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Introdução ao Judaísmo/Ciclo de Vida

Fonte: Wikiversidade

O Judaísmo enfatiza que os mandamentos e as tradições religiosas devem ser cumpridas fielmente no dia-a-dia do judeu devoto por toda a sua vida. Esta prática é conhecida como Ciclo de Vida Judaico. Atualmente entre os judeus é enfatizado a necessidade de cumprimento deste Ciclo para não somente se cumprir adequadamente os príncipios básicos do Judaísmo, mas como forma de fortalecer a identidade judaica do indíviduo e evitar os perigos da assimilação com outras religiões.

Material usado em uma cerimônia de brit milá, exibido no museu da cidade de Göttingen

Brit milá (no hebraico ברית מילה, literalmente aliança da circuncisão), também chamado de bris milá (na pronúncia asquenazi) é o nome dado à circuncisão ritual dos meninos recém-nascidos ao oitavo dia de nascimento como símbolo da aliança entre Deus e o povo de Israel. Também é nesta cerimônia que o menino recebe seu nome. Costuma-se realizar o brit em um café da manhã festivo.

A origem deste ritual é encontrado em Bereshit 17:1-14 ,onde Deus ordena a Abraham que ele e todos os seus descendentes se circuncidem como sinal do pacto entre Deus e a descendência de Abraham. O judaísmo defende que este é um sinal de pacto pérpetuo que não pode ser nunca abolido.Deste modo ,quando diversas situações e povos buscaram obrigar o povo judeu à não seguir a prática da brit (como por exemplo, debaixo do domínio grego), sempre desencadeou-se uma resistência à abolir á prática, o que elevou a brit milá à um evento de grande importância e significado para confirmação da "identidade judaica".

Procedimentos

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A mulher do casal (Kvater) toma a criança dos braços da mãe e a entrega ao homem que levará a criança e a colocará sobre a cadeira reservada ao profeta Elyahu (que de acordo com a tradição presencia todo brit milá). O pai então coloca o menino sobre o colo do sandec (padrinho- a pessoa que recebe a honra de segurar a criança que receberá a circuncisão), onde o mohel executa a circuncisão.

A brit milá pode ser efetuada por qualquer judeu que saiba fazer a cirurgia (se o pai da criança souber realizar a brit, não é permitido que delegue a função a outra pessoa) e saiba as bençãos específicas pode realizar a brit, mas o mohel é um especialista capaz de efetuar a circuncisão. O mohel não é necessariamente um médico, mas tem uma grande experiência na execução da brit. Classicamente a brit é feita sem anestesia, apesar de atualmente em algumas brit milá a criança receber uma pequena anestesia. Geralmente não há traumas e a criança se recupera rapidamente. A tradição rabínica só permite que uma mulher execute a circuncisão se não houver um homem competente presente. No entanto atualmente o rabinato conservador e reformista tem permitido que mulheres exerçam a função de mohel.

Após a cirurgia nome hebraico do menino então é anunciado à todos. Depois segue-se a refeição festiva.

Atualmente, a validade das cerimônias é discutida, ou pelo menos analisada, em função de que corrente autorizou o celebrante, no caso o mohel. Porém, isso acontece de forma "hierárquica" em função do tradicionalismo da corrente. Assim, um reformista sempre considerará válido um brit-milá feito por um mohel ortodoxo, mas isso não é necessariamente verdade para um ortodoxo se o mohel for reformista (principalmente se for mulher).

A brit milá é permitida no Shabat e no Yom Kippur,já que o Talmud estabelece que a circuncisão supera os outros mandamentos da Torá.

Os homens que desejam se converter ao judaísmo devem executar a circuncisão quando da aceitação na comunidade judaica. A circuncisão em adultos é um processo mais complexo que a em recém-nascidos. Nesse caso, o Mohel deve ser um cirurgião autorizado, ou, na falta desse, um cirurgião deve ser acompanhado pelo Mohel.Como alguns homens, principalmente nos EUA, já são circuncidados, existe uma versão simbólica onde apenas se tira uma gota de sangue da pele do pênis.

No caso das mulheres, estas não recebem brit milá. Seu nome é geralmente dado no serviço de Shabat após seu nascimento , ou em ocasiões em que a Torá é lida na sinagoga e haja um miniam. Esta ocasião é chamada de Simchat Bat.

Bnai Mitzvá (filhos do mandamento) é o nome dado à cerimônia que insere o jovem judeu como um membro adulto na comunidade judaica.

Quando uma criança judia atinge a sua maturidade (aos 12 anos de idade, mais um dia para as moças; e aos 13 anos e um dia para os moços), passa a tornar-se responsável pelos seus atos, de acordo com a lei judaica. Nessa altura, diz-se que o menino passa a ser Bar Mitzvá ( בר מצוה , "filho do mandamento"); e a menina passa a ser Bat Mitzvá (בת מצוה, "filha do mandamento").

Ao completar 13 anos, o jovem judeu é chamado pela primeira vez para a leitura da Torá. Ao ser chamado pela primeira vez, o jovem pode, a partir daí, integrar o miniam (quórum mínimo de 10 homens adultos para realização de certas cerimônias judaicas).

Antes desta idade, são os pais os responsáveis pelos atos dos filhos. Depois desta idade, os rapazes e moças podem finalmente participar em todas as áreas da vida da comunidade e assumir a sua responsabilidade na lei ritual judaica, tradição e ética.

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