Sistemas de Informação Distribuídos/SID na Web/OntoQualis
É uma ontologia de aplicação cujo alvo envolve conferências científicas, na área de Ciência da Coputação, com base no documento QUALIS da CAPES
Este "estudo" tem como objetivo desenvolver um web site para auxiliar na avaliação da qualidade de conferências científicas na área de ciência da computação com base no QUALIS da CAPES [1].
Neste capítulo serão apresentadas algumas características do dominio alvo da ontologia proposta e então será apresentada a proposta da ontologia e os estudos e definições feitas sobre ela.
Algumas características do domínio alvo
[editar | editar código-fonte]O domínio alvo da ontologia proposta envolve Conferências Científicas, na área da Ciência da Computação, com base no documento QUALIS da CAPES. O principal objetivo deste estudo é (semi) automatizar o processo de classificação de uma conferência, segundo os critérios definidos pelo Comitê de Computação da CAPES.
QUALIS é um instrumento concebido pela Capes para a classificação de veículos de divulgação da produção científica, tecnológica, artística etc, dos programas de pós-graduação, foi implantado em 1998 e desde então vem sendo utilizado para a composição de indicadores fundamentais para a avaliação do referido nível de ensino. O documento da área de ciência da computação apresenta os critérios definidos pelo Comitê de Computação para a elaboração do QUALIS da área. O QUALIS objetiva classificar todos os veículos de publicação relatados pelos Cursos de Pós-Graduação. Na área de computação foram considerados como veículos periódicos e anais de congressos nacionais e internacionais. Cada veículo tem suas regras específicas e podem ser classificados em Tipo A, B, C ou D (não classificado). A cada ano/período, o conjunto de veículos poderá ser ajustado, assim como os critérios de avaliação poderão ser revistos para contemplar a evolução e as particularidades das subáreas da Ciência da Computação.
A classificação de Conferências Internacionais tem como critério principal o índice de impacto divulgado pelo CiteSeer, baseado nos seguintes pontos de corte: conferência tipo "A" – 40%; tipo "B" – 40%; e tipo "C" – 20%. Além disso, conferências do tipo "A" devem ser patrocinadas por Sociedades Científicas Internacionais tais como: IEEE, IFIP, ACM, SIAM, INFORMS, W3C, etc., desde que a publicação seja artigo completo e a avaliação por revisores e a conferência tenha uma tradição de pelo menos 4 edições. Uma Conferência Internacional é considerada do tipo "B" quando satisfaz os critérios acima, mas é considerada recente, i.e., menos de 4 edições. Conferências Internacionais são classificadas como tipo "C" quando o veículo de divulgação dos trabalhos contém artigos completos e avaliação de revisores e são impressos por sociedades científicas como IEEE, ACM, IFIP, SIAM, etc., mas não são patrocinadas por estas sociedades. Também são classificadas como do tipo "C" conferências patrocinadas por estas sociedades científicas, mas com caráter claramente regional.
Workshops e similares associados a Conferências Internacionais QUALIS "A", patrocinados por Sociedades Científicas Internacionais reconhecidas, como as acima citadas, com trabalho completo, recebem classificação internacional "C".
Em Conferências Nacionais, os critérios "percentual de aceitação" e "tradição" são preponderantes na determinação da classificação. O Comitê de Programa deve ser constituído por pesquisadores qualificados, ativos e reconhecidos pela comunidade científica nacional e internacional. O número de submissões deve ser expressivo e o percentual de aceitação em eventos do tipo "A" deve ser inferior a 35%. Índices entre 35% e 55% apontam para eventos tipo "B". A qualidade do evento também depende do apoio de entidades científicas tradicionais. Um evento do tipo "A" deve ter apoio de entidades nacionais e internacionais. O veículo de divulgação dos trabalhos deve possuir ISBN, assim como deve ser de distribuição nacional e internacional. Quanto a tradição do evento, é necessário no mínimo 3 edições, repetidas e regulares, para que o mesmo receba classificação máxima. Workshops e similares associados a Conferências Nacionais QUALIS "A", patrocinadas por sociedades científicas, com trabalho completo, recebem classificação nacional "C"[1].
