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Práticas Corporais 2016/Aula 6

Fonte: Wikiversidade

Editores Aula: Alice Mogadouro, Lucas Passarela e Renata Marins

I. Tema e objetivos da aula:

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Tema: Consciência Corporal

Objetivos: Aprendizagem e conhecimento da sensibilização do corpo através da consciência corporal.

II. Materiais e espaços utilizados:

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Materiais: Tatame, placas de isopor, computador e data show.

Espaço: A parte prática da aula foi realizada no anfiteatro da UNIFESP, da unidade da Ana Costa, 95. A parte teórica foi realizada na sala 1, no segundo andar .

III. Método didático

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A primeira parte da aula foi prática, com instruções do professor do módulo. A segunda parte foi expositiva, onde o grupo responsável pelo registro da aula, explicaram os textos

IV. Descrição das atividades:

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8h09 - Início da aula com o professor explicando sobre a continuidade das práticas de sensibilização, que a partir da década de 20 foram bastante desenvolvidas devido ao período em que os especialistas tiveram como principal laboratório de pesquisa o próprio corpo e alguma deficiência ou dificuldade. - Na próxima semana, as equipes de visita de campo já estarão acontecendo e dia 20/09 o professor irá acompanhar a equipe de Pilates.

Início da aula: explicação sobre consciência corporal

Considerações iniciais: a consciência é o início do iceberg quando se pensa no consciente como um todo. Podemos manter o foco da consciência em coisas muito pequenas, informações mínimas. As práticas de sensibilização visam a melhora da consciência e diminuição do dispêndio de energia excessivo, e levar o foco para as zonas sombrias do corpo, lugares que não acessamos cotidianamente: o corpo não cotidiano, não condicionado pela rotina. O objetivo da aula é compreender o que é enxergar as zonas sombrias e como levar o foco a elas por meio de exercícios de sensibilização individuais e coletivos, despertando o uso de consciência nesses lugares. Trabalhando inicialmente a pessoa sobre ela mesma, desmontando o maquinismo da repressão diária. É importante em um primeiro momento de trabalho corporal agir sobre os condicionamentos do indivíduo. Num segundo momento o trabalho será em grupo de modo que não exista foco em uma única pessoa, as quais se diluirão no grupo. Permite que se esteja no coletivo sem grandes repressões sociais. Num último momento, o trabalho será realizado em duplas ou trios, considerada essa a relação mais difícil por apresentar mais constrangimentos sociais, com a possibilidade de ver o outro em relação a si próprio. Durante a aula, a consciência corporal será o caminho para o sucesso da mesma. A consciência corporal pode ser ativada, observando as sensações que se experimentam e deixando-as fluir, vir e ir.

Atividade 1: Circuito. G1 - deitado; G2 - em pé estático; G3 - sentado no banco

A partir da aula de hoje será retomado o Circuito, trabalho de foco e concentração que é considerado um trabalho individual sobre si.

Atividade 1: Circuito (também descrito na aula 1)

Quatro grupos são formados para dividir a turma: 1) o grupo deitado (de olhos fechados), 2) o grupo em pé estático (olhos abertos), 3) o grupo sentado no banco (utilizar da técnica da pálpebra média, com os olhos semi-abertos), e 4) o grupo que caminhará lentamente pelo período de tempo (também com os olhos abertos).

Instruções: Cada pessoa individualmente deverá se concentrar em sua respiração e as estações tem um período de 4 minutos cada. O foco da respiração pode ser o core abdominal inicialmente e posteriormente experimentar sentir o ar passando por suas vias aéreas, a força da respiração, a tendência de ativação do corpo. Ao final dos 4 minutos, cada grupo segue para a próxima estação. Prestar atenção em como as vontades se aproximam e assisti-las no sentido de observar as sensações causadas por ela frente a resistência,

Atividade 1: Circuito. Último rodízio dos grupos, com interação dos observadores

inclusive observando-as ir embora. O grupo registrando a aula irá observar e tentar auxiliar os alunos na detecção das desconcentrações, pontos de tensão muscular, má postura que geram desconforto, e observar as zonas sombrias tensas inconscientes por durante as estações. Na ultima sequência, esse grupo dará toques nas pessoas de acordo com sua intuição de pontos não conscientes dos alunos, sequencialmente, de pessoa por pessoa, e de preferência sem que ela preveja o local de toque.

Atividade 2:

O grupo foi dividido em duas metades. Uma linha em cada canto da sala com aproximadamente o mesmo número de integrantes (ficaram 12 para cada grupo). Um dos grupos será quem observa, como na atividade anterior, e os indivíduos deverão guiar o segundo grupo. Pode ser focado nas pessoas à sua direção ou outras, enquanto o outro grupo fará uma caminhada lenta de olhos fechados. O grupo observador usará os seguintes comandos: tocar no peito para andar para frente, acima da cabeça para parar, atrás da cabeça para andar de costas, esquerda e direita para seguir as respectivas direções.

Os grupos se aproximam, o grupo guiado numa velocidade não alta nem baixa, demonstrando uma caminhada controlada, enquanto o primeiro grupo, realiza os toques para definir direção e sentido da caminhada. Num primeiro momento, uma pessoa para cada guia. Em seguinte, o grupo conduzindo prestará atenção no todo e observará onde se encontram problemas emergentes, não cuidando apenas de uma pessoa, mas todo o grupo, identificando zonas do tatame rarefeitas ou densas de pessoas e procurando o equilíbrio como uma plataforma sustentada.

