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Mesmerismo/Conceitos

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O termo mesmerismo surgiu de uma palavra-valise formando um neologismo (Mesmer + isme), tornando-se um morfema, que seria a doutrina dos estudos das leis definidas por Franz Anton Mesmer para explicar as leis naturais do magnetismo animal.

Magnetismo Animal

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O termo magnetismo animal surgiu como um neologismo, mais precisamente de uma palavra-valise em junção com uma palavra adjetiva (magnétisme + animus), sem se tornar necessariamente um morfema, que seria a doutrina dos estudos e dos atributos animais análogos as condições do magnetismo mineral [1].

A palavra magnetismo (do francês magnétisme, estudo das propriedades dos ímãs) provém do grego, magnes, "ímã", e este do francês antigo, isme, "doutrina"[1].

E da palavra "animal" (do latim animus, por seu significado raiz, "respiração"), vem especificamente para identificar sua potencialidade como uma qualidade pertencente aos seres viventes[1].

As línguas antigas não possuem um termo que tenha um sentido preciso para exprimir o que os magnetizadores entendiam por essas palavras, até o fim da idade média. Quase todos os etimologistas estão de acordo em relacionar a origem raiz lexicográfica à magnes[1].

Tem o magnetismo animal outras heteronomias como o magnetismo humano [2] , magnetismo curativo [3], magnetismo pessoal[4], magnetismo vital, medicina magnética[5] e o biomagnetismo[6].

A etimologia da palavra magnetizador veio do português arcaico magnetisador[7], este por sua vez do fracês magnetiseur ("que pratica os métodos do mesmerismo"[8]), o mesmo do verbo magnétiser[9] ("magnetizar") derivado por sua vez também do francês magnétique (magnético), provindo do grego, magnes[1] (atração) + sufixo -iser (utilizador).

O termo designa o indivíduo que tem a faculdade de manipular o fluido magnético[10] tendo ação recíproca daqueles que o cercam, manifestada por sua analogia com o ímã. Esta acepção do termo se encontra, por exemplo, na expressão de Antoine-Joseph Gorsas: "O magnetizador é o imã da energia vital"

Fluido magnético

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O Fluido magnético é uma forma de energia hermética que permite a certos indivíduos magnetizar outros [11] sendo um dos estados da matéria elementar ou se preferir do fluido cósmico universal, sendo, a bem dizer, o elemento manipulado através da vontade pelo magnetizadores somatizando com seu próprio fluido vital formando o material sobre o qual opera[12] ; Sendo a atmosfera que propicia o meio onde ocorrem os fenômenos magnéticos, porém, ao mesmo tempo relativamente intangível, escapa aos sentidos físicos, impressionáveis somente à matéria tangível e finalmente, o veículo do pensamento. O fluido magnético está sempre mais ou menos impregnado das impurezas físicas e morais do magnetizador; O fluido magnético de um homem bom é necessariamente mais puro e, por isto mesmo, tem propriedades mais ativas, que levam a uma cura mais rápida [13] . Pela mesma razão, as qualidades do fluido humano apresentam matizes infinitas, conforme as qualidades físicas e morais do indivíduo. É evidente que o fluido emanado de um corpo malsão pode inocular princípios mórbidos no magnetizado[14].

Em seu livro não autorizado Aforismos do Senhor Mesmer (ditado aos alunos) desenvolve os conceitos iniciais e de direcionamento, descrito por ele, como uma condição específica da vibração, movimento de um ponto que move-se alternadamente em volta de um elemento de referência [12] , o que é relatado a seguir:

