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Educação Aberta/Google

Fonte: Wikiversidade

O Google buscador (ou Search, em inglês) é um serviço/ferramenta de busca online disponibilizado pela empresa Google LLC. Assim como outros softwares do tipo, essa ferramenta facilita o acesso a informações disponíveis na internet, usando palavras-chaves para rastrear e disponibilizar resultados correspondentes[1].

A ferramenta de busca da Google recebe cerca de[2]: 2 trilhões de buscas por ano, 5.6 bilhões de buscas por dia, 228 milhões de buscas por hora, 3.8 milhões de busca por minuto e 63.000 buscas por segundo.[3] Em abril de 2019, os sites relacionados ao Google buscador processaram cerca de 9,96 bilhões de perguntas apenas nos Estados Unidos.

Desde sua fundação em 1997, vem monopolizando o mercado. Em abril de 2019, o Google Search detinha 88,47% do número global de acessos a ferramentas de pesquisa via computadores. Em comparação, seu principal competidor Bing, deteve 4,81% no mesmo período. No Brasil, dados de fevereiro de 2019 indicam que 96,18% de todo tráfego de pesquisas via computadores vem da ferramenta Google.

A Alphabet, empresa criada em 2015 como parente da Google e outras companhias relacionadas a Google, obteve receita de $136.8 bilhões no ano de 2018, sendo que a Google sozinha arrecadou 136,22 bilhões no mesmo período. Cerca de 85% desse valor vem do negócio de anúncios da empresa, em 2018 a receita acumulada pelos serviços de anúncios da Google foi de cerca de 116.3 bilhões de dólares americanos.

A empresa detém cerca de 30% da receita mundial de publicidade.

Alphabet Inc. é uma companhia conglomerada, multinacional de Holding criada em 2015 para subsidiar a Google e diversas outras empresas[4].

  • Rastreamento: acontece através de um processo de rastreamento das páginas existentes na web, processo esse constantemente atualizado e que pode assumir formas diferentes (“ativas, passivas ou associadas). As páginas rastreadas são adicionadas a lista de páginas conhecidas do Google;
  • Indexação: Em seguida é feito um processo de indexação da página, onde o Google analisa o conteúdo da mesma, cataloga suas imagens e vídeos, e tenta entender seu propósito. Toda a informação obtida é armazenada no índice do Google, um banco de dados de grande porte;
  • Veiculação e Classificação: usando as informações contidas em seu índice, bem como as informações captadas do indivíduo, como localização, idioma e tipo de dispositivo utilizado para efetuar a busca, a ferramenta de busca procura direcionar a pesquisa do usuário para o melhor resultado possível.

Em 2007, a Google expandiu as categorias de resultados decorrentes da busca de palavras-chaves, aderindo a chamada "Universal Search". Assim, a ferramenta de busca passou a apresentar diferentes tipos de mídia como resultado: URLs, imagens, vídeos, mapas, notícias, entre outros[6].

Para um proprietário de determinado site entender e avaliar como seu domínio sendo rastreado e disponibilizado pelo buscador da Google, foi criada uma ferramenta paralela de análise e diagnóstico chamada "Search Console"[7].

Por que coleta dados?

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De acordo com “Os Termos e Políticas de Privacidade” da companhia, o objetivo das coletas de dados se dá[8]:

“Usamos as informações para fornecer nossos serviços, como processar os termos pesquisados para retornar resultados ou ajudar você a compartilhar conteúdo sugerindo destinatários dos seus contatos. Também usamos as informações para garantir que nossos serviços funcionem como o esperado, por exemplo, para rastrear interrupções ou solucionar problemas informados. E usamos as informações para aprimorar nossos serviços; por exemplo, entender quais termos de pesquisa são escritos com erros de ortografia com mais frequência nos ajuda a melhorar os recursos de verificação ortográfica usados em nossos serviços. Usamos as informações que coletamos nos serviços existentes no desenvolvimento de outros serviços. Por exemplo, entender como as pessoas organizavam as fotos no Picasa, o primeiro app de fotos do Google, ajudou a projetar e lançar o Google Fotos. Usamos as informações que coletamos para personalizar nossos serviços, inclusive para fornecer recomendações, conteúdo e resultados de pesquisa personalizados. Por exemplo, a Verificação de segurança fornece dicas de segurança adaptadas à forma como você usa os produtos do Google. E o Google Play usa informações, como apps já instalados e vídeos assistidos no YouTube, para sugerir novos apps que você pode gostar. Dependendo das configurações, também podemos mostrar anúncios personalizados com base nos seus interesses. Por exemplo, se você pesquisar "mountain bikes", poderá encontrar um anúncio de equipamentos esportivos ao navegar em um site que exibe anúncios veiculados pelo Google.”

Como se mantém

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Se mantém principalmente por meio da venda de espaços para anúncios (Google Ads), vendas estas realizadas através do sistema Vickrey de leilões. As propagandas são colocadas nos resultados da ferramenta de busca, em web sites da própria Google e em outros web sites. Os anunciantes pagam apenas quando recebem cliques em suas propagandas, ou mesmo ligações em sua empresa.[9]

Desafios e potenciais problemas

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Exposição e venda de dados pessoais

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Um dos maiores medos de usuários Google é seu poderio sobre os dados pessoais que são compartilhados e armazenados pela empresa, pois o que são feitos com essas informações não é exatamente explicado pelo seus “Privacidade e Termos”, e nem qual seria o limite entre dados pessoais e informações convenientes para, como a empresa afirma, o melhor desenvolvimento de produtos para o usuário. Certo caso que abalou os internautas usuários desse buscador foi o acordo assinado em 2017 entre a Google e o Pentágono para ajudar o departamento de defesa americano a aperfeiçoar drones e inteligências artificiais militares.

