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História Oral - Margot-Ann Bachi dos Santos

Fonte: Wikiversidade

Primeira Parte

Memórias de luta por reconhecimento: relatos sobre os anos iniciais do curso de Cinema da UFSC

Margot-Ann Bachi dos Santos

Resumo

O presente trabalho, apresentado como exigência da disciplina História do Brasil II, ministrada pelo Prof. Dr. Paulo Eduardo Teixeira, pretende trazer à tona, através dos relatos de uma entrevistada, algumas das vivências dessa entrevistada nos anos iniciais de formação do curso de cinema da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

Segunda Parte

A história da universidade e do Movimento Passe Livre

Movimento Passe Livre na wikipedia

Blog da Revolta da Catraca

Página arquivada de um blog com relatos sobre a Revolta da Catraca

Página da história do curso de Cinema da UFSC

Entrevista

- Eu gostaria, se você pudesse, que você trouxesse essas memórias do ME à tona, sobre qual era o cenário político no qual você acabou entrando...

- eu não fazia parte do movimento estudantil dentro de assembleia nem dentro de nada... eu participava e sempre quando eu fui... quando eu comecei a ir... eu fui mais porque eram coisas muito escandalosas [...] eu não estou dentro da conversa mas isso é importante, então eu preciso marcar presença ou eu ia pra documentar.

- Não precisa se atentar necessariamente ao espaço formal do ME...

- Ai a gente entra agora num... [pede anonimato]

- É uma questão muito pontual, uma questão muito diferente, eu, paulista, estando lá quando tudo isso começou, numa cidade onde existia todo um movimento [não entendível] que é tipo 'vocês vem aqui pra roubar nossas vagas' e ... de alguém que é Catarinense mesmo, por isso que é... tinha muito dessa... divisão, mesmo, porque querendo ou não a época que eu passei no vestibular não existia o ENEM, o ENEM era tipo.. se faltar tantos pontos pra você passar você consegue uns pontinhos com o ENEM, não era como hoje, unificado... então o que acontecia: a galera que era do estado estudando muito pra passar na FUVEST e todas as escolas particulares de SP focam no aluno passar na FUVEST, fui prestar o vestibular lá, na parte... cretiníssimo, porque a parte de literatura e redação eles tentavam ser super regionalistas, pra tipo, pra não querer gente de fora, mas é uma universidade federal, que recebe verba federal, então não preciso saber que a ponte [não entendível] existe desde quando. É uma ponte bonita que existe ai.

- Se você puder contextualizar a data...

- Eu prestei na turma de 2007, ou seja, prestei o vestibular em 2006, foi essa coisa... foi tipo... foi, eu não ia prestar cinema, ia prestar engenharia, foi toda uma briga do caramba, fui de última hora, cheguei de ressaca pra prestar o vestibular, eu sempre estudei no sistema ETAPA, que é uma preparação pesada pra galera entrar no ITA, cheguei podre no vestibular e tinha muita coisa regionalista principalmente na parte de literatura, que eram completamente diferente dos livros da FUVEST, que era o que a gente tinha lido a vida inteira... eu não li nenhum dos livros que caíam em específico na região porque eu estava me preparando para a FUVEST mesmo, o máximo que eles podiam colocar de regionalismo eles colocavam, tanto que eu fui a terceira turma de cinema, entrou pelo menos uns 70% das três turmas da faculdade eram paulistas. Ai dentro do curso, a gente não foi, foi mal recebido porque era todo mundo, o que tinha de campineiro, tu cuspia e acertava um campineiro. Mas assim, o sentimento geral era que paulista ia pra lá roubar vaga de catarinense e era uma universidade federal que recebe verba federal. Educação é pra todos. Isso me estressava um pouco.

- Se você puder comentar como foi esse primeiro momento da sua vivência da faculdade...

[resto da transcrição]

Terceira Parte

A escolha pela entrevista semiestruturada

A escolha pela entrevista semiestruturada se deu principalmente pela possibilidade de abertura para outras temáticas e para se aproximar à fluidez natural de uma conversa, dando liberdade para a entrevistada expor detalhes que não se sentiria confortável para dar caso contrário.

A experiência do campo

A experiência do campo é sempre interessante porque sempre nos apresenta com situações inesperadas. Minha expectativa, ao realizar a entrevista, era dirigir a conversa para o assunto das Jornadas de Julho e a importância do histórico da participação da UFSC de Florianópolis nos eventos do Movimento Passe Livre; isso, porém, não aconteceu, ficando mais evidente, pela entrevista, a importância de realizar ações políticas mais imediatas para o reconhecimento do curso.