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Utilizador Discussão:Raimundo57br/Crise de 2008

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Fonte: Wikiversidade

Resumo da Série de vídeos sobre a Crise Econômica de 2008 do Canal Saia da Matrix.

Obs. No início iremos linkar os conceitos e pessoas citadas a artigos da wikipedia sobre o tais conceitos e pessoas, oportunamente, esses links terão como destino outras páginas que tratem dos temas de modo mais resumido.

  1. Crítica a diversos vídeos no youtube que apresentam explicações baseadas em teorias conspiratórios sobre as causas da Crise Econômica de 2008;
  2. Essas teorias atribuem ao Estado a responsabilidade pela referida crise;
  3. Para compreender a Crise de 2008, é preciso compreender o Acordo de Bretton Woods, de 1944, que delimitou como ocorreriam as negociações no mercado internacional e como funcionariam as moedas;
  4. Um dos objetivos desse Acordo era evitar uma nova crise como a de 1929;
  5. O Fundo Monetário Internacional teria como objetivo evitar a ocorrência de crises cambiais;
  6. Banco Mundial financiador das obras de infraestrutura em países em desenvolvimento;
  7. Depois da Primeira Guerra Mundial ocorreram tentativas de retorno ao padrão-ouro É possível voltarmos ao padrão ouro da moeda? (18 min. e 59 s.);
  8. Ficou determinado que todas as moedas seriam fiduciárias, com exceção do dólar, que seria conversível em ouro;
  9. Desse modo, o dólar passou a ser a moeda padrão para quase totalidade das transações internacionais -> isso deu grande poder aos Estados Unidos;
  10. Busca do câmbio fixo das outras moedas em relação ao dólar para evitar a ocorrência de guerras cambiais;
  11. Até a década de 1980, o FMI evitou a desvalorizações brusca da principais moedas;
  12. Evitar a especulação financeira e a formação de bolhas;
  13. Em 1971, acabou a conversibilidade do dólar em outro, imposta por uma série de circunstâncias econômicas (imposição do mercado);
  14. Porque os Estados Unidos abandonaram o padrão-ouro?
  15. O elevado crescimento da economia exigia também uma expansão dos meios de pagamentos (expansão monetária);
  16. Gastos militares (Guerra do Vietnã, Guerra Fria);
  17. Criação do Special Drawing Rights (Direitos especiais de saque) (1969);
  18. Crescimento global da inflação na década de 1970 (Série sobre inflação brasileira - Série sobre macro-economia);
  19. A manutenção de altos índices de crescimento nos países capitalistas era útil para evitar que as massas passassem a defender ideias socialistas na época da Guerra Fria, isso até a crise da União Soviética, no final da década de 1970, que abriu caminho para a implantação das ideias neoliberais;
  20. Em 1980, tem início a hegemonia das ideias neoliberais;
  21. Redução dos direitos trabalhistas/sociais, privatizações, austeridade, combate ao déficit público (retomada do pensamento clássico);
  22. Ronald Reagan reduziu os impostos para os mais ricos e os gastos sociais;
  23. Margaret Thatcher fez diversas privatizações; acabou com os subsídios para a indústria do carvão, o que provocou o fechamento de diversas minas; e reduziu os direitos trabalhistas;
  24. Eles foram eleitos prometendo controlar a inflação por meio do combate ao déficit público, mas ambos geraram déficits, sendo que o Reagan triplicou a dívida norte-americana (gastos com a corrida armamentista);
  25. Os acontecimentos da década de 1980 são desdobramentos do fim da conversibilidade do dólar em 1971, que fez com que todas as moedas passassem a ser fiduciárias -> câmbio flutuante;
