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Clareamento dental

Fonte: Wikiversidade

Clareamento dental

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O clareamento dental tem ganhado uma relevante importância na odontologia atual, já que a estética é fundamental para a sobrevivência social e as relações de trabalho. Hoje, dentes bem posicionados, brancos e perfeitos deixaram de ser puramente vaidade humana para tornar-se uma necessidade do cotidiano (1).

Com o passar do tempo, os dentes sofrem influência de várias substâncias, sendo agredidos em maior ou menor grau, comprometendo sua integridade biológica e alterando sua estrutura, independente da intensidade e origem da agressão (2).

As modificações notadas a olho nu possuem duas principais fontes, as exógenas e as endógenas. Dentre as exógenas destacam-se: manchas causadas por alimentos (chá, café, mate, bebidas com corantes artificiais), acúmulo de placa, bactérias cromógenas, tabaco, além das restaurações em amálgama. Manchas provenientes de fatores externos são combatidas, na maioria dos casos, com agentes tópicos, aplicados diretamente na superfície dental. Dentre as endógenas, pode-se ressaltar: hipoplasia de esmalte, eritroblastose fetal, amelogênese imperfeita, hipocalcificação do esmalte, dentinogênese imperfeita, porfiria, hemorragia da polpa, icterícia, medicamentos (tetraciclinas e flúor)(2).

Indicação e contra-indicação

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O clareamento dentário é contra-indicado em dentes que apresentam hipersensibilidade, ou seja, presença de túbulos dentários expostos, não devendo ser submetidos ao tratamento simplesmente pelo fato de permitirem maior difusão dos agentes oxidantes (3).

O clareamento é indicado para as manchas fluoróticas, sendo que as marrons respondem melhor ao tratamento, sorrisos escurecidos fisiologicamente, dentes pigmentados por café, chá, fumo, vinho ou outros corantes (4).

Clareamento dentário caseiro

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Para o clareamento dentário caseiro é utilizado o peróxido de carbamida de 10 a 15%. Em contato com a saliva se degrada de 3 a 5% de peróxido de hidrogênio e de 7 a 10% de uréia. O peróxido de hidrogênio, considerado o agente ativo, é metabolizado por enzimas, como peroxidases, catalases e hidroxiperoxidases (4), e degrada-se em oxigênio e água. Já a uréia decompõe-se em amônia e dióxido de carbono (5). O baixo peso molecular das soluções de peróxido permite que transitem livremente pelos espaços interprismáticos, através do esmalte e também da dentina, provocando a oxidação de pigmentos presentes nessas estruturas, ou seja, os oxidantes reagem com as ligações dos cromóforos, e clivam essas ligações, alterando tais pigmentos proporcionando um efeito clareador. Assim, compostos com anéis de carbono pigmentados são abertos e convertidos em cadeias mais claras, resultando no clareamento dos dentes (4).

É recomendado o clareamento de um arco por vez, para minimizar o desconforto do paciente, podendo também permitir um parâmetro de comparação com o arco ainda não clareado. Poderá ser realizado tratamento diurno, uma a duas aplicações de uma a duas horas, ou noturno, seis a oito horas durante o sono. O tratamento varia de duas a seis semanas, de acordo com a resposta individual e a severidade da coloração (3).

As soluções clareadoras contém carbopol, que tem por finalidade melhorar a aderência do agente clareador aos tecidos e espessar o material. Sob supervisão do dentista, o clareamento caseiro é considerado um procedimento seguro e eficaz (6).

Não são todos os casos de alteração de cor que respondem bem ao tratamento clareador, principalmente pela diferença de permeabilidade dental entre os vários pacientes (3).

Durante o tratamento o paciente deve retornar semanalmente ao consultório para controle. Caso seja portador de restaurações de resina composta ou pontes fixas, necessitará de substituição das mesmas após o tratamento clareador. Frequentes relatos de sensibilidade têm sido registrados. Normalmente, a interrupção do tratamento por dois ou três dias elimina esse desconforto (7).

O uso indiscriminado e sem a devida supervisão do cirurgião-dentista de géis clareadores a base de peróxido de carbamida, que podem ser adquiridos em farmácias, supermercados e através da televisão, sem controle sobre a quantidade utilizada ou ingerida pelo paciente e o tempo de exposição ao agente clareador, pode ocasionar consequências irreparáveis às estruturas dentais pelo aumento de friabilidade e alterações morfológicas do esmalte, dentina e cemento, além de apresentar efeito co-carcinogênico. Dessa maneira recomenda-se que o clareamento seja executado pelo profissional, com isolamento absoluto dos dentes pela técnica do consultório (3).

A segurança do clareamento caseiro está diretamente ligada à dose de administração, como no caso de aplicação de flúor. Observada e controlada a dose, como em diversos outros tratamentos, o clareamento é seguro (8).

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

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1. RUIZ, G. A. O. & DE SÁ, F. C. Clareamento caseiro em dentes vitais. RGO, 51 (1): 18-22, jan/fev/mar, 2003.

2. MONDELLI, J. Restaurações estéticas. São Paulo: Sarvier, 1984.

3. MONDELLI, R. F. L. Análise crítica do clareamento dental e clareamento de dentes polpados. Seminário odontológico latino-americano-dentística, Faculdade de Odontologua de Bauru. Acesso em 13/11/2010. Disponível em: www.odontouniban.hpg.com.br/clareamento

4. BARATIERI, L. N. Clareamento dental. São Paulo: Edutora Santos, Quintessence Books, 1995.

5. LEONARD, R. H. et al. Change of pH of plaque and 10% carbamide peroxide solution during nightguard vital bleaching treatment Quintessence Int, vol. 25, n. 12, 1994.

6. GOLDSTEIN, R. E. & GARBER, D. A. Complete dental bleaching. Quintessence books, 1995.

7. MENDONÇA, C. C. L. & PAULILLO, L. M. S. Clareamento de dentes vitais – utilização do peróxido de carbamida. Revista Brasileira de Odontologia, vol. 55, n. 6, 1989.

8. DAHL, J. E. & BECKER, R. Acute toxicity of carbamida peroxide and a commercially avaiable tooth bleaching agentes in rats.J. Dent Res, vol.74, n. 2, 1995.