Wikiversidade:Falácias
Uma Falácia é um argumento logicamente inconsistente, inválido, ou falho na capacidade de provar
eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do
público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso. É importante conhecer os tipos de
falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia. Utilizamos
falácias conscientes e inconscientes o tempo todo, mas é interessante saber expurgar as edições e discussões dentro
da comunidade de forma a construir um conhecimento imparcial e científico que beneficie a todos, sem qualquer espécie
de distorção, parcialismo e engano.
Tipologia das falácias
- Argumentum ad antiquitatem (Argumento de antiguidade ou tradição): afirma que algo é verdadeiro ou bom
porque é antigo ou mais velho.
- Argumentum ad hominem (Ataque ao homem): ao invés de provar a falsidade do enunciado, o argumentador
ataca a pessoa que fez o enunciado.
- Argumentum ad ignorantiam (Argumento da Ignorância):
Ocorre quando algo é considerado verdadeiro simplesmente porque não foi provado que é falso (ou provar que algo é
falso por não haver provas de que seja verdade). Note que é diferente do princípio científico de se considerar falso
até que seja provado que é verdadeiro.
- Non sequitur (Não segue):
Tipo de falácia na qual a conclusão não se sustenta nas premissas. Há uma violação da coerência textual.
- Argumentum ad Baculum (Apelo à Força):
Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.
- Argumentum ad populum (Apelo ao Povo):
É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas.
- Argumentum ad Verecundiam (Apelo à autoridade):
Argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa.
- Dicto Simpliciter' (Regra geral):
Ocorre quando uma regra geral é aplicada a um caso particular onde a regra não deveria ser aplicada.
- Generalização Apressada (Falsa indução):
É o oposto do Dicto Simpliciter. Ocorre quando uma regra específica é atribuída ao caso genérico.
- Falácia de Composição (Tomar o todo pela parte):
É o fato de concluir que uma propriedade das partes deve ser aplicada ao todo.
- Falácia da Divisão (Tomar a parte pelo todo):
Oposto da falácia de composição. Assume que uma propriedade do todo é aplicada a cada parte.
- Falácia do homem de palha:
Consiste em criar idéias reprováveis ou fracas, atribuindo-as à posição oposta.
- Cum hoc ergo propter hoc : (falsa causa)
Afirma que apenas porque dois eventos ocorreram juntos eles estão relacionados.
- Post hoc ergo propter hoc :
Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro, eles têm uma relação de causa e
efeito.
- Petitio Principii :
Ocorre quando as premissas são tão questionáveis quanto a conclusão alcançada.
- Circulus in Demonstrando :
Ocorre quando alguém assume como premissa a conclusão a que se quer chegar."
- Falácia da Pressuposição :
Consiste na inclusão de uma pressuposição que não foi previamente esclarecida como verdadeira, ou seja, na falta de
uma premissa.
- Ignoratio Elenchi (Conclusão sofismática):
Ou "Falácia da Conclusão Irrelevante". Consiste em utilizar argumentos válidos para chegar a uma conclusão que não
tem relação alguma com os argumentos utilizados.
- Anfibologia ou Ambigüidade:
Ocorre quando as premissas usadas no argumento são ambíguas devido à má elaboração sintática.
- Acentuação :
É uma forma de falácia devido à mudança de significado pela entonação. O significado é mudado dependendo da ênfase
das palavras.
- Acidente:
Quando considera-se essencial o que é apenas acidental.
- Falácias tipo "A" baseado em "B" (Outro tipo de Conclusão Sofismática) :
Ocorrem dois fatos. São colocados como similares por serem derivados ou similares a um terceiro fato.
- Falácia da afirmação do consequente :
Esta falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem do Modus ponens (afirmação do
antecedente) nem no Modus Tollens (negação do conseqüente). A sua forma categórica é:
Se A então B. B Então A.
- Falácia da negação do antecedente :
Esta falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem do Modus ponens (afirmação do
antecedente) nem no Modus Tollens (negação do consequente). A sua forma categórica é:
Se A então B. Não A Então não B.
- Falsa dicotomia (bifurcação):
Também conhecida como "falácia do branco e preto". Ocorre quando alguém apresenta uma situação com apenas duas
alternativas, quando de fato outras alternativas existem ou podem existir.
- Argumentum ad Crumenam :
Esta falácia é a de acreditar que dinheiro é fator de estar correto. Aqueles mais ricos são os que provavelmente
estão certos.
- Argumentum ad Lazarum :
Oposto ao "ad Crumenam". Esta é a falácia de assumir que apenas porque alguém é mais pobre, então é mais virtuoso e
verdadeiro.
- Argumentum ad Nauseam :
É a aplicação da repetição constante e a crença incorreta de que quanto mais se diz algo, mais correto está.
- Plurium Interrogationum :
Ocorre quando se exige uma resposta simples a uma questão complexa.
- Red Herring :
Falácia cometida quando material irrelevante é introduzido no assunto discutido para desviar a atenção e chegar a uma
conclusão diferente.
- Retificação :
Ocorre quando um conceito abstrato é tratado como coisa concreta.
- Tu Quoque (Você Também):
Falácia do "mas você também". Ocorre quando uma ação se torna aceitável pois outra pessoa também a cometeu.
- Inversão do Ônus da Prova :
Quando o argumentador transfere ao seu opositor a responsabilidade de comprovar o argumento contrário, eximindo-se de
provar a base do seu argumento.
Ligações externas
- [http://www.ateus.net/artigos/ceticismo/a_arte_refinada_de_detectar_mentiras.php A Arte Refinada de Detectar
Mentiras]