Trabalho Memorias - HIST. DO BRASIL II
As memórias indígenas na região do centro-oeste paulista
[editar | editar código-fonte]Isabela Mendes Grecco
Introdução
A historia do centro oeste paulista foi marcado pela colonização europeia e a escravidão e exploração dos indigenas que habitavam essa região, como os povos kaingang, desde o seculo 18 esse povo vem enfrentando praticas que buscam não apenas a subjugação de suas culturas e modos de vida, mas a exterminação de seu povo. O que impulsionou essa colonização massante foi o avanço da malha ferroviária Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que posteriormente viria se chamar Novoeste Brasil, inaugurada em 1906, essa ferrovia foi projetada para conectar o interior de São Paulo ao interior do Mato Grosso do Sul, impulsionando a produção cafeeira e o desenvolvimento econômico do oeste paulista, a linha tronco da ferrovia iniciava na cidade de Bauru (SP) e ia até Corumbá (MS). No entanto, para construir a malha ferroviária, era necessário fazer um reconhecimento das terras e das matas fechadas de uma região que até então era habitada somente por indígenas, e tinham pouco conhecimento daquela área (Ghirardello, 2002, p.31).
Nesse contexto, o contato entre os homens brancos e os indígenas na região oeste paulista ocorreu de forma conflituosa. Conforme relata o site “Povos Indígenas do Brasil”, do Instituto Socioambiental, os territórios tradicionalmente ocupados pelos Kaingang no estado de São Paulo foram invadidos pelo governo estadual e por colonizadores. Esses agentes, de maneira coordenada, realizaram o desmatamento dessas terras para viabilizar a construção da ferrovia. Os Kaingang, conhecidos por sua tradição guerreira, reagiram à destruição de seu território atacando os trabalhadores envolvidos na obra. Essa resistência levou o estado a organizar expedições chamadas de “pacificadoras”, com o objetivo de conter as ações dos indígenas e assegurar o avanço da construção.
Esse trabalho faz parte do trabalho de conclusão do semestre do curso de História do Brasil II, no curso de Ciências Sociais da UNESP de Marília, as memórias dos Kaingang emergem como elemento crucial para entender a resistência e a resiliência desse povo diante da opressão, além de ajudar a compreender a formação e construção de diversas cidades da região do centro oeste paulista, tendo o foco nas regiões próximo a Marília. Na cultura indigena, as narrativas e tradições são passadas de geração para geração oralmente e elas nos revelam a luta pela preservação de sua identidade e de sua cultura.
Objetivos
Este trabalho tem como objetivo investigar o impacto da colonização europeia e da construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil sobre os povos indígenas, em especial os Kaingang, na região de Marília no Centro-Oeste paulista. Ao analisar o processo histórico que envolveu a ocupação dessas terras, busca-se compreender como a chegada dos colonizadores e a construção da ferrovia influenciaram em qual seria a versão histórica sobre esses acontecimentos. As memórias e narrativas orais indígenas são estudadas como fontes históricas essenciais para entender a resiliência e a luta pela preservação de sua identidade cultural, que atravessa gerações.
Com isso, pretende-se contribuir para a valorização da cultura Kaingang e para uma reflexão crítica sobre os efeitos da colonização na formação de cidades no Centro-Oeste paulista. Por fim, o trabalho visa enriquecer a historiografia da região ao destacar a importância da resistência indígena e os impactos das políticas coloniais na formação das sociedades locais.
As memórias e seu legado
Tudo na sociedade está em constante disputa, principalmente as memórias coletivas que servem para reforçar o poder de determinados grupos sociais, tradições culturais, costumes e o sentimento de pertencimento, quando Michael Pollak (1989), fazendo uma análise de Maurice Halbwachs, diz que as memórias coletiva são impostas pelas instituições e que elas são um conjunto de memórias individuais de um grupo social, e essas memórias afirmam a identidade coletiva e servem como uma forma de coesão social. As memórias coletivas ajudam a criar a identidade de uma sociedade, como descreve Pollak (Idem, pg. 3) : “[...] a nação é a forma mais acabada de um grupo, e a memória nacional, a forma mais completa de uma memória coletiva.”
