TURMA JO D/Depressão: a doença mais incapacitante do mundo

Fonte: Wikiversidade

Trabalho realizado pelos alunos Ana Luíza Gerodetti, Marcela Andraus, Roberta Minhoto e Sofia Sampaio, do 3º ano de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, para a disciplina de Legislação e Prática Judiciária

Notícia[editar | editar código-fonte]

Depressão - a doença mais incapacitante do mundo

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), depressão é a doença mais incapacitante do mundo. Aqueles que possuem este transtorno mental, sofrem com períodos de crise que os impossibilitam de praticar atividades cotidianas, como levantar da cama até trabalhar. Por essas razões é considerada a doença mais incapacitante do mundo. Também é a causa que leva a outros transtornos mentais, como síndrome do pânico, e a consequências graves, como tentativas de atentado contra a própria vida. Estima-se que hoje, em torno de 615 milhões de pessoas sofram com a depressão, sendo assim, quase 10% da população mundial. E que a média de suicídios no mundo seja de um para cada 40 segundos, matando mais do que o HIV e acidentes.

Um estudo realizado por Ronald Kessler, sociólogo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, afirma que nos países com alta renda, aproximadamente 14,6% da população teve depressão. Quanto ao grupo de renda baixa e média, 11,1% das pessoas apresentou o distúrbio e 5,9% nos últimos 12 meses. Em relação ao Brasil a média foi de 10,4%, sendo uma das maiores da pesquisa, e o Japão, com 2,2%, considerado o com a menor porcentagem. A pesquisa ainda demonstra que nos países com alta renda, o grupo mais vulnerável a depressão são os jovens com até 25 anos, sendo o gênero feminino o mais afetado e um dos principais motivos seria a separação de parceiros. O grupo menos prejudicado foi o de idosos. Apesar do grupo de baixa renda ter apresentado menores índices da doença, deve-se pontuar que pessoas de baixa renda tem menos possibilidades de irem a consultórios médicos e conseguirem diagnósticos precisos, principalmente em países subdesenvolvidos, pois estes, normalmente, apresentam baixa qualidade no sistema de saúde pública.

Além de prejudicar o bem-estar e de ser uma das doenças mais incapacitantes, no plano econômico a falta de tratamento de pessoas com depressão gera um alto custo nos cofres públicos. Atualmente, o custo mundial, segundo a OMS, é de US$ 1 tri ao ano. Margaret Chan, diretora-geral da OMS, afirma que para cada um dólar investido, o retorno são de quatro. Um estudo realizado pelo Instituto de Psicologia Clínica e Psicoterapia da Technische Universitaet de Dresden, na Alemanha, sustenta esta tese ao demonstrar por meio de seus resultados que, no geral, pessoas com depressão perdem oito dias de trabalho por mês, enquanto pessoas que não possuem esta doença perdem somente dois. Portanto, investir em tratar estas pessoas, além de diminuir a elevada taxa de suicídios e de melhorar a qualidade de vida, a longo prazo diminuirá os altos gastos globais com esta doença.

E no Brasil, quão grave esta doença é segundo os nossos próprios dados? Segundo o jornal Estado de São Paulo, que baseou a sua pesquisa em dados do Datasus de 2014, a depressão havia crescido 705% no País, no período de 16 anos. Entretanto, quando procura-se mais informações sobre a doença no Brasil, faltam tanto dados primários disponíveis quanto reportagens de fontes confiáveis. Ao vasculhar o site da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, até é possível encontrar alguns dados sobre depressão, que são do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Psiquiatria, entretanto, além de serem poucos, são de 2010. Em relação a outros Estados do Brasil, a dificuldade por encontrar estes dados na internet diminui. A falta desses dados em ambientes de fácil acesso a população impossibilita tanto o trabalho do jornalista quanto daquelas pessoas que têm interesse em saber mais sobre o assunto. Dificultando, assim, que as pessoas possam se informar e que este assunto esteja presente na agenda da sociedade.

Levantamento da informação[editar | editar código-fonte]

Fizemos buscas no site da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e os dados eram insuficientes. Encontramos alguns dados sobre uma parceria da FMUSP com Harvard e a OMS, porém os dados eram sobre 2005 a 2007. No site da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, alguns dados estavam disponíveis, porém não todos os necessários para uma avaliação. Por último, entramos em contato, por e-mail, com a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo solicitando os dados sobre depressão e atendimento na cidade de São Paulo, pois eles não se encontram disponíveis na internet.

