Projeto Colhendo Sustentabilidade: Práticas Comunitárias de Segurança Alimentar e Agricultura Urbana. Embu das Artes, Brasil

Fonte: Wikiversidade

Descrição breve do projeto[editar | editar código-fonte]

O Projeto Colhendo Sustentabilidade iniciou formalmente suas atividades no município de Embu das Artes em novembro 2008 por meio da parceria entre Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes e Sociedade Ecológica Amigos de Embu – SEAE.
Graças ao reconhecimento do trabalho na primeira fase, o Projeto iniciou a 2ª fase a partir de fevereiro de 2010 com financiamento da Prefeitura de Embu das Artes e SEAE durante o período de 18 meses.
Por meio de uma atuação intersetorial, a equipe técnica teve como parceiros representantes das Secretarias Municipais de Meio Ambiente, Educação, Saúde, Desenvolvimento Urbano, Participação Cidadã e Assistência Social. Essa articulação de natureza intersetorial impulsionou o envolvimento de novos atores no processo, tais como: funcionários e usuários das Unidades Básicas de Saúde; funcionários, educadores e alunos da Rede Pública de Ensino e creches ligadas à Prefeitura; pessoas atendidas pelos CRAS - Centros de Referência de Assistência Social, CAPS - Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas e Centro de Referência da Mulher e beneficiários dos programas sociais como Bolsa Família, Renda Cidadã e Banco de Alimentos.
A partir da segunda fase, as ações no município de Embu das Artes foram ampliadas, totalizando 13 (treze) hortas comunitárias nos seguintes bairros: Dom José, Jardim do Colégio, Jardim Fátima, Ressaca, São Marcos, Santa Emilia, Santo Eduardo, São Luiz, Jardim Independência, Vista Alegre, Jardim Tomé, Itatuba e Centro (Parque do Lago Francisco Rizzo).

Metodologia[editar | editar código-fonte]

A equipe técnica atua da seguinte maneira:

  • Assistência Técnico-pedagógica nas Hortas Comunitárias
  • Assistência Técnico-pedagógica junto aos Agricultores Familiares
  • Realização de palestras, cursos, seminários, encontros temáticos, entre outros

O trabalho desenvolvido envolve as seguintes dimensões:

  • Dimensão Social: busca promover a autonomia dos grupos, protagonismo cidadão, planejamento participativo, sensibilização e mobilização, formação de agentes multiplicadores, geração de trabalho e renda, economia solidária, trabalho comunitário, espírito de cooperação e solidariedade, integração dos agricultores urbanos de diversos bairros e de outros municípios, mediação de conflitos, geração indireta de renda devido a redução do gasto mensal com alimentos produzidos nas hortas, acesso ao alimento saudável e de boa qualidade na cidade por meio da comercialização, respeito aos saberes e conhecimentos locais, consciência da equidade de gênero e raça
  • Dimensão Política: atua intersetorialmente nas áreas de Saúde, Meio Ambiente, Educação e Assistência Social; participa dos Conselhos: Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Embu das Artes, Conselho Gestor de Saúde do bairro de Itatuba, Conselho Gestor da APA EMBU VERDE; articula parceria com outras experiências de agricultura urbana, agroecologia, segurança alimentar, promoção da saúde, dentro e fora do município
  • Dimensão Socioambiental: promove a apropriação dos conhecimentos agroecológicos, a produtividade e diversificação de cultivo, sistemas de compostagem, fertilidade do solo, desenvolvimento das culturas anuais e dos sistemas agroflorestais, captação de água da chuva; multiplicação das técnicas agroecológicas e expansão dos sistemas produtivos nas comunidades pelos próprios participantes do projeto; resgate da cultura e da história dos participantes; melhoria no aspecto visual do sistema produtivo; utilização dos espaços reservados à agricultura urbana para o combate às áreas de riscos, proteção às áreas de mananciais, ampliação de áreas verdes e da biodiversidade, aumento da infiltração de águas pluviais no solo, requalificação de áreas degradadas, requalificação da paisagem da cidade, reutilização de resíduos sólidos para estruturas de agricultura urbana, aproveitamento de resíduos orgânicos para produção de adubo orgânico (húmus de minhoca, fertilizantes naturais, composto entre outros); participação da gestão urbana, social e ambiental do município
  • Dimensão da Segurança Alimentar e Nutricional: promove o aumento na diversidade alimentar entre os participantes; o fortalecimento da Segurança Alimentar e Nutricional no município; o acesso fácil aos alimentos orgânicos; capacitações em educação alimentar e nutricional
  • Dimensão da Saúde: promove o cultivo das ervas medicinais, a conscientização de hábitos alimentares mais saudáveis, o uso das hortas comunitárias como espaços terapêuticos, a valorização da auto-estima e integração social, a qualidade de vida e sustentabilidade ambiental

Cronograma[editar | editar código-fonte]

  • 2008 (novembro) a 2010 (janeiro): 1ª fase do Projeto
  • 2010 (fevereiro) a 2011 (setembro): 2ª fase do Projeto

