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Sociologia e Comunicação/Estudo 2

Fonte: Wikiversidade

"O maior problema com a comunicação é a ilusão de que ela foi alcançada"

(George Bernard Shaw)


“Sobre assim, aí corria no meio dos nossos um conchavo de animação, fato que ao senhor retardei: devido que mesmo um contador habilidoso não ajeita de relatar as peripécias todas de uma vez (…) A qualquer narração dessas depõe em falso, porque o extenso de todo o sofrido se escapole da memória. E o senhor não esteve lá. O senhor não escutou, em cada anoitecer, a lugugem do canto da mãe-da- lua. O senhor não pode estabelecer em sua ideia a minha tristeza de quinhoã. Até os pássaros, consoante os lugares, vão sendo muito diferentes. Ou são os tempos, travessia de gente?"


”A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem se misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou de pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim é que eu conto.”

(Guimarães Rosa. Grande Sertão:Veredas)


“A memória me guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo. Febre de meus adentros: as cidades e as gentes, soltas da memória, navegam para mim: terra onde nasci, filhos que fiz, homens e mulheres que me aumentaram a alma.”

(Eduardo Galeano - Dias e noites de amor e de guerra)


“Mas é isso mesmo que nos faz senhores da Terra, é esse poder de restaurar o passado, para tocar a instabilidade das nossas imprecisões e a vaidade dos nossos afetos. Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço [ser frágil] pensante. Não; é uma errata [correções de um texto] pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes (...) ”Lembra-vos ainda a minha teoria das edições humanas? Pois sabei que , naquele tempo, estava eu na quarta edição, revista e emendada, mas ainda inçada de descuidos e barbarismos; defeito que, aliás, achava alguma compensação no tipo, que era elegante, e na encadernação, que era luxuosa.”

(Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas)


O enquadramento procura “selecionar alguns aspectos da realidade percebida e dar a eles um destaque maior no texto comunicativo, gerando interpretação, avaliação moral e/ou tratamento recomendado para o item descrito (...)Ao se referir aos frames nas notícias políticas, Entman lembra que os políticos são obrigados a competir com outros políticos e com os jornalistas para criar novos enquadramentos (...)é preciso ir em busca da definição do problema apresentado, verificando se é político ou econômico, por exemplo. Verificar se há ou não personalização do problema (...)é necessário identificar as causas do problema apresentado na reportagem, quais são seus atores, a quem está sendo creditada a solução deste problema e, afinal, é possível identificar a avaliação moral do problema, se o momento crítico é positivo ou negativo”

(Robert Entman. Framing: toward clarification of fractured paradigm. Journal of Communication)