Adaptação 1: nunca tocar duas vezes a mesma pessoa num mesmo momento. O professor fica guiando a harmonia da sala, dando instruções para serem cumpridas, como evitar deixar as pessoas paradas, ou mostrar um local pouco denso. * Inverter os grupos e repetir a experiência.

Atividade 2 - adaptação 2

Adaptação 2: agora em duplas. Os dois em pé. Um, que está de olhos abertos, assumirá o comando e o outro, de olhos fechados, será comandado. Quem conduz tocará o conduzido em locais que podem ou não estar tensos. Ao toque, tensionar ou relaxar o local, dependendo de como ele está originalmente. * Inverter as funções e repetir a experiência.

Adaptação 3: ainda mais difícil, realizar uma contração isométrica no local de toque até o momento que se toca novamente para o relaxamento, esse não necessariamente irá ocorrer consecutivamente. Tentar afinar a contração, isolando os grupos musculares e manter o equilíbrio do corpo, sem muita tensão desarmônica. O objetivo final é corrigir a postura e procurar o equilíbrio do corpo por meio do toque e pequena manipulação, de acordo com a percepção de cada guia até que se considere adequada. * Inverter as funções e repetir a experiência.

Adaptação 4: irá se repetir a atividade anterior com uma adaptação maior. Um da dupla (que primeiro conduzirá) pega um pedaço de isopor, que poderia ser também um caderno ou leque (algo que dê para fazer vento), para utilizar durante a sessão. O integrante que será guiado deverá seguir o movimento do vento gerado pela movimentação dos isopores ainda de olhos fechados. A velocidade do deslocamento pode também ser medida pela oscilação da intensidade do vento e a altura dos movimentos pelo deslocamento do estímulo (exemplo: abaixar se o vento for sentido mais embaixo). * Inverter as funções e repetir a experiência.

Adaptação 5: Serão trabalhados agora movimentos de grupos musculares isolados, tanto por meio do grande vento como também do vento sutil (por assopro, por exemplo) gerado pelo guia e sentido pelo guiado. Por exemplo, ventar na mão para movimenta-la indo a favor do vento. No joelho, na pernas, gerando movimento e posições. Atuar em grupo também, podendo serem guiadas duas ou mais pessoas para interagir nos movimentos. * Inverter as funções e repetir a experiência.

Conclusão das atividades: é feita uma roda de conversa para discutir os efeitos e aprendizagens da atividade de sensibilização.

Atividade 2: adaptação 1
Atividade 2: adaptação 1
Atividade 2: adaptação 1
Atividade 2 em duplas
Atividade 2 com o isopor

V. Discussões e dúvidas dos alunos:

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Comentários feitos na roda de conversa, ainda no tatame:

″Quando se fecha os olhos, logo é ativado um efeito de auto proteção e tudo muda, a tensão muscular, o modo de andar deixa de ser corriqueiro e se presta mais atenção nos detalhes da movimentação que se pode fazer..."

"Desde o toque, você acha que uma pessoa vai fazer um movimento mas a partir do toque do guia, ela faz algo totalmente diferente porque cada pessoa possui uma percepção das sensações ou o que entende daquele toque, é particular."

"A consciência sobre o que vai acontecer não é apenas sobre a minha consciência mas aprender a consciência sobre o próprio corpo vendo a consciência do corpo do outro também."

"Algumas pessoas ao final da atividade já estavam respondendo a movimentos muito sutis do ar, enquanto outras mais ansiosas não. Quando se trata de práticas alternativas estamos falando de micro-movimentações que acontecem o tempo todo e pouco percebidos. Não se trata de misticismo, e a medida que cultivamos as coisas sutis, estamos mais atentos a elas e podemos observar as movimentações corporais, ajudando a perceber a impermanência do corpo e como agir sobre essas impermanências, manifestando sua potência frente a elas." - professor

Muitos comentaram sobre a dificuldade de precisão de acerto dos comandos dados. A resposta do indivíduo manipulado é na maioria das vezes diferente da intenção do guia. E quando a pessoa que já guiou vai guiar, existe uma certa experiência, o que para alguns alunos foi mais fácil compreender os comandos, uma vez que eles já haviam dado eles.

VI. Temas Interdisciplinares:

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Na roda de conversa feita logo depois da parte prática da aula, alguns comentários feitos relacionaram claramente o módulo de Atividade Física Adaptada (que a sala está fazendo neste semestre), com questões de acessibilidade. Para este outro módulo, assistimos ao filme Mar Adentro, dirigido por Alejandro Amenábar, lemos um trecho do livro Um Antropólogo em Marte: sete histórias paradoxais, de Oliver Sacks, e discutimos no blog feito pelo professor. Aqui o link da sequência de comentários do blog: https://nossasadaptacoes.blogspot.com.br/2016/08/comentarios-do-filme-e-do-texto-filme.html#comment-form (1)

O tempo todo, a educação somática retoma a ideia de uma melhora da percepção e consciência corporais para uma eficiência de movimento, onde não deve haver um gasto desnecessário de energia. Essa intenção é fortemente ligada à performance, por exemplo de um atleta de elite. Estudamos isso em vários momentos do curso de Educação Física, quando entendemos a anatomia, a fisiologia do exercício, prescrição de treinamento, cinesiologia.

