Manual de Ciência Aberta/Casos/PLOS
A Public Library of Science (PLOS) é uma editora sem fins lucrativos e organização, cuja missão é "acelerar o progresso da ciência e da medicina, liderando uma transformação na comunicação de pesquisa". Seus principais objetivos são: 1) Proporcionar alternativas para superar barreiras desnecessárias à disponibilidade imediata, acesso e uso de pesquisas. 2) Dar continuidade a uma estratégia editorial que otimiza a abertura, a qualidade e a integridade do processo de publicação; 3) Desenvolver abordagens inovadoras para a avaliação, organização e reutilização de idéias e dados de pesquisa. [1]
Segundo Cameron Neylon, a visão da PLOS não é apenas tornar a ciência mais acessível, mas transformar amplamente a comunicação científica. Não se trata apenas de dar acesso ao que vem sendo produzido nos EUA e Europa, mas reunir todos os países para pensar ciência, pesquisa e as questões globais.
Relata que houve um trabalho forte junto a organismos internacionais no campo do Acesso Aberto e que foram conquistadas mudanças significativas, como o projeto Susan Songs (áudio ruim), Galaxy Zoo, entre outras iniciativas que coletam, compartilham e facilitam o reuso de dados. Porém, destaca que é muito importante unir a Ciência Aberta da Ciência Cidadã – o que considera tão factível quanto o Acesso Aberto, seja por revistas, seja por auto-arquivamento.
Neste sentido, questiona: Como juntar as duas coisas? Não se trata apenas da participação das pessoas nas etapas de coleta e processamento de dados, mas da sua atuação em todo o processo. Tampouco se trata de acessar apenas o resultado da pesquisa, a publicação. Cameron acredita que as pessoas precisam entender o que está sendo feito pelos cientistas, precisam participar do processo científico para que haja apoio público ao investimento governamental em pesquisa. Comenta que participará do evento Scielo 15 anos, onde se informará melhor sobre o cenário da América Latina.
Sobre modelos de publicação, afirma que seja qual for, eles sempre custam dinheiro e que devemos nos questionar: Qual é a fonte apropriada para obter financiamento? Qual modelo é apropriado? Como configurar sistemas de publicação em que os preços são controlados? E pondera que as respostas dessas questões, às vezes, apontam para direções opostas.
Comentando o modelo de subscrição de revistas, afirma que o uso de repositórios é uma solução com bom custo-benefício para garantir acesso, mas que não resolve o desafio de baixar o valor da assinatura - meio pelo qual se financia o processo de revisão por pares. O modelo da PLOS baseia-se no pagamento adiantado pelo autor aos periódicos que, por sua vez, ofertam a publicação no modelo de Acesso Livre para o público em geral. Mas esse modelo que também requer dinheiro.
Lembra a existência de outros modelos, como o de “infraestrutura”, em que governos e fundações financiam a publicação diretamente, próximo ao que é feito pelo Scielo. Outras opções pouco exploradas, segundo Cameron, são: 1) criar um fundo que apoie as iniciativas de comunicação de acadêmicos. 2) utilizar outras contribuições não monetárias no processo.
Apesar de não gostar de fazer recomendações sem conhecer o contexto e suas especificidades, acredita que uma opção para o Brasil é investir na combinação de repositórios, que possibilitam acesso à literatura com pouco custo extra, e iniciativas que busquem tornar os custos de publicação (de artigos em periódicos e outras contribuições) acessíveis a longo prazo.
Vídeo
[editar | editar código-fonte]Palestra realizada por Cameron Neylon, da Public Library of Science (PLOS), no dia 7 de junho de 2013 durante o Encontro Nacional do Grupo de Trabalho em Ciência Aberta.