39. A matéria conserva a quantidade de movimento que reuniu no princípio.
40. Os diferentes gêneros de movimento podem ser considerados ou nos corpos inteiros ou nas partes constitutivas.
41. As partes constitutivas da matéria fluida podem estar combinadas de todas as maneiras possíveis, e receber todos os gêneros de movimento possíveis entre elas.
42. Todas as propriedades, seja dos corpos organizados, seja dos corpos não organizados, dependem da maneira como suas partes estão combinadas, e do movimento de suas partes entre si.
43. Se uma quantidade de fluido é posta em movimento numa mesma direção, a isto se chama corrente.
44. Supondo-se uma corrente que, insinuando-se num corpo, divide- se em uma infinidade de pequenas correntes delgadas, em forma de linhas, estas subdivisões são chamadas de fileiras.
45. Quando a matéria elementar, por direções opostas, ou por celeridades desiguais, põe-se em repouso, e adquire alguma coesão, da maneira como as partículas estiverem combinadas resultam intervalos ou interstícios.
46. Os interstícios das massas ficam permeáveis às correntes ou fileiras da matéria sutil.
47. Todo corpo lançado num fluido obedece a um movimento deste fluido.
48. Segue-se que, se um corpo é lançado numa corrente, ele é envolvido por sua direção, o que não acontece a um corpo que obedece a várias direções confusas.
Seja A - C - B.
49. Se A se move para B, e se a causa do movimento é B, acontece o que se chama atração. Se A se move em B e se a causa desse movimento está em C, então isso nada mais será do que um arrebatamento ou o que se pode chamar de atração aparente.
50. A causa da atração aparente e da repulsão está na direção das correntes penetrantes ou que saem.
51. Quando as fileiras das correntes opostas se intercalam uma na outra imediatamente, há atração. Quando elas se afastam em oposição, há repulsão.
52. Admitindo que tudo é pleno, não pode existir uma corrente saindo sem uma corrente entrando, e vice-versa.
53. Existe no universo uma soma determinada, uniforme e constante de movimento, que no começo é impressa à matéria.
54. Essa impressão do movimento se faz então sobre uma massa de fluido, de modo que todas as partes contíguas do fluido receberam as mesmas impressões.
55. Resultam duas direções opostas, e todas as progressões dos outros movimentos compostos.
(A) - (B)
56. Tudo sendo pleno, se A se dirige a B, é preciso duas coisas: que B seja deslocado por A e que A seja substituído por B.
57. Esta figura explica: 1°todas as gradações e todas as direções do movimento; 2° um movimento de rotação universal e particular: 3º este movimento é propagado apenas a uma certa distância da impressão primitiva: 4º correntes universais e mais ou menos compostas.
58. 5° Mediando estas, correntes a soma do movimento é distribuída e aplicada a todas as partes da matéria.
59. 6° Nas modificações das correntes, existe a fonte de todas as combinações e de todos os movimentos possíveis, desenvolvidos e a desenvolver. Assim, no número infinito das combinações da matéria que o movimento de uma ou de outra espécie havia gerado, aquelas perfeitas - isto é, nas que não havia ponto de contradição de movimento - subsistiram e estão conservadas, aperfeiçoando-se, e são destinadas a formar núcleos para a propagação das espécies. Poder-se-á fazer uma ideia desta operação pelo confronto com as cristalizações.
60. 7º Todos os corpos flutuam numa corrente da matéria sutil.
61. 8° Assim, por direções opostas, e celeridades desiguais, as partículas tocando-se e ficando sem movimento, formaram o primeiro grau de coesão, uma infinidade de moléculas mais grosseiras ficaram juntas e aplicadas às primeiras mais consideráveis, que estavam em repouso, e constituíram uma massa que tornou-se o germe e a origem de todos os grandes corpos.
62. Duas partículas que estão em repouso formam um obstáculo às duas fileiras das correntes que lhes correspondem. Estas duas fileiras não podendo mais passar retas, juntam-se em duas fileiras vizinhas, e aceleram seu movimento, e esta aceleração está em razão de que as passagens ou interstícios estão mais retraídos.
63. À aproximação de um corpo sólido, toda corrente é acelerada, e esta aceleração é devida à compatibilidade ou à solidez da matéria.
64. Ou estas fileiras passando guardam sua primeira direção, e suas partes obedecem a um movimento confuso.
65. Se esta corrente atravessando um corpo é modificada em fileira separada, e se as fibras opostas, partindo de dois corpos, insinuam-se mutuamente nos interstícios uma da outra, sem perturbar seu movimento, resulta a atração aparente ou o fenômeno do Ímã.
66. Se as fileiras, em lugar de se insinuarem, anulam-se, ou se uma predomina sobre a outra, resulta a repulsão.
67. O equilíbrio exige que, quando uma corrente entra num corpo, uma outra saia igualmente. No entanto, o movimento dos raios que saem é mais fraco, porque eles são divergentes e esparsos.
68. A natureza das correntes universais e particulares, estando assim determinada, explica a origem e a marcha dos corpos celestes.
69. I °A molécula mais grosseira que o acaso formou tornou-se o centro de uma corrente particular.
70. 2° A corrente, à medida que penetrou a matéria flutuante que a estava envolvendo, aumentou esse corpo central, a corrente sendo acelerada, tornando-se mais geral e se apoderando da matéria mais grosseira. Esta ação estendeu-se até a distância em que ela é contrabalançada pela ação semelhante dum outro corpo central [15].

