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A literatura brasileira é toda forma de literatura produzida no Brasil ou por brasileiros, fazendo parte da literatura lusófona do qual faz parte também a literatura portuguesa. Ela surgiu a partir da atividade literária incentivada pelo Descobrimento do Brasil durante o Século XVI. Bastante ligada, de princípio, à literatura metropolitana, ela foi ganhando independência com o tempo, especialmente durante o século XIX com os movimentos romântico e realista.
Prosa
[editar | editar código-fonte]O primeiro documento que pode ser chamado de Literatura Brasileira é a carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Manuel I de Portugal, em que o Brasil é descrito, em 1500. Nos próximos dois séculos, a literatura brasileira ficou resumida a descrições de viajantes e a textos religiosos. O neoclassicismo se expandiu no século XVIII na região das Minas Gerais.
Aproximadamente em 1836, o Romantismo afetou a Literatura Brasileira e nesse período, pela primeira vez, a literatura nacional tomou formas próprias, adquirindo características diferentes da literatura européia. O Romantismo brasileiro (possuindo uma temática indianista), teve como seu maior nome José de Alencar e exaltava as belezas naturais do Brasil e os indígenas brasileiros.
Após o Romantismo, o Realismo expandiu-se no país, principalmente pelas obras de Machado de Assis (fundador da Academia Brasileira de Letras). Entre 1895 e 1922, não houve estilos literários uniformes no Brasil, seguindo uma inércia mundial. A Semana da Arte de 1922 abriu novos caminhos para a literatura do país. Surgiram nomes como Oswald de Andrade e Jorge Amado. O século XX também assistiu ao surgimento de nomes como Guimarães Rosa e Clarice Lispector, os chamados "romancistas instrumentalistas", elencados entre os maiores escritores brasileiros de todos os tempos.
Atualmente, o escritor Paulo Coelho (membro da Academia Brasileira de Letras) é o escritor brasileiro mais conhecido, alcançando a liderança de vendas no país e recordes pelo mundo. Apesar de seu sucesso comercial, críticos diversos consideram que produz uma literatura meramente comercial e de fácil digestão, e chegam a apontar diversos erros de português em suas obras, principalmente em seus primeiros livros. Outros autores contemporâneos são bem mais considerados pela crítica e possuem também sucesso comercial, como Ignácio de Loyolla Brandão, Rubem Fonseca e outros.
Poesia
[editar | editar código-fonte]A poesia brasileira, como toda a literatura nacional, também está dividida em vários movimentos literários.
O primeiro movimento é o Barroco, cujo principal poeta é Gregório de Matos, que chegaram aos dias atuais pela tradição oral, já que nunca publicou em vida. O marco inicial do barroco é o poema Prosopopéia, de Bento Teixeira, com estilo inspirado em Camões. Também dessa época é o primeiro livro impresso por um autor nascido no Brasil, Música do Parnaso, de Manuel Botelho de Oliveira.
A seguir, considera-se que inicia-se o arcadismo, que em Portugal tem em Bocage seu principal representante. No Brasil, poetas como Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, criador de Marília de Dirceu e Alvarenga Peixoto.
Após o arcadismo vem a fase romântica, com pelo menos três gerações, contando com poemas que evocam o patriotismo, como Canção do Exílio de Gonçalves Dias, da primeira geração. Na segunda geração, poetas como Álvares de Azevedo apresentam uma certa obsessão pela morte. Na terceira geração aparece Castro Alves, um dos mais conceituados poetas brasileiros de todos os tempos, autor de Navio Negreiro. Era a época dos escritores abolicionistas.
Segue-se uma época de formalismo extremo, o parnasianismo, cuja estrela máxima é certamente Olavo Bilac. Esse movimento viria a diminuir em muito a influência do simbolismo, de Cruz e Sousa e Gilka Machado, uma das raras presenças femininas na literatura brasileiras antes até o século XX.
O parnasianismo viria a ser fortemente combatido pelos modernistas, causando grande polêmica que resultaria em um racha na cultura nacional. Os modernistas pregavam a destruição da estética anterior e praticamente assumem a liderança do movimento cultural brasileiro com a Semana de Arte Moderna em 1922. São poetas como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, líderes do movimento, e Manuel Bandeira, que se juntaria mais tarde. É o modernismo que domina a cultura brasileira do século XX, passando por mais duas gerações com poetas como Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles, Murilo Mendes e Jorge de Lima na segunda geração e Péricles Eugênio da Silva Ramos, Domingos Carvalho da Silva e Lêdo Ivo na terceira.
O modernismo acabou levando ao concretismo, com poetas como Ferreira Gullar e Haroldo de Campos.
A poesia contemporânea apresenta nomes como Patativa do Assaré, Ana Cristina César, Adélia Prado e Mário Quintana, entre outros.