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Utilizador Discussão:Raimundo57br/Inflação Brasileira

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Fonte: Wikiversidade

Resumo da Série de vídeos sobre inflação brasileira do Canal Saia da Matrix.

Obs. No início iremos linkar os conceitos e pessoas citadas a artigos da wikipedia sobre o tais conceitos e pessoas, oportunamente, esses links terão como destino outras páginas que tratem dos temas de modo mais resumido.

  1. Os diversos períodos de superinflação no Brasil constituem, em seu conjunto, uma experiência traumática;
  2. Para explicar as causas da superinflação brasileira e o modo como o imposto inflacionário foi neutralizado pelo Plano Real é necessário observar as raízes históricas a partir da década de 1940;
  3. Desse modo, é possível compreender as decisões que causaram a inflação no Brasil e que resultaram no Plano Real;
  4. Foram 50 anos com alta inflação;
  5. Trata-se de um problema complexo;
  6. Entre as décadas de 1950 e 1980, houve, em nível mundial, um período de crescimento e de inflação;
  7. Nessa época, em alguns países não havia inflação, esses eram, de um modo geral, países pobres, principalmente da África e do sul da Ásia (que futuramente seriam os tigres asiáticos);
  8. Em outro países, existia a chamada "creeping inflation", uma inflação engatinhante (baixa, porém contínua). Esse fenômeno ocorria, principalmente, em países desenvolvidos;
  9. O terceiro grupo de países, enfrentava a chamada "inflação latina", alta e contínua, que ocorria na América Latina e em alguns países da Europa;
  10. O Índice Geral de Preços começou a ser calculado em 1948;
  11. Nessa época, Eurico Gaspar Dutra era o Presidente do Brasil;
  12. O Brasil contava com um bom volume de reservas internacionais (câmbio sob controle), em decorrência do desempenho da economia brasileira durante a Segunda Guerra Mundial;
  13. Nesse contexto, cabe lembrar que o país reduziu suas importações durante a guerra e no período pós-guerra, o que contribuiu para aumentar as suas reservas em moeda estrangeira e em ouro;
  14. O Presidente Dutra facilitou as importações, sobrevalorizou a moeda nacional e reduziu os gastos públicos (austeridade);
  15. Isso resultou em um pequeno crescimento do PIB;
  16. Em 1950, Getúlio Vargas volta ao poder e toma medidas como: aumento do crédito subsidiado e uma política de substituição de importações;
  17. Essas medidas aceleraram o crescimento econômico, mas provocaram um aumento da inflação que não chegou a se descontrolar;
  18. A partir de 1955, no governo de Juscelino Kubitschek houve um maior crescimento econômico, que chegou a 7% ao ano;
  19. Forte crescimento da indústria, em especial da indústria automobilística;
  20. Mas a inflação chegou aos 19% ao ano;
  21. Em 1960, assumiu Jânio Quadros, eleito em uma campanha na qual prometeu combater a inflação;
  22. Apesar de ter tomado medidas para proteger a indústria nacional, reduziu o crédito subsidiado e fez um ajuste fiscal;
  23. Crise política desencadeada pela renúncia de Jânio Quadros gerou uma crise econômica;
  24. Na época do Golpe Militar de 1964, a inflação era de 60% ao ano;
  25. No Brasil existiu uma superinflação e não uma hiperinflação (situação extrema);
  26. Em 1973, a inflação foi de 20% ao ano (Milagre econômico brasileiro);
  27. Em 1974, a inflação subiu para 40% ao ano;
  28. Em 1985, fim dos governos militares, a inflação estava na faixa dos 200% ao ano;
  29. Em 1994, nas vésperas do Plano Real, a inflação estava na faixa dos 2.000% ao ano;
  30. Entre 1985 e 1994, ocorreram 5 planos econômicos para controlar a inflação (Cruzado, Cruzado II, Bresser, Verão e Collor);
  31. Todos esses planos derrubaram a inflação no curto prazo, mas ela retornava mais forte;
  32. Nas décadas de 1960 e 1970, existiu um debate para saber como os países latino-americanos poderiam superar seu subdesenvolvimento econômico para alcançar a condição de países desenvolvidos;
  33. Estruturalistas latino-americanos (keynesianos/progressistas) e monetaristas (liberais/conservadores - teoria quantitativa da moeda);
  34. Segundo os monetaristas, a inflação é causada pelo excesso de liquidez causado pelo déficit público;
  35. Recomenda Vídeo sobre a teoria quantitativa da moeda (17 min e 12 s);