Todos nós contribuímos para a memória coletiva, mas isso não significa que participamos da construção, como não se questiona a memória nacional, a disputa se inicia quando pensamos em quais são as memórias que vão ser contadas pela memória oficial. A história oral, ao se concentrar nos excluídos, marginalizados e minorias, valoriza as “memórias subterrâneas” que contrastam com a memória oficial ou nacional, como é o que acontece no caso das histórias dos Kaingang no Centro Oeste paulista, por isso é essencial resgatar e dar voz às memórias indígenas que foram ignoradas ou distorcidas dentro da narrativa da “Memória Oficial”.
Quando olhamos as histórias de fundação das cidades do centro-oeste paulista, elas sempre são contadas a partir do ponto de vista do homem branco e os indígenas aparecem como passivos, como se aceitassem o extermínio e a expulsão de suas terras. O território Kaingang em São Paulo se estendia por toda região de Bauru à de Adamantina e do Rio Tietê ao Rio Paranapanema, foi no final do século 18 e início do século 20 que começam as ações do bugreiros (caçadores de índios), que agiam inicialmente a mando de grileiros, os grileiros adentravam o oeste do Estado e vendiam ilegalmente terras devolutas (pertencentes ao Estado), mas os conflitos se intensificaram com o início da construção da Ferrovia Noroeste do Brasil, que partia de Bauru, cruzava o oeste do Estado e fazia a ligação com o Mato Grosso do Sul, o problema é que no meio do caminho, na maior parte da região, viviam os povos indígenas, como os Kaingang.
Impulsionados pela expansão do café, as vendas de terra, a produção de gado e uma ligação com o Estado vizinho, a marcha capitalista está posta e, motivados também por questões culturais, os Kaingang eram considerados um entrave a suas estratégias expansionistas. Por mais que os Kaingang fossem muito guerreiros, os bugreiros e os representantes da ferrovia tinham o poder de fogo infinitamente maior que o deles, e maioria das vezes os ataques às tribos eram noturnos, o que facilitava as chacinas, já que os índios eram surpreendidos em meio da noite por dezenas de homens armados. Somente depois da insistente pressão e violência, o governo federal decidiu criar, em 1910, o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), que tinha a missão de evitar mais chacinas e apaziguar os Kaingang, mas já era tarde, pois no início era estimado em 4 mil índios habitantes do Oeste Paulista e restam apenas 700, quando foi criado a SPI. Mesmo com a violência controlada, agora o inimigo era outro e não menos impiedoso: as doenças, como gripe espanhola, febre amarela e sarampo, contra as quais não tinham imunidade. Em 1916 foram reduzidos a 173, e destes a maioria foi levada aos aldeamentos, como o da Índia Vanuíre em Tupã que resiste até hoje.
Foi nesse contexto que cidades nasceram, em cima do sangue derramado dos Kaingang, nas cidades próximas ao Rio de Peixe como Oscar Bressane, segundo o Relatório da Comissão Estadual Geográfica e Geológica de 1906, tem evidências históricas e arqueológicas indicam que a ocupação humana na região precede a colonização europeia, comprovando a presença de antigas povoações indígenas da etnia Kaingang (ou Caingangue) às margens do Rio do Peixe, esse povo habitava as florestas próximas aos rios, e estavam distribuídos pela região do médio Paranapanema e do Rio Pardo, eles também eram conhecidos de “coroados” devido ao corte de cabelo característico. Na área explorada pela Comissão Estadual Geográfica e Geológica em 1906, encontraram aldeamentos dos índios Coroados, situados nas proximidades da cabeceira do Ribeirão do Pombo (atual Marília), e enfrentaram resistência indígena em diversos momentos. No site da Prefeitura de Oscar Bressane, área com grande presença dos Kaingang, conta que com o aumento da ambição pela posse de terras no sertão, cresceu também o desejo de afastar os indígenas da região, o que resultou em intensos conflitos, especialmente na bacia do Rio do Peixe, o Coronel Francisco Sanches Figueiredo, fundador de Platina e outras cidades, tornou-se conhecido como líder desses confrontos e adquiriu fama lendária pela violência contra os indígenas. Na maioria das histórias oficiais das cidades do centro oeste paulista, poucas protagonizam personagens indígenas, e sempre contam as histórias como se não houvesse outra solução a não ser dizimar os índios e os expulsar de suas terras.
