Educação Aberta/Hibridismo

Fonte: Wikiversidade

Introdução[editar | editar código-fonte]

O áudio desse podcast está disponível no Archive.org.

Esse texto é uma resenha em forma de podcast do conceito Hibridismo, com base no artigo de SANTAELLA, Lucia. A ecologia pluralista das mídias locativas. Revista FAMECOS: mídia, cultura e tecnologia n. 37 , 2008.

Roteiro[editar | editar código-fonte]

MARINA: Fala galera! Estamos aqui na Universidade de Brasília com a Letícia, o Luan e a Luiza! Quase que só tem gente com nomes que começam com a letra “L” nesse podcast!!!

MARINA: Eu me chamo Marina, a única diferente nesse quesito!!! É com você Letícia!

LETÍCIA: Estamos aqui hoje pra falar um pouco sobre o conceito de hibridismo, de acordo com o texto "A ecologia pluralista das mídias locativas", de Lucia Santaella.

LETÍCIA: Fala pra gente sobre Hibridismo, Luan…

LUAN: Bom, hibridismo, de modo geral, significa miscigenar, misturar.

LUAN: No contexto das tecnologias de informação e comunicação, as famosas TICs, hibridismo quer dizer a mistura dos espaços físicos e virtuais. Essa borda, esse espaço que fica 'no meio' do virtual e do físico, a autora chama de espaço intersticial. Podemos pensar nisso também como sendo uma propriedade das mídias. Hoje, pegando aqui o conceito de novas mídias do Lev Manovich, as mídias são todas códigos. São fotos, vídeos, áudios, gifs etc que podem ser processadas em qualquer dispositivo digital.

LUIZA: Oi, galera, aqui é a Luiza, tudo bem com vocês? Pois é, pessoal, imaginem só: antes, com as mídias analógicas, não dava pra juntar tudo como fazemos agora com as digitais. Um bom exemplo é falar sobre como foram produzidos os filmes originais de Guerra nas Estrelas, de que sou super fã, e como eles são produzidos mais recentemente. Nos originais, a famosa Estrela da Morte era feita de simples maquetes filmadas bem de pertinho ou de longe dependendo do efeito de câmera que se queria. E quando as naves atiravam nela, as explosões eram gravadas com explosivos reais. Atualmente, é tudo feito por computação gráfica, tudo completamente digital. Assim, agora numa escala mais simplória, se queremos fazer um vídeo explicando um tema qualquer e depois postar no Youtube©️ ou Vimeo©️ é muito mais fácil pra produzir, reproduzir e compartilhar. Basta um smartphone e um aplicativo de edição de vídeo.

LUIZA: Galera, já me estendi muito no exemplo aqui. Voltemos à questão do hibridismo de espaços. O espaço físico é onde a gente está mesmo, o real, o que é palpável. Já o espaço virtual é onde estamos navegando, pode ser a internet. Mas não é só isso. Ao falar de espaço virtual, a autora se remete ao conceito de ciberespaço, cunhado, de forma meio que premonitória, ainda na década de 80 do século passado. Em texto de 1993, de Benedikt, citado por Santaella e aqui repetido ipsis litteris: Ciberespaço “é realidade, da qual cada computador é uma janela, os objetos vistos e ouvidos não são nem físicos nem, necessariamente, representações de objetos físicos, mas têm a forma, caráter e ação de dados, informação pura. É certamente uma realidade que deriva em parte do funcionamento do mundo natural, físico, mas que se constitui de tráfegos de informação produzidas pelos empreendimentos humanos em todas as áreas: arte, ciência, negócios, política e cultura”.

LETÍCIA: Vamos pensar de forma mais prática. Agora mesmo, os nossos ouvintes se encontram em um espaço intersticial, pois nosso podcast está situado em uma plataforma virtual e eles estão cada um em um espaço físico e como dissemos, quando os dois espaços se combinam é formado o espaço intersticial. E essa proximidade entre os espaços é ainda maior quando usamos nossos smartphones, pois com eles, estamos conectados em qualquer lugar a qualquer hora.