Sonambulismo magnético

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O termo sonambulismo magnético é um neologismo francês (somnambulisme + magnetique), que seria uma espécie de sonambulismo, só que, gravitando nos atributos do magnetismo animal[16] .

A palavra sonambulismo (do francês somnambulisme) é uma palavra-valise que provém do latim, somnus, "sono" e ambulare, "marchar, passear" [17] .

E da palavra "magnético" (do francês magnetique, por sua ligação raiz ao "magnetismo animal"), vem especificamente qualificá-lo como pertencente aos fenômenos magnéticos.

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 Durville, Hector, Teoria e procedimentos do Magnetismo Animal, Rio de Janeiro, ed. Léon Denis, 2012 ISBN 978-85-7297-510-0
  2. Jagot, Paul Clément. Iniciação a arte de curar pelo Magnetismo Humano - 2ª Edição. [S.l.]: Pensamento, 1995. 104 p. (em português) (traduzido do francês)
  3. Bouvier, Alphonse, Magnetismo Curativo - 3ª Edição. [S.l.]: FEB, 1942. (em português) (traduzido do francês)
  4. Thurnbull, V. Curso de magnetismo pessoal. [S.l.]: Pensamento, 1937. 171 p. (em português) (traduzido do inglês)
  5. Montiel, Luis. La primera "rebelión del sujeto". La medicina magnética del romanticismo alemán academia.edu. Visitado em 2015-07-22 01:26:48.
  6. Revista Ciência Hoje (setembro de 1999). Biomagnetismo CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas). Visitado em 2015-07-22 01:43:28.
  7. Bruno, Sampaio, (1898), O Brazil mental, Visitado em 18 de junho de 2015.
  8. Dictionnaire Notre Famille, (1987), Magnetiseur, notrefamille.com. Visitado em 19 de agosto de 2015
  9. Thouvenel, Pierre, Mémoire physique et médicinal, Paris Ed. Chez Didot le jeune, Quai des Auguftins. (1781) p. 300
  10. Sennevoy, Jules Denis du Potet, Manual do estudante Magnetizador, ed. Vida - 3ª Edição, 2013
  11. HOUAISS, Antônio. Pequeno Dicionário Enciclopédico Koogan Larousse. [S.l.]: Ed. Larousse do Brasil, 1980. 1644 p. Larousse
  12. 12,0 12,1 Santana, Ana Lucia, Energia Magnética, infoescola.com. Visitado em 2015/02/10.
  13. HAHNEMANN, Samuel, Organon da Arte de Curar,§ 288 - 6ª edição
  14. KARDEC, Allan, Revista espírita — Ano VIII —. [S.l.]: (Édition Français), Setembro de 1865. Mediunidade curadora p. Item 4 .
  15. Mesmer, Franz Anton, Aforismos do Senhor Mesmer, Itens de 39 a 70.2
  16. Dicionário Aurélio (2008). Sonambulismo dicionariodoaurelio.com. Visitado em 16 de novembro de 2015
  17. Jacques, Konrad (28 de setembro de 1980). Sonambulismo Magnético bibliadocaminho.com. Visitado em 16 de novembro de 2015