Em Tupã, uma das cidades onde a cultura indigena resistiu e se mantém até hoje, está a Aldeia Vanuíre e o Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre, foi realizado em 2017 foi feito um projeto chamado “Voz da Memória” e foram entrevistados moradores de terras indígenas da região, para contar sobre suas vivências e compartilhar as histórias que foram contadas, trago a transcrição das Memórias de Maria Rita Rodrigues, que vai contar memórias pessoais de sua família e do contato com os não índios
E: Entrevistador MR: Maria Rita
MR: Lá quando eu fui crescendo, crescendo, na idade de dez... nove... oito, nove ano, dez ano meu pai contava tudo que passou dentro daquela aldeia. E pro cê vê que eu com essa idade novinha... era pra mim não tá lembrando, mas eu peço pra Deus nunca eu esquecer dessas coisas. Então, daí, quando, quando meu pai, minha mãe chegou lá, é... era mato. Mato, mato memo. E ainda tinha Kaingang só de... de tanga. Aí, como os branco foi, andou cortando todas aldeia envorta, envorta das aldeia. Aí foi acabando. Hoje só tem 300 e lá um pouquinho de alqueire. Era muito, aquela terra. Aí meu pai conta... contava pra mim que... que... lá cresceu, foi todo mundo, todos os índios lá. Quando fazia festa deles, eles memo fazia, eles memo fazia a festa. Aí, quando chegou esses… esses branco que... cortando mato, os índio não aguentou. Começou a atacar os branco. Aí, os branco chamou mais pessoal branco deles, matou mais de metade de índio ali dentro daquela aldeia. Foi matando, matando. Aí os índio não aguentou. Daí começou a gritar, gritar, daí chegou outro branco lá para ver o que que tava acontecendo, porque os índio gritava mesmo. E dentro daquela mata os índio gritava. Aí, de repente, chegou bastante gente branco entrou lá dentro da aldeia, aonde tava os índio. Eles queria atirar nele, aí o branco falou "Não, não, nós vamo te abraçar, nós vamo te ajudar". Aí ele chamou, aí ele falou "Por que que eles estão roubando as terras? Por que eles quer tomar terra e nó... aonde nós vamos ficar?", choraram tudo... "aonde nós vamos morar?". Aí o branco foi, ligou para São Paulo. Que nesse tempo São Paulo era pequenininha né? Ligou lá e veio... não sei se é 20 polícia, eles me contam. Veio um monte de polícia, foi lá cercar e pegou... mais de não sei quantos brancos foi preso. E a terra parou, parou ali mesmo. Aí começou a fazer as terra, aí os índio começou a parar por causa que só tinha pouquinho, né, só tinha pouquinho índio, parou tudo. Aí começou a passar o avião com comida, com roupa, com mistura, carne e peixe. Eles passavam assim e os índio atacava... a flecha no avião. Aí de lá descia, passava baixo e tacava comida tudinho no chão. Aí diz que os índio ia tudo lá pra catar, pra ver o que que era. Cheirava tudo e jogava tudo... arroz, açúcar, é tudo, tudo. Agora, carne eles pegaram. Daí o... o cacique deles falou que não era pra pegar carne, que senão... se for pra comer nós vamos morrer, aí vai ficar mais pouco índio. Aí ninguém comeram carne, ninguém! Aí foi indo, foi indo, foi passando. Daí as polícia ajudou lá também. Aí os índio que andava tudo de... de... de tanga assim acabou também, não tinha mais, tinha bem pouco. Aí meu pai... meu pai morava pra cá, aqui perto de Tupã. Aí como meu pai foi pra lá... foi pra lá, aí chegou lá e ajudou também. Aí