  36. Segundo os estruturalistas, o aumento autônomo de vários preços faz com que exista uma demanda por moeda e, portanto, o aumento da quantidade dos meios de pagamento (liquidez) seria a consequência e não a causa da inflação;
  37. Os preços sobem por forças exógenas (fatores estruturais) ao modelo;
  38. O principal fator estrutural seria a urbanização;
  39. A América Latina precisaria mudar suas estruturas produtivas para superar o subdesenvolvimento, sendo a inflação uma consequência dessa mudança estrutural;
  40. Surgimento da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal);
  41. Indica o vídeo: Monetaristas vs Estruturalistas: Quem tem razão sobre a inflação? (18 min e 39 s);
  42. Monetaristas: Otávio Gouveia de Bulhões, Mário Henrique Simonsen, Eugênio Gudin e Affonso Celso Pastore - ligados à Fundação Getulio Vargas;
  43. Estruturalistas: Celso Furtado, Osvaldo Sunkel, Raúl Prebisch e Maria da Conceição Tavares, ligados ao Cepal;
  44. Centrista: Antônio Delfim Netto, apesar de ter certa afinidade com os estruturalistas, foi ligado à Affonso Celso Pastore;
  45. Esse debate passa a ser travado com maior intensidade a partir do governo João Goulart, que teve como Ministro: Celso Furtado - Plano Trienal;
  46. Antes de 1945, não existia o Banco Central do Brasil (que passou a existir como tal, somente a partir de 1965) e o Banco do Brasil emitia moeda sempre que o governo precisava de dinheiro;
  47. Em 1945, foi criada a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), entidade que daria origem ao Banco Central, que teve Otávio de Bulhões como primeiro presidente;
  48. Os depósitos compulsórios do Banco do Brasil, passaram a ser depositados na conta da Sumoc que passou a ter algum controle sobre a base monetária;
  49. Essa medida teve pouco efeito prático, pois a conta da Sumoc era no Banco do Brasil;
  50. 1986, foi criada a Secretaria do Tesouro Nacional, que tem a função de administrar os títulos públicos;
  51. Nesse ano, veio ao conhecimento do público que o Banco do Brasil continuava a emprestar dinheiro ao Tesouro Nacional;
  52. O Banco Central tinha uma carteira para subsidiar crédito agrícola;
  53. Segundo aos estruturalistas, a América Latina deveria aumentar a complexidade dos produtos, uma mudança estrutural que geraria, necessariamente, inflação;
  54. Pois o êxodo rural/urbanização, reduziria a produção e aumentaria a demanda por produtos agrícolas;
  55. Por isso, os estruturalistas defendiam a Reforma Agrária;
  56. Coronelismo;
  57. O Brasil era um exportador de produtos agrícolas;
  58. Quando ocorre um aumento da produção desse tipo de produto, que tem demanda ineslática, ocorre uma redução dos preços, ou seja, não seria viável aumentar a receita com a exportação desse tipo de produto;
  59. Esse fenômeno gerou diversas crises do café;
  60. Reforma Urbana, pois um aumento da oferta de moradia e melhoria dos serviços públicos: saúde, educação, saneamento básico, segurança, etc. reduziria a pressão em favor do aumento dos salários por parte dos trabalhadores urbanos;
  61. Os monetaristas diziam que os argumentos dos estruturalistas eram tautológicos e concordam com Milton Friedman: a inflação é um fenômeno monetário;
  62. Os estruturalistas aceitavam que a inflação era um problema monetário, mas que tinha as suas causas estruturais;
  63. Os monetaristas diziam que apesar do aumento dos preços dos alimentos ter causas estruturais, se não houvesse o aumento da oferta dos meios de pagamento, os outros preços poderiam cair, o que manteria a inflação sob controle;
  64. Para os monetaristas existia uma inflação de demanda causada por um excesso de liquidez;
  65. Os estruturalistas, entendiam que se tratava de uma inflação de custos -> os preços aumentavam porque a oferta se desloca;
  66. Para os monetaristas o crescimento da demanda era artificial, inflado pelo aumento da oferta dos meios de pagamento decorrente dos gastos públicos;
  67. Portanto, os monetaristas defendiam um controle dos gastos públicos, enquanto que os estruturalistas defendiam um controle de preços, que subiriam independentemente da oferta dos meios de pagamento;
  68. Subsídio ao preço do trigo;
  69. Redução da base monetário -> desemprego -> controle da inflação;
  70. Estruturalistas: O custo social do desemprego é muito grave;
  71. Menciona o vídeo sobre a Curva de Philips 12 min e 41 s;
  72. Segundo os estruturalistas, é bobagem controlar a base monetária, pois isso somente era viável na época do padrão ouro;