Proposta da ontologia ONTOQUALIS
[editar | editar código-fonte]Segundo Souto[1] para a construção da ontologia foi escolhida a metodologia de Noy e McGuinness[2] como o "Método 101". Este método possui sete passos:
- Identificação do domínio e do escopo da ontologia
- Verificação de ontologias existentes
- Enumeração de termos importantes no domínio considerado
- Definição das classes e da hierarquia de classes
- Definição das propriedades das classes
- Definição dos valores das propriedades
- Geração das instâncias
Para a construção do protótipo foi utilizado o Plugin OWL (Web Ontology Language) da ferramenta Protégé. A linguagem escolhida para definir a ontologia foi a OWL-DL (Web Ontology Language), proposta como padrão pela W3C, a qual é baseada em Description Logic (DL) [3], o que garante a computabilidade da ontologia [1]. E por ultimo, para testar a consistência da ontologia foi utilizado o Racer OWL Reasoner o qual checa a taxonomia das classes e a consistência das propriedades e restrições [1].
A ontologia OntoQualis envolve um amplo e intrincado conjunto de conceitos, relacionamentos e restrições para permitir a classificação QUALIS de uma conferência. A modelagem dos conceitos varia desde situações mais simples tais como o "escopo" da conferência (nacional, internacional ou regional), "Instituição Científica" que apóia o evento e/ou publica o veículo de divulgação (Anais, Proceedings, Livro), etc., até situações mais complexas. Por exemplo, um importante requisito diz respeito à qualificação do "Comitê de Programa" o qual, por sua vez, depende da "qualificação" dos pesquisadores que integram este comitê [1].
A construção da ontologia OntoQualis está sendo construída em OWL. Uma ontologia OWL consiste de Indivíduos, Propriedades e Classes [4]. Em OWL, os Indivíduos correspondem às instâncias das classes; as Propriedades representam relações (p.ex.: a propriedade "hasAuthor" relaciona indivíduo (s) da classe "Paper" com indivíduo (s) da classe "Person"); as Classes são interpretadas como conjuntos que contém Indivíduos (p.ex.: a classe "Paper" contém indivíduos que são artigos, ou seja, indivíduos que satisfazem os requisitos necessários para pertencerem a esta classe).
Após estudos, foi então criada uma hierarquia de classes como a da figura ao lado.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- UFRGS: http://www.ufrgs.br/
- ((en)) Protegé: http://protégé.standford.edu
- ((en)) OWL Web Ontology Language Overview: http://www.w3.org/TR/owl-features/
- ((en)) Citeseer: http://citeseer.ist.psu.edu/
- ((en)) ACM - Association for Computing Machinery: http://www.acm.org/
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 Souto, Maria A. M.; Warpechowski, Mariusa; Palazzo, José M. O., (2006). Modelo de Avaliação da Qualidade de Conferências Científicas na Área da Ciência da Computação: uma Abordagem Ontológica. In: WOMSDE - Workshop on Ontologies and Metamodeling Software and Data Engineering; SBBD/SBES, 2006, Florianópolis. Florianópolis: Sociedade Brasileira de Computação, 2006, p. 93-102. ISBN 85-7669-086-1.
- ↑ Noy, F. N. & McGuinness, D.L. (2001). Ontology Development 101: A Guide to Creating Your First Ontology, Technical Report SMI-2001-0880, Stanford Medical Informatics,Stanford University, Stanford, CA , USA
- ↑ Baader, F., Calvanese, D., McGuinness, D., Nardi, D., Patel-Schneider, P. (eds.). (2003). The Description Logic Handbook. Theory, Implementation and Applications, Cambridge.
- ↑ Horridge, M.; Knublauch, H.; Rector, A.; Stevens, R.; Wroe, C. (2004). A Practical Guide to Building OWL Ontologies Using The Protégé-OWL Plugin and CO-ODE Tools.