Business Intelligence

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Página criada para a entrega final da disciplina Sistemas de Informação para Engenharia de Produção (SIEP) do curso de Engenharia de Produção da Universidade de Brasília (UnB), ministrada pela professora Cláudia Melo. A equipe é composta pelos alunos: Ana Carolina Gonçalves, Mateus Bastos e Vitor Hugo Nogueira.

Conceito[editar | editar código-fonte]

Business Intelligence é um sistema de informação que tem por função analisar os assuntos empresariais por diversos ângulos e auxiliar os gestores na tomada de decisões estratégicas por meio de um conjunto de técnicas e conceitos que coletam os dados em sua origem e os organizam em outro lugar.

Após a coleta e a organização dos dados, há a análise e visualização, compartilhamento e o monitoramento destes para dar suporte à tomada de decisão que seja bem pensada e com base em evidências que forneça a melhor relação “custo-benefício” à empresa.

Em suma, o conjunto de informações brutas que a tecnologia da informação pode unir sobre a Gestão e Negócio de uma empresa forma o Business Intelligence.

Visão histórica[editar | editar código-fonte]

O termo Business Intelligence começou a ser elaborado em 1865 por Richard Millar Devens para descrever como um bancário à época acabou obtendo lucro ao obter informações sobre o cenário da época antes de seus concorrentes e tomar as decisões corretas com bases nestas mesmas informações.

Quase um século depois, nos anos 70, tudo começou a mudar devido aos avanços da tecnologia e o surgimento de formas de armazenamento. Apenas na década de 80 o termo “Business Intelligence” passou a ser utilizado para se referir à inteligência do processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de dados. Nessa época também houve uma grande evolução nas linguagens de programação.

Em 90 as grandes empresas contavam tão somente com centros de informações e de processamento de dados, que por mais que tivessem informações armazenadas, a disponibilidade das mesmas era pouca.

Em 1996 o BI se disseminou como processo do Sistema da Informação Executiva, que foi criado pelo MIT (Instituto Tecnológico de Massachussets) no final dos anos 70. No entanto era de manuseio complexo e difícil acesso.

Nos anos 2000, o BI estava em um ambiente de múltiplas aplicações e seu maior desafio era possuir uma única versão da verdade. Altamente flexível e de extrema eficiência, com aumento da responsabilidade, transparência e alto número de decisões, ele se preparava para o aprimoramento e a era da tecnologia avançada.

Atualmente, o Business Intelligence passou a ser uma ferramenta integrada a outras diversas e está disponibilizado para um maior número de pessoas. Além disso dá resultados online, com gráficos, cria e formula painéis analíticos, ou da forma em que o usuário preferir.

Aplicabilidade do sistema[editar | editar código-fonte]

Por ter uma aplicabilidade em diferentes áreas de uma empresa, o Business Intelligence (BI) vem sendo bastante usado nos dias de hoje por empresas de diferentes ramos. Esse sistema de informação, abrange desde o controle de estoque até a lucratividade de vendas dentro de uma empresa. É um sistema bastante complexo com muitas áreas de atuação, sempre visando melhorar o desempenho de uma empresa e elevar um empreendimento de patamar. Todo novo método utilizado por uma empresa se encaixa no sistema do BI, a promoção de novos produtos,por exemplo, é bastante utilizado por empreendimentos atuais e faz parte do BI.

Com as transformações recorrentes nos dias atuais (políticas, econômicas,etc), as empresas estão buscando cada vez mais se inovarem e se prevenirem. Isso justifica a ascensão do BI nas empresas nessa última década. Sempre buscando maximizar o lucro, reduzir os custos e se prevenir de eventuais crises econômicas/políticas. As empresas ao aplicar o sistema de BI, conseguem obter uma maior capacidade de análise, maior acompanhamento dos processos de negócio e rapidez na construção de informações relevantes. Com isso, a empresa consegue ter uma organização extremamente eficaz e padronizada.