  73. Para os estruturalistas, os atravessadores seriam os culpados pela inflação, que aumentavam suas margens de lucro, aumentando os preços;
  74. Na época, o controle de preços foi aplicado em muitos países, inclusive os EUA (governo Nixon);
  75. Para os monetaristas, o mais importante é a estabilidade da moeda que leva à otimização/maior eficiência da economia, que levaria ao pleno emprego;
  76. Para os monetaristas, o governo não deve se preocupar com o desemprego, que seria um problema pessoal, decorrente da falta de qualificação dos indivíduos;
  1. Combate à inflação: gradualistas x defensores da política de choque;
  2. A partir do Golpe militar de 1964, adotou-se a política do gradualismo;
  3. Mário Henrique Simonsen discordava;
  4. Favoráveis e contrários à indexação;
  5. Júlio de Oliveira, economista argentino, destaca a distinção entre os setores competitivos (concorrência perfeita) e os setores oligopolizados;
  6. Nos setores em que prevalece a concorrência perfeita, a marca não importa: commodities - demanda constante, portanto, a variação do preço depende da oferta, portanto, o aumento da produção (oferta) reduz os preços, ou seja, o ganho de produtividade não traz, necessariamente, maiores lucros;
  7. Nesses setores, aplica-se a Teoria Quantitativa da Moeda;
  8. Nos setores oligopolizados, especializados, alta tecnologia, a marca é relevante e a aplicabilidade da lei da oferta e da procura na formação de preços é limitada, pois a oferta é controla por poucos agentes que, desse modo, podem determinar os preços praticados;
  9. Nesse setores, quando cai a demanda, a produção também é reduzida, de modo que, dificilmente, há redução de preços;
  10. Preço = margem + custo variável;
  11. Os custos variáveis são relativamente baixos, mas os custos fixos (pesquisa, propaganda, etc.) e os riscos (não se pode ter certeza de que a procura estará de acordo com os montantes investidos) são mais altos;
  12. Segundo os estruturalistas, a inflação latina seria decorrente do fato de que muitos setores econômicos eram oligopolizados, inclusive a produção de alimentos que era controlada por latifundiários (razão pela qual seria necessária a reforma agrária);
  13. Na inflação latina, a aplicabilidade da Teoria Quantitativa da Moeda, estaria prejudicada, tendo em vista que as as equações da inflação deveriam levar em conta a existência dos dois setores, no vídeo essas equações são apresentadas a partir de 3 min. e 50 s;
  14. Os setores oligopolizados têm condições de repassar os aumentos de custos para os preços dos produtos, nem que para isso seja necessário reduzir a oferta;
  15. Isso explicaria os diferentes comportamento da inflação de acordo com o grau de desenvolvimento econômico dos países (maior/menor relevância dos setores oligopolizados);
  16. Inflação latina vista como um fenômeno monetário com causas estruturais (estrutura produtiva / nível do desenvolvimento);
  17. O problema estaria na elasticidade na oferta, dificuldade de absorção/possibilidade do repasse dos custos (mesmo em situações de recessão), nos setores oligopolizados, que podem manter as suas margens de lucro (vide vídeo 10 min e 40 s);
  18. Os estruturalistas defendem uma moeda com comportamento passivo, nas qual, quando há uma pressão inflacionária de custos também haveria uma maior oferta de meios de pagamento, pois a opção contrária geraria desemprego, que é um problema pior do que a inflação;
  19. Para os monetaristas, a oferta de meios de pagamento não deve ser passiva, pois isso pode gerar inflação de custos;
  20. Para os monetaristas, se houver um controle dos meios de pagamento, um choque de preços, como o provocado pelas diversas crises do petróleo, não provocaria alta geral de preços;
  21. 12 min e 40 s começa a falar da Matriz de Leontief (matriz de insumo produto - Modelo input-output), serve para calcular o efeito dos aumentos de custos, depois apresenta uma equação que é uma representação simplificada dessa matriz;
  22. formação de preços mark up;
  23. Houve um efeito cascata na inflação do Brasil na época da crise do petróleo, mas debate-se a causa: inflação de custos (tese dos estruturalistas) ou expansão dos meios de pagamentos (tese dos monetaristas);