VII. Fichamento de texto:

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O texto principal para está aula foi do ucraniano Moshe Feldenkrais do seu livro Consciência pelo Movimento, no capitulo Onde Começar e Como (p. 49 a 77) (2).

Sobre o autor

Moshe Feldenkrais nasceu em 1904, em Slavuta, Ucrânia. Foi um dos grandes pioneiros do campo da educação somática. Para criar seu método, ele se valeu de um profundo conhecimento de diversas áreas como engenharia, física, artes marciais, biomecânica, neurologia, cibernética, desenvolvimento humano e psicologia. Aos 13 anos de idade ele saiu de sua casa na Rússia e viajou sozinho durante um ano até chegar na Palestina. Lá trabalhou como operário em construções, depois como cartógrafo e depois como professor particular de matemática. Envolveu-se ativamente com esportes (futebol) e com artes marciais (jiu-jitsu). Passou a década de 1930 na França, onde graduou-se como engenheiro mecânico e elétrico. Fez doutorado em física, participou de pesquisas sobre energia nuclear. Em 1936, se tornou um dos primeiros europeus a conquistar a faixa preta no judô moderno. Fundou a primeira escola de judô bem sucedida na França e ajudou a divulgar a arte no mundo, com livros publicados sobre o tema.

"Na década de 1940 trabalhou para a marinha britânica em pesquisas anti-submarino nas quais inventou alguns dispositivos sonares. Aprofundou seus estudos em psicologia e no crescente campo da neurofisiologia. No final da Segunda Guerra Mundial pesquisou sistemas pioneiros no estudo das relações mente-corpo como os de George Gurdjieff, William Bates, Técnica Alexander e outros. Em 1949 publicou o primeiro livro sobre suas próprias idéias "Body and Mature Behavior", um estudo sobre ansiedade, sexo, gravidade e aprendizagem." (3)

Mudou-se para Israel onde, a partir da década de 1950, dedicou-se inteiramente ao refinamento de todo o seu conhecimento e à integração dessas disciplinas no sistema, que passou a ser conhecida como Método Feldenkrais. Ele formou grupos de alunos do seu método, primeiramente em Israel e nos Estados Unidos.Alguns participantes destes grupos se tornaram os representantes do Método e passaram a difundi-lo formando novos profissionais por todo o mundo. Feldenkrais faleceu em 1984, em Tel Aviv, Israel.

Sobre Onde Começar e Como

Onde Começar e Como refere-se ao capítulo V do livro Consciência Pelo Movimento.

O autor começa situando historicamente o leitor sobre métodos de correção humana. Muitos sistemas foram inventados com esse propósito, em muitas religiões. Ele também cita a hipnose como um método de sugestão.

Para nortear o texto todo, são categorizados três estados de consciência: os dois primeiros comumente distinguidos - acordado e dormindo - e o terceiro, a consciência. O sono foi sempre considerado um estado conveniente para induzir aperfeiçoamento ao homem. O acordado parece ser um bom estado para aprender processos que envolvem repetição e explanação, mas não sugestão. Hábitos adquiridos em vigília são difíceis de mudar.

Aqui, ele categoriza quatro componentes da vigília: a sensação, o sentimento, o pensamento e o movimento. Apesar dessa divisão ser apenas didática, porque em nenhum momento esses componentes estão desvinculados completamente, cada um deles serve como base para uma série completa de métodos de correção.

  • Sensação: incluímos, além dos cinco sentidos, o sentido cinestésico, que compreende esforço, orientação no espaço, o passar do tempo e ritmo.
  • Sentimento: incluímos auto-respeito, inferioridade, supersensibilidade e outras emoções, conscientes ou inconscientes.
  • Pensamento: inclui todas as funções do intelecto, tais como oposições direita e esquerda, bom e mau, certo e errado; entender, classificar coisas, reconhecer regras, etc.
  • Movimento: inclui todas as mudanças de tempo e espaço no estado e configurações do corpo e suas partes. Ex: respirar, comer, falar, circulação sanguínea, digestão.

A atenção detalhada para qualquer desses componentes é essencial, pois um influencia o outro e, consequentemente, a pessoa como um todo. Não há modo prático de corrigir um indivíduo, exceto pela melhora gradual, alternando entre o todo e suas partes. O autor, em mais de um momento no texto, enfatiza que os defeitos devem ser usados no aperfeiçoamento. E ele defende que a correção no componente 'movimento' é o melhor meio de auto-aperfeiçoamento, e enumera nove razões para essa defesa:

