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Ironia

Fonte: Wikiversidade

A ironia (do grego antigo εἰρωνεία, transl. eironēia, 'dissimulação') é uma forma de expressão literária ou uma figura de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância entre aquilo que dizemos e que realmente pensamos. Na Literatura, a ironia é a arte de zombar de alguém ou de alguma coisa, com um ponto de vista a obter uma reação do leitor, ouvinte ou interlocutor.

Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o objetivo de denunciar, de criticar ou de censurar algo. Para tal, o locutor descreve a realidade com termos aparentemente valorizantes, mas com a finalidade de desvalorizar. A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser activo durante a leitura, para refletir sobre o tema e escolher uma determinada posição. O conceito de ironia socrática, introduzido por Aristóteles, refere-se a uma técnica integrante do método socrático. Neste caso, não se trata de ironia no sentido moderno da palavra. A técnica de Sócrates, demonstrada nos diálogos platônicos, consistia em simular ignorância, fazendo perguntas e fingindo aceitar as respostas do interlocutor (oponente), até que este chegasse a uma contradição e percebesse assim os erros do próprio raciocínio.[1]
Tipos de ironia Editar
A maior parte das teorias de retórica distingue três tipos de ironia: oral, dramática e de situação.[carece de fontes]
A ironia oral é a disparidade entre a expressão e a intenção: quando um locutor diz uma coisa mas pretende expressar outra, ou quando o significado literal da fala é contrário ao pretendido.
A ironia dramática (ou sátira) é a disparidade entre a expressão e a compreensão/cognição: uma palavra ou ação põe uma questão em jogo e a plateia entende o significado da situação, mas a personagem não.
A ironia de situação é a disparidade existente entre a intenção e o resultado: o resultado da ação é contrário ao desejado ou ao efeito esperado. Da mesma maneira, a ironia infinita (cosmic irony) é a disparidade entre o desejo humano e as duras realidades do mundo externo. Certas doutrinas afirmam que a ironia de situação e a ironia infinita, não são ironias de todo.
Exemplos:
"Acho que é um urso polar albino" (para causar um efeito humorístico)
"Meu marido é um santo. Só me traiu três vezes!"
A ironia é também um estilo de linguagem caracterizado por subverter o símbolo que, a princípio, representa. A ironia utiliza-se de uma forma de linguagem preestabelecida para, a partir e de dentro dela, contestá-la.