Tecnologias Digitais e Direitos Humanos/2021
Professor Responsável
[editar | editar código-fonte]Henrique Z.M. Parra é professor do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Atualmente se dedica a investigar as dinâmicas de produção colaborativa de conhecimentos (ciência cidadã, ciência aberta) e as novas configurações da política no contexto de crescente mediação das tecnologias digitais de comunicação. No campo da educação atua na formação de professores e ensino de sociologia (enfase nas práticas e metodologias de ensino). Trabalhou como professor, pesquisador e gestor público em áreas relacionadas à sociologia da tecnologia, desenvolvimento socioeconômico, políticas públicas, tecnologia social, direitos humanos e comunicação. Na Unifesp coordena o Pimentalab - Laboratório de Tecnologia, Política e Conhecimento - onde desenvolve ações de pesquisa e extensão: Site: http://pimentalab.net Contato: henrique.parra [arroba] unifesp.br
Ementa
[editar | editar código-fonte]A disciplina oferecerá um percurso analítico sobre a emergência das tecnologias de informação e comunicação digital e as reconfigurações sociopolíticas que dão forma ao novo ambiente cultural e tecnopolítico. Destacaremos os fundamentos históricos da chamada sociedade da informação; a relações entre a expansão das tecnologias digitais e o surgimento de novos regimes e tecnologias de poder; apresentação de perspectivas críticas e contra-hegemônicas em torno de modos de existência tecnicamente mediados e os novos desafios para os direitos humanos na era digital.
Carga horária
[editar | editar código-fonte]Carga Horária total da disciplina: 16 horas
Total de horas teóricas: 8 horas
Total de horas práticas: 8 horas
Recursos Adicionais
[editar | editar código-fonte]Reportagens selecionadas
[editar | editar código-fonte]- Na verdade, o que é exatamente um algoritmo? : https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/30/tecnologia/1522424604_741609.html
- Algoritmos das rede sociais promovem preconceito e desigualdade, diz matemática de Harvard: https://www.bbc.com/portuguese/geral-42398331
- A economia psíquica dos algoritmos: quando o laboratório é o mundo: http://lavits.org/a-economia-psiquica-dos-algoritmos-quando-o-laboratorio-e-o-mundo/?lang=pt
- Quem vigia os algoritmos para que não sejam racistas ou sexistas? https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/18/tecnologia/1552863873_720561.html
- Vaticínios punitivos: os algoritmos preditivos e os imaginários de ordem e cidadania: http://www.comciencia.br/vaticinios-punitivos-os-algoritmos-preditivos-e-os-imaginarios-de-ordem-e-cidadania/
- A silenciosa ditadura do algoritmo: https://outraspalavras.net/sem-categoria/a-silenciosa-ditadura-do-algoritmo/
Podcasts
[editar | editar código-fonte]- Programa Tecnopolítica com prof. Sergio Amadeu. Vários episódios relevantes: https://open.spotify.com/show/55uTHZA0rs7ue5ajEJN9wp?si=KfnkTobRRsqJq_QExu5thg&dl_branch=1
- Programa Batalhas Digitais - Coalização Direitos na Rede. Episósio Tecnoautoritarismos: https://open.spotify.com/episode/34ilvLsQQPbAQ70VODQsox?si=aSz00LTSQhmBm0EwEhjeAg&utm_source=native-share-menu&dl_branch=1
- Tecnopolítica #50: Tecnologia e Racismo. Com Sergio Amadeu, Sueli Carneiro, Tarcízio Silva: https://open.spotify.com/episode/6Nf2Fk3r2UwObWX2F83kgS
Videos
[editar | editar código-fonte]- Vigilância em Cena (4 curta metragens da SSN legendados): https://www.screeningsurveillance.com/
- Cidadão 4 – Snowden: https://www.youtube.com/watch?v=kPCd0rMYxjg
- Driblando a Democracia: https://www.youtube.com/watch?v=0XGE9iM-8GQ
- Privacidade Hackeada – Disponível no Netflix
- Coded Bias - Disponível no Netflix
- Tudo Vigiado por Máquinas de Adorável Graça
- Primeira parte: https://vimeo.com/68299139
- Segunda parte: takedown
- Terceira parte: takedown
Aula 1: 9 de outubro: 10hs as 12hs: Virada Cibernética e Sociedade de Controle