  1. O Sistema Nervoso ocupa-se principalmente com movimento. Não podemos perceber, sentir, pensar sem uma série de ações complexas iniciadas pelo cérebro.
  2. É mais fácil distinguir a qualidade do movimento. É relativamente mais fácil aprender a reconhecer a qualidade do movimento que a dos outros fatores (sensação, sentimento e pensamento).
  3. Nós temos uma experiência de movimento mais rica. Temos mais capacidade e experiência de movimento do que de sentimento ou pensamento. Nos afastamos do sentir e de qualquer coisa que nos perturbe.
  4. A habilidade de movimento é importante para a autovalorização. A estrutura física de uma pessoa e sua habilidade de movimento são provavelmente mais importantes para a sua auto-imagem que qualquer outra coisa.
  5. Toda atividade muscular é movimento. Toda ação origina-se na atividade muscular.
  6. Os movimentos refletem o estado do sistema nervoso. Nem posição, expressão ou voz podem ser mudados sem a mudança do sistema nervoso, que ocasiona as mudanças visíveis da aparência externa.
  7. O movimento é a base da consciência. Sabemos o que está acontecendo dentro de nós, logo que os músculos da face, coração ou do aparelho respiratório se organizam em padrões, conhecidos por nós como medo, ansiedade, riso ou qualquer outro sentimento. Algumas vezes estamos conscientes de que alguma coisa aconteceu dentro de nós, sem sermos capazes de definir exatamente o que é. É um novo padrão de organização que ainda não interpretamos. Às vezes, a experiência deverá ser repetida muitas vezes antes que seja reconhecida.
  8. A respiração é movimento. Nossa respiração reflete cada distúrbio e cada esforço físico e emocional. O esqueleto humano é constituído de tal forma que é quase impossível organizar adequadamente a respiração, sem também colocar o esqueleto satisfatoriamente em relação à gravidade.
  9. A força dos hábitos. "Uma mudança fundamental na base motora, dentro de cada padrão simples de integração, quebrará a coesão do todo e, desse modo, o pensamento e o sentimento perdem sua sustentação nas rotinas estabelecidas. Nestas condições, é muito mais fácil efetuar mudanças no pensamento e nos sentimentos, porque o componente muscular, através do qual o pensamento e o sentimento alcançam a nossa consciência, mudou e não mais exprime os padrões familiares preexistentes. O hábito perdeu seu maior suporte - o dos músculos - e se tornou mais acessível à mudança." (4)

A segunda parte do texto é intitulada Estrutura e Função, e Feldenkrais discorre em alguns subtítulos:

A abstração é exclusivamente humana

Retomando os componentes da vigília (sensação, pensamento, sentimento e movimento), o autor enfatiza a diferença entre pensamento e movimento e que parte do pensamento (abstração) é exclusiva do homem. Exemplos: a teoria da harmonia musical, do espaço geométrico, a teoria dos grupos ou da probabilidade, são inimagináveis fora da mente humana.

A parte estritamente individual do cérebro

É dita a importância do Sistema Rinencefálico (1º dos três sistemas que ele cita), que regula a temperatura e o ambiente químico para a atividade cerebral. É um sistema estrutural, então simétrico e puramente herdado.

Impulsos internos periódicos

Ele cita o Sistema Límbico (2º citado), que é responsável pelo expressão exterior das necessidades vitais internas como fome, sede e eliminação de dejetos. "Todas as maravilhas que, usualmente, chamamos instintos, originam-se nessas estruturas. É o caso da construção de ninhos por passarinhos, da teia de aranha, da habilidade da abelha e do pombo para encontrar o caminho de casa, mesmo a grandes distâncias." (5)p62

O despontar da habilidade para aprender

O autor nos diz que o instinto é mutável, tanto de pessoa para pessoa quanto durante a vida. Às vezes, é preciso vivenciar uma experiência que "ative" esses instinto e ele se torna forte novamente. Em alguns casos, o instinto permite um grau de adaptação a novas condições, é o que estamos acostumados a chamar de compreensão ou aprendizado. Mais uma vez, o autor cita animais como exemplo: o passarinho quando cria seu ninho com outro material, de acordo com o ambiente.

Diferenciação fina é uma prerrogativa humana

Agora o sistema que diferencia o homem dos outros animais: o Sistema Supralímbico. Esse sistema assegura a delicada diferenciação dos músculos da mão, multiplicando, em virtude disso, o possível número de padrões, ritmos e traços de qualquer operação. Ele também atribui a mesma sensibilidade aos músculos da boca, pescoço e aparelho respiratório. Esse leque de diferenciações também permite uma enorme variação de sons, possibilitando a criação de idiomas completamente distintos.

Experiência individual versus hereditariedade

A estrutura e os tecidos do sistema nervoso são herdadas, mas sua função depende grandemente da experiência individual. Exemplo: a própria pronúncia da língua natal de um indivíduo, determina grandemente o desenvolvimento dos músculos da língua, boca, voz e palato.

O conceito dos opostos deriva da estrutura

Aqui o autor justifica a atribuição de sentidos à palavra "direito" (correto, legítimo, autoridade) pela oposição estrutural dos sistemas citados. O sistema Supralímbico determina que quando a mão dominante do indivíduo é a direita, o centro da fala é formado do lado esquerdo do cérebro, e vice-versa; uma oposição e uma assimetria estruturais.

Fenômenos reversíveis e irreversíveis

"A atividade do cérebro que não está ligada à realidade não constitui pensamento, do mesmo modo que as contrações musculares fortuitas não constituem ação ou movimento." Feldenkrais afirma que o cérebro não pode sozinho decidir entre duas afirmações opostas, somente a experiência da realidade dota um pensamento com a propriedade de "direito".

O atraso entre o pensamento e a ação é a base para a consciência

"A possibilidade da pausa entre a criação do padrão de pensamento para qualquer ação particular e a execução da ação, é a base material para a consciência. Esta pausa torna possível examinar o que está acontecendo dentro de nós, no momento em que a intenção de agir se forma, bem como quando a ação é executada." (p. 67)

Fazer não significa conhecer

O homem faz ações o tempo todo. Isso não quer dizer que ele saiba como essa ação se dá. O exemplo que Feldenkrais usa é o de levantar-se da cadeira: "nós contraímos os músculos da barriga ou das costas? Nós primeiros deixamos as pernas tensas ou inclinamos o corpo para a frente? O que os olhos fazem, ou a cabeça?". Ele cita também a centopeia que não sabia mais andar, depois que lhe perguntaram em que ordem ela movia suas pernas.

