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LECCA-ProjetoExtensão2019

Fonte: Wikiversidade

Laboratórios Escolares de Comunicação e Ciência Aberta - LECCA


Projeto desenvolvido como atividade prática das disciplinas lecionadas pelo professor Bráulio B. Neves, pertinentes ao Projeto de Ensino Estruturante em Comunicação Estratégica - “Comunicação estratégica como prática social: dinâmicas colaborativas” (Departamento de Comunicação Social da UFMG):

  • Artefatos de Mobilização Coletiva - Crítica e Desenvolvimento
  • Métodos de Aprendizagem de Expressões Mediáticas (Educomunicação)
  • Comunicação Comunitária


Projeto de extensão universitária, piloto para um programa de ensino e extensão permanente a ser desenvolvido através de convênio da UFMG com as redes municipal e estadual de ensino (níveis Fundamental II e Médio), no propósito de criar uma de rede laboratórios comunitário-escolares de ciência aberta e comunicação comunitária.


Propósitos

1 - Produção continuada de “conhecimentos comuns” a partir de base local para ampliação da capacidade de ação de organizações cívicas junto a múltiplas instâncias da esfera pública, tais como:

  • públicos pré-estruturados por mídias massivas e distribuídas;
  • redes públicas de ensino e instâncias definidoras das políticas de ensino e fomento à cultura
  • Espaços públicos urbanos;
  • Sistemas parlamentares;
  • Administrações públicas;
  • Organizações cívicas e sociais;
  • Mercados (desenvolvimento de arranjos produtivos locais)
  • Empresas e corporações (realização de contrapartidas sociais efetivamente redistributivas);
  • Ministério público;
  • Sistema judiciário.


2 - Criação de ambientes de experimentação em poéticas mediáticas, de aprendizagem expressiva em mídias e de mobilização coletiva, promovendo hábitos de compartilhamento e propiciando inovações metodológicas, para públicos híbridos (universitários, comunitários e escolares). Especificamente, o projeto busca instaurar, integrar e tornar politica e economicamente eficazes os laços entre

  • Acadêmicos (docentes, discentes e funcionários técnicos e administrativos da UFMG),
  • professores, estudantes e demais trabalhadores de ensino das redes públicas (especialmente do Ensino Fundamental II e Ensino Médio).
  • membros das comunidades escolares - familiares, vizinhança, agentes cívicos e empresariais locais

3 – Desenvolver interfaces institucionais para o acesso recíproco da sociedade civil metropolitana à produção de conhecimento acadêmico da UFMG; e de orientação dessa produção de conhecimento, a partir de demandas identificadas através práticas de auto-diagnóstico de necessidades, pelas comunidades escolares.


4 – Propiciar aos participantes acesso à experiência prática de investigação, como estratégia didática de democratização da ciência. O ensino da teoria é expandido para a experiência de teorização, a partir da reconstrução de percursos de investigação a partir de dados locais originais. O acesso público amplo (extra-comunitário-escolar) ao saber científico e a accountability deste programa é garantido pela conexão dos experimentos de produção de conhecimentos nas escolas com práticas de comunicação comunitária estratégica.


5 – Realizar pesquisas e desenvolver metodologias de aprendizagem dos temas dos programas escolares através de práticas de reconstrução do processo de construção das teorias (previstas nos programas de ensino), de modo convergente com as atividades de pesquisa e formação dos docentes das redes estadual e municipal, e da universidade: propõe-se uma inversão da direção do fluxo de produção de conhecimento, criando-se ambientes comunitário-escolares e ações de catálise da produção de investigações, sobre de temas de interesse comum e desafios identificados colaborativamente.


6 – Desenvolver métodos de auto-mobilização coletiva, apoiados na não-exteriorização do lugar do mobilizador de públicos, na integração horizontal de agentes acadêmicos (universitários) ao cotidiano das redes públicas de ensino e na busca por autonomia organizacional dos públicos mobilizados.


Métodos

Uso da prática experimental de criação de públicos como matéria poética. Uso de práticas lúdicas de improvisação com séries de problemas, paralelamente à invenção de problemas de improvisação pelos participantes.


Adoção de estratégia de distribuição da agência, através do desenho de protocolos de ação de pesquisa e de sua difusão pública por iniciativas locais interdependentes e interconectadas como rede distribuída.


Exploração das textualidades não-lineares – ciberaudiovisuais interativas, imersivas, georreferenciadas – e de práticas de intervenção coletiva do espaço público urbano como recursos retóricos especialmente apropriados para a inovação democrática, a produção colaborativa de conhecimento, a prefiguração de públicos e sua auto-mobilização.


Participação na produção de geonarrativas através da plataforma GeoNarrar RMBH - arranjo inter-institucional de pesquisa, desenvolvimento, produção, difusão e controle democrático de argumentos narrativos geo-referenciado, compreendendo

(a) tecnologias libres e abertas de comunicação e informação,

(b) agência de comunicação integrada e planejamento de comunicação estratégica cívico-comunitária,

(c) assessoria jurídica e

(d) colegiado de autogestão democrático sobre agregações de dados georreferenciados.


Uso de autonomercados e corrências complementares (“horas solidárias”) para que a realização de ações solidárias (“realização de desejos comuns”) originem a circulação valores sociais dinamizadores de um campo de relações econômicas solidárias. (Especificamente, esses o uso de ferramentas de compartilhamento de valores sociais como meios circulantes propiciam a emergência de redes de serviços de ensino, lazer, saúde e cultura, emergindo das atividades de trocas de tempo de comunidades escolares.)


Percurso


(Em sublinhado, as etapas cuja execução é prevista para outubro, novembro e dezembro de 2019)

1 Encontros de diagnóstico participativo - programação de atividades de aprendizagem de uso de ferramentas de comunicação mediática, retóricas mediáticas, conhecimentos de história e crítica das mídias, fundamentos de comunicação estratégica (4h);


2 Pilotos de atividades de aprendizagem com participantes da comunidade escolar e propositores acadêmicos (20h);


3 Desenvolvimento de projetos com participação de comunidades escolares e consultoria de acadêmicos (8h);


4 - Seleção de pesquisadores iniciantes (graduandos) voluntários para a composição de um corpo de consultoria, assessoria e suporte técnico a projetos de poéticas de pesquisa e mobilização coletiva a serem propostos pelas comunidades escolares;


5 – Uso experimental de arranjos de economia solidária e corrências complementares (horas solidárias) na viabilização das práticas de produção mediática, pesquisa aberta e atividades de aprendizagem para-escolares;


6 - Elaboração de projetos e captação de parcerias para custeio das atividades, com, entre outras: organizações sociais, classistas, mandatos parlamentares, empreendimentos particulares locais, convênios com poderes públicos estaduais e municipais;


7 - Formação de uma rede de coletivo-laboratórios (colaboratórios) de base local, com as redes públicas de educação, na Região Metropolitana de Belo Horizonte;


8 - Construção de programas de educação mediática para ciência aberta (extensão universitária, pós-graduação);


9 - Consolidação do programa como política permanente da universidade e das redes escolares de ensino.