meu pai ficou morando lá. Aí ajudou bastante os Kaingang de lá, lá da aldeia. Daí foi acabando, acabando, aí.... melhorou! Melhorou tudo, cada um foi roçando sua parte, eles... no avião, eles só cataro enxada, foice, enxadão, machado, facão, lima pra amolar... os índio catou tudo isso pra fazer umas terra pra eles. Daí ficou... daí os índio começou a fazer umas terrinha. De repente chegou aquelas doença, febre amarela, e os índio não sabia o que que era doença. Aí foi indo e foi morrendo um monte de índio, aí eles fizeram um carro...o carro que pega com boi, burro. Então eles pegou, fizeram com a roda de pau, foi pregando, pregando, até fez a roda de... de pau; foi caçando todinho os índio morto, aí outros índio foi lá e abriu um baita de um buracão assim, jogaram folha de coqueiro - tudo quanto é folha - dentro daquele buraco pra jogar os morto lá. Aí jogaram os morto lá, aí jogaram bastante folha também... bastante folha. Aí enterraram esses índios lá. Aí veio médico, veio... veio de tudo, de tudo lá naquela aldeia. Aí começaram a fazer remédio pra eles, injeção. Ninguém queria tomar injeção, os índio! Aí precisou o cacique deles, dos índio, chegou lá em cada um, agradando eles né, "Porque se você não toma, amanhã você vai morrer! Como que você vai viver?", aí eles tomavam. Aí vinha todo mundo... fazia...vinha a roda assim. Aí andou tomando remédio, injeção, aí a... minha mãe, lá naquela aldeia - minha mãe não era de lá - lá naquela aldeia Icatu, minha mãe chegou a ir embora pra lá com a minha tia; diz que a minha tia com febre que tava... febre mesmo! E a minha mãe fazendo comidinha pra ela. Porque comida de... nosso lá de... de índio é socado milho preto, fazendo aquele... sopa pra dar pra ela. Aí quando minha mãe acabou de fazer e foi levar no quarto pra ela, cadê a minha tia? Que eu não tinha nascido ainda. Meu pai e minha mãe que conta isso. Aí ela... minha mãe procurou minha tia em tudo quanto é lugar e não achou; aí veio outra índia lá de baixo gritando, mas gritando! Aí minha mãe saiu correndo, ela falou "Que que foi?", aí contou "A Isabela tá lá morta lá na mina!". Aí foi lá ver, ela levou a cabaça assim... a cabaça desse tamanho assim pra trazer com a água, aí ela caiu, acho que caiu e partiu a água na cabeça dela. Aí ela morreu... lá na mina mesmo, que ela tava com febre, chegou lá e foi tomar banho, tomou água fria; não aguentou nem subir a casa, morreu lá mesmo!
E: Depois que... tudo isso, essa tragédia toda, eles conseguiram criar a senhora dentro da cultura Kaingang?
MR: Começou a criar. Aí... minha mãe foi, minha mãe casou com meu pai, que minha mãe era... era... era casada, meu pai também. Os dois era viúvo. Porque na briga que tinha mataram eles, né. E casaram os dois. Aí, aí ela teve dois filhos, depois tinha uma filha - que é minha irmã mais velha - aí o úrtimo foi eu, que eu nasci dentro da casa né. Aí nasci lá, graças a Deus minha mãe me criou lá. Teve uma patroa que levou eu pra casa lá da sede. Não sei se vocês chegaram a ver a sede lá. Lá dentro daquela sede eu fiquei lá um mês e quinze dias; dentro daquela sede pra poder criar eu, que diz que eu era desse tamanzinho, cabia num sapato… caixa de sapato. Aí a patroa, medo de eu morrer, me levaram lá. E criou! E tô aqui! Firme!
E: Foi a mãe da senhora que ensinou a senhora a fazer cerâmica?