Resultados[editar | editar código-fonte]

1ª Fase:

  • 800 pessoas beneficiadas direta e indiretamente com a formação técnica e/ou implementação de sistemas produtivos comunitários de base agroecológica (horta, lavoura e sistemas agroflorestais)
  • Realização da Semana Mundial de Alimentação por meio da parceria entre Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Embu das Artes, Prefeitura da Estância Turística de Embu das Arte e a Sociedade Ecológica Amigos de Embu em outubro de 2010 composto pela seguinte agenda: Seminário de Agricultura Urbana, Oficina de Aproveitamento Integral de Alimentos na Associação Real do Moinho Velho na Comunidade Servidão, Almoço comunitário na Horta Comunitária do Vista Alegre-Servidão e um Stand de Informações sobre o Projeto no Centro Histórico, reunindo cerca de 200 pessoas
  • Formação do empreendimento de Economia Solidária Elo da Terra, formado pelos participantes do projeto
  • Realização semanal de uma banca de comercialização de produtos agroecológicos na entrada do Parque Francisco Rizzo sob a gestão do Empreendimento Solidário Elo da Terra
  • Comercialização dos produtos provenientes da Agricultura Urbana em diversas feiras de economia solidária e outros espaços
  • Ampliação da diversidade alimentar dos integrantes do projeto a partir das colheitas e dos consumidores que freqüenta a banca de produtos agroecológicos do Elo da Terra
  • Projeto referência na Rede de Agroecologia da Guarapiranga no Projeto Guarapiranga Sustentável da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo
  • Publicação da Cartilha "Agricultura Urbana na Prática", direcionada aos participantes do projeto e a população em geral
  • Veiculação do projeto em diferentes mídias

2ª Fase:

  • 13 hortas comunitárias implantadas no município de Embu das Artes, sendo 6 em Unidades Básicas de Saúde, beneficiando um total de 262 famílias
  • Realização de 26 eventos de formação (cursos, palestras, oficinas) para os participantes do projeto e demais pessoas interessadas nas temáticas abordadas, beneficiando cerca de 820 pessoas
  • Realização quinzenal da Feira Agrossustentável de Embu das Artes com produtores da agricultura urbana e agricultura familiar
  • Financiamento do CNPQ para desenvolvimento do projeto "Extensão Rural Agroecológica no âmbito da Articulação Paulista de Agroecologia: unidades de referência, formação de formador, redes de apoio técnico e de consumo e mecanismos participativos de garantia da qualidade orgânica", através da UNESP de Botucatu
  • Objeto de estudo do Grupo de Pesquisa “Segurança Alimentar e Promoção da Saúde” da Faculdade de Saúde Pública da USP
  • Realização do “1º Encontro Intermunicipal de Agroecologia” realizado no Parque do Lago Francisco Rizzo, em março de 2011, contando com a participação de aproximadamente 200 pessoas de 16 municípios de São Paulo, entre eles, Cotia, Itapecerica da Serra, São Lourenço da Serra, Juquitiba, Itapevi, Louveira, Araçoiaba, Suzano, Diadema e Santo André
  • Realização da "1ª Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional de Embu das Artes" em parceria com o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes e Sociedade Ecológica Amigos de Embu, reunindo um público de 200 pessoas
  • Visitação de 11 grupos externos às hortas comunitárias do Projeto
  • 44 veiculações na mídia entre: internet, revista, jornal e televisão
  • Experiência relatada no artigo científico “Os reflexos da agricultura urbana agroecológica de Embu-SP na promoção da saúde da população” publicado no Anais do IV Congresso Mineiro de Alimentação e Nutrição e I Congresso Nacional de Alimentos e Nutrição cuja temática foi a Produção de Alimentos, Saúde e Desenvolvimento Sustentável
  • A tecnologia social “Agroecologia Urbana e Segurança Alimentar” desenvolvida no PCS foi certificada pela Fundação Banco do Brasil no Prêmio de Tecnologia Social 2011, estando entre as 27 melhores tecnologias do Brasil e entre as 3 melhores da região Sudeste

Instituições envolvidas[editar | editar código-fonte]

  • Ministério do Desenvolvimento Social
  • Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes
  • Sociedade Ecológica Amigos de Embu – SEAE
  • Outras instituições, por meio de articulações e parcerias, de poderes públicos municipais do entorno e consórcios, governo do estado, universidades, organizações da sociedade civil, redes e fóruns

Fontes[editar | editar código-fonte]

Relatórios Mensais e de Prestação de Contas elaborados pela equipe técnica da Sociedade Ecológica Amigos de Embu - SEAE, instituição responsável pela execução do projeto nas duas fases
http://www.enut.ufop.br/enut/anaiscomanconan2011.pdf
http://www.youtube.com/watch?v=G709eJZV1kU&context=C30c1a00ADOEgsToPDskJgcvWkGrPXPzOIa9TXlwRG
http://www.cidadessustentaveis.org.br/boas_praticas/exibir/213