♦ A Consciência correlaciona a ação e a intenção

♦ A consciência não é essencial à vida

Os sistemas cerebrais Rinencefálico e Límbico atuam de forma harmoniosa na maioria das pessoas. Eles suprem as necessidades essenciais, incluindo aquelas que atribuímos à inteligência e a vida social. "As abelhas, as formigas, os macacos, os rebanhos de animais vivem em sistemas sociais, sem consciência. Alguns desses sistemas sociais são belamente elaborados e envolvem a maior parte das funções básicas da sociedade humana: cuidados com a geração mais jovem, autoridade de um rei, luta com os vizinhos, defesa do território próprio, exploração de escravos e outras ações conjuntas." (p. 69)

♦ A consciência como um novo estágio da evolução

O sistema superior (Supralímbico), que é mais desenvolvido no homem do que nos outros animais, torna possível a consciência. A capacidade de julgamento, diferenciação, generalização, de pensamento abstrato, da imaginação, a consciência dos impulsos vitais. "A consciência do relacionamento entre esses impulsos e sua origem de formação da Cultura do Homem, oferece-lhe os meios potenciais para dirigir sua vida, o que muito poucas pessoas já realizaram. Creio que vivemos em um período de transição, historicamente breve, que prenuncia a emergência de um homem verdadeiramente humano." (p. 69)

A terceira parte do texto: A Direção do Progresso

Moshé começa esse capítulo (VI do livro) retomando as ideias evolutivas do homem e de seus sistemas cerebrais (Rinencefálico, Límbico e Supralímbico) e sua diferenciação dos animais. A partir daí, ele diferencia consciência de percepção, conceitos fundamentais para o entendimento do texto. Ele define: "Percepção é a consciência junto com a noção do que está acontecendo na situação ou dentro de nós mesmos, quando estamos conscientes."

"O desenvolvimento dá ênfase à coordenação harmoniosa entre estrutura, função e realização. E uma condição básica para a coordenação harmoniosa é a completa liberdade ante qualquer autocompulsão ou compulsão de outros." (p. 73) Ele segue discorrendo sobre a abstração (elemento possível por causa do terceiro sistema) e suas desvantagens em relação à consciência. A abstração é o que possibilita a existência dos idiomas, por exemplo. E à medida que a abstração verbal se torna mais bem sucedida e eficiente, o pensamento e a imaginação do homem tornam-se estranhos a seus sentimentos, sentidos e até movimentos. "Para conseguir um minúsculo passo à frente na consciência, tal como o entendimento de direita e esquerda, o homem deve, ao mesmo tempo, prestar atenção ao movimento; alternativamente, prestar atenção ao que vai dentro dele e ao mundo afora." Feldenkrais afirma isso, logo depois de dizer que, de certa forma, a abstração do homem o afasta da consciência do movimento. E que esse componente fundamental na história da humanidade talvez tenha sido uma questão ambígua na evolução.

O autor conclui o texto: "De acordo com a estória, o homem sem consciência é como uma carruagem, cujos passageiros são os desejos, os músculos são os cavalos, enquanto a própria carruagem é o esqueleto. A consciência é o cocheiro adormecido. Enquanto o cocheiro permanece adormecido, a carruagem afastar-se-á sem objetivo, daqui para lá. Cada passageiro tem destino diferente e os cavalos puxam para caminhos diferentes. Mas quando o cocheiro está bem acordado e segura as rédeas, os cavalos puxarão a carruagem e levarão cada passageiro ao seu próprio destino. Naqueles momentos em que a consciência se organiza bem como os sentimentos, sentidos, movimento e pensamento, a carruagem ganhará velocidade no caminho certo. Então, o homem pode fazer descobertas, inventar, criar, inovar e "saber". Ele compreende que seu pequeno mundo e o grande mundo ao redor são apenas um, e que nesta unidade, ele não está mais sozinho."

O texto complementar é do mesmo autor e do mesmo livro, no capítulo ''Lições Práticas'' (p. 79 a 111). (6), onde se inicia uma prévia de dicas, instruções e considerações sobre os 12 exercícios propostos pelo autor em seu livro. Segue fichamento:

Observações gerais:

