Analise de Filme I GiovannaVillasBoas
Ficha Técnica
[editar | editar código-fonte]Título: O Fim do Esquecimento
Ano: 2014
País: Brasil
Gênero: Documentário
Duração: 60min
Direção: Renato Patajós
Produtor de Campo: Fabio Agostini Orsi
Pesquisa Iconográfica: Taís Freire
Fotografia: Coraci Ruiz
Música Original: Marcelo Onofri
Entrevistados: Alípio Freire, Daniel Iliescu, Edison El Junior Rocha, Ivan Seixas, João Pedro Stédile, Lira Alli, Márcio Thomaz Bastos, Marlon Weichert, Padre Antônio Naves, Paulo Vanucchi, Rosalina Santa Cruz, Sérgio Sister,
Sinopse: Buscando tratar à respeito da memória política brasileira, o documentário entrevistou personagens que participaram do Tribunal de Tiradentes ou que fazem parte de instituições que se destacam na luta pelos Direitos Humanos para abordar os resquícios atuais da Doutrina de Segurança Nacional. Assim, investiga também as tentativas da classe dominante de promover um esquecimento dos graves crimes cometidos durante a ditadura e as medidas que estão sendo tomadas para retomar essa lembrança coletiva.
Dinâmica da Narrativa:
[editar | editar código-fonte]A) Ideia Inicial
[editar | editar código-fonte]Sobre quem é a história?
O documentário não aborda a história de uma personagem específica, mas utiliza da contribuição de diversos entrevistados e de cenas atuais, como gravações de atos violentos da Polícia Militar em favelas, para demonstrar como a Doutrina de segurança Nacional ainda repercute nos dias atuais e para evidenciar as medidas tomadas no período pós ditatorial para apagar a memória coletiva da época.
Personagens Principais:
[editar | editar código-fonte]Dos entrevistados, os que mais se destacaram foram: Daniel Iliescu, Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Rosalina Santa Cruz e Ivan Seixas, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e Marlon Weichert, Procurador Regional da República.
Qual deles mereceu mais atenção?
[editar | editar código-fonte]Por causa de suas falas a respeito da violência contra estudantes e da importância de responsabilizar os criminosos do período ditatorial, a personagem que mais se destaca é Edison El Junior Rocha, membro do Levante Popular da Juventude.
Como termina o documentário? O que você achou sobre ele e porquê?
[editar | editar código-fonte]O documentário termina reiterando a importância da atuação de instituições como sindicatos e a Comissão da Verdade para o futuro do país, visto que é necessário construir uma memória política real a respeito da ditadura militar para que esse cenário não retorne ao Brasil. Logo, nas cenas finais, não só a atuação dessas instituições, mas também a busca de dados não oficial, para fins pessoais, é incentivada.
Sobre o documentário como um todo, acredito que este seja de extrema relevância, principalmente por buscar reviver memórias importantes para o quadro referencial coletivo, em especial em um momento político em que os ideias da ditadura militar são postos como valores morais, como durante o Governo do Ex-Presidente Inelegível Jair Bolsonaro. Logo, por memórias comuns de uma sociedade a respeito de seu passado poderem ser usadas como elemento para sua coesão, é necessário que as atrocidades realizadas durante a ditadura sejam reveladas, e não naturalizadas, para que não possam voltar a acontecer.
B) Tema de fundo - Tese
[editar | editar código-fonte]Quais são os temas tratados no documentário?
[editar | editar código-fonte]O documentário trata principalmente sobre o desenvolvimento da Doutrina de Segurança Nacional no pós-ditadura, o processo de apagamento, realizado pelas classes dominantes, da memória a respeito desse período e registra momentos atuais em que essas lembranças começam a ser resgatadas. Além desses pontos, os crimes realizados durante a ditadura brasileira também são expostos.
Em que cena compreendeu o tema de fundo do filme?
[editar | editar código-fonte]Logo no início do documentário, há uma cena em que o diretor Renato Tapajós explica qual será o tema de fundo principal relatado.
Qual o problema ou questão que foi tratada mais demoradamente?
[editar | editar código-fonte]A questão tratada mais demoradamente no documentário é a respeito dos elementos utilizados na luta contra o esquecimento das memórias da ditadura, como a Comissão da Verdade, exposições de artes, movimentos populares e protestos.
Os realizadores descreveram bem os personagens?
[editar | editar código-fonte]Sim, visto que as entrevistas realizadas com essa intenção são feitas a partir de diferentes abordagens e com diferentes participantes, trazendo uma diversidade de informações e pontos de vista.
C) Ritmo e Montagem - Edição
[editar | editar código-fonte]Qual a cena ou sequência que mais chamou sua atenção ou lhe impactou? Porquê?
[editar | editar código-fonte]A cena que mais me impactou ocorre durante o relato das ações do médico legista da ditadura, Harry Shibata, que assina inúmeros laudos necroscópicos atestando falsamente causas de morte incompatíveis com os reais motivos dos óbitos de militares políticos, escondendo as lesões de tortura.
Houve algo no filme que te aborreceu? Em que parte do filme? Eram cenas de diálogo ou de ação?
[editar | editar código-fonte]Há uma cena de diálogo que me aborrece em que o advogado Marcio Thomaz Bastos defende que a violência atual praticada contra minorias sociais não são efeitos do período ditatorial.
Qual a cena/seqüência que não foi bem compreendida por você? Porquê?
[editar | editar código-fonte]Acredito que dada a forma explicativa como o documentário foi realizado, não há nenhuma cena ou seqüência em que tive dificuldade de compreensão.
D) Mensagem
[editar | editar código-fonte]O que é proposto pelo filme é aceitável ou não? Porquê?
[editar | editar código-fonte]A proposta do documentário é aceitável, visto que durante o documentário mostra com comprovações históricas e de diferentes especialistas que de fato houve um movimento articulado pelas classes dominantes para o esquecimento dos horrores cometidos na ditadura, a partir da Lei da Anistia, da forma como o período é ensinado nas escolas e também pela mídia, por exemplo. Além disso, o documentário também consegue demonstrar e exemplificar como essa memória esta sendo revivida.
A quem se dirige, em sua opinião, o filme?
[editar | editar código-fonte]Em minha opinião, o filme se dirige à sociedade brasileira como um todo, porque tem a intenção de despertar a memória coletiva sobre o período ditatorial.
Relação com a disciplina de História do Brasil
[editar | editar código-fonte]Qual a contribuição do filme para a sua compreensão da disciplina e do período estudado?
[editar | editar código-fonte]O filme auxilia no estudo do período e da disciplina na medida em que além de informar a respeito da ditadura, do processo de apagamento e de questões atuais para reviver essa memória, também traz os conceitos de memória coletiva, memória subterrânea em sua tese.
Relacione as contribuições desse trabalho para a sua formação?
[editar | editar código-fonte]Com esse trabalho, foi possível realizar a aprendizagem sobre a ditadura e a memória a partir de fontes não convencionais, como o documentário, e também desenvolver outra habilidade a partir da utilização da plataforma Wikiversidade. Além disso, a partir deste foi possível desenvolver uma maior noção a respeito dos esforços atuais para que a sociedade brasileira não esqueça as atrocidades realizadas pela ditadura, não intenção que não ocorram novamente.