  26. Diante do risco de pedidos de conversão do dólar em ouro em massa, o fim da conversibilidade foi o caminho encontrado para que o dólar continuasse a ser a moeda-padrão utilizada em quase todas as transações internacionais;
  27. Muitas moedas sofreram ataques especulativos, que enriqueceram especuladores como George Soros;
  28. Criação da serpente monetária europeia, que um mecanismo que fazia com que as moedas na Europa fossem atreladas entre si;
  29. A instabilidade cambial era prejudicial ao planejamento de longo prazo dos agentes econômicos;
  30. Esse contexto favoreceu a financeirização da economia global;
  31. As inovações financeiras aumentaram o volume de crédito e de negócios;
  32. Há um crescimento do comércio internacional de mercadorias;
  33. O comercio internacional de divisas ganha proporções gigantescas;
  34. Flexibilização da regulamentação das instituições financeiras para evitar ganhos por meio da arbitragem;
  35. O papo de que o Estado atrapalha não faz muito sentido, uma vez que o mercado consegue burlas as regulamentações;
  36. Na prática, tem ocorrido o contrário: um Estado dominado pelos interesses dos grandes capitalistas;
  37. O aumento do fluxo com transações financeiras e com divisas inviabilizaram completamente o câmbio fixo, nesse contexto lembra o caso da argentina;
  38. Os bancos centrais costumam fazer intervenções para evitar flutuações excessivas;
  39. Na periferia do capitalismo, há uma maior volatilidade do câmbio;
  1. Entre 1980 e 2008, os EUA tiveram grandes déficits na balança de pagamentos, enquanto que a China teve grandes superávits;
  2. Por que China reduz seus investimentos em títulos da dívida pública norte-americana?;
  3. Essa situação levaria a uma desvalorização do dólar se a China não tivesse comprado uma grande quantidade de títulos da dívida pública norte-americana;
  4. Desse modo os EUA importam a poupança da China e ficaram dependentes dessa compra massiva de títulos para evitar uma crise cambial;
  5. A China vem financiando o consumo norte-americano;
  6. Até 2010, a China tinha câmbio fixo;
  7. Países atípicos, com alta concentração de Capital, como Hong Kong e Singapura são apresentados como exemplos do sucesso da flexibilização financeira;
  8. Fim do controle da taxa de juros e sobre a mobilidade de capitais;
  9. A perda de competividade da indústria norte-americana decorre, em parte, do ganho de competividade das indústrias chinesa, japonesa e coreana;
  10. Isso porque o uso de novas tecnologias passou a ser mais globalizado e não restrito aos países que desenvolvem tais avanços;
  11. Nos EUA, ganha espaço o setor financeiro e o setor de serviços (economia pós-industrial);
  12. A Crise de 2008 começa após um grande processo especulativo;
  13. Crises precedentes: Bolha da Internet, Crise financeira asiática de 1997, Crise financeira na Rússia em 1998;
  14. Crises provocadas por ataques especulativos ocorrem em ambientes de negócios nos quais a produção nova é irrelevante quando comparada com a produção já existente;
  15. A crise de 2008 foi gerada por uma bolha especulativa no mercado de imóveis (Crise do subprime);
  16. O mercado imobiliário dos EUA foi alimentado por créditos subprime (crédito concedido a pessoas que, normalmente, não teriam acesso ao crédito) no mercado de hipotecas;
  17. Desde a década de 1990, a economia norte-americana vinha sendo alavancada por consumo, financiado, em parte, pela compra de títulos da dívida norte-americana pela China e bancos centrais de outros países (inclusive o Brasil);
  18. Os bancos utilizaram as dívidas securitizadas do setor imobiliário para promover uma alavancagem financeira que permitiu uma maior oferta de crédito subprime;
