Jogo 2016/Aula 2

Fonte: Wikiversidade

I.Tema e Objetivos da Aula[editar | editar código-fonte]

O tema abordado foi predominantemente o brinquedo, sua função, os diferentes tipos de brinquedos, o ato de brincar e participação do objeto em tal ato. O objetivo da aula foi explorar as lembranças que determinados brinquedos proporcionam, despertar nos alunos a percepção da demanda de criatividade e engenhosidade que alguns objetos possuem, em oposição á outros, como foi notado no caso dos brinquedos artesanais em comparação aos industriais.

II.Materiais e Espaços Utilizados[editar | editar código-fonte]

Fotos dos materiais utilizados.

A aula ocorreu no Colégio Universitas. Iniciou-se em sala para que fossem dadas algumas instruções sobre o que aconteceria no primeiro momento de aula em que todos os alunos se encaminharam para a quadra. Após o término das atividades, todos retornaram para a sala a fim de dar continuidade à aula. Foram utilizados brinquedos de diferentes origens, sendo alguns produzidos manualmente (artesanais caseiros e profissionais), outros por indústrias. Alguns são bem acessíveis, podem ser encontrados em qualquer lugar, como por exemplo, tubos e jornal.

III.Método didático[editar | editar código-fonte]

No inicio da aula, foi utilizado o método de aula prática no qual o próprio jogo promoveu a interação dos alunos e a criatividade. Após a atividade utilizou-se o método de debate, onde houve a discussão dos conceitos do embasamento literário proposto pelo professor.

IV.Descrição das Atividades[editar | editar código-fonte]

Primeira Parte[editar | editar código-fonte]

Alunos examinam vendados os diferentes objetos da roda que continha brinquedos artesanais e regionais.

Em sala os alunos foram questionados sobre sua capacidade de permanecer muito tempo com os olhos fechados. Com a resposta de cada um, o professor disponibilizou algumas vendas para que os que não conseguem ficar com os olhos fechados muito tempo pudessem participar sem problemas. Após, foram todos direcionados ao pátio e dividiram-se em três grupos. O primeiro grupo subiu as escadas acompanhado do professor, que os direcionou para aguardar no último lance de escadas. Logo o segundo grupo foi direcionado a subir as escadas também e a aguardar no lance abaixo ao que se encontrava o primeiro grupo. O terceiro grupo foi instruído da mesma maneira, permanecendo no lance de escadas abaixo ao que aguardava o segundo grupo.

Quando o grupo que aguardava em cima deixava o local, o posterior deveria posicionar-se onde o grupo estava.

Cada grupo deveria subir o último lance de escadas em fila indiana, de olhos fechados ou vendados e com a mão no ombro da pessoa que estivesse à frente. O professor conduziu os alunos até a quadra e posicionou todos em círculos. Todos se sentaram e aguardaram que fossem ajeitados num círculo realmente. Em seguida foram distribuídos os grupos de brinquedos para cada uma das equipes. Cada aluno recebeu um brinquedo em mãos e permaneceu sem poder ver o que estava tocando. Foram todos orientados a sentir cada parte do brinquedo, sentir em todos os sentidos, exceto o visual, o material de que era feito, pensar em quem poderia ser o dono, quem foi que criou, entre outros questionamentos. Após a exploração deviam direcionar o brinquedo para a pessoa que estivesse ao lado a fim de que o próximo pudesse sentir os outros diversos brinquedos e explorar da mesma maneira que conheceu o primeiro que pegou. Após todas as equipes conhecerem dois grupos de brinquedos, o procedimento para conhecimento do último grupo foi diferente. Nesse, os brinquedos foram espalhados no centro do círculo e os alunos foram avisados de que deveriam ir em direção ao centro para exploração do último grupo. Após determinado tempo, foram avisados que poderiam tirar a venda e abrir os olhos.

Num segundo momento, foi proposta uma outra atividade onde um integrante da equipe deveria se afastar e o professor ou auxiliar mostraria um papel onde estaria escrito algo, que pertence a realidade, como por exemplo objetos, uma personalidade, um esporte, etc. Então, o grupo deveria utilizar os brinquedos que estivessem a sua disposição para representar o que estava escrito e fazer com que o integrante descobrisse o que era. As equipes revesaram com os grupos de brinquedos e após o término da atividade todos se dirigiram à sala de aula novamente.