  24. Segundo os estruturalistas, a alta inflação seria decorrente do fato de que diversos setores da economia brasileira passaram a indexar seus preços ao Índice Geral de Preços (IGP) e não aos seus custos;
  25. Deflator implícito;
  26. Com a indexação a moeda deixa de cumprir a função de unidade de conta, que passa a ser o IGP;
  27. Deixa de existir a ilusão monetária;
  28. A indexação foi concebida para se livrar dos malefícios da inflação, mas tem o potencial de elevar a inflação a níveis dramáticos;
  1. Na época do Golpe Militar de 1964, entendia-se que havia duas causas para a inflação brasileira:
  2. a primeira seria a falta de instituições regulatórias (não existia um Banco Central do Brasil, que seria criado no final de 1964);
  3. já existia a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), mas a moeda ainda era emitida pelo Banco do Brasil;
  4. Se entendia que o déficit público brasileiro não era alto, mas se admitia as dificuldades para financia-lo, pois o mercado não comprava os títulos emitidos pelo tesouro devido à incerteza quanto aos níveis de inflação, que era alta pois havia emissão de moeda em um cenário de déficit público não coberto pela emissão de títulos públicos;
  5. A solução foi a criação de títulos financeiros indexados (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN's)), vide § 1º do art. 1º da Lei nº 4.357/1964, em função das variações do poder aquisitivo da moeda nacional;
  6. O câmbio também foi indexado do câmbio para não prejudicar os exportadores, no entanto, a política de alteração do valor do dólar apenas uma vez por ano era inadequada;
  7. Em 1967, Delfim alterou a política para que ocorressem várias desvalorizações por ano (minidesvalorizações);
  8. A indexação dos salários era feita com base nas expectativas de inflação futura e não com base na inflação passada -> subindexação -> reajustes abaixo da inflação (arrocho salarial) -> esse sacrifício teria permitido a redução da inflação;
  9. Programa de ação econômica do governo;
  10. No início da Ditadura Militar, prevaleceu a linha gradualista e a que defendia tratamentos de choque no combate à inflação (imposto inflacionário), pois a política de choque teria elevado custo social;
  11. A indexação amenizava os efeitos da inflação na economia;
  12. Os economistas ligados ao governo da época diziam que era necessário reduzir a expansão da base monetária para combater a inflação -> adeptos da teoria quantitativa da moeda;
  13. Até 1973, houve queda da inflação com forte crescimento do PIB, vide dados: 12 min e 38 s;
  14. No final de 1973, houve um forte aumento do preço do petróleo e a partir de 1974, a inflação brasileira passou a crescer (vide dados 13 min e 47 s);
  15. Apesar do crescimento econômico entre 1964 e 1973, houve um crescimento dos níveis de desigualdade;
  16. Não existe um método perfeito para o cálculo da inflação -> diferentes critérios de cálculo;
  17. A moeda deixou de cumprir as funções de unidade de conta e de reserva de valor;
  18. Manipulação dos índices de inflação;
  19. Observou-se que poucos produtos subiam mais do que a inflação, o que elevava a média;
  20. Isso fazia com que os produtos que naturalmente subiriam pouco, elevassem a sua alta para se equiparar à média (indexação), isso acelerava a inflação;
  21. Alguns produtos que subiam muito eram expurgados dos índices de cálculo da inflação (normalmente produtos hortifrutigranjeiros, que sofriam altas sazonais, ex. tomate);
  22. Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-1979), que tinha elementos desenvolvimentistas;
  23. Obras públicas;
  24. Substituição de importações;
  25. Segundo choque do petróleo (1979) -> redução da dependência do petróleo (Pró-álcool);
  26. O Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) foi financiado com o aumento da dívida pública, ocorre que no início da década de 1980, houve um aumento dos juros nos EUA que deu início à Crise da Dívida Externa;
  27. O principal economista do governo deposto pelos militares em 1964 era Celso Furtado, um estruturalista;
  28. Inflação inercial, inflação presente gerada pela inflação passada, situação facilitada pela indexação;
  29. Em certo momento, formou-se um consenso em torno da necessidade de eliminar a indexação da economia, portanto, a partir do Plano Cruzado até o Plano Real, ocorreram diversas tentativas de desindexar a economia brasileira;
  30. O Brasil não chegou a viver uma hiperinflação (quando a moeda corrente não é aceita nem como instrumento de troca);
