Cinema e documentário

Fonte: Wikiversidade

RELATÓRIO DE VIVÊNCIA NA ALDEIA RIO SILVEIRAS - BERTIOGA/SP

1 BREVE RELATO Do dia 12 ao dia 15 de outubro, foi realizada junto à disciplina Vivências Indígenas, um encontro com índias(os) guaranis na aldeia Rio Silveiras, em Bertioga. O objetivo atende a oportunização de formação de experiências que componham a base profissional e pessoal das(os) estudantes dos cursos da EACH, possibilitando o contato com a pluralidade de culturas e modos de existência.

1.1 Preparação da viagem Na preparação para viagem, foram realizadas duas reuniões de alinhamento e organização, e o grupo do Cine-Doc ficou responsável por: Registrar a vivência com fotos e vídeos; Realizar sessões de cinema com filmes que abordassem as questões indígenas; Produção de documentário a partir do experienciado na aldeia. Dessa forma, as(os) 5 integrantes do grupo e a monitora responsável distribuíram as tarefas entre si, com o cuidado de garantir que todas(os) pudessem ajudar nas três tarefas, mesmo que o foco fosse em apenas uma. Durante a última reunião antes da viagem, atribuímos à tarefa de registro uma carga menor, compreendendo que poderíamos também nos utilizar das imagens produzidas pela turma, além das que poderíamos fazer com as câmeras de uma das integrantes do grupo. Ainda nesta reunião, revisamos todos os equipamentos necessários para o audiovisual e o registro, e começamos a abordar os possíveis temas que poderiam orientar o documentário, compreendendo que o roteiro só poderia ser feito a partir do material que fosse recolhido. Note-se que diversas interações e fechamentos foram realizadas utilizando-se, largamente, da ferramenta Whatsapp: encaminhamentos, decisões, fechamentos. O trabalho foi integrador e facilitado pelo uso da ferramenta.

2 SAÍDA DE CAMPO A partida ocorreu em torno de 14h00 da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, com entrada na aldeia em torno de 20h00, em uma viagem bastante tranquila, sem nenhuma intercorrência que pudesse atrapalhar a dinâmica positiva da equipe.

2.1 Primeiro dia A equipe estava animada para realizar as atividades de integração e registro do encontro, entretanto o audiovisual ficou comprometido por conta da chuva, que poderia danificar os equipamentos, e por termos chegado na aldeia já muito tarde. Algumas fotos foram registradas, mas apenas no segundo dia, as possibilidades foram se configurando, uma vez que as contingências de um acampamento delimitam o que se pode fazer. Porém, foram registrados e gravados pequenos vídeos. Acrescente-se, que a qualidade das imagens e dos vídeos constitui boa qualidade e retrata os momentos da pré-viagem, trajeto e a chegada na aldeia. Isso permite um olhar comparado do início e do término do passeio, cujo significado orienta a técnica, a integração das(os) estudantes e equipe de instrução e apoio. Esse olhar permite, sobretudo, observar o desenvolvimento das atividades com as(os) irmã(os) indígenas e a interação sem barreiras que estabeleceu-se entre as(os) participantes da viagem.

2.2 Segundo dia No segundo dia, a chuva novamente interferiu na exibição de documentários, além de alguns conflitos de horário com outras atividades, como a confecção de camisetas, que iriam utilizar a Casa de Reza, o único espaço que poderia comportá-las. Ainda, assim, as atividades que envolveram a comunidade local foram fotografadas para composição do vídeo/ documentário, com qualidade considerada boa em relação ao tempo chuvoso.

2.3 Terceiro dia O terceiro dia trouxe uma diminuição no nível de chuva e foi possível encontrar uma solução criativa para disponibilizar energia para ligar os equipamentos. Com o auxílio do pajé, da monitora e de um dos moços que trabalham na aldeia, uma extensão foi puxada para dentro da Casa de Reza, e fomos liberados para passar filmes após a reza. No início da exibição dos filmes, foi observado como as pessoas que se dispuseram a assistir eram em sua grande maioria indígenas, em parte isto se deve ao horário e às limitações climáticas, que levaram muitas(os) alunas(os) a voltar para as barracas após a reza. Foi então escolhido em conjunto o filme que iria ser exibido, à partir de uma lista disponível. Os dois documentários assistidos tinham tido alguma parte gravada ou na aldeia ou por alguém da aldeia, como no caso da filha do pajé. Esta identificação imediata com algo que teve a contribuição direta de pessoas presentes na sessão, mobilizou uma descontração e atenção especial, o que gerou uma série de interações entre a platéia, que variava entre risadas e provocações inocentes, significando aquele documentário para muito além do que apenas um filme, sendo algo que realmente foi realizado por eles e agora estava sendo retratado. Um misto de orgulho e alegria permeou a sessão. Outro fator interessante é ter escolhido um recorte do documentário que abordasse as diferenças entre a vida no Jaraguá e na Rio Silveiras, sendo que o Thiago do Jaraguá também estava presente e assistindo. Durante este período por inteiro, as(os) integrantes do grupo responsáveis pela produção do documentário permaneceram fazendo registros de todos os momentos e também em busca de realizar entrevistas que pudessem colaborar com a parte posterior de trabalho após o término da viagem, a produção do documentário. Combinou-se que será produzido um vídeo de registro da vivência, contando com as fotos tiradas por nós e por todas(os) as(os) alunas(os).

3 CONCLUSÃO A equipe conseguiu cumprir todas as atividades propostas inicialmente, incluindo-se as entrevistas com as(os) irmã(os) indígenas ao longo das três dias. Também, a realização das gravações dos momentos entre todas(os) estudantes da EACH e equipe de instrução e acompanhamento da disciplina. Nesse sentido, após o retorno da vivência, por intermédio do grupo de Whatsapp, foram realizadas diversas interações para conclusão das atividades estabelecidas no cronograma. No mais, a vivência permitiu que o grupo trabalhasse em conjunto pois, embora estudantes da EACH, e muito em razão dos turnos e das peculiaridades exigidas por cada curso de graduação, não havia esse intercâmbio de conhecimentos e possibilidades de aprendizado. Por fim, a experiência técnica e humana nos torna mais abertas(os) às possibilidades e modos diversos de configuração de existência. E o registro desses momentos seguem percorrendo a nossa trajetória universitária e posteriormente, nossa atuação no campo profissional.


Link do vídeo final: https://drive.google.com/file/d/1lwaDl2wFydr0vR0rf8Og_7UjnodQ5wFL/view?usp=drivesdk

Universidade de São Paulo - Seminários de Políticas Setoriais II - Integrantes do grupo cine-documentário: Luiza Gois Magalhães - USP n. 106880-91; Douglas Henrique Santos da Silva - USP n. 102592-37; Marina Maria Marques de Sousa - USP n. 108827-23; Rita de Cassia Barbosa Farias - USP n. 92747-01; Letícia Men dos Passos - USP n. 97775-60.