MARINA: Nossa, é mesmo. Têm muitos memes hoje em dia que criticam que as pessoas se encontram, estão frente a frente com a família num restaurante, mas na verdade, estão cada um no seu mundo particular, olhando pras suas telas de celular. Um está conversando com a namorada no Whatsapp©️, a prima está tirando a foto da comida e fazendo um post no Instagram©️ dizendo que está comendo Strogonoff, enquanto isso a irmã está fazendo um post no Facebook©️ fazendo um check-in no local do Restaurante e o outro irmão está no Happn©️ atrás de alguém interessante ali por perto.

LUAN: Nesse contexto, Marina, que entram as mídias locativas, que seriam, nesse caso, as tecnologias baseadas em lugares, tais como o seu smartphone, ou seu tablet, notebook ligado à rede wi-fi, que você está utilizando para nos acessar. Pois, possuem acesso à tecnologia GPS, que possibilita que qualquer informação seja literalmente ligada a espaços geográficos.

LUAN: Bom, mas o que você acha disso, Luiza?!

LUIZA: O lado bom disso é que se pode dar voz à uma pluralidade de pessoas que podem postar suas experiências, histórias pessoais, informações que consideram interessantes, manifestações culturais em localizações geográficas específicas para que possam ser compartilhadas entre si. A reunião disso tudo é o que segundo à autora que mencionamos forma uma espécie de ecologia pluralista na cultura.

LUIZA: Pois, é, Luan, mas tem um lado ruim também. Entre essas tecnologias, estão as de vigilância e de rastreamento que podem localizar em poucos minutos pessoas no meio de uma multidão, o que já está acontecendo, por exemplo na China. O direito à privacidade das pessoas pode ficar comprometido.

MARINA: Em termos de Ensino à Distância, o Hibridismo das mídias digitais vem enriquecer e muito as metodologias para a facilitação da aprendizagem. É muito maçante se ter cursos à distância com materiais baseados apenas em textos e, infelizmente existem muitos assim oferecidos pelo mercado. É necessário que se ofereçam conteúdos bem variados, como vídeos, podcasts, áudios, figuras, plataformas digitais diversas etc.

LUAN: No que se refere aos espaços intersticiais e às mídias locativas, no seu contexto inerentemente ligado aos dispositivos de interface móvel, isso só vem a aumentar ainda mais o acesso à educação à distância, que, por si mesma, já aumenta o acesso à educação. Desculpe o trocadilho! O que eu quis dizer é que antes, sem um smartphone, por exemplo, digamos que os alunos de um curso EaD só podiam abrir o fórum de discussão entre alunos e alunos ou alunos e tutores quando estivessem em frente a um computador com internet. Agora, podem fazer isso a qualquer hora e em qualquer lugar, quando aquela dúvida surgir e a resposta pode vir muito mais rápido.

LETÍCIA: Pessoal, adoramos discutir esses temas, que estão muito em voga, e são assuntos que dão "pano pra manga", podemos ficar aqui o dia inteiro discutindo. Pena que temos que ir agora pra aula e fazer mais umas cinco resenhas e preparar quatro seminários. Brincadeirinha! Só pra descontrair! E então é só isso por hoje, galera! Agradecemos a atenção, espero que o assunto tenha contribuído de alguma forma pra vocês!! E aproveitem para refletir: nesse 'espaço' intersticial que cada um de vocês está ocupando e como cada um pode influenciar os espaços ao seu redor, com suas experiências, conhecimentos e histórias de vida e fortalecer a coletividade, participando do que Santaella chama de Ecologia Pluralista na Cultura. Isso tudo com o poder de um simples smartphone.

TODOS: Flww!


Comentários: Podcast com uma linguagem mais atual e simples dessa forma foi bem mais fácil compreender o que é o hibridismo nas TIC's.

Créditos de áudio[editar | editar código-fonte]

Composição especial para o podcast.

Autor: Luan Ribeiro.

(Composta a partir de instrumentos virtuais e samplers livres do pacote de samplers do próprio programa, Logic Pro X)

Créditos de autoria[editar | editar código-fonte]

Letícia Viana Franco da Silva

Luan Fonteles Ribeiro

Luiza Louzada Hugueney Lacava

Marina Olívia Roriz M. Vieira