Análise I - Wesley Aparecido dos Santos

Fonte: Wikiversidade

FICHA TÉCNICA[editar | editar código-fonte]

Título do Filme: Zuzu Angel

Ano: 2006

País: Brasil

Gênero: Drama

Duração:  104 minutos

Direção: Sérgio Rezende

Roteiro: Sergio Rezende e Marcos Bernstein

Fotografia: Pedro Farkas

Trilha sonora: Cristóvão Bastos

Elenco original: Patrícia Pillar, Daniel de Oliveira, Luana Piovani, Leandra Leal, Alexandre Borges, Ângela Vieira, Ângela Leal, Flávio Bauraqui, Paulo Betti, Nélson Dantas, Regiane Alves, Fernanda de Freitas, Caio Junqueira, Aramis Trindade, Antônio Pitanga, Elke Maravilha, Ivan Cândido e Othon Bastos.

Produção: Joaquim Vaz de Carvalho

Idioma original: Português

Sinopse: Brasil, anos 60. A ditadura militar faz o país mergulhar em um dos momentos mais negros de sua história. Alheia a tudo isto, Zuzu Angel (Patrícia Pillar), uma estilista de modas, fica cada vez mais famosa no Brasil e no exterior.

O desfile da sua coleção em Nova York consolidou sua carreira, que estava em ascensão. Paralelamente seu filho, Stuart (Daniel de Oliveira), ingressa na luta armada, que combatia as arbitrariedades dos militares. Resumindo: as diferenças ideológicas entre mãe e filho eram profundas. Ela uma empresária, ele lutando pela revolução socialista e Sônia (Leandra Leal), sua mulher, partilha das mesmas ideias. Numa noite Zuzu recebe uma ligação, dizendo que "Paulo caiu", ou seja, Stuart tinha sido preso pelos militares.

As forças armadas negam e Zuzu visita uma prisão militar e nada acha, mas viu que as celas estavam tão bem arrumadas que aquilo só podia ser um teatro de mau gosto, orquestrado pela ditadura. Pouco tempo depois ela recebe uma carta dizendo que Stuart foi torturado até a morte na aeronáutica. Então ela inicia uma batalha aparentemente simples: localizar o corpo do filho e enterrá-lo, mas os militares continuam fazendo seu patético teatro e até "inocentam" Stuart por falta de provas, apesar de já o terem executado. Zuzu vai se tornando uma figura cada vez mais incômoda para a ditadura e ela escreve que não descarta de forma nenhuma a chance de ser morta em um "acidente" ou "assalto".

DINÂMICA DA NARRATIVA[editar | editar código-fonte]

Idéia Inicial – História[editar | editar código-fonte]

O filme conta uma história. Sobre quem?[editar | editar código-fonte]

O filme narra a história de Zuleika de Souza Netto, popularmente conhecida como Zuzu Angel, ela era conhecida internacionalmente por ser uma grande estilista.

Quais são as personagens principais?[editar | editar código-fonte]

A trama gira entorno de Zuzu Angel e Stuart Angel Jones.

Qual delas mereceu a sua atenção?[editar | editar código-fonte]

Ainda que a narrativa do filme seja sobre a busca por Stuart o foco em Zuzu é bastante importante, pois ela tinha muito receio do envolvimento do filho na luta armada e em alguns momentos deixa claro para ele seu posicionamento quanto à isso, porém no momento em que Stuart desaparece ela mesma passa a enfrentar o sistema e seus componentes para que a verdade seja revelada.

Como termina o filme? O que você achou sobre ele e porquê?[editar | editar código-fonte]

O filme se encerra com um acidente de carro de Zuzu Angel, forjado pelos militares que ela vinha enfrenando há alguns anos e para que dessa maneira ela não continuasse a divulgar suas descobertas sobre a maneira como o regime operava e como tratou seu filho e centenas de outras pessoas. O filme termina como o esperado visto que se propunha a retratar uma história real, mas acabou gerando certa revolta por perceber como atuavam os militares no período.

Tema de Fundo – Tese[editar | editar código-fonte]

Quais são os temas tratados no filme?[editar | editar código-fonte]

O foco principal é mostrar como operava o regime militar, junto a isso é possível compreender de que maneira os militares da ditadura capturavam e torturavam suas vítimas para obter informações, além disso o filme abordou também o machismo da sociedade e a arte, que no filme é representado pela moda, servindo como forma de representação, protesto e resistência.