Segunda Parte[editar | editar código-fonte]

Momento em que um integrante de cada roda se afastou e o professor ou auxiliar mostrou um papel com alguma palavra à ser representada.

Após a primeira parte, os alunos e o professor Vinicius retornaram à sala de aula e deram início à discussão abordando temas dos textos lidos, Educação de Corpo Inteiro e Brinquedos Artesanais e Expressividade Cultural e situações do momento anterior, durante a atividade. Foram apontados questionamentos como "o que é brinquedo?", a tarefa principal da escola em relação à educação física, as diferenças e semelhanças dos diferentes tipos de brinquedo, a comparação dos objetos das três diferentes bolsas que foram apresentadas durante a primeira parte da aula e, por fim, as sensações identificadas pelos alunos durante a prática. Os alunos permaneceram sentados durante a discussão, mostrando muita participação e atenção e o Professor Vinicius deu diversos exemplos, exibiu os brinquedos utilizados, falou sobre eles.

Notou-se que em cada roda era um tipo de brinquedo, em uma brinquedo mais populares, artesanais caseiros (com reutilização de materiais, canos, papel, sucata), em outra roda utilizou-se objetos artesanais profissionais (de manufatura regional, únicos e com uma história) e na terceira roda eram brinquedos industriais (já com mecanismos modernos, com funções pré-estabelecidas). Os brinquedos trocaram de roda com ajuda do professor e das alunas, assim todos puderam examinar todos os objetos e participar da discussão que seguiu na aula, onde inclusive os brinquedos foram comparados.

V.Discussões e Dúvidas dos alunos[editar | editar código-fonte]

A discussão deu início com as alunas responsáveis pelo registro da aula, levantando itens que mais as interessaram e abrindo para debate entre os alunos e o professor Vinicius, que complementou e exemplificou os exemplos e partes comentadas pelas alunas. O fato do brinquedo só ser brinquedo a partir do momento que está brincando foi o primeiro ponto a ser sinalizado, seguidamente foi feita uma associação com a primeira parte da aula e o caso de que os brinquedos industrializados, em grande maioria, são agregados a uma fantasia programada e as crianças não são livres o suficiente para construir uma história ao brincar, a associação foi exemplificada: um dos brinquedos, um dragão, havia um botão que ao ser apertado fazia que as asas batessem. Todos os alunos, ao depararem com esse brinquedo e acharem o botão viam-se sem mais nada para fazer, o brinquedo já estava desvendado. No entanto, por exemplo, um brinquedo artesanal, simples, um cano amarelo, nas mãos dos alunos, permaneciam muito tempo criando inúmeras funções. Outro ponto interessante, observado pelos alunos foi como os brinquedos podem ser utilizados para desenvolver a criatividade e imaginação, mas também para associar aos fatos do mundo real.

Iniciamos uma discussão sobre os textos lidos, mas devido o horário do termino da aula, tivemos que encerrar. Porém, citaremos aqui os pontos importantes, que destacamos nos textos:

Educação de corpo inteiro – Teoria e prática da Ed. Física (João Batista Freire)

Pré-escola: preparatório para a escola, nome e intervenção inadequada para a criança na primeira infância. Desde o maternal prepara-se a criança para a faculdade e o profissionalismo. Enquanto na primeira infância, a criança deveria estar vivendo intensamente para desenvolver a descoberta do mundo e do seu próprio corpo.

Ida a escola é um trauma para muitas crianças, devido a separação por um período das coisas e pessoas de sua casa.

Quanto mais nova a criança, mais individual e auto centrado é o seu brinquedo. Essa centração da criança nela mesma, Piaget chama de egocentrismo, não significando com isso uma hipertrofia da consciência do eu, mas simplesmente uma incapacidade momentânea da criança de descentrar-se, isto é, de colocar-se em outro ponto de vista que não o próprio.

Segundo Emilia Ferreiro, o esforço para alfabetizar a criança precocemente é uma perda de tempo, se a aprendizagem não for significativa.

A ação corporal é um mediador entre a língua escrita e o mundo concreto. Na primeira infância, o jogo e a educação física são importantes recursos para o desenvolvimento humano.

Pais dependem das creches para deixar os filhos, enquanto eles trabalham e muitas vezes, dependem também do alimento oferecido nela, pelo governo. Vemos aqui uma problemática atual, quanto ao escândalo do desvio do dinheiro publico destinado a esse fim.