[editar | editar código-fonte]Nessa sessão discutiremos a relação entre a emergência de novos regimes de saber e poder no contexto da crescente expansão das relações sociais mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação digital, dando forma à virada cibernética. Novas tecnologias de exercício do poder, sociedade de controle, capitalismo de vigilância e governamentalidade algoritmica, são alguns dos conceitos explorados, bem como os impactos sobre a normatividade social e os novos desafios para os direitos humanos.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]Leitura Principal
- A Hipótese Cibernética - Coletivo Tiqqun: https://docs.google.com/document/d/1cnfm4mM4L4IfQ_YBH7_TWhokJOhnb9n7P0Va9lbOIPk/edit
- DELEUZE, Gilles. Post-Scriptum sobre Sociedade do Controle In: Conversações. São Paulo: Ed. 34, 2007. Disponível em: https://historiacultural.mpbnet.com.br/pos-modernismo/Post-Scriptum_sobre_as_Sociedades_de_Controle.pdf
Bibliografia básica:
- PARRA, Henrique. Abertura e controle na governamentalidade algorítmica. Cienc. Cult., São Paulo , v. 68, n. 1, p. 39-49, Mar. 2016 . Access on 25 Sept. 2018. http://dx.doi.org/10.21800/2317-66602016000100013
- SANTOS, Laymert Garcia. A Informação após a Virada Cibernética. IN. Revolução Tecnológica, Internet e Socialismo. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2003. Disponível em: https://bibliotecadigital.fpabramo.org.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/286/revolucao_tecnologica_internet_e_socialismo.pdf
- TELES, Edson. Governamentalidade Algorítmica e as subjetivações rarefeitas. http://www.scielo.br/pdf/kr/v59n140/0100-512X-kr-59-140-0429.pdf
Bibliografia complementar
- BRUNO, F.; Cardoso, B.; Kanashiro,M; Guilhon,L.; Melgaço,L.(orgs.) Tecnopolíticas da Vigilância. São Paulo: Boitempo, 2018. Disponível em: http://lavits.org/wp-content/uploads/2020/09/Tecnopoliticas-da-vigilancia_miolo_download.pdf
- DILLON, Michael; REID, Julian. Governança liberal global: biopolítica, segurança e guerra. Estudos de Sociologia: Revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, v. 8, n. 1/2, p. 69-99, 2002. Disponivel em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revsocio/article/download/235441/28430
- FERNANDEZ-SAVATER, A. (2015). La pesadilla de un mundo en red. Diponivel em: http://www.eldiario.es/interferencias/pesadilla-mundo-red_6_412668752.html
- PARRA, H.Z.M. & ABDO, A. Tendências democráticas e autoritárias, arquiteturas distribuídas e centralizadas. LIINC em Revista, Rio de Janeiro, v.12, n.2, p. 334-349, novembro 2016, Disponível em: http://liinc.revista.ibict.br/index.php/liinc/article/download/918/666
- PARRA, Henrique Z. M. Sujeito, território e propriedade: tecnologias digitais e reconfigurações sociais. Contemporânea – Revista de Sociologia da UFSCar, São Carlos, v.4, n. 1, jan.-jun. 2014, pp. 183-209. Disponivel em: http://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/download/203/107
- RODRIGUES, Pablo Esteban. ¿Qué son las sociedades de control? http://www.sociales.uba.ar/wp-content/uploads/21.-Qué-son-las-sociedades-de-control.pdf
- ROUVROY, A. & BERNS, T. Governamentalidade algorítmica e perspectivas de emancipação: o díspar como condição de individuação pela relação? Revista Eco-Pós. v.18, n.2, Dossie Tecnopolíticas e Vigilância. p.36-56, 2015. https://revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos/article/view/2662/2251
- SILVEIRA, Sergio Amadeu. Regulação algorítmica e os Estados democráticos http://www.comciencia.br/regulacao-algoritmica-e-os-estados-democraticos/#more-3604
Atividade Assincrônica
[editar | editar código-fonte]Cada estudante deverá elaborar um mapa-diagrama das tecnologias digitais que utiliza, bem como descrever a apresentar sua "presença digital". O objetivo é que possamos compreender quais são as tecnologias digitais que estamos utilizando (ou que estão sendo utilizadas sobre nós) e como nossa vida online e offline estão se cruzando.