  19. Desse modo, as carteiras de empréstimos securitizadas se convertem em ativos de alta liquidez;
  20. Geração de crédito a partir de dívidas;
  21. Mas a securitização se revelaria ineficaz, pois, na prática dependem da estabilidade dos pagamentos;
  22. Porque a culpa seria do governo?
  23. Nesse contexto, uma queda dos preços dos imóveis é provável, pois tais preços foram inflados por uma bolha especulativa;
  24. Essa queda dos preços dos imóveis tem o potencial de gerar uma reação em cadeia e uma brutal contração dos créditos;
  25. Os derivativos dependem do equilíbrio no Sistema de Pagamentos;
  26. O Federal Reserve permitiu a quebra do Lehman Brothersem 2008, mas, logo depois, agiu para salvar grandes bancos como o Citigroup e a seguradora AIG;
  27. Papéis (títulos) podres;
  28. Shadow banks;
  29. Em parte o crescimento do demanda agregada (consumo) na economia norte-americana era sustentado em uma oferta de crédito que tinha como base a alavancagem a partir de operações securitizadas de alto risco envolvendo derivativos do setor imobiliário;
  30. Mas, como visto antes, o consumo norte-americano, em um cenário de grandes déficits em transações correntes, é sustentado, fundamentalmente, pela compra de títulos públicos norte-americanos pela China e bancos centrais de outros países (importação de poupança externa);
  31. Como o preço dos imoveis estava inflado pelo excesso de crédito, isso provocou um cenário no qual muitos compradores se endividavam para comprar para revender (aposta na valorização), mas quando veio a queda do preços dos imóveis, essa foi muito forte o que gerou um quadro no qual as dívidas não foram pagas, pois o valor de venda dos imóveis dado em garantia era maior que as dívidas. Isso gerou uma contração do crédito, que reduziu ainda mais o preço dos imóveis (reação em cadeia);
  32. Além disso, mais imóveis eram colocados em leilão, o que aumentava a oferta e reduzia ainda mais o preço;
  33. O governo teve de agir para evitar a paralisia do sistema econômico: emissão de títulos da dívida pública para salvar os bancos (1,6 trilhão de dólares);
  34. Plano de resgate econômico de 2008;
  35. Contrapartidas: limitações de salários e de bonificações para os executivos;
  36. A crise de 2008 foi causa por más práticas do sistema financeiro privado, permitida pela desregulamentação, e não pelo "Estado";
  37. Mas cabe lembrar que foram essas más práticas que impulsionaram o crescimento da economia norte-americana no período pré-crise;
  38. A crise de 2008 foi uma evidência dos limites do capitalismo, que, se regulado, consegue ser relativamente estável, contudo a contradição dos meios de pagamento permanece, o que inviabiliza a estabilidade da economia capitalista no longo prazo;
  39. Atualmente, a economia capitalista vive um dilema: ou produz inflação, ou produz desemprego;
  1. Como o Federal Reserve salvou os bancos?
  2. Recursos captados por meios da emissão de títulos públicos foram emprestados aos bancos com juros baixos;
  3. Mas os bancos não emprestaram esse dinheiro ao público (crise de confiança) / o pessimismo manteve o crédito escasso;
  4. Crescimento das reservas voluntárias;
  5. Nesse quadro não houve retomada do consumo e da economia;
  6. O Federal Reserve comprou títulos de bancos privados -> aumento da base monetária (Quantitative easing);
  7. Os juros reais dos títulos da dívida dos EUA e de muitos países da Europa passara a ser negativos;
  8. Em 2009, o desemprego dos EUA chegou a 12%;
  9. Desvalorização do dólar em relação às outras moedas;
  10. No Brasil, ocorreu uma supervalorização do real, impulsionada pela compra de títulos brasileiros por investidores estrangeiros, o que levou a um déficit na balança de pagamentos e à crise cambial de 2014-2015;
  11. Série sobre inflação brasileira;
  12. Nos EUA, haveria a alternativa de um programa de obras públicas ou de redução de impostos dos mais pobres (propostas keynesianas);
  13. Outra proposta seria reduzir os impostos dos mais ricos, que investiriam mais (proposta neoliberal como as políticas de Reagan e Bush pai);
  14. Redução do índice de crescimento da China;
  15. A crise ajudou a eleger Donald Trump;
  16. Na época do padrão-ouro (conversibilidade do dólar) era inviável fazer política monetária expansionista e o déficit público era uma heresia;
  17. Atualmente, o déficit público é muito mais uma questão de fluxo do que de estoque;
  18. Os EUA tem uma situação diferenciada, pois emitem a moeda padrão para as trocas internacionais;
  19. Na década de 1930, as variações nas taxas cambiais foi importante para a recuperação econômica;
  20. Nos EUA: desvalorização do dólar e investimento pesado em gastos públicos;
  21. Aumento da liquidez e redução dos juros;
  22. Joseph Stiglitz: Criar mecanismos por meio de agências reguladoras do mercado financeiro para desincentivar as operações financeiras para que os investimentos migrem para o setor produtivo;
  23. Inflação que gerou uma ilusão monetária que ajudou a recuperar o nível das margens de lucro e da de atividade econômica;
  24. A existência dos paraísos fiscais dificulta regulamentações;
  25. O Banco de Compensações Internacionais (Bank for International Settlements - BIS) regulamenta as transações internacionais;
