Jogo 2014/Aula 15

Fonte: Wikiversidade

FICHAMENTO DE TEXTO DA AULA - ENSAIO CRITICO[editar | editar código-fonte]

Texto sobre as abordagens pedagógicas para a prática profissional do educador físico[editar | editar código-fonte]

DARIDO, S. C. Diferentes Concepções sobre o Papel da Educação Física na Escola[editar | editar código-fonte]

Buscarei nesta página um ensaio critico do texto de Darido relacionando-o com os conteúdos já vistos no módulo de Jogo. Meu ensaio terá como cronologia no discurso o texto da autora. No texto, a autora discutiu sobre as perspectivas pedagógicas da Educação Física Escolar. Defende uma educação física das práticas corporais seculares: circo, jogos, esportes, luta (inclusive capoeira), dança... Começando sua argumentação pela afirmação do papel revolucionário da área da educação física (romper com o mecanicismo, esportivismo e tradicionalismo na educação física escolar brasileira), termina concluindo o papel da educação física como parte da construção do conhecimento, mesmo da alfabetização ou do ensino da disciplina corporal. O mecanicismo e o esportivismo sugerem uma educação física que exclui os menos “favorecidos” fisiologicamente. Busca-se o alto rendimento do esporte sem nem mesmo discutir as transformações históricas que cada prática corporal (inclusive o esporte) sofre ao longo do tempo pela própria transformação social. Assim, novas formas – abordagens - de discorrer sobre o papel da educação física surgem numa tentativa de amenizar essa higienização por práticas de exercícios e atividades físicas. A autora cita então algumas dessas novas formas: humanista; fenomenológica; psicomotora; jogos cooperativos; cultural; desenvolvimentista; interacionista-construtivista; crítico-superadora; saúde renovada; entre outras. Darido ressalta que nenhuma dessas formas, quando em práticas pedagógicas, aparecem puramente. Emaranham-se na busca do objetivo proposto pelo professor que ministrará os conteúdos curriculares. Ainda segundo a autora, cada professor tem uma concepção de aluno, de escola, de metodologia e da própria educação física. Estas concepções definem suas práticas pedagógicas. Por exemplo: professore e professoras de PEB I, em sua maioria, veem o prazer que a Educação Física gera nas crianças e se utiliza da supressão das aulas de Educação Física como castigo por indisciplina e mal comportamento. A aula de Educação Física passa, então, a ser prêmio e não mais direito do aluno, como sugerem os Parâmetros Curriculares Nacionais. Além disso, estes profissionais que suprimem a educação física no espaço escolar pecam, pois as práticas corporais são construtoras de conhecimento. Lendo Espinosa por Deleuze (2002), corpo e mente são paralelos e só é possível construir conhecimento se tornamos “osso” o que queremos conhecer. Só é possível tornar um conhecimento “osso” pelas práticas corporais. Já Huizinga (1980) nos discursa sobre o Homo Ludens, sendo o jogo lúdico alcançado também pelas práticas corporais, necessário ao desenvolvimento humano no que se refere a funções psicológicas superiores e também motores. Por fim, deixo minha observação e decepção ao lembrar que no texto, Darido se refere a profissão docente de PEB I somente no feminino, sendo que homens também são professor de PEB I. Darido continua sua dissertativa escolhendo algumas das abordagens para a prática profissional de educador físico, já citadas acima, para defender seu ponto de vista de que a educação física escolar deve ensinar práticas corporais seculares, como a dança e a luta, também já citadas acima. Desta forma, autora discursa sobre a abordagem construtivista e da psicomotricidade. A principal obra brasileira que discorre sobre esta abordagem é a de João Batista Freire (1989) e tem como título ‘Educação de corpo inteiro’. As ideias piagetianas para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores é uma das principais bases para esta abordagem, que se opõe ao mecanicismo excludente pela seleção dos melhores alunos para o alto rendimento. A educação física, nesta abordagem, toma pra si um caráter interdisciplinar, valorizando a educação para além do alto rendimento, ou seja, também valores de ordem psicológica de cada sujeito. O desempenho máximo de padrões de comportamento é um objetivo a ser alcançado, nesta perspectiva. O resgate de jogos e brincadeiras deve ser feito, já que fazem parte do universo cultural dos alunos e criam um ambiente lúdico de aprendizagem. No entanto, devemos então pensar: Que tipo de conhecimento a educação física escolar deseja construir? O ideal de um ‘corpo perfeito’ também não é uma forma de comportamento? A escola deseja o corpo perfeito? A escola alfabetiza também pelo corpo? Pela disciplina e docilização dos corpos dos alunos? Qual a posição corporal para a aprendizagem motora