Freire não acredita nos padrões de movimento, pois não acredita também na padronização do mundo. A educação física se embasava no padrão social de movimento da Alemanha Nazista: rígido e disciplinado.

Esquemas motores são organizações de movimento construídas pelos sujeitos, em cada situação, construções essas, que dependem, tanto dos recursos biológicos e psicológicos de cada pessoa, quanto das condições do meio ambiente em que ela vive.

Segundo Jean Piaget, esquemas de ação são transponíveis, generalizáveis ou diferenciáveis de uma situação à seguinte, "ou seja, o que há de comum nas diversas repetições ou aplicações da mesma ação".

O ser humano precisa do que está no mundo fora dele para sobreviver (ex: Oxigênio).

Ao nascer o bebe reage aos estímulos por reflexo (marcha, respiração, extensão da mão, ...), porém a sucção do leite materno envolve também afeto, sociabilidade, cognição, motricidade, amor, atenção, ...

Em poucos meses, se inicia movimentos intencionais. Surgida a intenção, é preciso o desejo.

Seres humanos possuem mãos preênseis, isso permite a existência do ato de pegar. A ação corporal envolve o individuo e seu meio externo (ex: alguém pega a bola; há fusão de mão e bola). É , também, uma forma de linguagem, associada a cultura. A linguagem é fundamental não só para a estruturação de um nível cada vez mais elevado de pensamento, mas mesmo para a estruturação de outros atos motores. Não podendo falar, o recurso da criança para agir no mundo são as sensações e os movimentos corporais.

Piaget, Wallon e Vygotsky consideram a atividade motora como um meio de adaptação, de transformação, de relacionamento com o mundo.

Betty Flinchum, Bryan Cratty e Kephart veem a atividade motora como uma resposta a condicionamentos ou como estruturas pré-formadas no indivíduo.

Esquemas de ação são movimentos corporais específicos, dirigidos para um fim e orientados por uma intenção.

Divisões dos períodos do desenvolvimento humano:

Período do nascimento até o surgimento da linguagem falada é chamado de sensório-motor, é dividido em três estágios: "o dos reflexos, o da organização das percepções e hábitos e o da inteligencia propriamente dita." (Até 1 ou 2 anos)

Primeira infância, pré-operatório, intuitivo ou simbólico: do surgimento da linguagem até a preparação das operações lógico-matemáticas (até 6 ou 7 anos).

Operatório concreto: inicio da cooperação e do raciocínio lógico, não tem o poder de ultrapassar os limites da prática, o que só começará a acontecer com o inicio da puberdade (até os 10/12 anos).

Operatório formal ou hipotético-dedutivo: constrói sistemas e teorias, rompe as barreiras da realidade concreta, se interessa por problemas hipotéticos (adolescência).

O ser humano possui a capacidade de simbolizar. Para aprender a pensar é necessário viver o mundo da fantasia.

Os brinquedos industrializados, em grande maioria, são agregados a uma fantasia programada e as crianças não são livres o suficiente para construir uma história ao brincar.

Brinquedo só é brinquedo quando está sendo brincado.

Para viver a fantasia, leva-se em conta a realidade.

Crianças mais novas não conseguem ocultar-se, pois não tem consciência da imagem corporal. Esconde o rosto, como não vê o observador, julga que ele também não o veja. Não é só uma questão de auto-imagem, mas também a imagem dos outros com quem ela se relaciona, há uma centração do próprio ponto de vista.

Brinquedos Artesanais & Expressividade Cultural (Paulo de Salles Oliveira)

Definições de brinquedo:

"Brinquedo é objeto que serve para divertir a criança" (Dicionário Larousse).

Aurélio: "objeto que servem para crianças brincarem"; "jogo de crianças, brincadeiras"; "divertimento, passatempo, brincadeiras"; "festa, folia, folguedo, brincadeira".

"Tanto a ação de brincar, quanto o objeto utilizado na brincadeira" (Enciclopédia Mirador)

Henri René d Allemagne define o brinquedo como: “necessidade da vida social, primeiro instrumento da atividade humana. Divertido, útil, bem feito, acessível. Ajuda a desenvolver corpo, espírito e sentimento.”

Segundo Alceu Maynard, brinquedo não envolve disputa, brinca-se por brincar. Enquanto a brincadeira envolve disputa, desejo de ganhar.

