Saltar para o conteúdo

Protocolos decoloniais para a Wikimedia/Anotações/04

Fonte: Wikiversidade
INÍCIOANOTAÇÕESMATERIAIS
Grupo de pesquisa: Protocolos decoloniais para a colaboração institucional na Wikimedia


Reunião 04. Metodologia da pesquisa - Dia 28-04-2023

Melhorar a versão preliminar da metodologia da nossa pesquisa

[editar | editar código-fonte]

Foi apontado o Chapter 17: Structuring Bibliographic References, que apresenta possibilidades de integração entre Wikidata, Zotero, e Google Sheets.

Revisamos o “Passo a passo da revisão sistemática”, segundo Okoli:

  1. Pergunta
  2. Objetivos
  3. Idiomas pesquisados
  4. Descritores
  5. Base de Dados para pesquisa
  6. Critérios de seleção
  7. Critérios de exclusão
  8. Critérios de qualidade
  9. Software para controle de referências
  10. Planejamento do trabalho / Etapas

A busca inicial de um acordo metodológico, antes mesmo de começar o trabalho, leva 1/3 do tempo da pesquisa, mas é essencial para que toda equipe siga em uma direção que todos concordam. Nessa fase, definimos qual é nosso recorte MUITO ESPECÍFICO.

A pergunta da pesquisa

[editar | editar código-fonte]

Ideia inicial

[editar | editar código-fonte]

Quais são os protocolos para a difusão digital de acervos indígenas na infraestrutura sociotécnica das plataformas Wikimedia?

Primeira questão da discussão foi sobre o termo “difusão digital”. O que os povos indígenas ainda guardam (não foi espoliado), se for difundido será novo espólio?

A palavra "difusão" dá um tom de sentido único. Talvez usar "compartilhamento".

Uma das indicações foi buscar nos projetos que analisaremos quais as ações para que tenha um benefício para os povos proprietários do conhecimento / acervo. Como o digital pode beneficiar os povos indígenas para além de espoliar.

Também se questionou se haveria conhecimento suficiente registrado em texto sobre essa questão com foco nas plataformas Wikimedia. Optou-se por deixar mais amplo.

Segunda proposta

[editar | editar código-fonte]

Quais são os protocolos éticos para o compartilhamento de acervos indígenas na infraestrutura sociotécnica digital colaborativa livre?

Sob uma abordagem ético-crítica (Paulo Freire), estaremos desenvolvendo protocolos de aproximação com as comunidades para relações perenes, que não podem ser momentos fugazes. A ideia de diálogo é o que está mobilizando nossa discussão. Precisamos de protocolos éticos (compromisso com as pessoas da comunidade local) e críticos (reavaliá-los a cada momento em relação ao compromisso com a continuidade). Já que o que não foi espoliado dessas comunidades é tecnologia social sua. Será colocado no mundo e é fundamental pensar nos usos que serão feitos disso.

Terceira proposta

[editar | editar código-fonte]

Quais são os protocolos éticos/dialógicos/críticos para o compartilhamento de acervos indígenas na infraestrutura sociotécnica digital colaborativa livre?

Precisamos pensar em um termo relacionado à palavra "emancipadora", que seja suficientemente amplo para que caibam outras linhagens do que estamos sabendo (outros nomes, como "decolonial"), que não nos alinhe a uma certa vertente teórica, mas nos coloque no que queremos: olhar a prática da coisa.

Surgiu a ideia de centralizarmos "compartilhamento" como algo "emancipador", deixando o protocolo aberto. O que envolve ações que levam não só o acervo a ser colocado nas plataformas, mas que permitam que as próprias comunidades coloquem esses acervos para um propósito que seja benéfico para elas.

Quarta proposta

[editar | editar código-fonte]

Quais são os protocolos éticos/dialógicos/críticos para o compartilhamento emancipador de acervos indígenas na infraestrutura sociotécnica digital colaborativa livre.

Surgiu a questão se trabalharemos apenas com acervos indígenas, ou se vamos ampliar para povos tradicionais e minorias subrepresentadas.

A ideia inicial estava focada em consmovisões não-ocidentais, o que coloca o desafio de populações tradicionais (algumas são ocidentais). Havia-se pensado em "não-hegemônicas", remetendo a opressão / poder. Mas cremos que os protocolos para populações indígenas sejam diferentes daqueles para populações ribeirinhas, por exemplo. Indígenas têm outra relação com Estado, Capitalismo, território etc. Eles têm uma história marcada pela opressão colonial.

Outra diferença é com as populações negras trazidas para o Brasil. Por exemplo, o caso do Cais do Valongo, onde havia um cemitério que foi encontrado. Será que o museu fez uma digitalização, como foi a relação com o acervo? Se limitarmos só a indígenas, perderíamos as relações com vários cruzamentos de identidades.

Eis o desafio: encontrar um termo para englobar tudo isso.

Em se tratando do termo "tradicional" Brasil e EUA têm significados distintos. No inglês, o oposto do tradicional é o alternativo (que é o que vem do indígena). Existe o termo "alter-nativo", de uma linha bem pequena de indígenas que estão repensando e direcionando para o alter.

Estamos buscando um termo que caiba em todas as linhagens críticas. Não queremos apresentar uma forma nova de teorizar. Queremos um termo amplo para que todas as linhas teóricas se reconheçam dentro desse termo. O modo de lidar com as epistemologias não-hegemônicas é um campo de batalha. Vem junto com o modo de nomear o modo de fazer política. Precisamos de uma posição neutra.

Precisamos pensar em distintos acervos segundo sua procedência. Exemplos:

  • Acervos extraídos (Museu do Índio, do IBRAM, tem protocolos como conseguiram as peças?)
  • Acervos mantidos por liderança dentro de um quilombo (posição mais local, carrega elementos de compartilhar saber)

Estamos montando uma pergunta ampla para os dois casos, utilizando "acervo" para indicar uma institucionalidade e não apenas a colaboração individual.

Nesse ponto, decidimos deixar a pergunta como está e analisá-la individualmente para a próxima reunião. Assim, cada um dos participantes pensa se a pergunta funciona dentro de suas linhas de pesquisa / pensamento. E traremos sugestões e dúvidas para o próximo encontro.