Aula 2: 9 de outubro as 15hs-17hs: Tecnopolíticas e Colonialidade
[editar | editar código-fonte]Nessa sessão abordaremos estudos e práticas tecnopolíticas a partir de perspectivas anti-racistas, feministas e anti-coloniais. Iremos problematizar a maneira como conhecimentos científicos hegemônicos e o desenvolvimento tecnológico são elaborações historicamente situadas e portanto carregadas de valores e perspectivas políticas (racismo, sexismo, colonialidade). Também discutiremos os efeitos societais da adoção de determinadas tecnologias que frequentemente se apresentam como tecnicamente neutras e eficientes.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]Filme recomendado: Coded Bias - Disponível no Netflix
Leitura Principal
- BENJAMIN, R. Retomando nosso fôlego: estudos de ciência e tecnologia, teoria racial crítica e a imaginação carcerária. In: Silva, TARCÍZIO. Comunidades, algoritmos e ativismos digitais: Olhares afrodiaspóricos. Consultoria Editorial: LiteraRUA – São Paulo, 2020. https://www.researchgate.net/publication/339954112_Comunidades_Algoritmos_e_Ativismos_Digitais_olhares_afrodiasporicos
- MBEMBE, Achille. Critica da Razão Negra. Cap.1, trecho, Recalibragem (pp.44-52). Lisboa: Ed.Antígona. 2014 (trecho disponivel no drive do curso).
- A ameaça nada sutil do Colonialismo Digital por Michael Kwet
- VORA, Kalindi. Tecnoutopias racializadas e coloniais em relação ao futuro do trabalho: entrevista com Kalindi Vora. DigiLabour, 2020. https://digilabour.com.br/2020/11/08/tecnoutopias-racializadas-e-coloniais-em-relacao-ao-futuro-do-trabalho-entrevista-com-kalindi-vora/
Bibliografia complementar:
- BENJAMIN, R. (2016). Racial fictions, biological facts: Expanding the sociological imagination through speculative methods. Catalyst: Feminism, Theory, Technoscience, 2(2), 1-28. https://static1.squarespace.com/static/5bbd85f3809d8e6a1a3c5c9e/t/5bdc1e61032be468ca7594b6/1541152364319/2016-Racial-Fictions-Biological-Facts.pdf
- BENJAMIN, Ruha (editor). Captivating technology : race, carceral technoscience, and liberatory imagination in everyday life. Durham : Duke University Press, 2019.
- Colonialismo de dados e esvaziamento da vida social antes e pós pandemia de Covid-19, Nick Couldry
- GAGO, V. and MEZZADRA, S., 2015. Para una crítica de las operaciones extractivas del capital: patrón de acumulación y luchas sociales en el tiempo de la financiarización. Nueva sociedad, 255, 38–52. https://storage.googleapis.com/nuso-webapp-production-files/media/articles/downloads/4091_1.pdf
- NATANSOHN, Graciela; REIS, Josemira. Digitalizando o cuidado: mulheres e novas codificações para a ética hacker*. Cad. Pagu, Campinas , n. 59, e205905, 2020 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332020000200214&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 30 abr. 2021. Epub 15-Jan-2021. https://doi.org/10.1590/18094449202000590005
- SILVA, Tarcizio da. VISÃO COMPUTACIONAL E RACISMO ALGORÍTMICO: BRANQUITUDE E OPACIDADE NO APRENDIZADO DE MÁQUINA. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S.l.], v. 12, n. 31, fev. 2020. ISSN 2177-2770. Disponível em: <https://www.abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/744>. Acesso em: 21 ago. 2021.