Relação com o órgão público[editar | editar código-fonte]

Quando solicitamos, no dia 1 de novembro, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, sobre o número de crises de depressão e seus atendimentos na cidade de São Paulo, recebemos uma confirmação por e-mail com número de protocolo nos avisando que nosso pedido havia sido registrado. No sexta-feira 18 de novembro recebemos, às 18h, a resposta do órgão.

"Prezada Sra. Sofia de Almeida, Considerando a Lei n° 12.527 de 18 de novembro de 2011, que dispõe: Art. 11: O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. (...) § 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. Portanto levando em consideração que as informações solicitadas são públicas e disponíveis nos sites, segue o caminho para busca-las, podendo encontrar uma estimativa de quantitativo no site Pesquisa Nacional de Saúde 2013 – levantamento populacional mais recente de prevalência de diagnóstico de depressão na vida, segue tabelas e microdados originais disponíveis no TABNET: http://ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/pns/2013/default_xls.shtm Diagnóstico de Depressão por profissional de saúde na vida- ferramenta de tabulação TABNET Datasus PNS 2013(%): http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?pns/pnsqd.def Ademais informamos que esta Coordenação de Saúde Mental não possui dados quantitativos pois computamos procedimentos e não usuários, ou seja, um único usuário pode passar por vários procedimentos na utilização dos serviços quando estiver acometido de sofrimento ou transtorno mental. Nos colocamos a disposição para demais informações".

Entretanto, as informações solicitadas continuam não sendo públicas, uma vez que pedimos informações referentes aos últimos 10 anos em São Paulo. Nos sites que o órgão nos disponibilizou só podem ser encontrados dados sobre o ano de 2013 e que já foram utilizados para fazermos o recorte da depressão em outros tópicos acima.

Reflexão da Lei de Acesso à Informação[editar | editar código-fonte]

A Lei de Acesso a Informação (LAI) existe desde 2011 e entrou em vigor em 2012, o que garantiria a população acesso e transparência em relação as informações pedidas por cidadãos, independente de idade, com exceção somente as de dados pessoais e as que põe a segurança da sociedade em risco. Sua importância para o Brasil é imensurável e indiscutível. O que pode ser levantado em debate é se ela está sendo respeitada e se pode ser melhorada. Apesar de existir esta lei, a população ainda enfrenta dificuldades em ter as respostas em um tempo médio daquilo que solicitam. O problema neste demorado trâmite, está no empobrecimento de informações necessárias para debates urgentes na sociedade.

Anexos[editar | editar código-fonte]

1 - MENSAGEM DE ACOMPANHAMENTO DA DEMANDA

PREZADO(A) SR(A) SOFIA DE ALMEIDA SAMPAIO RIBEIRO, REGISTRAMOS SUA DEMANDA SOB PROTOCOLO 1985108 E ENCAMINHAMOS PARA LAI - SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE - SAS

SEUS DADOS PESSOAIS SERÃO RESGUARDADOS QUANDO SOLICITADO OU NOS CASOS QUE ACHARMOS CONVENIENTE, PARA SUA MAIOR SEGURANÇA.

CASO QUEIRA ACRESCENTAR NOVAS INFORMAÇÕES OU ALTERAR DADOS DO REGISTRO EFETUADO, POR FAVOR ENTRE EM CONTATO COM O NOSSO SERVIÇO DE OUVIDORIA.

ATENCIOSAMENTE, OUVIDORIA DO SUS

MENSAGEM AUTOMÁTICA. NÃO RESPONDA ESTE E-MAIL. OUVIDORIA GERAL DO SUS MINISTÉRIO DA SAÚDE SETOR DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL (SAF) SUL QUADRA 2 LOTES 05/06 ED. PREMIUM TORRE I 3º ANDAR SALA 305 70070-600, BRASÍLIA-DF, 136 ________________________________________

2 - CONFIRMAÇÃO DE RECEBIMENTO DA SUA MENSAGEM

PREZADO(A) SR(A) SOFIA DE ALMEIDA SAMPAIO RIBEIRO,

CONFIRMAMOS O RECEBIMENTO DA SUA MENSAGEM NESSA OUVIDORIA DO SUS. O SEU NÚMERO E SENHA PARA ACOMPANHAMENTO VIA INTERNET SÃO: NÚMERO: 553304 SENHA: 3R825M HTTP://WWW.SAUDE.GOV.BR/OUVIDORSUS/ACOMPANHAMENTOWEB

ATENCIOSAMENTE,

OUVIDORIA DO SUS