Nicanor Miranda define o brinquedo como um objeto e o ato de brincar como uma ação.

Johan Huizinga de fine o jogo como uma atividade livre, não séria, exterior a vida habitual, capaz de absorver o jogador de forma intensa e total. Desligado de interesse material é limitado por regras, espaço e tempo.

Roger Callois define que jogo é livre (não obrigatório); delimitado (por espaço e tempo); incerto (imprevisível); improdutivo (não gera bens); regulamentado (por regras) e fictício (irreal perante a vida comum).

Segundo o autor, Paulo de Salles Oliveira, existe uma dificuldade em conseguir um principio único de classificação dos brinquedos.

Segundo a imitação, por exemplo, é limitado, pois não tem espaço para a ludicidade.

Chantal Lombardi classifica os brinquedos como:

1-    Funcionais (constrói um ou mais efeitos físicos).

2-    Figurativos (representa objeto já existente).

Resumo em vídeo da parte prática da aula.

3-    Acessórios dos jogos (suporte para atividades físicas).

VI.Temas interdisciplinares[editar | editar código-fonte]

Discute-se o crescimento e desenvolvimento humano e os estímulos dados à criança, na área pedagógica. Na psicologia, vemos associado ao ato de sucção do leite, os primeiros contatos afetivos e sociais. Na terapia ocupacional, vemos que os brinquedos podem ser utilizados na reabilitação física e mental, principalmente nas crianças.

VII.Conclusões[editar | editar código-fonte]

Entendemos a importância do brinquedo para o desenvolvimento do ser humano.

Na brincadeira proposta pelo professor, foi possível vivenciar o contato com os brinquedos da forma que uma criança pequena se envolve, pois ela não se baseia exclusivamente no sentido da visão. Foi possível utilizar o brinquedo como meio de descoberta do mundo externo ao corpo.

Usou-se também os brinquedos para desenvolver a criatividade e a imaginação, associando-os aos fatos que pertencem ao mundo real. Ao utilizar, exclusivamente, os brinquedos para simbolizar algo do mundo real, foi necessário utilizar o imaginário. Nos brinquedos artesanais caseiros, podemos observar que esses objetos puderam ser utilizados para representar diferentes papéis, enquanto os industriais já tinham uma representatividade específica e limitada.

VIII.Pesquisas Bibliográficas[editar | editar código-fonte]

Educação de Corpo Inteiro

Brinquedos Artesanais e Expressividade Cultural

IX.Observações da página do grupo anterior (Aula 01)[editar | editar código-fonte]

Não houve.

AVALIAÇÃO DO PROFESSOR[editar | editar código-fonte]

  • NOTA FINAL: 9,0

1) Assiduidade e pontualidade do grupo no registro e apresentação da aula que é responsável (1,0/1,0)

2) Apresentação da leitura no começo da aula a partir das perguntas (3,0/3,0)

3) Publicação da leitura/apresentação/perguntas na plataforma colaborativa wikiversidade dentro do prazo (desejável o formato multimídia, com uso de hiperlinks para textos, notícias, quiz e demais conteúdos que possam auxiliar o aproveitamento da leitura). (1,5/ 2,0)

4) Publicação da aula em forma de relatório da lição (desejável formato multimídia, com descrição convidativa, uso de texto, imagens e hiperlinks para publicações de slides, áudio e vídeo em sites de compartilhamento como youtube).(2,5/ 3,0)

5) Revisar a aula publicada pelo grupo anterior ao seu e fazer comentários (1,0 / 1,0)


Comentários: Ótima documentação da aula, com registro dos momentos mais importantes e preocupação didática. Uso eficiente de ferramentas multimídia para facilitar visualização e estudo. Ficou claro o estudo dos textos e sua apresentação foi concisa e fundamentada. O Texto de Oliveira não foi resumido com a mesma qualidade que o de Freire. A edição do vídeo melhorou, mas ainda poderia ser mais organizada a partir de um roteiro. Seria interessante inserir título e créditos no vídeo. A conclusão mostrou-se mais reflexiva e demonstra superação do senso comum. Sugere-se que nas próximas sejam inseridos comentários e dúvidas gerados pelos colegas naquela aula: podem ser feitas entrevistas ao final da aula com dois ou três alunos que participaram da aula, ou mesmo depoimentos/comentários por escrito colhidos após a aula.