DC-UFRPE/Licenciatura Plena em Computação/AspectosHumanose Soc. naComputaçãoDC (60) EAD/Crimes Digitais

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PRODUÇÃO TEXTUAL[editar | editar código-fonte]

Esta é uma produção textual produzida sobre o tema Crimes Digitais produzida durante a realização da disciplina.

CRIMES DIGITAIS, CUSTOS E PREVENÇÕES[editar | editar código-fonte]

POR: EDILSON ALVES


A internet, computadores, telefones celulares e outras formas de tecnologia revolucionaram todos os aspectos da vida humana nas últimas décadas, incluindo nossa forma de comunicação, trabalho, comércio e até mesmo entretenimento (Holt e Bossler, 2016). Esses avanços tecnológicos também criaram inúmeras oportunidades para a execução de diversas formas de crime. Os crimes digitais são frequentemente referidos como crimes cibernéticos e ocorrem porque "o criminoso usa um conhecimento especial do ciberespaço" (Furnell, 2002). Portanto, o crime digital pode ser visto como um termo amplo que abrange o crime onde computadores e tecnologias digitais são usadas ​​para funções auxiliares, como o envio de mensagens de assédio, por exemplo.

O crime digital pode ser dividido em diferentes categorias, incluindo intrusão cibernética (por exemplo, acesso não autorizado ao sistema), fraude/roubo online (por exemplo, roubo de identidade, pirataria digital), pornografia online (por exemplo, material de exploração sexual infantil) e ciberviolência (por exemplo, perseguição cibernética, terrorismo cibernético) (Holt, Bossler e Seigfried-Spellar, 2018).

Com tantas formas distintas de atuação dos crimes digitais e levando em consideração o aumento do uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC), é evidente o aumento, também, da prática de tais crimes ano a ano. A McAfee, líder do setor em segurança de dispositivo para nuvem, se uniu ao Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) para estudar o impacto econômico global do crime digital. O relatório mede o crime digital em partes de todos os continentes e aponta que o crime digital custou à economia global até US $600 bilhões em 2017, afetando quase todos os locais do mundo. Na América Latina e Caribe, por exemplo, as perdas geradas por crimes digitais chegaram a cerca de US $22,5 bilhões. No Brasil, 54% dos ataques cibernéticos vieram de dentro do próprio país, gerando em torno de 95% das perdas bancárias.

As descobertas do relatório sugerem que o custo do crime digital entre as regiões varia, dependendo do nível de maturidade da cibersegurança de cada país.

Segundo James Lewis, vice-presidente sênior do CSIS, “O crime digital é implacável, não diminui e é improvável que pare. É muito fácil e muito gratificante, e as chances de ser pego e punido são percebidas como muito baixas.” Lewis aponta os dispositivos IoT mal protegidos como um problema particular. Dispositivos de IoT inseguros “fornecem abordagens novas e fáceis para roubar informações pessoais ou obter acesso a redes ou dados valiosos”. Entre as outras razões para o crescimento do custo do crime digital está o fato de que os cibercriminosos estão se tornando mais sofisticados financeiramente, o que facilita suas formas de exploração e monetização sempre adotando novas tecnologias de ataque, aliado ao fato de que há muitos usuários da internet onde os países não contam com boa segurança cibernética.

Estima-se que os usuários de computador e internet enfrentam 80 bilhões de varreduras maliciosas a cada dia. Existem 33.000 ataques de phishing e 4.000 ransomware diariamente, com cerca de 780.000 registros perdidos por hackers. O relatório propõe várias etapas para prevenir e reduzir o crime digital, embora os pesquisadores de segurança tenham promovido várias das recomendações há anos.

Enquanto a análise fornecida pela McAfee e CIS se concentra sobre os custos do crime digital, existem várias etapas que tanto as organizações quanto os estados-nação podem tomar como um meio para reduzir as perdas, entre elas: implementação consistente das principais medidas de segurança, por meio de atualização regular do software de segurança e patching e arquiteturas de segurança abertas, junto com investimento em defesas avançadas que abrangem tudo de dispositivos endpoint para a nuvem; maior cooperação internacional de aplicação da lei entre as nações e o setor privado e o investimento em mais recursos para investigação, especialmente entre nações em desenvolvimento; imposição de penalidades temporárias ou outras consequências para os governos que não agem contra o crime digital; criação e execução de leis mais rígidas de segurança cibernética. Sem esses tipos de ações, o crime digital continuará a crescer à medida que o número de dispositivos conectados e o valor das atividades online aumentam.

Referências:[editar | editar código-fonte]

  • HOLT, T., BOSSLER, A. Cybercrime in Progress: Theory and Prevention of Technology-Enabled Offenses. Crime Sciences Series. New York: Routledge, 2016.
  • FURNELL, S. Cyber Crime: Vandalizing the Information Society. London: Addison Wesley, 2002.
  • HOLT, T., BOSSLER, A., SEIGFRIED-SPELLAR, K. Cybercrime and Digital Forensics: An Introduction. 2nd ed. New York: Routledge, 2018.