Tendências futuras do Business Intelligence[editar | editar código-fonte]

Como era de se esperar, o futuro do sistema BI está relacionado à Inteligência artificial, e, como tal, oferece melhorias em diversas áreas da Segurança da Informação (SI). O objetivo, para teóricos da área, é que, até o ano de 2020, 80% dos processos de negócios e produtos sejam reinventados, digitalizados ou eliminados. Outra tendência, dessa vez, para algo a curto prazo (considerando o ano presente, 2017), é que até 2018, 75% dos CDO’s (Diretores executivos de dados) não sejam mais subordinados aos CIO (Gerente de TI). Algumas tendências abordadas por teóricos:

A abordagem moderna de BI é o novo padrão 

“Muitas organizações já adotaram a abordagem moderna para o Business Intelligence, democratizando a análise de dados. Já passamos do ponto de inflexão para o BI moderno, de acordo com o Gartner, e continuaremos a ver organizações de todos os tamanhos usando plataformas confiáveis e escaláveis para encorajar as pessoas a ter insights com seus dados”

Análises colaborativas ganham destaque

“Graças ao fácil acesso aos dados confiáveis e ao compartilhamento simples por meio da tecnologia em nuvem, a informação não flui mais em apenas uma direção. Os dias de compartilhamento de dados via PDFs ou PowerPoints acabaram. Em 2017, as pessoas compartilharão livros e fontes de dados interativos e em tempo real. Elas ficarão conectadas via alertas e e-mail e irão compartilhar descobertas, colaborar com o trabalho umas das outras e impulsionar os negócios.”

Todos os dados se tornam iguais

“Em 2017, o valor dos dados não estará mais relacionado ao seu tamanho ou classificação. Não importará se estamos falando de Big Data ou de uma simples planilha do Excel. O que contará mesmo é que as pessoas possam acessar os dados com rapidez e facilidade para responder a perguntas e melhorar resultados. Os usuários empresariais não terão que se preocupar se seus dados estão armazenados em Hadoop, Redshift ou um arquivo do Excel. Eles terão uma visão completa de suas análises, não importa quantas fontes de dados diferentes elas tenham.”

O autoatendimento chega à preparação dos dados

“Embora a descoberta de dados de autoatendimento tenha se tornado o padrão, a preparação de dados permaneceu no domínio dos especialistas em TI e dados. Isso mudará em 2017. As tarefas comuns de preparação de dados, como as importações JSON e HTML e as junções entre bancos de dados não serão mais delegadas a especialistas. Num futuro próximo, o usuário comum será capaz de enfrentar essas tarefas como parte de seu fluxo de análise.”

As análises estão em todo lugar, graças ao BI incorporado 

“Análise de dados funciona melhor quando faz parte do fluxo de trabalho das pessoas. Em 2017, elas estarão presentes em todas as áreas, e a expectativa do mercado é que isso otimize todos os processos de empresas. Isso muitas vezes colocará a análise nas mãos de quem nunca teve acesso a dados antes, como gerentes de loja, funcionários de centrais de atendimento e motoristas de caminhões.”

O departamento de TI se torna o herói dos dados

“Finalmente, é hora da TI quebrar o ciclo e evoluir do produtor para o habilitador. A TI está no controle da transformação para a análise de autoatendimento escalável e está fornecendo a flexibilidade e a agilidade de que a empresa precisa para inovar e, ao mesmo tempo, equilibrar a governança e a segurança dos dados. E, ao permitir que a organização tome decisões com base nos dados e na velocidade dos negócios, o departamento TI surge como o herói dos dados que ajuda a dar forma ao futuro da empresa.”

As pessoas começam a trabalhar com os dados de uma forma mais natural.

Em 2017, a interface para os dados será ainda mais natural, graças, em parte, a aperfeiçoamentos em áreas como geração e processamento de linguagem natural. As interfaces de linguagem natural são o mais novo acréscimo à caixa de ferramentas do BI, e podem tornar dados, gráficos e painéis ainda mais acessíveis, permitindo que as pessoas interajam com os dados por meio de textos e linguagens naturais. Embora haja ceticismo saudável em torno deste novo campo, será uma tendência emocionante de acompanhar.

A transição para a nuvem ganha velocidade

“Em 2017, a força dos dados levará as empresas a implantar suas plataformas de análise onde os dados estão. Embora muitas organizações continuem implantando uma arquitetura híbrida e soluções locais, as análises na nuvem representarão cada vez mais uma solução rápida e escalável.”

