Educação e Ensino à Distância

Fonte: Wikiversidade

Introdução a Educação à Distância[editar | editar código-fonte]

Na contemporaneidade, apresentam-se três principais modalidades de ensino: a educação presencial, a semipresencial e a educação à distância.

O ensino presencial refere-se ao ensino convencional dos cursos regulares, em qualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre num mesmo local físico, a sala de aula.

Já a semipresencial  divide-se em sala de aula e à distância, através de tecnologias - de acordo com a legislação vigente (Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, artigo 81 – Brasil, 1996, decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005 – Brasil, 2005, Portaria nº 4.059, de 10 de dezembro de 2004 – Brasil, 2004). Entende-se por curso semipresencial aquele oferecido com até 20% da sua carga horária na modalidade à distância.

No que se refere à modalidade à distância, um dos principais conceitos é encontrado em Moran (2009). Para o autor, a Educação à Distância configura o cenário em que professores e alunos estão separados fisicamente no espaço e/ou no tempo, sendo, pois, a aprendizagem efetivada através do intenso uso de tecnologias de informação e comunicação, cuja presencialidade é exigida apenas para fins de avaliação da aprendizagem.

É importante compreender que, embora professor e aluno não estejam num mesmo espaço físico eles estarão conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a internet. Como introduzimos, essa possibilidade de acesso, que rompe as barreiras de localização e tempo, e apresenta a tecnologia e suas ferramentas como potenciais meios de aprendizagem, contribui amplamente para a democratização da educação. A flexibilização do tempo encontra na sociedade de inúmeras tarefas e encurtamento do tempo um grande ponto chave, que torna-se ainda mais evidente quando o aluno já constitui família, emprego e inúmeras responsabilidades.

Quando essas características encontram-se na educação pública essa democratização é potencializada pela possibilidade do enfraquecimento dos obstáculos sociais, por exemplo. Acerca dessa relevância social destaca-se o acesso ao sistema àqueles que vêm sendo excluídos do processo educacional superior público e a importância de mudar e renovar a escola e a universidade, como salienta Preti:

A crescente demanda por educação, devido não somente à expansão populacional como, sobretudo às lutas das classes trabalhadoras por acesso à educação, ao saber socialmente produzido, concomitantemente com a evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos está exigindo mudanças em nível da função e da estrutura da escola e da universidade (PRETI, 1996).

Somado a isso, o desenvolvimento desta modalidade possibilitou a implementação de projetos educacionais diversos, para várias situações e complexidade, como: capacitações, cursos profissionalizantes, divulgação científica, campanhas de alfabetização e, também estudos formais em todos os níveis e campos do sistema educacional.

A Educação à Distância constitui, então, um recurso de incalculável importância para atender grandes contingentes de alunos. De acordo com Nunes (1994), ela atende de forma mais efetiva que outras modalidades e sem riscos de reduzir a qualidade dos serviços oferecidos. Isso é possível a partir da utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) que promovem novas possibilidades para os processos de ensino-aprendizagem.

Essa expansão da internet e o avanço das mídias digitais apresentam, através do acesso a um grande número de informações e abertura para a interação e a colaboração entre pessoas distantes geograficamente ou inseridas em contextos diferenciados, uma produção coletiva e conjunta de conhecimento. Através de tecnologias interativas evidencia-se o que deveria ser a base de qualquer processo de educação: a interação e a interlocução entre todos os que estão envolvidos nesse processo.

Com o estímulo à interação e à colaboração no processo, os alunos somam não apenas o conhecimento, mas também novas habilidades sociais, incluindo a habilidade de comunicar, construir o conhecimento de forma reflexiva e se relacionar com colegas que ele pode nunca ter visto, por exemplo.

No que se refere ao conceito de aula na modalidade há algumas mudanças. O professor continuará dando aula mas, através de videoaulas e webconferências, por exemplo e, buscará enriquecer esse processo por meio das possibilidades oferecidas pela tecnologia, com enfoque na interatividade: recebendo e respondendo mensagens com dúvidas ou sugestões dos alunos, criando espaços de discussão e alimentando de forma contínua os debates e pesquisas com textos, vídeos, links, etc. Assim, a aula passa a ser também pesquisa e intercâmbio, e a Educação à Distância acaba configurando uma prática que permite um equilíbrio entre as necessidades e habilidades individuais e as do grupo - de forma presencial e virtual. Nessa perspectiva, é possível avançar rapidamente, trocar experiências, esclarecer dúvidas e inferir resultados.

Como se pode observar, nesse processo o professor assume um novo papel e também surge a função do tutor. Esses profissionais apoiam-se nas ferramentas pedagógicas com o intuito de estimular a interação do aluno com o objeto de estudo, concebendo-o como indivíduo participativo da sua própria aprendizagem.

Sobre esse aspecto, Struchiner (1999) afirma que o tutor, nesta modalidade, seria um co-autor, desvinculando-se da configuração tradicional e que, na perspectiva do construtivismo, passa a ter o perfil de um potencializador da aprendizagem, atuando como mediador, fazendo usos dos espaços disponíveis, como forma de promover a participação coletiva, a independência, ou seja, a plena ação dos sujeitos no processo de ensino-aprendizagem.

Dessa forma, a partir dos inúmeros recursos pedagógicos e tecnológicos e de todo o apelo motivador, a Educação à Distância possibilita uma interação dinâmica que pode tornar-se bastante produtiva se corretamente direcionada. Apesar dessa potencialidade, é importante considerar que o processo de mudança não é uniforme nem fácil. Há uma enorme desigualdade tanto econômica, como de acesso, maturidade, e até mesmo de motivação das pessoas. Alguns estão preparados para a mudança, outros não. É, portanto, crucial possibilitar a todos o acesso às tecnologias, à informação significativa e à mediação de professores efetivamente preparados para a sua utilização inovadora.

O texto foi retirado do livro: Furtado, Ulisses de Melo et al. Introdução à EAD: moodle para estudantes. Mossoró-RN: EdUfersa, 2017. (Pág. 13-15)