MR: Foi! Aí eu crescendo, crescendo. Quando eu interei... 5 aninhos eu já comecei a fazer a cerâmica. Minha mãe falava, falava, falava. Aí eu comecei a fazer, tudo que eu fazia eu ponhava assim na mesa. Ela falou... ela falou pra mim tudo na linguagem "(kaingang)". Aí eu peguei e fazia. E tô aqui com ela ainda.
E: E a senhora... é... tá criando os netos da senhora também na cultura, ensinando a fazer cerâmica, ensinando a fazer tudo?
MR: Eu ensino. As outras tudo já cresceu, já é moça né, e eles não... não vai por causa que tá estudando, o outro trabalha né. Agora, o que tá com… oito ano, é oito ano já tá começando a fazer comigo. Esses dias ela queria fazer comigo, só que eu não mexi né, elas queria fazer; e a minha netinha também já fez, também. Elas quer fazer o colar também, eu ensino. Na linguagem minha também eu falo pra elas. É assim.
No relato de Maria Rita fica evidente que a omissão do Estado e da imprensa foi devastadora para os Kaingang, influenciados por uma visão eurocêntrica de progresso, os ataques eram divulgados de forma vaga e superficial, reforçando a justificativa para a violência, como na história de Oscar Bressane. Diante de toda a dificuldade, Maria Rita conseguiu manter viva a tradição de seu povo, através do ensino da língua nativa, da cerâmica e dos valores culturais que são transmitidos de geração a geração, essa dedicação em preservar e ensinar as práticas ancestrais mostra a sua resiliência em resistir e manter sua identidade como Kaingang.
Conclusão
A memória viva dos Kaingang, como revelada na entrevista de Maria Rita Rodrigues, reforça a urgência de registrar e valorizar a história oral dos povos indígenas, frequentemente silenciada ou distorcida pelas narrativas oficiais, logo no início da entrevista Maria fala sobre a importância da memória para manter viva a história do seu povo: “E pro cê vê que eu com essa idade novinha... era pra mim não tá lembrado, mas eu peço pra Deus nunca eu esquecer dessas coisas”, isso confirma a ideia de Pollak no qual a memória está em constante disputa, principalmente as memória passadas de geração em geração por via oral. Essas histórias, como a de Maria Rita, não apenas evidenciam a força cultural dos Kaingang, mas também expõem as consequências do descaso institucional que agravou sua vulnerabilidade ao longo do tempo.
A história dos Kaingang no Oeste Paulista reflete uma trajetória de opressão, resistência e resiliência. A colonização europeia e a expansão da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil marcaram profundamente esse povo, resultando em um genocídio que quase apagou sua cultura e presença territorial. Para Pollak, a memória oficial frequentemente é moldada por aqueles que conduzem as vítimas da história ao silêncio e à auto-renegação, apagando suas narrativas em prol de uma identidade coletiva que privilegia os vencedores (1989). No caso dos povos indígenas, como os Kaingang, essa construção oficial relegou suas histórias à invisibilidade, retratando-os apenas como obstáculos ao "progresso" e negando-lhes o protagonismo em sua própria trajetória. No entanto, as memórias subversivas desafiam essa imposição ao questionar as versões consolidadas da história, reintroduzindo os sujeitos marginalizados na estrutura social e histórica.
Nesse sentido, relembrar e dar voz a essas memórias é um passo essencial para construir uma sociedade que reconheça sua dívida histórica com os povos originários. A inclusão da história indígena no currículo escolar cumpre esse papel ao recuperar narrativas silenciadas, não apenas como um ato de justiça, mas como uma estratégia para integrar essas memórias subversivas na formação das futuras gerações. Ao ensinar sobre a resistência, cultura e contribuições dos povos indígenas, essa abordagem educacional ressignifica o passado e promove um entendimento mais crítico no presente, fortalecendo a construção de uma memória coletiva plural e solidária.
Referências Bibliográficas e Bibliografia Consultada
GHIRARDELLO, N. À beira da linha: formações urbanas da Noroeste Paulista [online]. São Paulo: Editora UNESP, 2002. Disponível em https://books.scielo.org/id/z3/pdf/ghirardello-9788539302420-02.pdf. Acesso: 24 out. 2024
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