Sociologia (RTVI)/2021/Trabalho semestral/Grupo 7

Fonte: Wikiversidade


Relato individual[editar | editar código-fonte]

  1. 2100691P: Ajudou com as perguntas de entrevista, subiu o áudio da entrevista, e atuou na edição da página.
  2. Isabella Ekerman: Transcrição do áudio da entrevista.
  3. Rafael Barros: Realizou a entrevista e tratou da edição de áudio.
  4. Camile Suemi: Transcrição do áudio da entrevista.
  5. Éhoteres: Lidou com a parte burocrática e documentação necessária para os direitos autorais.

Publicação de texto do grupo[editar | editar código-fonte]

Nesse trecho da entrevista, Andreia conta um pouco do drama vivido por uma família Nordestina que se muda para São Paulo - como milhares Brasil afora - em busca de melhores condições de vida, e faz questão de exaltar o orgulho que tem de sua família e de suas origens:


"O trajeto, Rafinha, é o mesmo trajeto de milhares de centenas de milhares de famílias nordestinas que sai de São Paulo, do Nordeste para uma vida melhor em São Paulo, Rio das grandes cidades, né? A minha, a história da minha família é a mesma, a minha família é cearense, mas parte da minha família é pernambucana também porque no Nordeste é muito isso, as família são bem mosaicos né, que nem fala, né, daí o tio pernambucano que casou com a cearense ,com a capixaba e assim vai, e assim vai (...) . Eu tenho assim, orgulho de falar isso, de certa forma porque sempre que a gente estava na linha vermelha eu e o pai era muito engraçado, e4le falava assim “Oh, minha filha, eu trabalhei aqui sabe”. Ele falava com tanto orgulho sabe como todo trabalhador tem orgulho daquilo que se faz e era muito bonito. E aí eu falava assim realmente pai o certo seria assim, todos que trabalharam aqui e seus familiares não deveriam pagar passagem. Então assim, não só a minha família nordestina eu tenho muito orgulho tenho muito disso mas também eu passei parte da minha adolescência, é, no Nordeste, em Juazeiro especificamente, Juazeiro do Norte lá no Ceará e aí aqui em São Paulo foi isso, chegando aqui em São Paulo."

Nessa outra parte, nossa entrevistada faz questão de mostrar que o importante é trabalhar, e diz que não tem motivo para as pessoas se envergonharem do que fazem:


"Eu como trabalhadora, que sempre, sempre Rafael, independente do trabalho que eu esteja, um dos que eu mais gosto é de cuidar do outro, deixar tudo limpo, de deixar tudo arrumado, sabe? Isso me satisfaz .Então é algo que também é de uma insensibilidade da burguesia de não enxergar isso. Claro que é uma herança escrava, então taí aí o problema mas é tão insensível da parte deles e não enxergar que você está fazendo aquilo ali não só por dinheiro, não só porque você precisa da grana para para se sustentar, mas porque você faz também com amor, faz também com carinho. Dói muito também, entendeu? Dói muito também porque você ali você cuida do filho ,você faz uma comida boa você deixa a casa impecável, você deixa um ambiente melhor para a vida da pessoa e a pessoa, né, te trata como, né, os livros têm livros, o cinema mostra tudo isso também né, que a realidade é essa né, é essa. As escravas que criavam, né, que amamentavam o que, sabe? Então sei lá, é muito dolorido, é algo assim, é algo nesse sentido. Aí com o passar do tempo, com a chegada dos aplicativos,aí as coisas mudaram um pouco. A única coisa que, que vai nessa via de pequena melhora é apenas isso, é o poder escolher.  “Ah eu não vou mais na casa desse cliente porque esse cliente me humilhou, então é uma humilhação que eu não, preciso, que eu não vou passar mais, entendeu? Isso porque de resto você é obrigado a virar MEI, Microempreendedor Individual e sabe de tudo, as humilhações continuam as mesmas, sabe, é tipo que  você tem lugares que você vai ter que abrir a bolsa pra,pra ver se você não está levando nada, a precarização continua a mesma, né? Agora com muito menos direitos, direitos que as empregadas conquistaram pela CLT também muito poucos. Você tá com um uniforme mais bonito, né, às vezes temos clientes que falam assim, que por aplicativo parece, dá a impressão de ser uma coisa mais chique, mais moderna entendeu, mas a grande maioria também das trabalhadoras elas não conseguem nem mexer direito no aplicativo, entendeu?"