  • Aperfeiçoamento da habilidade: as lições práticas foram criadas para melhorar a habilidade e expandir os limites do possível, de modo que elas se tornem fáceis e agradáveis e consequentemente farão parte da vida habitual diária.
  • Habilidade e força de vontade: a medida em que a habilidade cresce, a necessidade de esforço consciente decresce. O esforço para aumentar a habilidade deve ser suficiente e eficiente para nossa força de vontade. Pessoas com muita força de vontade geralmente são aquelas com capacidade limitada. Pessoas que sabem agir com experiência realizam as tarefas sem grande preparação e agitação. Se você confiar principalmente na sua força de vontade, desenvolverá a habilidade de forçar os movimentos e se acostumará a aplicar quantidade enorme de força em ações que devem demandar pouca energia, de modo que o desenvolvimento deve ser dirigido e gradual.
  • Para compreender o movimento é preciso sentir e não forçar: para aprender necessitamos tempo, atenção e discriminação. Para discriminar é necessário sentir. Se queremos aprender, precisamos afinar a capacidade de sentir e se tentarmos fazer as coisas por força bruta, conseguiremos o oposto do que almejamos.
  • Discriminação aguçada: Se um homem não sente e não percebe as diferenças, não conseguirá distinguir uma ação de outra. Sem a habilidade de diferenciar, não pode haver aprendizado. Não é uma questão simples porque os sentidos humanos estão ligados aos estímulos externos e de difícil conscientização.
  • A força do hábito: é extremamente difícil corrigir um hábito de postura ou movimento, mesmo quando se reconhece com clareza. Necessita-se de muita persistência e bastante conhecimento para conseguir mover-se mais de acordo com o que se sabe, do que de acordo com o hábito. Algum esforço mental deverá ser exercido, até que se forme um novo hábito.
  • Pensar durante o agir: o estudante deve aprender a ouvir instruções enquanto está fazendo exercícios, sem deter o movimento. Deste modo, ele aprende a agir enquanto pensa e pensar enquanto age.
  • Libertando uma ação de energia inútil: se deve aprender a eliminar os esforços que se opõe à meta e usar da força de vontade somente em situações de esforço excepcional (como tensões localizadas ao tentar alcançar uma meta).
  • Ritmo respiratório durante os exercícios: Ao fim de uma lição bem executada, deve-se experimentar uma sensação de relaxamento e renovação. Se isso não acontece, o provável é que os movimentos foram feitos muito depressa e sem atenção à respiração.
  • Velocidade dos movimentos: Durante uma primeira prática, será conveniente exercitar-se tão lentamente quanto as instruções indicam. Convém ir mais depressa naquelas partes que se mostram fáceis e leves e subsequentemente, variar a velocidade.

Algumas Sugestões Práticas:

  • Quando fazer o exercício: o melhor horário é à noite para aliviar as tensões diárias. Ao acordar, espreguice-se e tente lembrar a sensação geral da lição feita antes de deitar. Determine tempos fixos para pensar na lição durante o dia para recordar dela.
  • Duração dos exercícios: depende da velocidade individual. Nas primeiras lições comece repetindo cada movimento 10 vezes e a medida que progride, eleve o número para 25. Por aí se vê que as primeiras lições levarão cerca de 45 minutos e, as últimas, 20 minutos ou menos.
  • Onde exercitar-se: em uma área do assoalho coberta com tapete ou esteira, grande o bastante para permitir que você espiche os braços e pernas em todas as direções.
  • O que usar: quanto menos roupa, melhor. De modo que esteja confortável e não interfira nos seus movimentos. Como fazer as lições: se estiver sozinho, leia um parágrafo curto o suficiente para se saber o que fazer, e comece. Depois das 25 repetições como nas instruções, leia o próximo parágrafo e continue.

Lição 1: O que é uma boa postura.