  1. Até o minuto 10, faz uma recapitulação de temas tratados em outros vídeos da série;
  2. A aceleração da inflação alterava os preços relativos, ou seja, a inflação não era neutra;
  3. O arrocho salarial foi viabilizado pela repressão aos sindicatos;
  4. No período final da ditadura, os sindicatos passam a lutar contra o arrocho salarial;
  5. Após o choque do petróleo do final de 1973, se fez necessário alterar os preços relativos, mas a indexação dificultou o processo;
  6. Além disso, se fizeram necessárias maxidesvalorizações, para reduzir o déficit na balança comercial;
  7. vídeo que trata do conceito de peso morto da inflação;
  8. A partir de 1986, diversos planos econômicos tentam promover a dexindexação/controlar a inflação: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987), Plano Verão (1989), Plano Collor (1990) e o Plano Real em 1994;
  9. O Plano Real foi concebido a partir das experiências anteriores;
  10. Os pais do Plano Real foram Pérsio Arida e André Lara Resende;
  11. A partir de uma indexação total da economia (URV), criou-se uma moeda equivalente ao indexador que substituiu próprio o indexador, resultando numa economia desindexada;
  12. Na época do Plano Cruzado não existiam reservas cambiais que possibilitassem a existência de uma âncora cambial, que foi o esteio da primeira fase do Plano Real;
  13. A inflação inviabilizava as compras a prazo, o que prejudicava o acesso dos assalariados aos bens duráveis;
  14. Após o congelamento, ocorreu uma explosão do consumo (pois os salários deixaram de ser corroídos pela inflação) -> desabastecimento -> escassez;
  15. Com a expectativa de retorno da inflação, deixou de haver procura pelos títulos públicos que não estavam mais indexados;
  16. Em 1990, o Plano Collor tentou controlar a inflação por um choque de restrição de liquidez, o que resultou numa grave recessão;
  17. O Plano Collor também promoveu o câmbio flutuante e uma redução das barreiras alfandegária -> aumento das importações -> desindustrialização;
  18. Em 1994, ocorreu a renegociação da divida externa (Plano Brady);
  19. O Brasil voltou a ter acesso às linhas de crédito internacionais (inclusive as empresas) -> aumento das reservas cambiais;
  20. Surgimento da Unidade Real de Valor, um indexador universal que acompanhava a cotação do dólar -> o que impossibilitaria o país de fazer política monetária;
  21. Outra alternativa seria a dolarização total da economia -> perda da moeda nacional soberana;
  22. Em julho de 1994, o indexador universal (URV), se converteu na nova moeda nacional, o Real, que também teve, na primeira fase do Plano Real, sua cotação atrelada a do dólar (âncora cambial - não havia câmbio flutuante);
  23. O câmbio fixo foi viável pois o Brasil tinha grandes reservas cambiais;
  24. Os contratos previstos com valores expressos na moeda anterior, ou em outros indexadores, foram ajustados para valores expressos em URV, que iriam corresponder aos valores expressos em Real;
  25. Para manter o câmbio fixo, com uma balança comercial desfavorável, foram atraídos dólares com um taxa de juros muito alta, o que gerou um grande crescimento da dívida pública (populismo cambial);
  26. No início do Plano Real, a relação dívida/PIB era inferior a 40%;
  27. O populismo cambial gerou perdas para o setor agrícola e uma forte desindustrialização;
  28. Perda de complexidade econômica de acordo com o Atlas de Complexidade Econômica;
  29. Gustavo Franco defendeu uma desvalorização gradual do câmbio (6% ao ano);
  30. Câmbio flutuante, mas com o governo atuante no mercado de câmbio, para levar o câmbio para um patamar desejável;
  31. Os rentistas que tinham ganhos com a alta inflação, passaram a ganhar com os altos juros da dívida pública;
  32. Houve um aumento da carga tributária para compensar a ausência do imposto inflacionário;
  33. Privatizações, para atrair dólares e baixo investimento em infraestrutura;
  34. Aumento do compulsório dos bancos, para reduzir o consumo/liquidez;
  35. Depois da quebra da âncora cambial em 1999, adotou-se a política de metas de inflação que exigia altos superávits primários;
  36. vídeo sobre o modelo de expectativas racionais;
  37. Tripé macroeconômico;
  38. Quando a taxa de retorno médio (ou de crescimento) da economia é menor do que a taxa de juros, o investimento é sufocado;