No último trecho da entrevista, as palavras falam por si só. Qual é a luta vivida diariamente por uma mulher e qual é o lugar que deveria ser ocupados pelas mulheres?

"A luta das mulheres é sempre é. Nós mulheres, a gente celebra desde pequena a luta, a gente tá sempre lutando. Eu joguei futebol, sabe, Rafa. Eu era ala direita, eu joguei futebol e eu lembro que era salão. Quando a gente ia treinar, a gente ouvia muito: “ vai pra casa lavar louça” e tals e sabe...é esse tipo de coisa que a gente escuta desde sempre que vai colocando em você algo que não dá para você afrouxar as rédeas nunca!. O nosso time feminino tinha até fotos da gente na prefeitura, a gente ganhava todos os campeonatinhos que tinha ao redor nas cidadezinhas. Quer dizer, a gente também lavava a louça, mas a gente batia uma bola, então mas meu lugar (e sempre foi assim) é não só mostrar na prática o que a gente pode fazer, mas também levantar bandeiras. O  meu lugar hoje, é o meu lugar de defesa e de combate sempre, e agora depois que eu entrei para os pães e rosas, eu fiquei assim muito mais preparada, porque você tá em uma corrente junto com outras companheiras...você fica mais preparada, você tá na luta mesmo. Você consegue fazer isso só? Consegue (...). Sim, eu sou marxista! sim, eu faço parte de um grupo de mulheres que luta pela revolução socialista e que é contra a opressão! Então assim admitindo estou e vamos aí. Então assim, é o meu lugar de luta. A gente transforma sim, a gente transforma se conhecendo, a gente se transforma se informando, a gente transforma essa realidade se organizando, a gente transforma essa realidade se revoltando muito e não deixando passar. A gente tem que ficar muito revoltado com as coisas. Não é uma criança que cai do prédio e as coisas ficam de boa. O policial vai lá, mata o outro com o joelho e a gente fica de boa. Uma mulher é  escravizada há 30 anos numa residência que nem a gente viu aí, quantos mil casos que a gente não sabe mas que tem, porque o Brasil ainda é um país que escraviza muito...nessa linha de escraviza amarrado, com grilhões... e você fica quieto. Não! Tem que se revoltar cara! e tem que se revoltar mesmo e ficar muito mais muito indignado com tudo, é você viver em plena revolta, porque eu não sei Rafinha, eu não sei você mas eu acredito que não tem outro jeito de viver dentro do capitalismo, ele não te dá opção. Ele não te dá outra opção... a não ser a indignação mesmo, né."



Link para o termo de cessão:

Publicação de texto da pessoa entrevistada[editar | editar código-fonte]

- Eu sou Andreia Pires de Oliveira , trabalhadora doméstica e uma mulher que luta por um mundo melhor!

Obs: A nossa entrevistada acabou mandando apenas uma descrição sobre quem ela é, mostrando um pouco da sua essência: uma mulher que luta por um mundo melhor. Ao longo da entrevista ela faz questão de mostrar o tempo todo suas origens, de onde ela é, e qual é a sua luta no mundo e por qual motivo ela briga todos os dias, mostrando o porquê ela é essa mulher batalhadora e guerreira que se mostrou ao longo da conversa.

Carregamento de áudio de entrevista[editar | editar código-fonte]


Selfie da pessoa entrevistada[editar | editar código-fonte]

Opcional: fotografia da pessoa entrevistada[editar | editar código-fonte]