  • Direito significa vertical: quando falamos em ficar direito, queremos quase sempre dizer para pôr-se na vertical. No esqueleto ideal, encontramos apenas duas seções de ossos dispostos quase verticalmente: as vértebras cervicais e as lombares. Assim, quando dizemos direito, queremos dizer algo diferente do “vertical”.
  • Esqueleto, músculos e gravidade: segue-se que qualquer postura é aceitável desde que não entre em conflito com as leis da natureza: o esqueleto deverá contrapor-se ao empuxo da gravidade, deixando os músculos livres para o movimento. Nas posturas impróprias, os músculos estão executando parte do trabalho dos ossos.
  • Relaxamento: um conceito frequentemente mal compreendido: nosso corpo nunca está totalmente relaxado, como é no caso da mandíbula, osso os quais músculos auxiliares se mantém contraídos muitas horas por dia para gerar a condição ideal de postura.
  • A ação dos músculos antigravitacionais é inconsciente: essa contração como a da mandíbula, se dá de forma inconsciente, senão não conseguiríamos mesmo nos manter em pé. É o caso de músculos com os do pescoço, tronco e pernas, que agem de maneira inconsciente através do sistema nervoso para gerar o equilíbrio.
  • Ficamos em pé sem saber como: De modo que não temos consciência da atividade, os músculos trabalham contra a gravidade.
  • A postura ereta é mantida por uma parte antiga do sistema nervoso: Os músculos que trabalham continuamente e nos dão a postura ereta são comandados por uma seção especial do sistema nervoso, uma das mais antigas seções que se encontra abaixo do sistema voluntário, sendo mais antiga que ele ainda.
  • O elo entre o instinto e a intenção: a boa postura portanto deveria ser privilégio de qualquer pessoa, nascida sem defeitos graves. Além disso, como a organização da postura é executada automaticamente, todos os seres humanos deveriam ficar em pé do mesmo modo. Mas a realidade é mais complexa e se difere do instinto, de modo que nem ele opera automaticamente.
  • A capacidade de aprender substitui no homem os instintos: os instintos humanos enfraqueceram se comparados com o dos animais. Nossa habilidade de aprender envolve o desenvolvimento de novas respostas a estímulos familiares, como resultado da experiência.
  • O homem aprende principalmente com a experiência, os animais com a experiência da sua espécie: desse modo, o rouxinol canta a mesma canção no Japão e no México. Porém, no homem, não há padrão de fala e dependerá de sua experiência vivida.
  • O homem tem um poder maior de ajustamento: o que ajuda a entender porque a postura ereta e o andar podem ser tão diferentes nas pessoas, embora seja controlada por uma mesma parte do cérebro.
  • Aspectos dinâmicos da postura: é difícil prescrever o ficar em pé ou o sentar, de modo que são condições estéticas. Do ponto de vista dinâmico, cada postura estável é uma de uma série de posições que constituem o movimento. Para manter as posturas de pé e sentada, não são requeridos esforços pois são posturas de estabilidade. Na posição estável, apenas um mínimo de energia é requerido no caso de se começar qualquer movimento e nenhum para se continuar nela.
  • Controle automático e controle voluntário: Sob condições comuns, o controle automático acontece, embora o controle voluntário possa interferir a qualquer momento. Sabemos se estamos em uma posição estável pela sensação cinestésica de nossos músculos. Se o sistema voluntário está controlando os músculos, estamos em uma posição estável. Se o controle muda para o automático e o voluntário para, a posição não é mais estável.
  • A origem da distorção das sensações: qualquer coisa que tenda a diminuir a sensibilidade do poder de discriminação, retardará as respostas aos estímulos. A dor é a principal causa de desvios posturais, por exemplo, de modo que a tensão nervosa aumenta e reduz a sensibilidade e discriminação.
  • A dinâmica do equilíbrio: uma árvore, que tenha crescido, voltará a sua copa para qualquer que seja a direção em que o vento sopre. Do mesmo modo, uma boa postura em pé é aquela na qual um esforço muscular mínimo moverá o corpo com facilidade.
  • A concentração no objetivo pode causar tensão excessiva: numa ação complicada, quanto maior o desejo de conseguir o objetivo, maior será a diferença na realização, de acordo com cada modo de pensar que for adotado.
  • A realização é melhorada pela separação do objetivo e dos meios: na maior parte dos casos em que a ação está ligada ao desejo, a sua eficiência pode ser melhorada, separando o objetivo dos meios para realizá-la.
  • Falta de escolha torna a sobrecarga habitual: quando esforços supérfluos são investidos em qualquer ação, irá despender esforços que não são confortáveis nem agradáveis. A falta de decisão entre fazer um esforço ou não, faz com que uma ação se torne um hábito e no fim, nada pareça mais natural que aquilo a que a pessoa está acostumada, mesmo se oposto à razão. O hábito torna mais fácil persistir em uma ação. Não obstante, nós facilmente superestimamos os hábitos, até que a autocrítica seja silenciada, agindo então sem pensar.

VIII. Material relacionado:

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Ivaldo Bertazzo - Escola do Movimento: http://www.metodobertazzo.com/index.php (7)

Ivaldo Bertazzo é um importantíssimo estudioso do corpo no Brasil. Seu caminho foi construído através da educação somática e é criador do método de reeducação do movimento, que leva seu nome (Método Bertazzo). Ele mergulha no processo de formação da individualidade, na excelência da psicomotricidade para a construção do pensamento e da personalidade humana.

Site do Instituto Feldenkrais: https://www.institutofeldenkrais.com/pt-pt/ (8)

Site do Instituto Feldenkrais Brasil: http://www.melhorarsemlimites.com/ (9)

Site do Acervo Klauss Vianna: http://www.klaussvianna.art.br/ (10)

Falando um pouco sobre a Técnica Klauss Vianna: http://wikidanca.net/wiki/index.php/T%C3%A9cnica_Klauss_Vianna (11)

Pesquisando alguns estudiosos da educação somática, conhecemos um pouco da pesquisa de Klauss Vianna. Também brasileiro e desenvolvedor de uma técnica (junto a sua esposa e seu filho). Sua linha de pesquisa tangencia muitas reflexões de Feldenkrais que discorremos acima. Selecionamos um trecho de um de seus livros: "Quando se está dentro de uma sala de aula ou até mesmo em cena, não se pode e nem se consegue excluir as emoções que são parte de nós. Todas as emoções, as vivências, as percepções e os conhecimentos existem como integridade do corpo. “O corpo humano permite uma variedade infinita de movimentos, que brotam de impulsos interiores e exteriorizam-se pelo gesto, compondo uma relação íntima com o ritmo, o espaço, o desenho das emoções, dos sentimentos, das intenções." (VIANNA, 2005, p. 105).

IX. Relato de um aluno na aula

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Relato da aluna Olívia Antunes sobre a aula.

"Gostei muito dessa aula. Foi uma experiência incrível poder conhecer e entender meu próprio corpo sem o auxílio da visão. Além da consciência corporal trabalhada, pude fazer uma associação ao módulo de Atividade Física Adaptada e principalmente ao último texto e filme trabalhados.Se para nós, que sabemos exatamente como uma sala fechada é, foi extremamente difícil se locomover de olhos fechados através de comandos, penso no quão difícil é para uma pessoa realmente cega. A capacidade que essas pessoas tem de desenvolver outros sentidos para sanar as dificuldades da ausência da visão é impressionante"

X. Conclusão:

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Conseguirmos agir enquanto pensamos e pensar enquanto estamos agindo, não é tão simples. Mas essa intenção potencializa a melhor movimentação do nosso corpo, preservamos ele. A consciência corporal não é um patamar a ser atingido, como uma meta, é um processo gradual. Esse processo permite refinar sentidos, percebê-los a partir do movimento e, de alguma forma, resgatar o acesso aos instintos.

