durante a partida de futebol, mostrando as diferentes emoções dos espectadores, jogadas decorrentes da partida e momentos de angústia vividos pelo diretor e treinador do clube impactaram pela simplicidade com que foi gravada e a quantidade de camadas de significados que continham.

1. Houve algo no filme que te aborreceu? Em que parte do filme? Eram cenas de diálogo ou de ação?

R: Acredito que a única coisa que poderia ter sido melhor detalhada talvez seria a marcação de tempo para uma melhor compreensão, por exemplo, mostrar a data e revelar o dia da semana para uma melhor compreensão.

1. Qual a cena/sequência que não foi bem compreendida por você? Porquê?

R: A sequência de cenas do senhor perseguindo um dos garotos que vendia amendoim combinada com cenas do menino subindo em cima do teleférico ou até mesmo sendo atropelado me deixaram confuso à primeira vista, por não se tratar com tanta clareza.

1. Mensagem
   1. O que é proposto pelo filme é aceitável ou não? Porquê?

R: Completamente aceitável. A proposta de Nelson era fazer um filme que conversasse com a nova tendência que na Europa estava se tornando popular, o novo realismo, e retratar o dia da cidade do Rio de Janeiro de forma tão aberta, colocando personagens de diferentes parcelas da sociedade para dividir o protagonismo foi efetivamente uma decisão sábia a época.

1. A quem se dirige, em sua opinião, o filme?

R: Assim como alguns outros filmes da época, esse é um dos exemplos que vem para romper com o estilo de filmes, muitas vezes inspirados por Hollywood, que na época faziam sucesso, como romances e aventuras. O filme tem destino a uma sútil crítica à alta classe da época, classe essa que enchia as salas de cinema e tomavam a ideia de um cinema elitista.

1. Relação com a disciplina de História do Brasil
   1. Qual a contribuição do filme para sua compreensão da disciplina e do período estudado?

R: Com os filmes consigo localizar a dura crítica que a arte, em seu papel fundamental, tinha de questionar as diferenças sociais, dialogando com diversos outros segmentos e mostrando fielmente os reflexos de uma sociedade racista, patriarcal e por diversas vezes desigual.

1. Relacione as contribuições desse trabalho para sua formação.

R: Com esta atividade consegui ter um aprofundamento teórico a respeito de uma história do Brasil que não é perpassada por justamente relatar a realidade. Além disso, o papel crítico que atividades com viés parecidos a este trazem um leque de embasamento e experiência fundamentais para a formação.