As análises avançadas estão ficando mais acessíveis

“Os usuários corporativos estão cada vez mais habilidosos com os dados, e as análises avançadas ficaram mais acessíveis. Os usuários já estão aproveitando poderosas funções analíticas como agrupamento k-means e previsões, e em 2017, a análise avançada será o padrão para o usuário corporativo.”

A capacidade de analisar dados será uma habilidade indispensável no futuro

“Em 2016, o LinkedIn listou o business intelligence como uma das principais habilidades para conseguir um emprego. Em 2017, a análise de dados será uma competência obrigatória para profissionais de todas as áreas. No ambiente profissional, as pessoas esperam que as plataformas intuitivas de BI embasam o processo decisório em todos os níveis.”

Estudos de caso[editar | editar código-fonte]

Restaurante[editar | editar código-fonte]

Restaurante Madero

A famosa rede de restaurantes Madero, cujo cardápio é voltado para hambúrgueres, adotou o sistema de BI para o gerenciamento de sua marca. Isso resultou em um aumento significativo nas filiais espalhadas pelo Brasil. Em 2014 eram 40 filiais , já em 2016, o número subiu para mais de 80, todas localizadas em diferentes regiões do país. Com o uso do BI, o processamento de dados passou a ser muito mais rápido e eficiente. O que ajuda na tomada mais rápida de decisões estratégicas e na expansão da marca. O sistema de BI utilizado pela empresa, tem como principal função aumentar a velocidade da análise de dados e extrair o máximo de informações possíveis desses dados.Impressionado com o resultado, o diretor de TI da empresa deu o seguinte depoimento: “Antes do BI da Qlik, usávamos planilhas em Excel. Hoje, contamos com uma solução para cruzar informações em tempo real, nos apoiando em qualquer decisão. Nosso board está muito bem impressionado com a solução.O segmento de alimentação e redes de franquias demandam por decisões diárias pela velocidade de mudança ou novas possibilidades dentre hábitos de consumo de seus clientes. Por outro lado, este segmento também conta com uma base de informações incrementada diariamente com novos dados, permitindo um rico trabalho de análise para aumento dos resultados”.

Empresa aérea[editar | editar código-fonte]

Gol linhas aéreas

Em 2008, a empresa aérea brasileira Gol utilizou o sistema de informação Business Intelligence (BI) para aprimorar seu desempenho no mercado e tornar suas atividades mais eficientes. Para a aplicação do BI nessa empresa aérea, foram levadas em conta as áreas mais relevantes da empresa perante suas concorrentes, isto é, as áreas que mais impactam uma mudança que eleva a empresa de patamar. Com isso, chegou-se a conclusão que a área de gestão foi o ponto mais importante na aplicação do BI. É nessa área que o diretor comercial toma as principais decisões estratégicas dentro da empresa.

Com a implantação desse sistema, a empresa consegue gerenciar com mais facilidade a taxa de ocupação em cada vôo e manipular com mais eficácia os preços das passagens de acordo com a demanda. Dessa forma, é possível estabelecer o preço do ticket unitário avaliando o custo de cada trecho.

O principal objetivo do uso do sistema BI nesse caso da Gol em 2008, é maximizar o número de passageiros por voo, isto é, fazer com que os voos tenham capacidade máxima. Isso evita a perda de assentos em cada trecho e aumenta a receita bruta de cada voo. Com voos praticamente lotados na maioria das vezes, a empresa consegue aumentar seu market-share no mercado de aviação.

Banco de varejo[editar | editar código-fonte]

Imagem meramente ilustrativa

No ano de 2007, o Banco A (o nome do banco não pôde ser mencionado no estudo de caso) implementou um sistema de informação, intitulado Sistema de Informações de Agências com Business Intelligence, ou SIABI,  em suas agências físicas a fim de fazer alterações na gestão da área operacional do segmento suas agências de varejo. Para que houvesse essa implementação, alguns métodos foram executados, tais como: documentação do Business Case, documentação de desenvolvimento de sistemas, documentação de acessos e utilização do SIABI pelos gerentes regionais, entrevistas e observações.