da escrita? Estes questionamentos são meus e não de Darido. A autora conclui sua discussão sobre a psicomotricidade dizendo que o esporte não satisfaz a educação real do corpo, sendo que, assim, a abordagem discutida, valoriza mais que o tecnicismo esportivista. A abordagem psicomotora valoriza a aprendizagem. Após a discussão da psicomotricidade, a autora discute a educação física na abordagem da saúde renovada. Retomando um pouco, devemos sempre ter em mente que Darido discute a educação física escolar. No entanto, como visto nos módulos de jogos e de Aproximação, estas abordagens discutidas neste ensaio, transcendem os muros escolares e fazem parte do cotidiano profissional de todo e qualquer educador físico. O mito da saúde na educação física é bem aceito no imaginário social, logo, também na escola. A promoção da saúde pela pratica do educador físico, nesta perspectiva de mito, se faz pela quebra do sedentarismo individual. Assim, pelo mito ainda, acredita-se no fim de doenças relacionadas à obesidade e outras doenças causadas por uma vida sedentária. No entanto, isto é um mito porque a saúde, como visto no módulo de T.S. e também defendido por Darido, não é simplesmente a ausência de doença, mas é um processo que leva em consideração fatores psicossomáticos (como as próprias condições de trabalho do adoecido), fatores sociais, fatores ambientais... Ou seja, a ideia de promoção de saúde deve ser visto como multifatorial, não sendo somente responsabilidade do individuo. Assim, ensinar hábitos saudáveis de atividades físicas deve fazer parte da prática do educador físico. Mas isto não basta se, depois de terminado a idade escolar, o individuo não tem condições de praticar os hábitos aprendidos como saudáveis. A outra abordagem, para objetivação da defesa de sua ideia, escolhida pela autora é o do desenvolvimento motor. Esta abordagem da educação física tem um caráter desenvolvimentista e vê o movimento como principal meio e fim da educação física. Uma aula de educação física é descaracterizada se não há movimento. A aprendizagem motora, nesta abordagem, se dá pelo aumento da diversidade e complexificação dos movimentos. A ordem dos movimentos nesta perspectiva é: movimentos fetais; movimentos espontâneos e reflexos; movimentos rudimentares; movimentos fundamentais; combinação de movimentos fundamentais e movimentos culturalmente determinados (esportes, jogos, dança, atividades industriais ...). O erro é um processo fundamental para aquisição de habilidades motoras. A última abordagem discursada pela autora é a critico-superadora como processo de transformação social. As bases desta abordagem são a justiça social, o marxismo e o neo marxismo. Pedagogos como Dermeval Saviani e José Libaneo constituem parte do pensamento pedagógico desta abordagem. A contextualização e o resgate histórico devem fazer parte da prática pedagógica. Darido (p.44) dita um pouco de metodologia dessa perspectiva critico superadora: “deve, também, evitar o ensino por etapas e adotar simultaneamente na transmissão dos conteúdos, ou seja, os mesmo conteúdos devem ser trabalhados de maneira mais aprofundada ao longo das séries, sem a visão de pré-requisitos. Nas palavras dos autores; a Educação Física é entendida como uma disciplina que trata de um tipo de conhecimento denominado de cultura corporal que tem como temas, o jogo, a ginástica, o esporte e a capoeira”. Desta forma, a autora conclui seu texto defendendo a Educação Física como cultura. Fazem parte da cultura da educação física a capoeira (lutas), os jogos, os esportes, aventura, circo, dança, ginástica, prática alternativas. O papel do Educador Físico, dentro e fora da escola, é lidar com os conteúdos dessa cultura, tornando-os conhecimento corpo, osso. Darido termina sua perspectiva da educação física dentro da escola, emaranhando-se transversalmente nos temas do PCN’s do sistema educacional do país: sexualidade, “corpo perfeito”, mídia, saúde (alimentação, lazer...) e outros. Assim atinge seu objetivo de defender a educação física enquanto práticas corporais, sendo seu conhecimento, uma cultura que se faz corpo, que perpassa os tempos históricos e expressam o ser humano em corpo, em ginga, em brincadeira, em jogo...

VÍDEO PARA COMPELMENTAÇÃO[editar | editar código-fonte]

http://www.youtube.com/watch?v=ykQJYIGcY6c

Obs.: não foi possível localizar a segunda parte do vídeo. Mas vale a pena conferir esses trinta minutos de palestra da autora.

Referencias Bibliográficas[editar | editar código-fonte]

DARIDO, S. C. Diferentes Concepções sobre o Papel da Educação Física na Escola - disponível em: http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/41548/1/01d19t02.pdf HUIZINGA, J. Homo Ludens. São Paulo: perspectiva, 2001 DELEUZE, G. Espinosa. Filosofia Prática. São Paulo: Escuta, 2002.