Em que cena compreendeu o tema de fundo do filme?[editar | editar código-fonte]

Em dois momentos foi possível ter uma síntese do tema de fundo, após recebimento de uma ligação sobre a captura de Stuart Zuzu vai até a base militar e os homens que ela encontra fazem pouco caso dos questionamentos dela e em segundo momento quase que em seguida Zuzu está visitando as celas acompanhada de um comandante e percebe que foi um cenário de certa maneira montado para que algo não fosse descoberto.

Qual o problema ou questão que foi tratada mais demoradamente?[editar | editar código-fonte]

A narrativa trata durante todo seu percurso a busca de Stuart por Zuzu, todos os lugares que ela vai nunca fornecem de fato uma resposta e ela não encontra ao menos o corpo do filho.

Os realizadores descreveram bem os protagonistas?[editar | editar código-fonte]

De maneira geral descreveram bem os protagonistas, fomos introduzidos a Zuzu criando destaque para a profissão que “deu nome” a ela e na medida em que eram necessárias para a narrativa foram sendo acrescentadas as informações pertinentes, da mesma maneira Stuart e na maneira como a relação dele como a mãe foi construída desde a infância até seu envolvimento na resistência e captura.

Ritmo e Montagem – Edição[editar | editar código-fonte]

Qual a cena ou sequência que mais chamou sua atenção ou lhe impactou? Porquê?[editar | editar código-fonte]

A cena que mais me chamou atenção foi no momento em que iam ser contadas as torturas sofridas por Stuart e seu companheiro, ela é iniciada com os dois com sacos na cabeça, o que me remeteu ao quadro de Magritte “os amantes”, talvez quisesse relacionar o quão surreal era toda a situação de tortura e ao mesmo tempo revelar o “amor” que une e leva      as pessoas aos limites por seus ideais.

Houve algo no filme que te aborreceu? Em que parte do filme? Eram cenas de diálogo ou de ação?[editar | editar código-fonte]

Não houve uma cena ou diálogo específico, mas pensando em todo o contexto o cinismo tido para com a Zuzu todo o tempo, as mentiras contadas e as artimanhas para negar o que era feito aos detentos da ditadura causa uma certa revolta e sensação de impotência.

Qual a cena/sequência que não foi bem compreendida por você? Porquê?[editar | editar código-fonte]

Não houve cena que não pode ser compreendida, o filme trabalha o roteiro de maneira objetiva sem que precise de abstrações para compreensão.

Mensagem[editar | editar código-fonte]

O que é proposto pelo filme é aceitável ou não? Porquê?[editar | editar código-fonte]

Sim, a narrativa é construída de forma simples e objetiva e as intenções são claras em todo o tempo, mostrar as barbaridades que ocorriam no regime militar iniciado em 1964 e que maneira era operado todo o processo.

A quem se dirige, em sua opinião, o filme?[editar | editar código-fonte]

O filme é dirigido para a população em geral, acredito que uma tentativa de trazer ao público, até o mais simples, um quadro geral de como foi regime militar brasileiro.

Relação com a disciplina de História do Brasil[editar | editar código-fonte]

Qual a contribuição do filme para sua compreensão da disciplina e do período estudado?[editar | editar código-fonte]

Compreender como se deu a história brasileira é de suma importância, e quando estudamos algo tão duro quanto foi regime militar ter recursos que facilitem esse processo é de grande ajuda. O filme mostrar de maneira simples uma história tão complexa acaba por despertar o interesse na busca de mais detalhes e dessa maneira vamos construindo gradativamente a história completa por trás do filme e assim construímos em nossas cabeças a história do Brasil.

Relacione as contribuições desse trabalho para sua formação.[editar | editar código-fonte]

O trabalho nos permite ver de maneira técnica e crítica algo que nos é apresentado, e quando esmiuçamos um filme principalmente quando trata da história brasileira podemos aprofundar o conhecimento e ao mesmo tempo trabalhar de maneira cautelosa na busca de informações novas sobre as informações que nos são apresentadas.