Como resultado ao sistema SIABI, a empresa verificou que o apoio da organização foi fundamental para a implementação do sistema, pois, como se tratava de uma inovação, desafios tiveram de ser quebrados para que se alcançasse a meta estabelecida pelo Banco A. Dessa maneira, a fala de um colaborador do Banco A elucida, de forma benéfica, o resultado do estudo de caso em questão: "O diretor comprou a idéia, tinha a necessidade de informações sobre como estava o negócio. Sabia da importância e apoiou desde o início. Continua apoiando no uso e evolução dessa ferramenta, pois percebe a melhoria que trouxe para a rede de agências".

Órgão público[editar | editar código-fonte]

Brasão do estado do Piauí

Business Intelligence (BI) é um conceito que aborda uma série de ferramentas que estruturam dados a fim de obter informações úteis, contribuindo para o processo de tomada de decisão. Dessa forma, é possível que toda e qualquer área faça uso do sistema BI, como, por exemplo, um órgão público, mais especificamente, a Secretaria de Fazenda do Estado do Piauí (SEFAZ-PI). O objetivo da implementação do sistema BI na SEFAZ-PI foi o de emitir, com rapidez e customização, os relatórios de empresas com alto grau de arrecadação tributária da Gerência de Suporte da Ação da Fiscalização (GESAF).

Como resultado à implementação do sistema, o diretor, responsável pelo setor, destacou que essa inovação não trouxe apenas bons pontos à obtenção de dados, mas, também, à análise de dados, ou como ele relata, uma “limpeza” dos dados: “Não é só a rapidez, é a garantia que aquela informação foi tratada, porque às vezes o sistema têm erros que você não consegue corrigir facilmente e no BI você faz o que você quiser. A gente pega os dados do sistema antigo e traz para a plataforma do BI e trata-os, deixando-os limpos e organizados”.

Considerações finais[editar | editar código-fonte]

É possível concluir que o sistema de Business Intelligence (BI) funciona como um sistema de metodologia ágil, pois, além de trabalhar uma metodologia fundamentada na questão de produção puxada, traz sucesso e inovação para a empresa que faz uso desse sistema - o BI.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

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MERKER, Julia. Madero adota BI com Qlik. Disponível em: <https://www.baguete.com.br/noticias/24/11/2016/madero-adota-bi-com-qlik> Acesso em: 18 de junho de 2017. 

CIO.com. O futuro do Business Intelligence está na Inteligência Artificial. Disponível em: <http://computerworld.com.br/o-futuro-do-business-intelligence-esta-na-inteligencia-artificial> Acesso em: 18 de junho de 2017. 

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Autor desconhecido. O que é Business Intelligence? Disponível em: <https://image.slidesharecdn.com/vinit-businessintelligence-091201135850-phpapp02/95/vinit-business-intelligence-6-728.jpg?cb=1259676061> Acesso em: 18 de junho de 2017.  

Autor desconhecido. O que é Business Intelligence (BI)? Disponível em: <http://knowsolution.com.br/o-que-e-business-intelligence-bi/> Acesso em: 18 de junho de 2017. 

Colaborador externo. Como o BI pode ajudar as empresas de varejo a fazerem mais em tempos de crise? Disponível em: <https://corporate.canaltech.com.br/noticia/business-intelligence/como-o-bi-pode-ajudar-as-empresas-do-varejo-a-fazerem-mais-em-tempos-de-crise-47965/#> Acesso em: 18 de junho de 2017.

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DINIZ, Eduardo Henrique; JAYO, Martin; LEITE, Fabiano Luiz Caldas. Utilização de Business Intelligence para gestão operacional de agências bancárias: um estudo de caso. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/EnADI36.pdf> Acesso em: 18 de junho de 2017. 

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BASTOS, Felipe Moreira Caland; CAMPELO FILHO, Eulálio Gomes; JÚNIOR, Milcliades Pereira da Silva; OLIVEIRA, Layzis Val de. Análise da melhoria de um sistema de Business Intelligence no setor público: um estudo de caso na SEFAZ-PI. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_213_263_27621.pdf> Acesso em: 18 de junho de 2017.