  26. O caminho não seria regulamentar, mas o de evitar a formação de processos especulativos (bolhas);
  27. Problema do nível de endividamento bruto dos países;
  28. Grande poder do país emissor da moeda padrão das transações internacionais;
  29. Ninguém sabe como evitar a formação de bolhas;
  30. Os conservadores culpam os juros baixos pela crise (política do Alan Greenspan);
  31. Apesar da expansão da base monetária, não houve processo inflacionário;
  1. Apesar do déficit público e de uma série de medidas que aumentaram a liquidez não ocorreu inflação nos EUA;
  2. Pode estar havendo um esgotamento do sistema do sistema dívida como meios de pagamentos;
  3. Pois é inviável manter a expansão necessária para a preservação desse modelo, apenas com base no consumo;
  4. Fim do bônus demográfico: (alto percentual da população na faixa etária economicamente ativa);
  5. Dificuldades para expandir o consumo nos países centrais;
  6. O crescimento do consumo nos países periféricos é importante para a manutenção da estabilidade monetária nos países centrais;
  7. As moedas da periferia têm como função absorver a expansão do dólar, para que o dólar continue a ser o meio de pagamento padrão nas transações internacionais;
  8. Com a crise aumentou a desconfiança sobre os títulos das dívidas dos países periféricos o que forçou um aumento das reservas cambiais em diversos países, essas reservas cambiais são constituídas, primordialmente, em títulos do tesouro norte-americano;
  9. A crise demonstrou que o setor público era imprescindível para que o sistema financeiro continuasse a funcionar, por meio da inserção de liquidez;
  10. Entretanto, caberia aos governos, controlar os seus déficits, para controlar o problema do crescimento da dívida pública para não ocorrer inflação devido a um desequilíbrio na balança de pagamentos;
  11. Essa teoria justificaria medidas contracionistas (austeridade fiscal) em um cenário de desemprego;
  12. A situação dos EUA é diferente, pois eles emitem a moeda padrão para o comércio internacional;
  13. Então, a austeridade, na verdade, serviria para cobrir a expansão monetária feita para o resgate do setor financeiro nos EUA e na Europa;
  14. Essa austeridade permitiu o crescimento das reservas cambiais dos países periféricos, fenômeno necessário para a preservação do atual modelo;
  15. Na década de 1930, época do padrão-ouro que impedia políticas monetárias expansionistas/déficits públicos;
  16. Atualmente, as limitações decorrem das dificuldades de manutenção do valor dos títulos dos países periféricos, em face da necessidade da compra de dólares;
  17. Fantasma da inflação;
  18. Pressão para enfraquecer os BRICS;
  19. A China pode ameaçar a hegemonia do dólar;
  20. Nas últimas duas décadas o crescimento da economia chinesa foi a locomotiva do crescimento da economia mundial;
  21. Argumento quantitativista diz que não houve inflação, pois a expansão monetária foi apenas na medida necessária para manter a sustentabilidade do sistema financeiro (apenas repôs os ativos queimados com o estouro da bolha);
  22. A austeridade seria necessária para evitar a formação de uma nova bolha;
  23. Comenta brevemente a crise na Europa, onde Portugal passou por um ajuste menos drástico, mas teve resultados relativamente bons, quando comparado a outros países que enfrentaram dificuldades;
  24. Itália, Espanha e Grécia enfrentam grandes dificuldades econômicas;
  25. No norte da Europa, a situação é diferente;
  26. Expectativas racionais: é inútil uma política de juros altos seguida de sucessivos déficits;
  27. Dois períodos de hegemonia do monetarismo -> padrão-ouro / 1870-1914; neoliberalismo (baixa inflação - baixo crescimento);
  28. Em uma economia com muitas pessoas com baixa renda, uma expansão da base monetária geraria uma maior demanda pelo consumo de produtos de consumo imediato, gerando inflação imediatamente; enquanto que em uma economia com mais pessoas com alta renda (menor propensão ao consumo), uma expansão da base monetária geraria uma maior demanda/inflação dos ativos financeiros, ou seja, uma maior financeirização da economia;
  29. A existência de um mercado financeiro complexo também poderia explicar a não inflação em um cenário de política monetária expansionista;
  30. Outra explicação diz que os preços não seriam influenciados por liquidez, mas sim por âncoras, no caso os salários, que se mantiveram estáveis, o que impediu um aumento da demanda agregada que aumentaria a inflação;
  31. A prioridade do neoliberalismo é a inflação e não o pleno emprego, nesse contexto, surgiu a política de metas de inflação, ou seja, inflação controlada por meio da taxa básica de juros, no Brasil a taxa Selic;
  32. Mas em um contexto de preferência por liquidez, não importa a disponibilidade de crédito, pois sem demanda não há investimento;
  33. Nesse contexto, a solução seria o governo gerar um déficit para retomar o nível de atividade;
  34. Mas existem uma série de barreiras contra essa opção, sendo que uma das mais importantes é a barreira cultural (preconceito);
  35. As pessoas não conseguem compreender a função social do déficit público;
  36. O sistema de moeda dívida alimenta os grandes investidores rentistas do mercado de capitais;