Se pensarmos nos dois textos como sequência, Feldenkrais parte do pensamento, da filosofia, de reflexões e inúmeras e inevitáveis comparações com outras espécies de seres vivos, para uma sequência prática de movimentos. Todas as reflexões que o autor propõe, nos instiga a esmigalhar a complexidade que é o ser humano, tanto no seu aspecto existencial como evolutivo. Ao mesmo tempo, ele torna tudo simples, como se através do movimento conseguíssemos lidar com estas angústias e nos conhecer como sociedade, como humanidade.

XI. Referências Bibliográficas:

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1 https://nossasadaptacoes.blogspot.com.br/2016/08/comentarios-do-filme-e-do-texto-filme.html#comment-form

2 https://www.luminpdf.com/viewer/2gWttquiHAyzT5XYx

3 http://www.formacaofeldenkrais.com/dr-moshe-feldenkrais

4 FELDENKRAIS, Moshe. Onde Começar e Como: A correção dos movimentos é o melhor meio do auto-aperfeiçoamento. In: FELDENKRAIS, Moshé. Consciência Pelo Movimento. [S.l.]: Editorial Summus, 1977. cap. V, p. 59.

5 FELDENKRAIS, Moshe. Onde Começar e Como: A correção dos movimentos é o melhor meio do auto-aperfeiçoamento. In: FELDENKRAIS, Moshé. Consciência Pelo Movimento. [S.l.]: Editorial Summus, 1977. cap. V, p. 62.

6 https://www.luminpdf.com/viewer/5XbdFsoo8dF5opJ3W

7 http://www.metodobertazzo.com/index.php

8 https://www.institutofeldenkrais.com/pt-pt/

9 http://www.melhorarsemlimites.com/

10 http://www.klaussvianna.art.br/

11http://wikidanca.net/wiki/index.php/T%C3%A9cnica_Klauss_Vianna

XII. Crítica/Comentário sobre a documentação da aula anterior:

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A aula está registrada com bastantes detalhes e de maneira didática, de fácil entendimento. Ficou interessante a inclusão dos nomes originais das posturas de Yoga, que enriquece o conhecimento da aula. Ficou legal também o vídeo feito, que vira um facilitador para a prática das posições em casa. Talvez tenha que tomar cuidado com a generalização da Yoga como uma prática única, pois ela possui muitas vertentes, bem diferentes umas das outras e seria interessante deixar claro que a feita em aula foram alguns exercício da Hatha Yoga (mesmo que o foco do registro não fosse esse e outro grupo também tenha registrado a mesma sequência). Sobre a Antiginástica, o registro ficou bem explicativo e as fotos ilustram bem o que foi feito em aula. A sessão destinada a Temas Interdisciplinares ficou bem interessante, relacionando módulos que tivemos desde o começo do curso, não só os que estão "frescos" e, mesmo não tendo sido discutido em aula, o registro enriquece.

AVALIAÇÃO DO PROFESSOR

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  • NOTA FINAL: 10,0

1) Assiduidade e pontualidade do grupo no registro e apresentação da aula que é responsável (1,0 /1,0)

2) Qualidade da leitura apresentada escrita e oralmente (3,0 /3,0)

3) Publicação da aula em forma de relatório da lição (desejável formato multimídia, com descrição convidativa, uso de texto, imagens e hiperlinks para publicações de slides, áudio e vídeo em sites de compartilhamento como youtube).(5,0/5,0)

4) Revisar a aula publicada pelo grupo anterior ao seu e fazer críticas e comentários complementares (1,0/ 1,0)

Os critérios definidos acima foram rigorosamente cumpridos. O registro, embora extenso, está bem detalhado, a escrita está clara e bem fundamentada e a essência do tema foi devidamente abordada. Em relação ao material relacionado, seria interessante destacar o por quê desta conexão, de maneira breve e concisa (tentamos fazer isso, veja será que ficou melhor?). É preciso incluir a crítica/comentário sobre a documentação da aula anterior na respectiva seção destinada a isso (tínhamos esquecido, agora está feito). A conclusão está bem objetiva e compreensível, porém ela poderia ser aprimorada, aprofundando a discussão proposta e evidenciando a possível rede formada a partir das informações/métodos/atividades que foram lidas, interpretadas, discutidas, relacionadas, experimentadas... Assim, poderia favorecer a compreensão da proposta da aula, bem como do método do Feldenkrais, para além do estudo teórico (também tentamos, veja se ficou bom). O uso dos gif ilustrou de maneira excelente a prática vivenciada, contudo ficaram algumas lacunas em branco na página. Sendo assim, há possibilidade de reorganizar para melhorar a estética da documentação? Ainda sobre as imagens, há muitas que se referem à atividade 2, certo? Todavia, em uma delas vocês destacam que é a adaptação "x", dessa maneira, a sugestão é detalhar mais as legendas para favorecer o link entre a descrição da atividade e a qual imagem ela se refere. Se tiverem mais registros fotográficos, é interessante anexá-los à documentação (achamos que seria legal criarmos um álbum com todas as imagens e gifs, tanto para ter todo o acervo quanto para ficar mais organizado... mas estamos com dificuldade).

Comentários do grupo em itálico, dentro de parêntesis.