Atividade Assincrônica
[editar | editar código-fonte]A partir do mapeamento realizado na atividade anterior, cada participante deverá descrever e identificar os possíveis graus de exposição e vulnerabilidade com relação a sua presença digital e ao uso de tecnologias, sempre relativo ao seu contexto específico de trabalho e comunicação pessoal. Em seguida, o participante deverá elaborar um relatório com os cenários de possíveis vulnerabilidades, tendo em vista os cenários de possíveis ameaças, sempre relativas a sua prática.
Aula 3: 23 de outubro - manhã: Apropriações tecnológicas, contra-poder e resistência na Era Digital
[editar | editar código-fonte]Nessa sessão iremos explorar diferentes composições entre técnica e política, de forma a problematizar as possibilidades de apropriação crítica e emancipatória das tecnologias de informação e comunicação digital. Interessa-nos indicar os desafios para a promoção de novos direitos na era digital.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]Bibliografia básica:
- PARRA, H.Z.M. Experiências com tecnoativistas: resistências na política do dividual? In. Bruno, F.; Cardoso, B.; Kanashiro,M; Guilhon,L.; Melgaço,L.(orgs.) Tecnopolíticas da Vigilância. São Paulo: Boitempo, 2018. pp.341-354. https://www.pimentalab.net/wp-content/uploads/2020/04/Experiencias-com-tecnoativistas_Henrique-Parra.pdf
- OLIVEIRA, Débora Prado de; ARAUJO, Daniela Camila de; KANASHIRO, Marta Mourão. Tecnologias, infraestruturas e redes feministas: potências no processo de ruptura com o legado colonial e androcêntrico*. Cad. Pagu, Campinas , n. 59, e205903, 2020 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332020000200212&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 30 abr. 2021. Epub 15-Jan-2021. https://doi.org/10.1590/18094449202000590003
- PADILLA, Margarita. Soberanía tecnológica ¿De qué estamos hablando? IN. Dossier Soberanía Tecnológica 2: https://www.ritimo.org/IMG/pdf/sobtech2-es-with-covers-web-150dpi-2018-01-13-v2.pdf
Bibliografia complementar:
- PARRA, Henrique Z.M. Controle social e prática hacker: tecnopolítica e ciberpolítica em redes digitais. Sociedade e Cultura, Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiânia, v. 15, n. 1, p. 109-120, jan./jun. 2012. Download PDF: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fchf/article/download/20677/12328
- NATANSOHN, Graciela (org). Ciberfeminismos 3.0. Lisboa: Editora LabCom.IFP, 2021. Disponível em: http://www.labcom.ubi.pt/ficheiros/202103041917-202002_ciberfeminismos_variosaut.pdf
- SSL Nagbot. (2016). Feminist hacking/making: Exploring new gender horizons of possibility. Journal of Peer Production, 8, 1–10. http://peerproduction.net/issues/issue-8-feminism-and-unhacking-2/feminist-hackingmaking-exploring-new-gender-horizons-of-possibility/
- TOUPIN, Sophie & HACHE, Alexandra. Infraestruturas autônomas feministas. Tradução de Daniela Araújo, Daniela Manica e Marta Kanashiro, 2021. Disponível em: http://www.labirinto.labjor.unicamp.br/wp-content/uploads/2021/08/Infraestruturas-autonomas-feministas.pdf
- WARK, McKenzie. A Hacker Manifesto. Subsol. 2004. Disponível em: <http://subsol.c3.hu/subsol_2/contributors0/warktext.html>. Acesso em: 11 de março de 2009.
Atividade Assincrônica
[editar | editar código-fonte]Cada participante deverá elaborar um plano de mitigação e redução de riscos às vulnerabilidades identificadas. Para tanto, serão propostos exercícios de utilização de ferramentas, ambientes e tecnologias alternativas que visem promover os direitos dos usuários.