“O envolvimento de uma empresa tão presente no cotidiano global no chamado 'Projeto Maven' gerou uma enorme repercussão negativa assim que a notícia veio ao público - afinal de contas, parte do treinamento do cérebro do Google usa as imagens postadas pelos seus usuários, como as imagens fofas de cachorrinhos.

Pegou tão mal que a gigante foi forçada a publicar uma cartilha em que ela se compromete a não permitir que seu software de inteligência artificial seja usado em armas ou esforços de vigilância não justificáveis....” -

Logo após o escândalo, a Google tomou posicionamento afirmando que não compactuaria com nenhuma ação que infrinja os direitos humanos ou: “O Google afirmou que não vai buscar o desenvolvimento de aplicações de inteligência artificial que possam causar ferimentos físicos, que estejam vinculadas à vigilância e "violem normas aceitas internacionalmente que protegem os direitos humanos" ou que apresentem maiores "riscos materiais" que benefícios....”[10]

Contornando alguns problemas

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Após fazer login em sua conta do Google, clique na miniatura com sua imagem de perfil (na parte superior direita), você acessará o local “minha conta”, lá existe o item “privacidade”, clique no mesmo e você será redirecionado para uma seção chamada “Política de Privacidade”. Uma vez na seção supracitada o usuário poderá ter acesso às informações coletadas e armazenadas pelo Google sobre você, entender como esta coleta ocorre, ajustar parâmetros sobre o processo de captação e armazenamento (privacidade), tendo inclusive a opção excluir estas informações.

O Google buscador também possui um subitem em sua seção “Privacidades e Termos” chamado “Guia de Privacidade dos Produtos Google” onde elucida questões sobre como excluir pesquisas, atividades de navegação, registro de localização e outras informações provenientes do uso de diversos serviços e aplicativos Google.

Poucas coisas podem ser feitas para diminuir efetivamente a vigilância sofrida pelo usuário desta plataforma, pois quando o usuário concorda com os termos ele concorda também em ceder suas informações. Porém, utilizar os recursos que a empresa oferece sem fazer login e em dispositivos diversos, fazer uso de contas diferentes para cada serviço (uma conta para pesquisas, outra para uso do serviço de e-mail, uma terceira para o dispositivo Android, etc), bem como evitar expor informações pessoais (localização e predileções) podem ser medidas que dificultam o processo de rastreamento e direcionamento de publicidade.[11]

Violações às leis antitruste

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A empresa Google já passou por várias investigações desencadeadas por suspeitas de práticas anticompetitivas e monopolistas, especialmente conduzidas pela Europa e Estados Unidos da América, configurando como violações às leis antitruste[12]. As acusações comumente apontam que o buscador da Google apresenta resultados parciais de pesquisa e propaganda, que prejudicam empresas rivais e/ou favorecem os próprios produtos e de parceiros, interferindo não só na livre concorrência como na possibilidade do consumidor de ter acesso aos resultados mais adequados[1].

O DuckDuckGo[13] também é uma ferramenta de busca de código aberto que promete garantir a privacidade e segurança, não registrando os dados dos usuários, como identidade ou buscas feitas na plataforma. Foi lançado em 25 de setembro de 2008 pelo empreendedor americano Gabriel Weinberg e em 2018 alcançou o 30 milhões de buscas por dia, uma das razões para essa conquista foi as várias denuncias envolvendo grandes plataformas e os vazamentos de dados. A plataforma já está disponível para navegadores padrões, como Firefox e Chrome, também existem versões de aplicativo para celulares e tablets com os sistemas operacionais Android e iOS. Quando o acesso é feito pelo aplicativo, há um guia que auxilia a entender como funciona por completo e segue explicando como é a política de privacidade, para assim não restar dúvida. A estratégia de um guia visual como o patinho deixa as informações em uma linguagem simples que alcance todo o tipo de público. Quanto a privacidade, o aplicativo te mostra quais sites tentaram te rastrear e que ele bloqueou.

Outra opção é a ferramenta YaCy, com formato descentralizado de P2P (peer-a-peer) e criada por ativistas de software livre, com programa podendo ser baixado gratuitamente e alterado pelo usuário. Seu projeto foi apoiado pela Free Software Foundation Europe (FSFE) como uma iniciativa de encontro ao controle da informação, centralizada por outras ferramentas de busca[14].

Amanda Pereira de Godoi, Daniel Brandão Urache, Guilherme Lennon Novais de Toledo, Maria Olivia da Silva Fonseca, Nizia Oliveira da Silva Caixeta, Milena Freire e Giovanna Sales

  1. 1,0 1,1 http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-05782016000100079&lang=pt
  2. Disponível em: https://www.statista.com/topics/1001/google/
  3. Disponível em: https://seotribunal.com/blog/google-stats-and-facts/
  4. Disponível em: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2015/08/alphabet-e-o-novo-google-veja-perguntas-e-respostas.html
  5. Disponível em: https://olhardigital.com.br/noticia/google-mostra-aos-usuarios-como-funciona-sua-ferramenta-de-busca/33012
  6. https://www.searchmetrics.com/glossary/universal-search/
  7. https://search.google.com/search-console/about
  8. Disponível em: https://support.google.com/webmasters/answer/70897?hl=pt-BR.
  9. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160329_google_dinheiro_fn
  10. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/reuters/2018/06/07/google-bloqueia-uso-de-sua-tecnologia-de-inteligencia-artificial-em-armas.htm?cmpid=copiaecola
  11. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-36833505
  12. https://www.reuters.com/article/us-eu-google-timeline-idUSKCN0XG22N
  13. Disponível em: https://duckduckgo.com/
  14. https://www.cio.com/article/2401940/free-software-activists-to-take-on-google-with-new-free-search-engine.html